SS:
Hank?
HP: Oi
Sara.
SS: Mas o que... você faz aqui?
HP: Podemos conversar?
SS: Claro, entre.
O fortão estava meio sem jeito, depois
de tudo o que aconteceu.
HP: Queria te agradecer por não ter dado
queixa de mim sobre... você sabe...
SS: Não queria te prejudicar mais do que
você já estava.
HP: Valeu! Isso foi muito legal de sua
parte.
SS: Mas, o que o trouxe aqui?
SS: Mas, o que o trouxe aqui?
HP: Trouxe um presente para o nosso
filho. Sua barriga está maior, está bonita...
SS: Estou entrando no quarto mês.
HP: Posso? - esticou a mão, querendo
acariciar a barriga.
SS: Claro.
Hank colocou a mão com muito cuidado na
barriguinha de Sara, como se temesse que o bebê pudesse se machucar apenas com
o toque da mão.
HP: Eu senti o bebê se mexer...
SS: Está mexendo um pouquinho...
HP: Já estou curioso para saber o sexo.
SS: Eu fiz um exame esta semana e descobri o que é o
bebê.
HP: Porque não me ligou? Assim eu teria ido com
você!
SS: Não somos um casal, Hank. Por isso não achei que
fosse necessário...
HP: Mas sou o pai dessa criança que está dentro da
sua barriga. Gostaria de ter ido com você, é meu primeiro filho!
SS: Ué, e o menino que morreu no parque?
HP: James não era meu filho, só da Lisa.
SS: Puxa... não sei o que dizer.
Hank se sentou no sofá, sentindo-se à vontade.
HP: Eu gostava do moleque, mas não era meu filho. E
essa criança em seu ventre está me tornando um novo homem.
SS: Certas coisas não mudam, Hank.
HP: Mas quem deseja mudar pra melhor, só precisa de
uma razão. E nosso filho...
aliás, eu quero te perguntar: é menino ou menina?
SS: É uma menina!
Hank sorriu feito uma criança.
HP: Então vamos ter uma gatinha?
SS: Sim.
O fortão levantou-se e ficou frente a frente com a
perita.
HP: Oh Sara, será que eu...poderia abraçá-la?
SS: Hank, acho melhor não...
HP: É só um abraço...
Sara permitiu que ele a abraçasse e sentiu uma
tristeza por não ser Grissom a abraçá-la. Mas lembrando-se do fato de Grissom
estar dormindo com Teri Miller, deixou ser beijada por Hank. Mas o clima foi
esquentando e o resultado não poderia ser outro: cama! E Sara sentiu que ele estava diferente até na forma
de transar, sem aquela ansiedade, e com muito mais calma. Depois do orgasmo, os
dois pegaram no sono. Em outra casa, em outra cama, duas pessoas também
dividiam a cama. Só que Grissom não conseguia dormir nem relaxar. A imagem de
Sara estava por todos os lados do quarto, e ainda que eles não tivessem tido
nenhuma noite ali, o cheiro dela emanava por todos os lados. E ele não
conseguia pensar em outra coisa que não Sara com Hank.
TM: Ainda acordado?
GG: Estou sem sono.
TM: Pensando em alguma coisa... ou em alguém?
GG: Não – respondeu secamente.
TM: Não te senti presente durante a transa...
GG: Por favor, Teri...
Grissom levantou-se da cama e foi para o banheiro
tomar uma ducha.
Estava amargurado, lutando contra o ciúme que estava
sentindo e a força do amor que tinha por Sara. Amava essa mulher com uma
intensidade jamais sentida, mas sua covardia perante a aproximação de Hank a
ela também era grande. E assim, sem saber o que fazer, sem tentar agir, via
Sara cada vez mais nos braços do fortão. E ela estava mesmo. Os dois transaram durante horas.
Sara estava num misto de indignação e desejo de virar a página, então se
entregou intensamente ao momento. Para a felicidade do loiro, que queria
conquistá-la de vez.
HP: Sempre soube que você era ótima de cama, mas
hoje... você foi realmente demais!
SS: Deve ser porque eu estava a fim...
Os dois riram e Hank, mais uma vez, acariciou a
barriguinha pontuda nua de Sara. Em seguida, ele olhou bem nos olhos dela e fez
uma pergunta:
HP: Sara... Fica comigo?
A perita levou um susto coma pergunta e levantou a
sobrancelha.
SS: Como é, Hank?
HP: A gente tem um laço, que é essa criança, se dá
bem na cama, então acho que deveríamos ficar juntos.
Sara deu um suspiro e respondeu:
SS: Só essa criança nos une, Hank. Não temos um laço
de amor, e nosso envolvimento é puramente carnal. Como poderíamos dar certo?
HP: Estou apaixonado por você.
SS: Como é?!
HP: Você é uma mulher maravilhosa, incrível... que
homem não gostaria de ficar com você?
Imediatamente Sara pensou em Grissom. “Só ele”.
HP: Além disso, depois dessa confusão toda na qual
passamos, percebi que eu sempre me envolvi com pessoas erradas, e a única
mulher correta que apareceu para mim sofreu algo que não mereceu por minha
culpa. Quero consertar o meu erro, Sara.
SS: Bom, você está desculpado, não se preocupe com
isso.
HP: Então você... aceita ser minha namorada?
SS: Posso pensar um pouco e te dar a resposta
depois?
HP: Espero que não demore muito – riu.
Sara ia para São Francisco no dia seguinte, ver um
lugar para fixar residência. Mas antes, passou no lab. Apenas Catherine estava
por lá. Os rapazes estavam em campo e Grissom, enfurnado em sua sala.
CW: Quer dizer que você vai mesmo?
SS: Estou indo pra ver alguma casa.
CW: Mas porque São Francisco?
SS: Porque de alguma forma, um pedaço de mim está
por lá. Não que eu queira reviver o passado, mas penso que é
voltando lá é que conseguirei matar de vez os fantasmas que rondam minha vida
desde que meu pai morreu.
CW: Desejo boa sorte em sua nova vida. Quando o bebê
nascer, não esqueça de nos avisar.
SS: Pode deixar. Escute, o Grissom está sozinho na
sala dele?
CW: Sim. Você vai falar com ele?
SS: Preciso perguntar uma coisa que está entalada na
minha garganta.
CW: De novo, boa sorte. Você vai precisar, o Gil
anda num péssimo humor!
SS: Não tenho medo dele! - riu.
Grissom estava analisando alguns dados no computador
quando ouviu baterem na porta.
GG: Entre.
SS: Está muito ocupado?
O supervisor olhou por cima dos óculos e parou de
fazer o que estava fazendo. Levantou-se e foi até onde ela estava.
GG: Não, estava... estava apenas verificando algumas
coisas no computador.
Grissom parecia paralisado com a beleza de Sara.
Como ela estava linda! Usando um vestido soltinho longo, sandália rasteira e
presilhas nos cabelos, ela emanava um perfume natural de sua pele. Não estava usando perfume
devido aos enjôos, mas Sara tinha uma pele que perfumava rosas. Estava um
charme com aquela barriguinha pontuda, e Grissom, olhando a mulher amada de
cima a baixo, desejou voltar ao tempo e ser ele o pai daquela criança. Firme como sempre foi com suas emoções, ele fingiu
não ficar abalado.
SS: Bom... Vim aqui pra te perguntar uma coisa antes
de ir a São Francisco.
GG: Você está indo pra lá?
SS: Sim. Griss... Você ainda sente por mim o que
disse sentir?
Grissom sentiu o sangue ferver nas veias, tamanho
bombardeio que o coração sentiu – pulava desesperado e tremendo sem parar. Mas, preferindo manter-se frio
para que Sara não percebesse o quanto sofria, respondeu:
GG: Disse aquilo num momento de carência, Sara. Eu
não mereço uma mulher como você. Eu não sou o homem que você procura. Sinto
muito...
Com vontade de chutar o balde, mas mantendo a classe
de uma dama, Sara foi ríspida nas palavras:
SS: Você não está dentro de mim pra saber o que eu
quero e do que eu preciso – e aumentou o tom de voz, nervosa e já querendo
chorar – você não tem o direito de me dizer essas coisas! Eu vim aqui para
saber se você ainda me queria, porque se me dissesse que sim, eu largaria tudo
pra ficar com você!
GG: Sara...
SS: Não precisa me dizer mais nada, Grissom! Aliás,
a sua falta de palavras está me jogando nos braços do Hank. Ele não é o homem
que eu amo, mas quem sabe eu não venha a amá-lo? Afinal, nós vamos ter uma
filha! Adeus, Grissom. E por favor, não me procure mais!
Sara bateu a porta, deixando um Grissom incrédulo e
de pernas bambas. Sua covardia mais uma vez dominou suas emoções, e a mulher que
amava estava indo buscar consolo nos braços de outro homem. Ambos estavam
sofrendo pelo mesmo amor; enquanto Sara demonstrava o quanto o amava, Grissom
se escondia por detrás da capa de sua covardia. E vê-la chorar destroçou seu
coração, que apesar de tudo, sentia muito amor por ela. E por mais que Catherine tivesse dado um sermão
daqueles, ele não conseguiu mover uma palha para trazer Sara de volta para sua
vida. E continuaria a sofrer por dentro, mesmo que jamais admitisse. Cerca de dois meses se passaram e Grissom recebeu um
duro e imenso golpe. Ao chegar em casa após mais um turno cansativo, reparou
que havia um envelope caído no chão. Abriu-o e levou um tremendo susto: era o
convite de casamento de Sara e Hank! “Só pode ser uma piada, isso não está acontecendo!”,
pensou. Na mesma hora ligou para Catherine.
CW: Willows.
GG: Desculpe pelo horário, Catherine, mas precisava
te perguntar uma coisa.
CW: À essa hora? Puxa, deve ser muito grave o
assunto! Mas diga, o que foi?
GG: Você... você recebeu um convite?
CW: Convite de que?
GG: De casamento.
CW: Quem vai se casar?!
GG: Pelo visto você ainda não recebeu...
CW: Só um momento, vou verificar minhas
correspondências...
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