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Premonições - cap. 7


##: Me entreguem a garota! – o sujeito levantou o tom de voz.

Shelley apareceu na sala.

SM: O que está acontecendo aqui?
SS: Saia daqui, Shelley!
SM: Quem é você?
##: Seu verdadeiro pai, Shelley!
SM: Co-como assim? Do que você está falando?
##: Você não era filha dos Monroe. Foi entregue a eles ao nascer. Ou nunca percebeu a falta de semelhança genética com eles?
SS: Que diferença faz? Ela foi criada por eles, os amava, é o que importa.
##: Shelley, sua mãe quer te ver. Ela está doente.
SM: Está?

De repente, Shelley, olhando nos olhos do sujeito, começou a tremer.

SS: O que foi, Shelley? O que foi? Teve outra visão, foi?
SM: Sim! Este homem é um mentiroso, ele quer me matar!
SS: Grissom! Atire!

Antes de Grissom chegar até o sujeito, dois tiros foram disparados. Silêncio total. No chão, duas pessoas atingidas: o sujeito e... Shelley. Ele, ferido no peito, agonizava; Shelley, ferida no ombro.

SS: Uma ambulância, Griss!

A garota foi leva para o hospital em estado regular; o criminoso morrera antes de chegar lá. Na sala de espera no hospital...

GG: Acabou, Sara. O criminoso está morto.

Sara deu um breve suspiro. O supervisor abraçou a perita, que estava triste. Ao ter seus cabelos roçados por Grissom, Sara sentiu sua pele arrepiar-se.

GG: O que foi? Não gosta de um carinho?
SS: Pelo contrário, eu gosto. Mas é que, vindo de você...
GG: O que tem eu?
SS: Jamais pensei que você pudesse ser tão... carinhoso...
GG: Há muitas coisas de mim que você não sabe, Sara.

Naquele momento, o médico apareceu.

SS: Então, doutor, como a garota está?
DR: Levou um tiro no ombro, mas está fora de perigo. Em dois dias ela terá alta.
SS: Que bom.

Depois que o médico saiu, Grissom quis saber:

GG: Sara, e depois, como será?
SS: O que?
GG: Shelley. Ela continuará em sua casa ou irá para outro lugar?
SS: Preciso saber o que ela quer da vida. Se tiver algum familiar que possa aceitá-la, ok. Mas senão, eu deixarei que fique em minha casa até quando puder e quiser.
GG: Não esperaria menos de você.

Assim que Shelley teve alta, ela e Sara sentaram para conversar.

SS: Shelley, quero saber de você: você tem pra onde ir?
SM: Porque você me pergunta isso?
SS: Quero saber.
SM: Bem, a mãe da minha amiga me chamou pra morar na casa dela.
SS: É o que você quer?
SM: Sim. Além disso, não você vai precisar de espaço na sua casa, para você, Grissom e o bebê.
SS: Do quê você está falando, Shelley? Ou vai me dizer que andou tendo outra visão?
SM: Eu sei que vocês vão ficar juntos. E ainda vão ter um lindo bebê.

Sara olhou para Shelley incrédula, com a sobrancelha levantada.

SM: Bom, Sara, eu vou nessa. Muito obrigada pelo que você fez por mim.
SS: Aparece sempre, Shelley.
SM: Não se preocupe, não vou morar muito longe.

As duas se abraçaram e a garota saiu da casa da perita, carregando suas malas. Mais tarde, Grissom apareceu.

SS: Grissom? O que faz aqui?
GG: Vim convidá-la para jantar. Aceita?
SS: Alguma intenção que eu não sei?
GG: Só quero conversar com você, pode ser?
SS: Tudo bem.

Os dois tiveram uma ótima noite, e puseram tudo o que tinham a dizer para fora, como cartas ma mesa. E Shelley, mais uma vez, acertou. Poucos meses depois...              
Grissom entrou em sua sala, precisava verificar uns papéis. Encima da mesa, um envelope azul turquesa perfumado se destacava entre os documentos. Evidentemente que o pegou primeiro. Dentro dizia:

“Encontrei minha paz no teu sorriso
Minha força no teu existir
São dois corações
Num mesmo destino,
Num mesmo segredo...
São dois corações numa mesma vida,
Que se encaixam perfeitamente
E dependem um do outro
Apenas um coração seria solidão
Seria um céu nublado sem estrelas
Seria um espetáculo sem público,
Um coração sem sentimentos...
A alma se identifica,
Quando há uma história de dois corações
As estrelas renascem,
E o espetáculo é aplaudido de pé
A força de dois corações é imensa,
Ultrapassa o tempo
E navega com a felicidade...”

Abaixo do poema, um acréscimo:

“Nós éramos dois corações, agora descobri que seremos três. Parece-lhe agradável a novidade? Beijos, Sara”

Grissom levou a mão na boca. Isto significava que... Sim, Sara estava grávida! Grávida! Ele, aos cinqüenta, seria pai! Naquele momento, ela chegou na porta. Os olhares se cruzaram, como na primeira vez em que se viram, em São Francisco. A emoção do primeiro olhar ressurgiu naquele instante. Ninguém disse nada. Os sorrisos nas faces diziam tudo. Em silêncio, um chegou até o outro e o amor que os envolvia perfumou o ambiente tal com o cheiro de uma rosa recém-colhida, fresca e firme. Grissom segurou os cabelos de Sara e, tocando a nuca dela, beijou-a com paixão. Os anjos disseram amém. Era a realização de um amor que havia sido previsto há muito, e que eles próprios não podiam prever. 

Fim 







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Premonições - cap. 6


GG: A notícia de que a filha do casal assassinado sobreviveu saiu na imprensa. O criminoso poderia estar a par disso, caso queira vir atrás de você.
SS: Grissom, ele não sabe que Shelley está aqui. A princípio, está segura aqui.
GG: Nada na vida é 100%, Sara.
SS: Shelley ficará bem, eu garanto.
GG: Sara, queria falar com você. Em particular, pode ser?
SM: Ah, tudo bem, eu vou para o quarto, vou dormir.

Depois que Shelley saiu...

SS: A menina saiu. O que você queria me dizer que não podia ser na frente dela?
GG: Isto!

Dominado pelo impulso e pela paixão há tanto guardada no peito, Grissom passou as mãos pela nuca, por baixo dos cabelos de Sara e a beijou intensamente. Ela, apaixonada, embora surpresa, não resistiu ao clima de paixão e se entregou. Da porta do quarto de hóspedes, Shelley sorriu satisfeita. Pelo menos aquela visão ela apreciava. Depois, entrou e deitou-se na cama, onde adormeceu imediatamente. Enquanto isso, na sala, Sara se afastou dos lábios de Grissom, ainda com a respiração ofegante e em estado de êxtase.

SS: Isso está certo, Griss?
GG: Nada é errado, Sara. Foi um beijo com paixão.
SS: O que deu em você? Por que me beijou assim?
GG: Porque senti desejo, e muito. Eu te amo, Sara. Você não faz idéia do tamanho do meu amor.
SS: Você bebeu pra me falar de amor?

Antes que Grissom pudesse responder, um grito veio do quarto onde Shelley estava. Assustados, os dois correram até onde ela estava. A jovem chorava assustada.

SS: O que foi, Shelley?

A garota respirava aceleradamente. Sara correu até a cozinha pegar água. Assim que ela bebeu, sentiu-se melhor.

GG: Pode nos contar o que está acontecendo?
SM: Tive uma visão terrível!
SS: O que é desta vez?
SM: Vi o rosto do criminoso!
GG: E como ele é?
SM: Horrível! Estou com medo, ele vai atacar novamente.
SS: Não vai não. Estamos aqui.

Sara abraçou a garota, que soluçava.

GG: Shelley, preste atenção: você tem como saber onde o assassino se encontra?
SM: Bem, eu...

Um barulho de vidro se quebrando foi ouvido. A jovem arregalou os olhos. Sara disse, em tom de voz baixa:

SS: Será que ele está aqui, que descobriu Shelley?
GG: Não sei. Minha arma está aqui, e a sua?
SS: Fica no meu quarto.
GG: Shelley, não saia daqui, ok?
SM: Sim.
GG: Sara, vou lhe dar cobertura para que você chegue até o quarto.
 
Grissom, de arma em punho, espiou o corredor pra ver se havia alguém. Nada. Fez um sinal para que Sara passasse. Ela conseguiu chegar até o quarto em segurança. Ao reencontrar Grissom, os dois ouviram mais vidros sendo quebrados. Em posição defensiva, ficaram de campana à espera do assassino. Sara conversou em códigos com Grissom, combinando estratégias. Ele foi para um lado e ela, para um outro. Ao chegar na sala, Sara deu de cara com um homem todo de preto, com a arma apontada pra ela.

##: Solte a arma, mocinha.
SS: Quem é você? E o que faz na minha casa?
##: Você tem algo que me pertence.

Grissom chegou naquele momento.

GG: Solte sua arma.
##: Não me faça atirar em você. Só vim pegar o que é meu.
SS: Não tem nada seu aqui. Solte sua arma se não quiser que eu atire em você.
##: Entregue o que é meu!
GG: Do que você está falando?
##: Sei que Shelley está aqui. Quero que entreguem-me.
SS: E porque nós faríamos isso?
##: Shelley é minha filha!
GG: Como sua filha? Os pais dela foram mortos. E pelo visto, por você.
##: Eles eram pais adotivos dela. Eu sou o pai biológico.
GG: Só um exame de DNA pode provar isso. Em todo caso, não a entregaremos. Não sabemos quem você é.

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Premonições - cap. 5


GG: Depois que Catherine me falou a respeito, fiz uma busca na internet e descobri que realmente existem pessoas que possuem este dom. Segundo os espíritas, o dom da visão é uma espécie de mediunidade. Mediunidade esta que todos os serem possuem, em diversos graus. Alguns podem sentir, outras ouvir, e tem os que vêem. Para outras pessoas e crenças, pode ser considerada uma maldição, como na época de Joana D’Arc, que foi queimada viva por suas paranormalidades.    
SS: Você acha que Shelley pode estar correndo algum tipo de risco?
GG: Não até que o criminoso descubra sobre ela. Se os crimes estão sendo cometidos pela mesma pessoa, então ela, vamos dizer assim, estaria na cola dele, podendo antever os próximos passos dele. Preciso falar com ela. Posso ir à sua casa esta noite?
SS: Ãh... Você quer ir mesmo?
GG: Sim. Algum problema?
SS: Não.
GG: Então, depois do expediente, passo na sua casa.
SS: Está certo então.

Sara foi embora antes, para preparar Shelley sobre a visita de Grissom.

SM: E o que ele quer comigo?
SS: Grissom quer saber mais sobre suas visões, ele acha que você pode até estar correndo perigo.
SM: Sei...
SS: Por favor, Shelley, não se faça de difícil. Grissom e eu queremos ajudá-la.
SM: Sara, por que você se preocupa tanto comigo?
SS: Shelley, eu gosto de você. Tá certo, não tenho filhos nem família, mas até o criminoso ser preso, quero protegê-la. Não sei como será depois de tudo isso, mas quero que você não se sinta sozinha por não ter mais sua família, até porque eu sei como é isso, já que sou uma pessoa só.
SM: Posso te confessar uma coisa?
SS: Claro!
SM: No início, eu estava com medo até de você, mas agora eu te admiro e respeito.
SS: Obrigada.
SM: E eu gostaria muito de vê-la com o senhor grisalho da polícia.
SS: Você se refere a Grissom?
SM: É, eu vi nos olhos dos dois que existe muito amor.
SS: Do que você sabe, Shelley? É muito jovem pra saber de amor.
SM: Mas não sou cega, Sara. Aliás, aquele capitão que me interrogou sabe de vocês dois também.
SS: Como?! – Sara ficou surpresa com a revelação da garota.
SM: Sou sensitiva também. Percebi que, quando falei de vocês dois, ele se segurou para não rir ou falar “até que enfim!”

Sara não segurou a risada.

SS: Você está me saindo um belo de um cupido, Shelley!
SM: Quero que seja feliz. Gosto de você.
SS: Obrigada. Também gosto de você. Bem, vou tomar um banho rápido, se o Grissom chegar, você o recebe pra mim?
SM: Claro, vá sossegada.

Cerca de cinco minutos depois, a campainha tocou. Era Grissom.

GG: Olá, Shelley. Sara está?
SM: Sim, ela foi tomar banho. Entre, por favor.
GG: Com licença.

Grissom ficou olhando a decoração da sala de Sara. Quase não fora à casa dela, e percebeu que alguns móveis estavam em posições diferentes desde que fora lá da última vez. Viu uma foto dela encima da mesinha do telefone e percebeu o quão bonita ela era, com aqueles dentinhos separados dando o ar da graça naquele sorriso tão espontâneo dela. Como uma corrente elétrica, ele sentiu um calor percorrer seu corpo até chegar ao coração, que acelerou no menor pensamento de desejo por Sara. Ele não percebeu que Shelley o observava em seu desejo silencioso pela mulher que amava, mas não conseguia deixar o coração falar mais alto e se entregar a ela. Alguns minutos depois, Sara apareceu na sala. Grissom olhou-a admirado, sentindo o delicioso perfume que vinha dos cabelos molhados dela.

SS: Ei, Grissom! Veio tão rápido!
GG: Vim direto pra cá.
SS: Sente-se, por favor.
GG: Obrigado.
GG: Shelley, gostaria que você me contasse mais sobre suas visões.

A garota olhou para Sara, que fez afirmativo com a cabeça.

SM: Bom, eu... Eu tenho algumas visões, mas são sempre do crime em si, tipo... Eu vejo a pessoa sendo assassinada, com golpes terríveis, mas...
GG: Mas nunca vê o rosto do criminoso.
SM: É, isso nunca aconteceu. Não sei quem comete esses crimes.
SS: Não poderia ser mais de uma pessoa?
SM: Acho que não, Sara. Eu vejo sempre a mesma luva de couro negra, não dá pra distinguir.
GG: O que também não dá para afirmar ser a mesma pessoa, certo?
SM: Sim. Mas não entendo o que o senhor quer comigo.
GG: Queria entender o que acontece com você, Shelley. Preciso mantê-la a salvo.   
SM: Do quê, senhor?

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