No caminho para o lab, Sara ficou pensativa, com o
olhar para o nada. A voz da esposa de Hank não era a mesma da mulher que ligara
para ela, afirmando ser namorada dele. Alguma coisa não estava batendo. Se Hank
era casado, como poderia ter uma namorada? A menos que ele tivesse um harém e o
apartamento onde transaram tantas vezes fosse um cabaré, havia alguma coisa a
mais nessa história. Quem seria a mulher? E como ela soubera de seu recado na
secretária eletrônica? Naquele momento, a única coisa que tinha vontade era de
dormir um dia inteiro, o cansaço era grande demais.
GG: Quer que eu te deixe em casa?
SS: Não precisa, vou pegar o meu carro e vou pra
casa.
GG: Tenha uma boa noite então.
Sara pegou o carro e seguiu para casa. No meio do caminho,
percebeu um problema no motor e o automóvel simplesmente parou, ou, na
linguagem popular, “morreu”.
SS: Ah não, a essa hora da noite?
Sara estava na beira da via expressa com o carro
morto. Foi quando o celular tocou.
SS: Sidle.
HP: Sou eu, Sarinha.
SS: Hank?
HP: Onde você está?
SS: Não tem vergonha de me ligar depois que fiquei
cara a cara com sua mulher?!
HP: Deixe-me vê-la e nós conversaremos...
SS: No momento será impossível. Meu carro morreu e
estou à beira da via expressa.
HP: Fale onde você está que eu te busco. É perigoso,
ainda mais à noite.
Sara passou as coordenadas e em poucos minutos o
loiro estava onde a perita se encontrava.
HP: Mas que lugar seu carro resolveu quebrar!
SS: Ele é temperamental, fazer o quê?
HP: Vamos, te levo pra casa.
Assim que eles entraram no carro, seguiram para o
apartamento de Hank, e durante o trajeto a chuva caiu forte.
SS: Estamos indo para o seu apartamento? Aliás, como
você pode manter um apartamento sendo casado?
HP: Eu comprei esse apartamento porque estou em
processo de separação da Lisa, e a morte do James foi a gota d'água. Estava com
ela somente por causa do garoto.
Sara não sabia o que dizer, estava confusa com tudo
o que estava acontecendo em sua vida. Eles chegaram ao apartamento um pouco
molhados, ainda foram apanhados pela chuva.
HP: Vou pegar uma toalha pra você, senão pode pegar
um resfriado.
Enquanto Hank foi até o quarto buscar uma toalha,
Sara ficou pensando porque estava ali. Quando ele voltou, fez charme, na
tentativa de seduzir a perita – adorava fazer sexo com ela, mas ele a queria
mais do que isso.
SS: Obrigada!
Sara pegou a toalha e foi se secando. Hank se
aproximou e a tocou com segundas intenções.
SS: Não, Hank, isso não está certo... já cometemos
erros antes e eu não quero repeti-los...
HP: Vamos tentar de novo... você é tão gostosa... -
sussurrou de forma provocante, ao pé do ouvido dela.
Sara sentiu o corpo arrepiar-se com o sussurro, mas
manteve-se firme em seu propósito.
SS: Não, Hank, não podemos mais.
HP: Se é assim... Gostaria de tomar um café? Está
frio e pode te esquentar por dentro.
SS: Adoraria!
HP: Volto já.
Hank trouxe uma xícara com um delicioso café, o qual
Sara, mesmo sabendo que mais tarde poderia ter algum enjôo por conta da
cafeína, bebeu todo o conteúdo.
SS: Foi você quem fez?
HP: Sim, não repare, tá? Não sou muito bom na
cozinha...
SS: Está uma delícia!
HP: Que bom que gostou.
Alguns minutos depois, Sara pegou a bolsa e ia
saindo.
SS: Preciso ir embora, está tarde.
HP: Eu te levo, você está sem carro.
SS: não se preocupe, pego um táxi.
Antes que Hank dissesse alguma coisa, Sara começou a
sentir fortes tonturas.
HP: Está se sentindo mal?
SS: Uma tontura forte, não sei...
HP: Deve ser o bebê, algumas mulheres têm isso na
gravidez.
Sara não pôde responder, pois caiu desacordada nos
braços do fortão. Hank, olhando e sorrindo ao contemplar o rosto sereno de
Sara, a pegou no colo e seguiu com ela para o quarto. O loiro aproveitou que ela estava completamente
dopada, portanto não acordaria tão cedo, e matou todo seu desejo de possuí-la
novamente. Enquanto ele penetrava com vontade e tinha seus orgasmos solitários,
alguém entrava na casa. O fortão ouviu o barulho e, após ejacular dentro de
Sara, vestiu sua cueca samba-canção rapidamente e foi até a sala ver o que
havia.
HP: O que você faz aqui, Melissa?
MS(Melissa Stone): Eu vi você e a branqüela vindo
pra cá, então resolvi vir também. Então vocês estavam na cama a essa hora?
HP: Não quero conversar com você agora. Por favor,
vá embora.
MS: Atrapalhei o seu orgasmo, foi?
HP: Atrapalhou tudo!
MS: Cachorro!
A morena foi com fúria pra coma do fortão, que a
segurou nos pulsos, mas ela deu uma forte joelhada nos testículos dele,
fazendo-o cair urrando de dor. Em seguida, aplicou um sedativo no braço dele,
fazendo com que Hank ficasse desacordado. Depois, arrastou-o até a cama, com
dificuldade (por causa do tamanho e do peso dele) e colocou-o na cama. Retirou
a cueca dele e em seguida voltou-se para Sara, aplicando uma dose de sedativo
nela – sem saber que ela já se encontrava dopada. Jogou um lençol nele e saiu.
O que ela não imaginava é que mais alguém estava no apartamento. Três estampidos e em seguida silêncio total. Eram onze e quinze da noite. Cerca de vinte minutos
depois, a polícia apareceu, incluindo Brass, que ficou espantado ao ver Sara na
cama com outro homem. Catherine chegou perto e ficou horrorrizada.
CW: Céus!
JB: Em todos esses anos de profissão, jamais pensei
em ver uma colega nua numa cama...
##: Eles estão mortos?
JB: Não quero pensar nisso...
Super David chegou e foi analisá-los, devidamente
protegido com as luvas de látex.
SD: Não, eles não estão mortos. Estão respirando.
Mas parecem estar à base de alguma espécie de sonífero.
CW: Extremamente profundo o sono...
Catherine olhou para o chão, ao lado de Hank na
cama, e viu uma arma.
CW: Provavelmente a arma do crime.
Naquele momento, Nick adentrou-se ao quarto.
NS: O que é isso, lua-de-mel?
CW: Parece que a lua virou fel mesmo.
NS: Não acredito! É a Sara?
CW: Sim.
NS: Mas o que ela fazia na cama do Hank?
Catherine fuzilou o colega com o olhar. Então o
texano entendeu.
CW: Acabei de analisar a arma, tem digitais nela.
NS: Será do fortão aí?
CW: Vamos levar para a balística.
Poucos minutos depois, Sara começou a despertar.
CW: Ei bela adormecida, dormiu bem?
SS: Hã... nossa...onde estou?
CW: Acho que o apartamento do seu namorado.
SS: Hank... Hank e eu não... nós não somos... O que
aconteceu? Porque vocês estão aqui?
JB: Aconteceu um homicídio aqui, Sara. E você e seu
namorado estão como suspeitos.
SS: Como é?!
NS: Ao que tudo indica, analisando as evidências, é
que vocês discutiram com a moça lá na sala e depois vieram para o quarto.
Enquanto Sara olhava chocada para os companheiros,
Hank despertava.
JB: Boa noite, príncipe encantado.
HP: O que vocês estão... fazendo aqui?!
Hank apertou o lençol no corpo, pois estava nu.
JB: Fique calmo, ninguém está olhando pra isso não.
HP: Sara, o que aconteceu aqui?
CW: Houve um homicídio aqui, e tem vestígios seus
por todos os cantos.
HP: Essa é a minha casa, caramba!
JB: Pelo que nós sabemos, você é casado e perdeu um
filho recentemente. Sabia disso, Sara?
SS: Sabia, Brass. Mas antes de ficarmos juntos Hank
nunca mencionou ser casado. Senão, eu não teria ficado com ele.
JB: não havia mais ninguém por aqui, e penso que os
dois teriam motivos para liquidá-la, não?
SS: Brass... você me conhece, sabe que jamais
mataria alguém – Sara estava quase em lágrimas.
HP: Todos são inocentes até que se prove o
contrário.
CW: As evidências apontam para vocês dois, Hank. E
por favor, preciso colher o dna de vocês. Não preciso explicar o procedimento,
né?
Depois de tudo recolhido, Brass disse:
JB: Vistam-se, vocês serão conduzidos à delegacia.
HP: Somos inocentes!
JB: As evidências dirão se são mesmo.
SS: Cath, eu sou inocente...
CW: Eu sinto muito, Sara...
Sara olhou para o amigo Nick, que estava chocado,
apesar de ver que tudo apontavam para os dois.
HP: Será que poderiam pelo menos nos deixar colocar
nossas roupas?
JB: Claro, os esperamos na sala.
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