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Por amor - cap. 4


No caminho para o lab, Sara ficou pensativa, com o olhar para o nada. A voz da esposa de Hank não era a mesma da mulher que ligara para ela, afirmando ser namorada dele. Alguma coisa não estava batendo. Se Hank era casado, como poderia ter uma namorada? A menos que ele tivesse um harém e o apartamento onde transaram tantas vezes fosse um cabaré, havia alguma coisa a mais nessa história. Quem seria a mulher? E como ela soubera de seu recado na secretária eletrônica? Naquele momento, a única coisa que tinha vontade era de dormir um dia inteiro, o cansaço era grande demais.

GG: Quer que eu te deixe em casa?
SS: Não precisa, vou pegar o meu carro e vou pra casa.
GG: Tenha uma boa noite então.

Sara pegou o carro e seguiu para casa. No meio do caminho, percebeu um problema no motor e o automóvel simplesmente parou, ou, na linguagem popular, “morreu”.

SS: Ah não, a essa hora da noite?

Sara estava na beira da via expressa com o carro morto. Foi quando o celular tocou.

SS: Sidle.
HP: Sou eu, Sarinha.
SS: Hank?
HP: Onde você está?
SS: Não tem vergonha de me ligar depois que fiquei cara a cara com sua mulher?!
HP: Deixe-me vê-la e nós conversaremos...
SS: No momento será impossível. Meu carro morreu e estou à beira da via expressa.
HP: Fale onde você está que eu te busco. É perigoso, ainda mais à noite.
Sara passou as coordenadas e em poucos minutos o loiro estava onde a perita se encontrava.

HP: Mas que lugar seu carro resolveu quebrar!
SS: Ele é temperamental, fazer o quê?
HP: Vamos, te levo pra casa.

Assim que eles entraram no carro, seguiram para o apartamento de Hank, e durante o trajeto a chuva caiu forte.

SS: Estamos indo para o seu apartamento? Aliás, como você pode manter um apartamento sendo casado?
HP: Eu comprei esse apartamento porque estou em processo de separação da Lisa, e a morte do James foi a gota d'água. Estava com ela somente por causa do garoto.

Sara não sabia o que dizer, estava confusa com tudo o que estava acontecendo em sua vida. Eles chegaram ao apartamento um pouco molhados, ainda foram apanhados pela chuva.

HP: Vou pegar uma toalha pra você, senão pode pegar um resfriado.

Enquanto Hank foi até o quarto buscar uma toalha, Sara ficou pensando porque estava ali. Quando ele voltou, fez charme, na tentativa de seduzir a perita – adorava fazer sexo com ela, mas ele a queria mais do que isso.

SS: Obrigada!

Sara pegou a toalha e foi se secando. Hank se aproximou e a tocou com segundas intenções.

SS: Não, Hank, isso não está certo... já cometemos erros antes e eu não quero repeti-los...
HP: Vamos tentar de novo... você é tão gostosa... - sussurrou de forma provocante, ao pé do ouvido dela.

Sara sentiu o corpo arrepiar-se com o sussurro, mas manteve-se firme em seu propósito.

SS: Não, Hank, não podemos mais.
HP: Se é assim... Gostaria de tomar um café? Está frio e pode te esquentar por dentro.
SS: Adoraria!
HP: Volto já.

Hank trouxe uma xícara com um delicioso café, o qual Sara, mesmo sabendo que mais tarde poderia ter algum enjôo por conta da cafeína, bebeu todo o conteúdo.

SS: Foi você quem fez?
HP: Sim, não repare, tá? Não sou muito bom na cozinha...
SS: Está uma delícia!
HP: Que bom que gostou.

Alguns minutos depois, Sara pegou a bolsa e ia saindo.

SS: Preciso ir embora, está tarde.
HP: Eu te levo, você está sem carro.
SS: não se preocupe, pego um táxi.

Antes que Hank dissesse alguma coisa, Sara começou a sentir fortes tonturas.

HP: Está se sentindo mal?
SS: Uma tontura forte, não sei...
HP: Deve ser o bebê, algumas mulheres têm isso na gravidez.

Sara não pôde responder, pois caiu desacordada nos braços do fortão. Hank, olhando e sorrindo ao contemplar o rosto sereno de Sara, a pegou no colo e seguiu com ela para o quarto. O loiro aproveitou que ela estava completamente dopada, portanto não acordaria tão cedo, e matou todo seu desejo de possuí-la novamente. Enquanto ele penetrava com vontade e tinha seus orgasmos solitários, alguém entrava na casa. O fortão ouviu o barulho e, após ejacular dentro de Sara, vestiu sua cueca samba-canção rapidamente e foi até a sala ver o que havia.

HP: O que você faz aqui, Melissa?
MS(Melissa Stone): Eu vi você e a branqüela vindo pra cá, então resolvi vir também. Então vocês estavam na cama a essa hora?
HP: Não quero conversar com você agora. Por favor, vá embora.
MS: Atrapalhei o seu orgasmo, foi?
HP: Atrapalhou tudo!
MS: Cachorro!

A morena foi com fúria pra coma do fortão, que a segurou nos pulsos, mas ela deu uma forte joelhada nos testículos dele, fazendo-o cair urrando de dor. Em seguida, aplicou um sedativo no braço dele, fazendo com que Hank ficasse desacordado. Depois, arrastou-o até a cama, com dificuldade (por causa do tamanho e do peso dele) e colocou-o na cama. Retirou a cueca dele e em seguida voltou-se para Sara, aplicando uma dose de sedativo nela – sem saber que ela já se encontrava dopada. Jogou um lençol nele e saiu. O que ela não imaginava é que mais alguém estava no apartamento. Três estampidos e em seguida silêncio total. Eram onze e quinze da noite. Cerca de vinte minutos depois, a polícia apareceu, incluindo Brass, que ficou espantado ao ver Sara na cama com outro homem. Catherine chegou perto e ficou horrorrizada.

CW: Céus!
JB: Em todos esses anos de profissão, jamais pensei em ver uma colega nua numa cama...
##: Eles estão mortos?
JB: Não quero pensar nisso...

Super David chegou e foi analisá-los, devidamente protegido com as luvas de látex.

SD: Não, eles não estão mortos. Estão respirando. Mas parecem estar à base de alguma espécie de sonífero.
CW: Extremamente profundo o sono...

Catherine olhou para o chão, ao lado de Hank na cama, e viu uma arma.

CW: Provavelmente a arma do crime.

Naquele momento, Nick adentrou-se ao quarto.

NS: O que é isso, lua-de-mel?
CW: Parece que a lua virou fel mesmo.
NS: Não acredito! É a Sara?
CW: Sim.
NS: Mas o que ela fazia na cama do Hank?

Catherine fuzilou o colega com o olhar. Então o texano entendeu.

CW: Acabei de analisar a arma, tem digitais nela.
NS: Será do fortão aí?
CW: Vamos levar para a balística.

Poucos minutos depois, Sara começou a despertar.

CW: Ei bela adormecida, dormiu bem?
SS: Hã... nossa...onde estou?
CW: Acho que o apartamento do seu namorado.
SS: Hank... Hank e eu não... nós não somos... O que aconteceu? Porque vocês estão aqui?
JB: Aconteceu um homicídio aqui, Sara. E você e seu namorado estão como suspeitos.
SS: Como é?!
NS: Ao que tudo indica, analisando as evidências, é que vocês discutiram com a moça lá na sala e depois vieram para o quarto.

Enquanto Sara olhava chocada para os companheiros, Hank despertava.

JB: Boa noite, príncipe encantado.
HP: O que vocês estão... fazendo aqui?!

Hank apertou o lençol no corpo, pois estava nu.

JB: Fique calmo, ninguém está olhando pra isso não.
HP: Sara, o que aconteceu aqui?
CW: Houve um homicídio aqui, e tem vestígios seus por todos os cantos.
HP: Essa é a minha casa, caramba!
JB: Pelo que nós sabemos, você é casado e perdeu um filho recentemente. Sabia disso, Sara?
SS: Sabia, Brass. Mas antes de ficarmos juntos Hank nunca mencionou ser casado. Senão, eu não teria ficado com ele.
JB: não havia mais ninguém por aqui, e penso que os dois teriam motivos para liquidá-la, não?
SS: Brass... você me conhece, sabe que jamais mataria alguém – Sara estava quase em lágrimas.
HP: Todos são inocentes até que se prove o contrário.
CW: As evidências apontam para vocês dois, Hank. E por favor, preciso colher o dna de vocês. Não preciso explicar o procedimento, né?

Depois de tudo recolhido, Brass disse:

JB: Vistam-se, vocês serão conduzidos à delegacia.
HP: Somos inocentes!
JB: As evidências dirão se são mesmo.
SS: Cath, eu sou inocente...
CW: Eu sinto muito, Sara...

Sara olhou para o amigo Nick, que estava chocado, apesar de ver que tudo apontavam para os dois.

HP: Será que poderiam pelo menos nos deixar colocar nossas roupas?
JB: Claro, os esperamos na sala.

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