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O retrato mortal - cap. 6


GG: Vou pedir para o Archie rastrear. Talvez tenha sido essa intenção de Sara.

Os dois foram até a sala de áudio e Archie fez a ligação do celular de Grissom com o aparelho que podia pôr a mensagem em viva-voz. A voz de Sara estava baixa e ela parecia sussurrar, mostrando que algo estava errado:

SS: Griss, por favor, ouça esta mensagem. Estou na casa do Oliver, ele está louco, querendo me matar. Me escondi em um quarto, mas não sei até quando estarei a salvo. Venha com Brass pra cá o mais depressa possível!

Archie começou a rastrear a ligação e conseguiu obter a localização da chamada:

A: A ligação veio desta área, próximo à divisa de Vegas.
GG: É a casa do canalha. Preciso ir pra lá o mais rápido possível!

Saindo da sala, Grissom avisou Brass e foi para lá com Nick e Warrick. A equipe parou em frente à mansão.

GG: Invadimos ou aguardamos algum sinal?
JB: Vocês ficam aqui, não quero que mais gente saia daqui machucada. Vou entrar com meus homens. Atenção, quando eu der a ordem, invadam a casa!

Brass se afastou e Grissom foi para perto de Nick e Warrick.

NS: Onde será que Sara está, Grissom?
GG: Ela tem que estar bem. Ele não pode ter feito nada de mal com ela.
WB: Esse cara parece ser maluco.
NS: Pessoal, o que... vejam lá em cima!

Nick apontou para a sacada de um cômodo que parecia ser o quarto de Oliver. Era Sara, que enfim tinha encontrado uma saída.

NS: Sara! Aqui, Sara!
SS: Nick!

Sara, com a arma na mão, estava trêmula. E ao ver Grissom, sentiu que estava salva.

GG: Querida, Brass e os homens invadiram a casa. Espere aí que vou te buscar – gritou.
SS: Não, ele é perigoso! Fique aí.

A perita estava entretida olhando para Grissom que não percebeu que Oliver apareceu na porta da sacada.

GG: Sara! Cuidado!

Ela se virou e o homem a agarrou.

SS: Me solta, covarde!
OR: Passe sua arma! Anda, me dê!
JB: Largue-a, seu canalha.

Oliver, envolvendo o pescoço de Sara, virou-se e replicou, atrevido:

OR: Quem é o vovô aí?
JB: Ora meu jovem, não desdenhe da idade, sou muito melhor do que você pensa!
OR: Hahahaha!
JB: Solte Sara por bem ou serei obrigado a atirar em você!
OR: Abaixe sua arma primeiro.
JB: Que garantias você me dá?
OR: Eu largarei a moça.
JB: Ok.

Brass foi abaixando a arma devagar, reparando que Oliver andava lentamente para trás.

JB: Agora faça a sua parte. Solte Sara.
OR: Vou soltá-la sim... mas lá em baixo!

Oliver virou-se com Sara e a jogou da sacada.

GG: Nãaaaao!
NS: Saraaa!

Mas a perita foi esperta e se agarrou nas grades grossas de proteção. Brass não teve outra alternativa senão atirar em Oliver, que caiu inconsciente. Grissom, que havia corrido até a sacada, ajudou Sara a subir.

GG: Cuidado, Sara. Segure firme minhas mãos!

Nick e Warrick ajudaram o supervisor a trazer a perita de volta, sã e salva.

SS: Oh Griss...

Ela abraçou o amado sem se importar com as expressões de incredulidade dos presentes.

GG: Está tudo bem agora, Sara.
JB: Esse aqui já era. Não tive outra saída.
GG: Fez bem, Brass.
SS: Quero te mostrar uma coisa. Venha.

Sara foi na frente, seguida por Grissom, Nick e Warrick. Eles entraram na sala onde havia o retrato.

NS: Nossa, mas a mulher é idêntica a você!
WB: Quem é?
SS: A esposa falecida acidentalmente de Oliver. Segundo ele, o nome dela é Madeleine.
GG: Morte acidental? Em que circunstâncias?
SS: Existe um mistério que ronda esta casa e este quadro, e precisamos descobrir.
NS: Bom, mas a mulher é muito parecida com Sara. Não seria uma parente sua?
SS: Não tenho parente nenhuma em Vegas, Nick. E na casa há várias passagens secretas, sinto que descobriremos algo a mais.
GG: Um momento, Sara – Grissom, sem se importar com a presença dos outros, tocou nos braços da amada, mostrando que estavam juntos – Você quase morreu agora. Tem certeza de que quer continuar aqui?
SS: Estou ótima, Griss... Mais tarde você vai entender tudo.

O sorriso apaixonante da perita deixou Grissom desconcertado na frente dos rapazes, pois deixava explícita a relação dos dois. Mas depois de quase vê-la morrer, já não se importava com mais nada. Os quatro chegaram à biblioteca, repleta de livros.

WB: O cara gosta de ler.
GG: No entanto, não absorveu absolutamente nada sobre caráter e educação.

Sara, curiosa, olhava as coisas. Até que algo lhe chamou a atenção.

SS: Gente, vejam isso.

Os homens se aproximaram dela.

GG: Uma diferença no formato dos livros. É claro que há um fundo falso aqui. Com licença.

Com um lenço, Grissom apertou um dos livros, abrindo uma porta lateral; era uma passagem secreta.

SS: Não falei?
NS: Parece até filme do Indiana Jones. Ou Sherlock...

A passagem levava até uma espécie de câmara funerária. No centro, uma urna enorme, parecendo um caixão, repleto de flores e toalhas árabes.

GG: Warrick, me as luvas.

Grissom vestiu-as e foi procurar alguma evidência ou algo que pudesse abri-la.

GG: Achei! Me ajudem aqui.

Os três homens puxaram a alça e o caixão se abriu. Dentro, um cenário de horror: o esqueleto de uma mulher, pois trajava um vestido e as jóias se encontravam intactas.

SS: Bem que eu suspeitava de um crime aqui.
NS: Mas que coisa mais louca é essa! O sujeito mata a esposa e a deixa num caixão na própria casa!
GG: Tem loucos e loucos, Nick.
WB: Precisamos levar o corpo pro Robbins analisá-lo.

A equipe ainda investigou mais algumas coisas e depois seguiu para o lab. Já era tarde da noite, e Sara estava deitada em sua cama, repousando, com Grissom a seu lado. Ele estava ansioso por querer fazer amor com ela, mas sabendo o dia que a amada tivera, não se atreveu a dizer nada.

SS: Griss...
GG: Diga, honey.
SS: Eu amo você.
GG: Também te amo. E é tão bom ter seu amor...
SS: Eu precisava te dizer uma coisa...
GG: Depois de dizer que me ama, o que você tem a me dizer, honey?
SS: Você vai ser papai.

Grissom arregalou os olhos e sentou-se na cama.

GG: É verdade isso?
SS: Nós fizemos amor antas vezes sem preservativo... acabou acontecendo. Está chateado comigo?
GG: Eu? Honey, estou é feliz! E você enfrentou tantos perigos sozinha, nas mãos daquele louco... e se saiu muito bem! Eu te amo, agora mais do que nunca! Você vai ser mãe de um filho meu! O que eu preciso mais pra ser feliz?
SS: Ver o rostinho dele ou dela...
GG: Sara... minha Sara!

Com o desejo falando mais forte do que qualquer cansaço, os dois se amaram naquela noite. Um amor digno de conto de fadas, intenso e perfeito, porém, real. Grissom amou Sara e Sara amou Grissom na enorme cama de casal. Beijos, sussurros, gemidos, palavras de amor... orgasmos... Oito meses mais tarde, ela deu à luz um belo menino, que se parecia muito com o pai. O nome da criança: William Grissom. Um anjinho que viera para iluminar ainda mais a vida do apaixonado casal. E o retrato dele estava espalhado por toda a casa; neste caso, a imagem da vida! 

Fim

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O retrato mortal - cap. 5


Assim que os dois saíram, Robbins, que de bobo não tinha nada, disse, divertindo-se com a situação:

AR: Ah esses dois... Então o Gil vai ser papai...

Grissom levou Sara até o lock, e fechou a porta.

GG: Sara... é verdade o que o Robbins disse?
SS: Eu não sei, Griss. Eu não sei.
GG: Seria maravilhoso, minha querida. Ser pai de um filho seu seria incrível. E se tiver mesmo uma criança em sua barriga, será a borboleta que se abrirá depois de sair do casulo.
SS: Mas que comparação é essa, Grissom?
GG: Talvez seja por que eu sempre me lembro de você quando vejo uma borboleta, principalmente a Morpho Aega, ou seda-azul. Acho que é a borboleta mais linda que existe, e é a que me remete você.
SS: Bom, eu ainda não sei. Nunca fiquei grávida, não sei como essas coisas acontecem... Só estou sentindo enjôos, mas deve ser estômago.
GG: De qualquer forma, não deixe de ir a um médico.
SS: Não deixarei.

Sara teve de sair mais cedo do lab, pois vomitara mais algumas vezes. Antes que Ecklie percebesse algo, Grissom a liberara para ir embora. Catherine, na sala do chefe, ainda comentou:

CW: Você tem alguma coisa a ver com esses vômitos?
GG: Alguma pergunta a respeito de trabalho, Catherine?
CW: Ok, não vou mais perguntar. Sei que em breve terei a resposta.

A loira saiu e Grissom ficou observando-a intrigado, mas ao mesmo tempo, sentiu uma ansiedade jamais sentida invadir seu corpo. De repente, estava com a mulher que demorou tanto para perceber que precisava dela, e ela estaria esperando um filho seu. Eram as coisas simples do mundo, mas ao mesmo tempo, as melhores – e era o que fazia a diferença. Era disso que Grissom precisava para ser feliz, um amor e uma família. O resto não importava mais.
Em casa, depois de um delicioso banho no qual se sentiu bem melhor, Sara fez o teste de farmácia que comprara antes de chegar em casa. Cinco minutos depois, a descoberta: em sua barriga havia um pedaço de Grissom crescendo e vivendo. Deu o típico sorrisinho de lado e tocou a barriga com carinho. Grissom havia dito que naquela noite ele dormiria com ela em seu apartamento, e os dois jantariam juntos e namorariam bastante. Sara estava feliz. Talvez pela primeira vez na vida, estava sentindo a segurança emocional de que precisava. Agora tinha o apoio físico e psicológico do homem por quem esperou a vida toda, mesmo sem saber. Grissom podia não ser o mais romântico dos homens, mas dava toda a segurança que uma mulher poderia ter. E ele era um grande amante, tanto na cama como fora. Juntos, os dois acabaram concebendo uma vida. Que não estava nos planos deles – Sara jamais se imaginou com uma criança nos braços e amamentando-a, apesar de ter sonhos românticos com Grissom -, mas agora era uma idéia muito boa e essa criança seria muito bem vinda. Por ela, que estava sabendo, e posteriormente por Grissom, a quem contaria à noite, nos braços dele. O telefone tocou, despertando-a dos sonhos de mãe.

SS: Sidle.
OR: Olá, minha querida, como está?
SS: Oliver?
OR: Sim, ele mesmo. Você está muito ocupada neste momento?
SS: Bom, acabei de tomar um banho e vou comer algo.
OR: Venha comer em minha casa, minha cozinheira prepara cada comida mais gostosa que a outra.
SS: Eu não sei...
OR: Estou te esperando. Você sabe meu endereço.

Oliver desligou sem dar a Sara chance de inventar alguma desculpa. Bom, se ele queria vê-la, devia ser urgência, então começou a se preparar para ir. Seria uma rápida visita, então logo estaria de volta. Involuntariamente, desta vez pegou a arma e colocou-a no colete, por dentro. Pegou o carro e seguiu até a casa de Oliver.

M: O patrão virá logo, pode esperá-lo aqui.
SS: Obrigada.

Sara ficou observando a sala de visitas, cuja decoração era em estilo moderno. Mobília muito bem preservada e retratos do homem por todos os cantos.

OR: Olá, minha querida, que bom vê-la novamente!
SS: Vim a seu pedido. O que você queria me dizer?

“Como vou dizer que a quero esta noite? Encontre uma solução, Oliver”, pensou o homem.

OR: Bom, vamos dar uma volta até o jardim, lá a gente conversa melhor. Por aqui, Sara.

Para chegar ao jardim deveria atravessar por um extenso corredor, cheio de portas. O telefone de Oliver tocou e ele se afastou para atender. Sara, intrigada com alguma coisa que a seu ver não estava batendo, notou que uma das portas estava entreaberta e havia luz acesa. Chegou mais perto e encontrou uma luxuosa sala. Entrou, observando cada detalhe. Mas algo chamou sua atenção. Na parede, acima da lareira, havia um grande e belo quadro, de uma mulher. Só que havia um detalhe: a mulher se parecia assombrosamente com ela! Assustada, foi em direção da porta, mas deu de cara com Oliver.

OR: O que você fazia nesta sala?
SS: Vi uma luz acesa e...
OR: E resolveu xeretar, não é mesmo?
SS: Não. A luz me chamou a atenção.
OR: Vocês investigadores pensam que me enganam! Você estava atrás de alguma coisa! Aliás, não deveria ter visto este quadro!
SS: Eu não estava! E se você está escondendo alguma coisa, me diga ou eu vou embora!

Oliver, estranhamente alterado, foi pra cima de Sara, mas ela sacou a arma.

OR: Ah, veio armada! Muito esperta você, hein?!
SS: Eu já estava desconfiada. O que você tem a ver com o quadro dessa mulher na parede? – Sara apontava a arma pra ele.
OR: Não ouse falar de Madeleine!
SS: Quem?!
OR: Minha amada esposa, falecida acidentalmente.
SS: Acidentalmente? Não teria você dado uma ajudinha pra isso acontecer?
OR: Está insinuando que eu a matei?!!! – Oliver deu um berro que a mansão inteira poderia ouvir.

Num impulso e ávida por sair dali, Sara deu um empurrão em Oliver, que caiu por sobre a mesinha de centro, e saiu correndo, tentando sair da casa. De repente o corredor se transformou em labirinto, com tantas portas. Precisava entrar em alguma que a levasse até uma saída, já que o hall da mansão estava interditado propositalmente. Entrou em um quarto escuro e, pra sua sorte, o celular estava em seu bolso. Ligou para Grissom, pedindo ajuda. Estava desligado. “Droga, Griss!”. Mas deixou uma mensagem de voz, ele teria de ouvi-la. Assim poderia ter uma chance de ser encontrada, já que mandariam Archie rastrear o aparelho. Em silêncio, pôde ouvir a voz de Oliver fazendo ameaças no corredor:

OR: Eu vou te matar. Se eu te encontrar, você vai morrer, Sara Sidle!

O coração da perita foi à boca quando ouviu-o girar a maçaneta com força. Logo ele entraria; ele sabia que ela estava ali.

Sara ficou em posição de atirar, caso ele entrasse. Mas o que ela não contava é que havia uma passagem secreta que dava acesso ao quarto onde ela estava. De costas, a perita não viu que ele estava perto, e Oliver tentou dar uma gravata nela. Mas experiente que era, Sara conseguiu se livrar dele e dar um chute no órgãos dele.

SS: Desgraçado! - e saiu correndo, em busca de uma saída.

Enquanto isso, no lab, Grissom parecia aflito com a falta de notícias de Sara.

CW: Não consegue falar com ela?
GG: Sara não atende. Já liguei pra casa dela e nada.
CW: Vai ver ela tentou falar com você no celular. Já olhou seu celular?
GG: Ele está carregando, mas vou dar uma olhada.

Grissom ligou o aparelho e encontrou uma mensagem de voz. Escutou e ficou aflito.

CW: O que foi?
GG: Era Sara. Ela está em perigo!
CW: Você sabe onde exatamente ela está?

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