Catherine deixou Grissom na linha por alguns
instantes. Entre tantas cartas, a loira encontrou um envelope contendo o
convite de casamento de Sara e Hank.
CW: Ah... agora entendi tudo - e voltou ao telefone.
CW: É, eu recebi também. O que você pretende fazer?
GG: Sinceramente? Não sei...
CW: Pelo amor de Deus, Gil! Você não vê?! Esse convite
é um pedido de socorro de Sara! Ela está
dizendo: “Essa é a sua última chance. Se não vier me buscar, vou me casar com Hank”. Como pode deixar a mulher
que você diz amar se casar com outro homem?! Tudo bem que ela está grávida
desse homem, mas Gil, é você quem ela ama e sempre amou! Como você pode ficar
tão omisso diante de uma situação desagradável dessas?
GG: Sinto que estou sem forças para lutar por ela...
CW: E eu sinto que você virou um banana! Sinto dizer
isso, mas esse não é o Gil Grissom que eu conheço, determinado, seguro de si e
com personalidade. Tomou algum antipsicótico para ficar caído desse jeito?
GG: Sinto que minha alma está dopada desde que vi
Sara com Hank meses atrás, e quando ela
disse que estava grávida, fiquei mal, sentindo que a estava perdendo e que eu
poderia ter sido o pai daquela criança.
CW: Ainda tem tempo. É só você procurá-la antes que
ela vá para a igreja. Aí sim, se você não fizer nada, adeus Sara!
Grissom desligou o telefone sabendo que teria de
fazer alguma coisa para resgatar a mulher amada dos braços de outro homem. Só que, mais uma vez, a inércia imperou sobre o amor
que sentia por Sara e ele acabou se acomodando. Extremamente triste de tanto
esperar por alguma atitude digna de um homem que Grissom sempre mostrou ser, de
personalidade e de muito caráter, Sara vestiu seu vestido de noiva, branco e
simples, mas muito charmoso, e realçava sua barriga de seis meses de gestação.
Um sapato branco de salto baixo, meia calça branca e fina e estava pronta para
a cerimônia. Para completar, algumas presilhas prateadas e com
algumas pedrinhas de brilhante na cabeça e um batom discreto. A princesa Sara à
espera de um príncipe que não viria. Todos do lab já estavam no local da cerimônia civil,
aguardando a chegada de Sara e, quem sabe, um milagre acontecesse e Grissom
impedisse a realização de tal. Hank já estava no altar, aguardando ansioso e
feliz a entrada de Sara na igreja. Catherine, dando uma espiada para trás, vendo se via
o carro que traria Sara chegar, acabou tendo uma surpresa (enxergava muito
bem!): escondido na última fileira, usando seus óculos de grau, estava Grissom.
“Ora ora... veio ver a cerimônia, mas não vai fazer nada?”, pensou a loira. Um
pouco mais de uma hora havia se passado e a perita não chegava na igreja. Os
murmurinhos eram cada vez maiores, as pessoas presentes comentavam entre si
onde estaria a noiva. Hank passava o lenço no rosto a todo instante, tenso com
a demora. Um toque de celular foi ouvido na igreja. Era o de
Brass. Todos voltaram-se para ele, que imediatamente se levantou.
CW: O que houve, Jim?
JB: Acabaram de me avisar que Sara está correndo um
grande perigo!
NS: Espera ai, que perigo é esse, Brass?
JB: Sara está nas mãos do assassino.
CW: Vamos pra lá?
JB: Está com sua arma aí?
NS: Eu estou, Brass.
JB: Ótimo! Vamos então.
CW: Ei! Alguém precisa avisar ao noivo do
acontecimento.
JB: Diga apenas que a cerimônia irá se atrasar.
A igreja com poucos convidados ficou agitada com
Catherine tentando explicar o ocorrido. Ela estava doida pra se juntar à equipe
e Hank e seus convidados a cercaram para saber de quaisquer detalhes. Grissom
saiu da igreja e se juntou a Brass.
JB: Você por aqui, Gil?
GG: Depois eu explico. O que aconteceu?
JB: Recebi uma ligação informando que Sara está com
o criminoso que matou Melissa Stone.
GG: Onde, Brass?!
Enquanto isso, em um determinado local, Sara sofria
nas mãos de um homem extremamente violento. Já havia levado alguns socos, e
estava quase sem forças, ainda mais com a barriga avançada.
##: Você pensa que é esperta, hein senhorita Sidle?
Achou que se daria bem saindo com um homem casado e achou que ficaria por isso
mesmo? - falava agressivamente, enquanto segurava a perita com os braços,
dando-lhe uma gravata.
O sangue do corte na testa sujava o branco de seu
vestido, e Sara só pensava em Grissom naquele momento. Será que até para
salvá-la ele seria mole? A suv seguia para o local, à beira de um penhasco em
pleno deserto. A polícia também estava a caminho. Eles estavam de frente para o despenhadeiro, o
criminoso sempre com um dos braços ao redor do pescoço de Sara e com uma arma
na outra. Ao ouvir o barulho dos carros, o bandido virou-se e apontou a arma
para a cabeça da perita.
JB: Largue a moça e jogue a arma ao chão.
## (gargalhando): Só pode estar brincando, né?
GG: Você não vai fazer nada do que está pensando...
##: Fica de fora, gorducho!
JB: Largue a moça!
O criminoso se irritou e deu um tiro que pegou no
ombro de Grissom.
SS: Nãaaao! - gritou desesperada Sara.
Com o grito, o bandido se distraiu e Brass o acertou
com três tiros. Com as balas atingindo o peito, o marginal pisou em falso e
acabou caindo do penhasco. Sara, caída no chão, foi socorrida por Nick e Greg.
Grissom, por Catherine e Warrick. Ambos foram para o hospital, onde, medicados,
foram liberados. Hank apareceu em seguida, preocupado com o estado de
Sara. Pensando em Grissom ferido, a bela perita caiu no choro.
HP: Ei, está tudo bem. Acabou.
SS: Não acabou, Hank. Não acabou!
HP: Não entendo...
SS: Se olhasse bem pra mim, entenderia.
Hank deu um longo suspiro e depois disse:
HP: Você o ama, não é?
SS: Sim.
HP: Mas se ele te quisesse mesmo, teria feito de
tudo para impedir que ficássemos juntos.
SS: Grissom tem um jeito que é só dele. E eu o amo
do jeito que ele é. Sinto muito se não consegui ser a mulher ideal para você...
HP: E nossa filha?
SS: O que tem?
HP: Como você vai ficar com um homem estando grávida
de outro?
SS: Não se preocupe, nossa filha será bem tratada.
Sara ia saindo do hospital, quando Hank disse:
HP: Se ele não a quiser, você me procura?
Com um sorriso nos lábios, a bela deu um tchauzinho
e saiu.
Chovia forte e Sara andava pelas ruas ao anoitecer.
O celular tocou.
SS: Sidle.
GG: Onde você está?
SS: Ãh... Perto da Strip, por que?
GG: Não estou te ouvindo muito bem...
SS: Fala mais alto, Griss, está chovendo muito!
GG: Me espera aí onde você estiver que eu quero
falar com você.
SS: Não demore muito, estou molhada.
GG: Ok.
Os dez minutos que Sara ficou esperando por Grissom
pareceram uma eternidade. Sentia o corpo queimar por dentro, embora estivesse
congelada. Estava ansiosa. O que ele, depois de tudo,a inda tinha a lhe dizer? O supervisor também estava ansioso. E ver Sara
molhada, esperando-o, deixou-o muito alegre. Desceu do carro e foi correndo até
ela, que tremia de frio.
GG: Me desculpe fazê-la esperar tanto tempo! Porque
não ficou debaixo de um toldo?
SS: Estava esperando por você....
GG: Ah Sara...
Grissom segurou o rosto de Sara e a beijou
intensamente. Com a chuva os beijos ficaram mais intensos e os corpos, cheios
de desejo.
SS: Griss... eu não posso... estou...
GG: Grávida? Eu sei!
SS: Não posso sentir esses desejos... você sabe...
GG: Me desculpe por tanto tempo que te fiz esperar,
honey! - ele beijou a testa da amada e depois a abraçou.
SS: Griss...
GG: O que foi? - sussurrou.
SS: Estou com frio.
GG: Vamos embora, vou te aquecer. E temos muito o
que conversar.
Os dois seguiram para o apartamento de Sara, onde se
entregaram ao amor. Mesmo com medo da barriguinha de seis meses, os dois
tiveram sua noite de amor tendo a bênção dos anjos. Enfim, os dois assumiram para o mundo que estavam
juntos. No início de março,
quando Sara deu à luz, Grissom esteve ao lado dela. A menina era loira como
Hank, mas tinha o jeitinho doce como a mãe. E mesmo que a menina fosse filha de
outro, Grissom a amava como filha. O pai de Ellen era presente na vida da menina, nem
Sara nem Grissom o proibiram de participar da vida da garotinha. Quando a pequena completou dois anos de idade, Sara
ficou grávida. Ela e Grissom não cabiam em si de contentamento, e a vinda do
novo bebê só completou a felicidade que se fazia presente na vida da família. Porque
o amor, quando é grandioso, torna a vida muito mais bonita. E Grissom e Sara,
amantes, cúmplices, parceiros, são a mais fiel prova de que o amor ainda vale a
pena!
Fim