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Por amor - cap. 6


GG: Deixe-me ver isso.

Grissom pegou o vidrinho e analisou bem. Levantou a sobrancelha e em seguida olhou para a equipe.

GG: Já sei o que se passou aqui.
CW: Já sabe?! Então nos diga.
GG: Sara e Hank são vítimas e culpados.

NS: Como é?!
GG: Sara é vítima de Hank, que a dopou com serotonina. Ele, por sua vez, foi vítima da ira ou sabe-se o que, dessa mulher que morreu aqui. E mais alguém tinha interesse em acabar com Melissa Stone.
GS: Uma teia de intrigas...
WB: Mas não entendo porque então Sara e Hank foram poupados.
GG: As respostas estão exatamente com o criminoso. E vamos encontrá-lo!

Enquanto a equipe procurava e descobria mais evidências no apartamento de Hank, o próprio era interrogado na delegacia.

JB: Sabe dos procedimentos em um interrogatório, não é senhor Peddigrew?
HP: Sim.
JB: Muito bem. Nome completo, idade e profissão.
HP: Hank Peddigrew, 37 anos, paramédico da polícia.
JB: O que você fazia com Sara Sidle no seu apartamento na noite do crime?
HP: Bom, eu liguei pra ela porque queria vê-la, e ela me disse que estava com o carro quebrado na via expressa, então fui até lá ajudá-la. 
JB: Porque não chamou um reboque?
HP: Não quis que ela tivesse todo esse trabalho. Então a levei para o meu apartamento, e como acabamos pegando chuva, dei uma toalha para que ela se secasse.
JB: Como você explica Sara ter sido aparentemente dopada?
HP: Bem, eu... estava a fim de transar com ela novamente, a gente sempre se deu bem na cama. Mas Sara não estava muito a fim, ela mudou depois que descobriu que eu era casado.
JB: Então você não sabe que relação sexual não consensual implica em estupro?
HP: Eu não estuprei Sara!
JB: Mas a possuiu sem que ela quisesse! Isso lhe renderá um processo com pena que pode chegar a longos anos de prisão.
HP: Acredite. Eu não estuprei Sara nem matei Melissa!
JB: É o que veremos.

Hank foi levado de volta para a cela. Nem ele nem Sara se viram depois disso. A perita estava tão pálida, tão triste e revoltada por estar presa sem ter culpa nenhuma que resolveu não comer direito, embora soubesse que deveria comer mais, por causa da criança em sua barriga. O que ela não sabia era que Grissom entrara de cabeça nas investigações por amor a ela. E ele estava disposto a enfrentar qualquer um para defendê-la, sabendo que ela era inocente, mesmo que custasse seu emprego. Grissom... como ela desejava estar nos braços dele naquele momento... como ela o amava, desde são Francisco! Dois dias se passaram e a equipe já sabia do estado de Sara.

CW: Ela quase não come, está magra, abatida e pálida. Parece um quadro típico de depressão.
GG: Mas ficar sem comer não vai ajudá-la a provar sua inocência.
CW: Você não vai fazer nada para tirá-la dessa tristeza?
GG: Nem mesmo meu amor seria suficiente agora. Preciso é de provas para inocentá-la. O assassino está à solta e pode fazer mais vítimas.
CW: Coitada dessa criança... onde foi se meter?
GG: Vou fazer o que puder para protegê-las, Catherine.
NS: Me passou uma coisa pela cabeça.
CW: O que?
NS: Tem uma pessoa nessa história que vocês não estão levando muito em conta, mas que pode ajudar bastante a solucionar o caso.
GG: Quem, Nick?
NS: A esposa do Hank. Se ela convive com ele, deve conhecer as pessoas com quem ele tem contato.
CW: Pode ser...
GG: Estive com Sara até a casa deles e...

Grissom teve um estalo naquele momento.

CW: O que foi?
GG: Estou me lembrando de algumas coisas que notei quando estive por lá.
CW: Como...
GG: Conversando com Lisa Peddigrew, senti uma frieza no tom de voz dela ao se tratar do filho que havia acabado de perder.
Mãe nenhuma ficaria impassível diante de uma situação dessas.
CW: Acha que ela pode ter alguma coisa a ver com o homicídio?
GG: Ainda não tenho certeza absoluta, mas tem uma peça que não está encaixando bem nesse quebra-cabeça. E eu vou descobrir o que é. Vem comigo, Catherine?
CW: Claro.

Os dois seguiram para a casa do casal Peddigrew. Mas Grissom deixou Brass de sobreaviso em caso de alguma surpresa.

GG: Senhora Peddigrew?
LP: Vocês de novo aqui?
CW: Porque o espanto? Você não tem nada a esconder, não é mesmo?
LP: Não... é claro... Mas o que desejam?
GG: Precisamos fazer alguns perguntinhas.

Um barulho de vidro se espatifando veio dos fundos.

GG: Está acompanhada?
LP: E por que eu deveria? Meu marido está na cadeia, então deve supor que eu esteja sozinha.

Enquanto Grissom tentava um diálogo com a jovem loira, Catherine olhou para a janela e viu um homem colocar uma espécie de explosivo na suv.

CW: Ei! Você!

A loira saiu com arma em punho e o suspeito saiu correndo. Lisa Peddigrew tentou correr, mas foi segura por Grissom.

GG: Ia a algum lugar?
LP: Me larga! Me larga!
GG: Largarei você... na delegacia!

A suv explodiu, ficando destruída por completo.

GG: Acho que você tem algo a me explicar, senhora Peddigrew!

A mulher urrava de raiva, tentava se desvencilhar dos braços fortes de Grissom, mas ele não a soltou. Somente quando Brass chegou com policiais.

JB: O que é isso?
GG: Temos uma grande suspeita aqui. Acho que ela não vai demorar muito a contar toda a verdade, não é senhora Peddigrew?
JB: Ora ora, tramando contra o próprio marido? Que coisa feia pra uma mulher bonita como você...

Catherine chegou esbaforida.

GG: E aí?
CW: Ele conseguiu escapar. Consegui  ver alguma coisa dele, só não sei se poderei reconhecê-lo no banco de dados do lab.
GG: Bom, talvez você consiga reconhecê-lo, então iremos para o lab. Mas antes passarei na delegacia. Quero ver como Sara está.
JB: E eu cuidarei dessa moça aqui. Acho que ela tem algo a nos dizer que não sabemos ainda. Vamos!

Grissom e Catherine seguiram para a delegacia, tal como Brass e seus policiais. Ao chegar na cela, o supervisor sentiu todo o seu amor por Sara explodir dentro do peito. Ela estava deitada na cama dura, adormecida, com as roupas laranjas que mais pareciam sacos de pano, de tão largas.

GG: Honey... - sussurrou.

O som da voz de Grissom entrou como uma suave melodia nos ouvidos de Sara, que imediatamente abriu os olhos e viu um par de olhos azuis em sua direção. Levantou-se e foi até eles.

GG: Como você está se sentindo?
SS: Sinto que cortaram minhas asas. Estou péssima, nem sei mais o que pensar... Estou esgotada!
GG: Shiii! - tocou o dedo nos lábios dela – não pense em nada de ruim, o pesadelo acabou.
SS: Acabou?! - levantou uma das sobrancelhas, e assim o fazia sempre que estava desconfiada de algo.
GG: Acabamos de prender a possível mandante do assassinato.
SS: Como é?!
GG: A esposa de Hank Peddigrew tem coisas a nos explicar. Catherine acabou enfrentando um homem que explodiu a suv, mas ele conseguiu escapar.
SS: Ele precisa ser pego a qualquer custo.
GG: Eu prometo.

Os dois pares de olhos se beijavam em silêncio. O azul dos olhos de Grissom gritava por Sara: “como eu te amo, querida!”, e os castanhos e chorosos da perita imploravam: “me tire daqui, Griss! Por favor!”. Ele tocou no queixo suave dela e sentia o coração bater mais forte. Em seguida, tocou com carinho na barriguinha onde estava o filho de Hank... Sara abaixou a cabeça por um momento e depois a levantou, em lágrimas.

GG: Não chore, Sara. Esse filho é meu. É nosso. Não importa as circunstâncias, não importa que você o tenha gerado com outro homem. É tudo culpa minha. Se eu não tivesse sido tão covarde esses anos todos, nós estaríamos juntos, felizes e quem sabe até formando uma família...

Sara chorou ainda mais.

SS: Pare de dizer que esse filho é seu porque não é! Não foi com você que eu o fiz, e por mais que eu te ame, sempre haverá esse detalhe entre nós! Por mais que você diga que não se importa, eu sempre vou me lembrar disso! - soluçava - Não queria que tivesse sido assim... Tudo o que eu sonhei em termos de amor foi somente depois que eu te conheci em São Francisco... Nunca mais fui a mesma depois que você entrou em minha vida. E na tentativa de esquecer todos os nãos que você me disse, toda a dor que sentia por te amar, me entreguei a outro homem. Nunca amei o Hank, mas com ele eu me sentia menos solitária, já que você nunca me via na sua frente. E sem qualquer senso de responsabilidade, acabei engravidando.
GG: A gravidez foi o de menos. Mas você poderia ter contraído alguma doença sexualmente transmissível, o que seria bem pior...

Sara tocou a testa na grade e, sussurrando, pediu:

SS: Por favor, Griss... já estou sofrendo demais. Não venha com sermões...
GG: Não estou passando sermão, apenas te lembrando o que poderia ter acontecido.
SS: Mas não aconteceu!

Grissom a olhou como sempre fazia quando não entendia ou fingia não entender o que ouvira. E quando ouvia alguma coisa que não lhe agradava, fugia de fininho. E assim, deixou Sara e voltou para a recepção da delegacia. Enquanto isso, Brass, acompanhado de Catherine, interrogava Lisa Peddigrew.

JB: Muito bem, senhora Peddigrew, porque você arquitetou esse crime? Havia alguma razão em especial?
LP (dando gargalhada): Bom, chifre é uma boa razão, não?
CW: Você sabia de algum caso extraconjugal de Hank?
LP: Melissa Stone e também com a perita, Sara Sidle, se não me engano o nome.
JB: E sabia da existência do apartamento de Hank?
LP: Até onde sei, era dele quando solteiro. Ele havia me dito que tinha vendido, mas acabei descobrindo que não. Então consegui uma cópia da chave, se até a tal Melissa tinha, então porque eu não teria?
CW: E porque resolveu matar a moça?

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