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Por amor - cap. 1


Trilogia: Por amor – Pra ter seu amor – O passado bate à porta

Parte 1/3

Vegas estava enfrentando um tempo seco terrível. Muito calor e a umidade relativa do ar estava muito baixa, sem vento nem sinal de chuva. Com isso, o humor dos habitantes da cidade, até mesmo dos turistas, estava péssimo.  Não era diferente com a equipe do laboratório de criminalística.

CW: Estou me sentindo péssima com esse tempo! O suor não me deixa raciocinar direito!
NS: É, o tempo está horrível mesmo! Mas nem por isso os crimes deixam de acontecer.
CW: Infelizmente...

Sara estava quieta, na sala de convivência. Aguardava o término do turno para se encontrar com Hank. Havia desistido de lutar por Grissom há muito tempo, tendo em vista que ele não era mais o homem que conhecera e se apaixonara em São Francisco. Com qualquer outra mulher ele se mostrava gentil – em especial Teri Miller e Lady Heather -, mas com ela em si permanecia sendo frio e distante. Vez ou outra se atrapalhava, e a coisa ficava patética então, com o surgimento do belo loiro, alto e fortão, Sara resolveu jogar tudo pro alto e pelo menos ter alguns momentos de prazer – amor seria praticamente impossível, pois seu coração amava Grissom, sendo ele do jeito que era. Após pegar sua bolsa, sara despediu-se da equipe.

SS: Bom, vou nessa.
NS: A gente se vê amanhã, sara.
CW: Vai pra casa?
SS: Talvez – e sorriu.

Catherine sorriu curiosa, sabendo que a colega de trabalho estava saindo com o policial bonitão.

CW: Sei... De qualquer forma, divirta-se.
SS: Vou sim. Amanhã é minha folga, então... a noite promete!
Boa noite, gente!
CW: Boa noite, Sara.

Saindo pelo corredor, Sara deu de cara com Grissom.

SS: Boa noite, Griss!
GG: Já vai embora?
SS: Bom, meu turno acabou. Então...
GG: Tenha uma boa noite.
SS: Com certeza terei.

Sara saiu e deixou uma incógnita no ar. O que será que ela quis dizer com aquilo? Será que... estaria saindo com alguém? Antes de sair, perguntou a Catherine, fingindo indiferença:

GG: Você sabe se por acaso... Sara... hã...
CW: Fale, Gil! O que você quer saber de Sara?
GG: Sabe se ela está saindo com alguém?
CW: Por que isso agora? - sorriu.
GG: Ela me parecia bem contente. E isso não é algo muito comum de se ver em Sara.
CW: Talvez ela tenha seus motivos para sorrir. Quem sabe um romance...

Grissom olhou abismado para Catherine, que havia dito aquilo para ver se tirava alguma reação do amigo aparentemente insensível. Ele nada disse após ouvir aquilo de Catherine, e seguiu para o estacionamento. Não queria admitir, mas saber ou pensar na hipótese de sara estar com alguém abalara seu coração. Como poderia ser, a perita mais workaholic de Vegas dando-se ao luxo de ter encontros? Ainda mais com outro homem que não ele! Bom, Grissom sabia perfeitamente que o único culpado por Sara estar cada vez mais longe dele era o próprio. Ele, que tantas vezes disse não aos convites inocentes que ela lhe propusera, ele, que tantas vezes a viu com o olhar triste e carente e nada fez... Ele, que tantas vezes pôde ouvir o som das lágrimas da mulher que o arrebatara em são francisco anos atrás... e mais uma vez, nada fizera, simplesmente permaneceu de braços cruzados!Agora, sabendo que ela poderia estar naquele momento em outros braços, não poderia reclamar de nada. Apenas lamentar ser o homem que estava sendo há 50 anos e não fazia nada para tentar mudar os próximos anos de sua vida. Enquanto isso, na casa de Hank...

HP: Você quer assistir um filme? Tenho vários em dvd, acho que seria legal...
SS: Pode ser...

Hank mostrou alguns títulos a Sara, que escolheu um de aventura. O loiro colocou o cd no aparelho e sentou-se ao lado da perita no sofá. Ele a abraçou e o filme começou. Mas ele não parecia muito interessado em assistir filme nenhum, pois estava sempre tocando-a em certos lugares, fazendo-a ficar excitada. O calor estava cada vez maior, e na casa dele não era diferente.

HP: Sara... você não quer... ficar mais à vontade?
SS: Em que sentido, Hank?
HP: Oras, está quente, não sente o calor?
SS: Sim.

Ele a olhava enquanto desabotoava o jeans dela. Sara apenas olhava, e sentia o dedo grande do bonitão invadir sua calcinha. Ela gemia baixinho, e ele, vendo que ela estava gostando, arrancou o jeans e a calcinha dela. Em seguida tirou a bermuda e a cueca, já que estava sem camisa. Começou a beijá-la intensamente e rapidamente teve uma ereção.

HP: Não posso evitar... Sara... te quero agora...

A perita, carente de prazer e algum carinho, se entregou àquele que não era o homem de sua vida, mas que por breves instantes, a fazia se esquecer de quaisquer dores relativas ao amor por Grissom. O sexo rolou na sala mesmo, com a TV ligada. Mesmo que tanto tempo havia se passado desde são Francisco, Sara jamais esquecera como era Grissom na cama. Não sabia se ele continuava o mesmo fogoso de tempos atrás, mas havia grande diferença entre ele e Hank.
Depois do orgasmo, ele acabou pegando no sono no tapete mesmo. Sara não conseguiu fechar os olhos. Seus pensamentos foram de encontro a Grissom. Onde e o que estaria fazendo o homem que, por mais que machucasse seu orgulho de mulher, fazia seu coração gritar desesperadamente por ele? Ele estava em seu quarto, deitando, sozinho, pensando em alguém que não viria. Inconscientemente esperava por Sara, mas sentia que ela estava, naquele momento, entrelaçada com algum homem. Nos dias que se seguiram, Grissom não conseguia encarar a amada direito. Sentia vontade de dizer tudo o que estava sufocado dentro do peito, sentia que precisava abrir seu coração, mas... como sempre, seus medos e ceticismos o impediam de se aproximar o coração de Sara, e assim a deixava solta para se jogar em quaisquer braços – e ela estava de fato em outros braços naquele momento, envolvida com Hank, um cara não muito confiável, apesar da pinta de galã e do sexo envolvente. Algumas semanas se passaram e o relacionamento entre a perita e o galã conquistador estava pra lá de ruim. As brigas eram constantes, e Sara desconfiava de que ele a traía. E o humor péssimo dela era sentido no lab. Sabendo como Sara ficava quando brava, ninguém se arriscava a dar algum conselho ou tentar acalmá-la. Grissom, vendo a situação piorar, a chamou em sua sala.

SS: Queria falar comigo?
GG: Sim. Sara, não sei o que está acontecendo com você, mas seu humor está afetando seu trabalho dentro do lab.
SS: Sabe que não misturo problemas pessoais com trabalho. Nunca fiz isso e não começaria a fazer agora.
GG: Sei disso, mas alguma coisa que lhe aconteceu a deixou do jeito que está agora.
SS: E como estou agora?
GG: Anda nervosa, impaciente, distribui patadas gratuitamente e sem motivo algum, chega com alguns minutos de atraso, vai embora mais cedo... Enfim, eu poderia fazer uma lista com o que você anda fazendo.
SS: Não se preocupe comigo, está tudo bem.
GG: Onde está tudo bem, Sara?!
SS: Griss, me faz um favor?
GG: Qual?
SS: Vá para o inferno!

Sara saiu da sala irritada com o sermão que ouvira de Grissom, que ficou estático com a atitude dela. Jamais a vira tão brava. Alguma coisa muito séria deveria estar mesmo acontecendo para deixá-la daquele jeito. Assim que saiu da sala de Grissom, Sara correu para o banheiro, onde vomitou horrores. “Isso não pode estar acontecendo... não pode...”  Meia hora havia se passado e nada de Sara aparecer na sala de convivência, onde apenas Catherine se encontrava, já que os rapazes estavam em campo.

GG: Sara não está aqui?
CW: Estava procurando por ela?
GG: Acabamos tendo uma discussão...
CW: Como é?! Vocês dois brigando?
GG: Esquece. Você não a viu?
CW: Não.

Naquele momento ela apareceu na sala. Parecia um fantasma, de tão pálida.

CW: Você está bem, Sara?
SS: Agora estou melhor.
GG: Estava te procurando.
SS: Eu estava no lugar pra onde te mandei...

Catherine arregalou os olhos, espantada com a resposta da colega.

CW: Eu perdi alguma coisa?
GG: Quer nos deixar a sós, Catherine?
CW: Está bem... já que sempre perco o melhor da festa...

Assim que a loira saiu...

GG: Ainda brava?
SS: Eu deveria estar, mas já passou. Não me sinto bem e quero ir pra casa. Você me libera?
GG: Está acontecendo alguma coisa?
SS: Apenas não me sinto bem.
GG: Está bem. Se precisa ir embora, eu te libero. Mas não quer que eu a leve para casa?
SS: Ainda consigo dirigir, Griss. Boa noite.
GG: Boa noite, Sara.

Assim que Sara saiu, Grissom sentiu que entre eles havia um muro muito grande, e que seria difícil quebrar essa barreira naquele momento. Em casa, depois de um gelado banho, já no aconchego da cama enorme e vazia, Grissom lembrou-se de um momento em São Francisco, quando conheceu a então estudante Sara Sidle.

* Flashback *

GG: Você tem um sorriso lindo. Aposto como todos os rapazes ficam encantados pelos seus dentes...
SS: Não saio sorrindo por aí, não pra qualquer um... Sou tímida e difícil de me encantar por alguém...
GG: Ninguém consegue penetrar em seu coração?

Sara sorriu e Grissom entendeu o recado.

GG: Espero ser merecedor do seu carinho, embora eu não seja o mais romântico dos homens.
SS: Se é romântico eu não sei, mas que é o mais quente dos homens, isso é...

O entomologista sorriu maliciosamente e a jovem, com as mãos nos ombros descobertos dele,o puxou pra si e os dois continuaram a se amar na cama do quarto da estudante na república. O professor e sua aluna descobrindo juntos o prazer de uma paixão inesquecível.

* Fim do flashback *

No dia seguinte, Sara fez um exame de laboratório e constatou sua gravidez. Ficou em estado de choque. Jamais pensou em ficar grávida, ainda mais com um homem que não fosse Grissom. Como seria agora? Pegou o celular e ligou para Hank. Bem ou mal, ele era o pai da criança que estava esperando, e deveria dar a notícia. Caixa postal.  “Bem, estou atrasada, preciso ir para o lab”. Antes de sair do carro, ainda ligou para a casa do loiro. Ninguém em casa. Deixou então um recado na secretária eletrônica.

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