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As duas jóias - cap. 19


CE: Aaaai! Tá quente!
GG: Eu devia te jogar a chaleira toda, seu desgraçado!

Com um ódio mortal, Grissom foi pra cima de Ecklie, não deixando que ele se levantasse sozinho. Levantou-o e continuou a empurrá-lo, extremamente nervoso. Foi quando Al apareceu na porta.

AR: Por Deus, Grissom, o que está acontecendo aqui? O lab inteiro está ouvindo a falação que vem daqui!
GG: Não vou deixá-lo fazer o que bem entender com Sara e meu filho! Ter uma diferença pessoal comigo é uma coisa, agora, querer me atingir usando a minha família, é algo inadmissível! Ecklie passou dos limites!
AR: Mas você não pode querer fazer justiça com suas próprias mãos. Se essa história se espalha e o prefeito toma conhecimento, você é quem será prejudicado.
GG: Com o prefeito eu falo mais tarde. Tenho certeza de que ele vai entender os meus motivos.
CE: Vou acabar com você, Grissom!
GG: Tente! Estou pagando pra ver! Mas ouse pensar em tentar fazer mal à Sara novamente que você vai me pagar seriamente. Esteja avisado!

Ecklie saiu da sala sem olhar para os dois e para as pessoas que estavam paradas no corredor, ouvindo toda a confusão. A veia jugular de Grissom parecia que ia sair do pescoço, de tão elevada que estava.

AR: Está melhor?
GG: Não se preocupe comigo, Al. Vou ao hospital ver Sara. Pra qual lugar ela foi levada?
AR: Se não me engano, Greg a levou para o Desert Palm.
GG: Então é pra lá que eu vou.
AR: Você não tem condições nenhuma de dirigir, olha o seu estado!
GG: Pior do que isso não posso ficar, Al.

Grissom pegou o carro e foi até o hospital. Durante o trajeto, tentava se recompor, para que Sara não percebesse que ele andou nervoso e piorasse seu estado. Ao chegar no hospital...

GG: Boa tarde, eu me chamo Gilbert Grissom, minha mulher foi trazida pra cá.
RH (recepcionista do hospital): Qual o nome da paciente, senhor?
GG: Sara Sidle.
RH: Bem... (checando o computador). Sim, ela está na enfermaria.
GG: Eu poderia vê-la?
RH: É só o senhor seguir em frente, quarto número 12.
GG: Obrigado.

Ao chegar no quarto, encontrou Sara conversando com Greg.

SS: Ei honey, você veio? - Sara deu um enorme sorriso.

Aquele sorriso desmontou Grissom. Vê-la mais animada o deixava menos preocupado, por tudo o que ela passou.

GS: Tudo bem, Grissom?
GG: Tudo. Obrigado por trazê-la, Greg.
GS: Foi um prazer. Gosto muito da Sara.
GG: Greg, pode voltar para o lab, vou ficar com Sara até ela ser liberada.
GS: Tem certeza de que não vai precisar de mim aqui?
GS: Você já fez o que tinha de ser feito. A partir de agora é comigo. Pode ir.
GS: Ok então. Tchau, Sara, e se cuida, viu?
SS: Pode deixar, Greg. Valeu!

Assim que Greg saiu, Grissom olhou para Sara. Tinha vontade de dizer tudo o que estava sentindo, desabafar todas as suas angústias, mas tinha medo da mulher amada sentir-se mal outra vez. Falaria sobre a briga com Ecklie quando ela estivesse melhor. Mas Sara não era fácil de ser enganada, e logo percebeu pela expressão no rosto de Grissom que ele não estava bem.

SS: Anda, pode me dizer o que aconteceu.
GG: Hein?
SS: Honey, você acha que me engana com essa carinha de anjo? Eu sei que aconteceu alguma coisa, mas você está me escondendo com medo de que eu piore, certo?
GG: Já vi que não consigo te enganar mesmo...
SS: É que você disfarça muito mal! - ela riu.

Grissom riu junto.

GG: Querida, não se preocupe com nada agora. Relaxe.
SS: Fale, Grissom.

Mas Grissom foi salvo pela entrada do médico na enfermaria naquele instante.

DR: Boa tarde!
SS e GG: Boa tarde, doutor. DR: Vamos tirar a pressão pra ver se ela está sob controle?
SS: Ok.

O médico pôs o aparelho no braço de Sara e começou a medir a pressão. Depois do procedimento...

DR: Hum... ainda está alta.
GG: Quanto, doutor?
DR: 14 por 9. Vou ter que te medicar para ver se abaixa e a mantém controlada.
GG: Quanto estava a pressão dela quando chegou aqui?
DR: 20 por 10.
GG: Minha nossa!
DR: Houve uma queda significativa na pressão e no quadro clínico, mas como a pressão ainda está elevada, merece uma certa atenção.
Ainda mais por se tratar de uma gestante.
GG: Certo.
DR: Senhorita Sidle, pode me informar sua idade, por favor?
SS: 34.
DR: Pois bem. Você já deve saber que pela sua idade, sua gravidez é considerada de risco. E com pressão alta, as chances de uma complicação aumentam. 

Sara ficou assustada. 

DR: Olha, não é preciso ficar assustada. Seu quadro é de atenção, por isso você precisará passar a noite aqui em observação. Sabe me dizer se você tem pressão alta?
SS: Não, minha pressão é baixa, dentro da normalidade.
DR: Então seu quadro é de pré-eclampsia. Veja bem, há duas formas clínicas mais comuns de hipertensão na gravidez: a hipertensão arterial crônica, ou seja, a mulher já apresentava hipertensão antes de engravidar, continuou hipertensa durante a gestação e continuará depois dela e a pré-eclampsia, uma forma hipertensiva que só ocorre durante a gravidez. Neste caso, quando a mulher engravida, sua pressão, que era normal, sobe. Terminada a gravidez, porém, o problema desaparece. O risco maior da pré-eclampsia é o aparecimento de convulsões.  A mulher tem convulsões porque a pressão sobe muito e, em decorrência disso, diminui o fluxo de sangue que vai para o cérebro. A pré-eclampsia é uma patologia que pode ser prevenida desde que se consiga atuar precocemente. No seu caso, descobrimos bem a tempo, então você não terá grandes problemas.
GG: Doutor, que cuidados devemos ter daqui pra frente?
DR: Bem, o primeiro passo é o repouso e controle assíduo da pressão. Outra coisa fundamental é haver uma dieta com pouco sal, isto é, uma dieta hipossódica. Na maioria das vezes, isso resolve desde que o quadro seja leve. No seu caso, senhorita Sidle, isso é o suficiente, por que sua pressão mínima não chegou a 11. Neste caso, quando a pressão mínima atinge ou ultrapassa 11, a mulher precisa ser internada e tomar medicação hipotensora. Verifica-se, então, os níveis de proteína na urina, o tempo de coagulação do sangue, o número de plaquetas, as enzimas hepáticas e se as hemácias dentro do vaso estão sendo lesadas, ou seja, hemólise microangiopática. Sem a presença desse sinais, pode-se adotar uma conduta mais conservadora, mas constatando-se algum deles é necessário interromper a gravidez, único tratamento efetivo contra a pré-eclampsia. 

Sara e Grissom escutavam tudo muito atentos, ela segurando firme as mãos dele. 

DR: Mas não se preocupe, sua pressão há de abaixar. Vou monitorar as batidas do seu coração e lhe medicar.
SS: Ok.

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