CW:
Que sorrisinho é esse nos lábios? Foi a carta?
Tentando
não revelar nada a respeito, Sara disfarçou:
SS:
Nada de mais. Tchau, Cath – e saiu.
A
loira fingiu que acreditou, sabia que a amiga estava sendo cortejada. E já que
Grissom não se resolvia, que fosse feliz com o novo “amor”. Sara
chegou em casa cansada, já com sol forte. Antes de tomar um banho, resolveu
ligar para Oliver.
M(mordomo):
Quem gostaria de falar com o senhor de Rossi?
SS:
Ãh... diga a ele que é Sara Sidle.
M:
Um momento, por favor.
Dois
minutos depois...
OR:
Então você resolveu me ligar...
SS:
Seu convite foi tão gentil e tentador...
OR:
Bom, gosto de surpreender as pessoas que me fascinam.
Sara
ficou vermelha.
OR:
Não precisa ficar tímida, apenas sou sincero. E você é uma flor de lótus tão
bela e rara que eu não poderia deixá-la passar. Então, aceita jantar comigo?
SS:
Quando?
OR:
Hoje, às 7. Eu te pego em sua casa.
SS:
A gente se encontra no restaurante. Me dê o endereço e eu chego lá.
OR:
Algum problema em te pegar?
SS:
Não, mas eu prefiro assim. Pelo menos no primeiro encontro.
OR:
Certo... – sorriu – Anote aí.
Depois
que anotou o endereço, Sara tomou um banho e caiu na cama. Dormiu até quase na
hora do encontro. Na hora de se vestir, o problema: que roupa usar? Afinal,
nunca ia a festa nenhuma, nem a quem se mostrar bonita. Se Grissom a quisesse,
ela se faria a mais bela das damas, a mais sensual das mulheres. Se ele a
quisesse... Como
não era ele seu acompanhante da noite, pegou um vestido preto simples, mas
muito sensual, e um par de salto agulha que usara em uma festa no lab – e viu
os olhos de Grissom brilharem mais intensamente, porém não entendeu o motivo,
já que ele não a amava, segundo seus pensamentos. Com
o cabelo preso tendo alguns fios soltos, Sara pegou a bolsa e seguiu em seu
carro para o restaurante. Oliver,
ao vê-la, ficou deslumbrado:
OR:
Você está belíssima!
SS:
Não exagere, Oliver...
OR:
Estou dizendo a verdade. Se continuar assim, vou me apaixonar por você!
OR:
Vamos nos sentar?
SS:
Sim.
Os
dois se sentaram em uma mesa num local mais reservado. Papo
vai, papo vem, e uma música começou a tocar.
“O que é que há?
o que é que tá se passando com essa cabeça?
o que é que tá se passando com essa cabeça?
o que é que há?
o que é que tá me faltando pra que eu te conheça melhor?
o que é que tá me faltando pra que eu te conheça melhor?
pra que eu te receba sem choque?
pra que eu te perceba no toque das mãos o teu coração...
pra que eu te perceba no toque das mãos o teu coração...
o que é que há?
porque é que há tanto tempo você não procura meu ombro?
Porque será?
porque é que há tanto tempo você não procura meu ombro?
Porque será?
porque
será que esse fogo não queima o que tem pra queimar?
que a gente não ama o que tem pra se amar?
que o sol tá se pondo
e a gente não larga essa angústia do olhar
telefona, não deixa que eu fuja
me ocupa os espaços vazios
me arranca dessa ansiedade
me acolhe, me acalma em teus braços macios
macios...”
que a gente não ama o que tem pra se amar?
que o sol tá se pondo
e a gente não larga essa angústia do olhar
telefona, não deixa que eu fuja
me ocupa os espaços vazios
me arranca dessa ansiedade
me acolhe, me acalma em teus braços macios
macios...”
A
letra era tão profunda que Sara fez um grande esforço para não chorar, apesar
de sentir seu coração se espatifar. Era uma letra que trazia Grissom à mesa.
Era uma ausência sempre presente em sua vida. Oliver percebeu que ela ficara
emocionada, mas não compreendeu que as lágrimas ansiosas por cair era por um
homem que a perita via todos os dias, e que para ele, ela não passava de uma
subordinada. Nada mais. Para
tentar fazê-la não pensar em coisas tristes, Oliver a chamou para dançar. Havia
outros casais dançando, então Sara aceitou. Porém, no restaurante havia uma
pessoa que estava presenciando aquilo tudo: Teri Miller, que estava jantando
com uma amiga.
##:
Você a conhece, Teri? – disse a amiga, vendo que Teri estava atenta ao casal.
TM:
Ãh? Sim, eu conheço a mulher. É perita criminalista do laboratório. É a paixão
do Gil.
##:
Gil Grissom, o bonitão?
TM:
Ele mesmo.
As
duas continuaram a observar a dança dos dois. Eles
ainda voltaram para a mesa e apreciaram uma deliciosa sobremesa. Na saída,
Oliver ofereceu carona à Sara. Mas ela tinha outros planos:
OR:
Não quer a carona?
SS:
Preciso resolver um assunto mal-resolvido.
OR:
Eu posso ajudá-la?
SS:
Não, eu mesma tenho de resolver isso. Mas valeu pela ajuda.
OR:
Posso te ligar depois?
SS:
Claro!
Oliver
entrou no carro e seguiu pra casa. Sara caminhou até um ponto de táxi. Desceu
no bairro de Grissom, e sabia que ele estaria em casa àquela hora. Parou antes
em um mercadinho que ficava a três quadras do apartamento dele e comprou um
chiclete para diminuir o hálito da comida. As pessoas ficaram admirados com sua
elegância e beleza. Mas ao sair do estabelecimento, uma forte chuva desabou. “Essa
não, vou ficar feito um pingüim ensopado!”, pensou. Mas não haveria outro
jeito. Caminhando a passos lentos com seu salto agulha para não tropeçar e
sentindo o vestido colar no corpo por conta da chuva, Sara conseguiu chegar até
o prédio de Grissom. Subiu, tremendo de frio, e parou na porta dele, indecisa
quanto a bater ou não. Grissom,
no conforto do lar quente, bebia um chá e lia um artigo sobre insetos. Teve a
impressão de ouvir alguém bater na porta e foi ver quem seria àquela hora, que
não era tarde, mas também não era mais dia. Levou um susto ao ver Sara,
completamente molhada, mas linda em um vestido preto, parada bem à sua frente.
GG:
Sara? O que você... faz aqui à essa hora, e molhada desse jeito?
SS:
Eu acabei pegando chuva no caminho.
GG:
Entre, você vai acabar se resfriando.
A
perita tirou os saltos, colocou-os no canto da porta e entrou.
GG:
Vou pegar uma toalha pra você se secar.
Quando
Grissom voltou com a toalha, comentou:
GG:
Que idéia mais louca a sua de andar pelas ruas vestida dessa maneira tão...
tão... bonita... e molhada!
SS:
Bom, estou vindo de um encontro. Não aceitei a carona porque precisava vir até
aqui. Queria te perguntar uma coisa.
GG:
Pergunte.
SS:
Você... libera meu coração para eu entregá-lo a outro?
O
supervisor arregalou os olhos, não acreditando no que acabara de ouvir da
mulher que amava secretamente.
GG:
Como é, Sara?!
SS:
Eu queria saber se você se importaria se eu entregasse meu amor a outro homem,
já que você, a quem eu amo, não me quer.
GG:
Olha Sara, eu não... eu não sei o que te dizer.
SS:
Seu olhar já me disse tudo. Vou-me embora.
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