GG:
Depois que Catherine me falou a respeito, fiz uma busca na internet e descobri
que realmente existem pessoas que possuem este dom. Segundo os espíritas, o dom da visão é
uma espécie de mediunidade. Mediunidade esta que todos os serem possuem, em
diversos graus. Alguns podem sentir, outras ouvir, e tem os que vêem. Para
outras pessoas e crenças, pode ser considerada uma maldição, como na época de
Joana D’Arc, que foi queimada viva por suas paranormalidades.
SS:
Você acha que Shelley pode estar correndo algum tipo de risco?
GG:
Não até que o criminoso descubra sobre ela. Se os crimes estão sendo cometidos
pela mesma pessoa, então ela, vamos dizer assim, estaria na cola dele, podendo
antever os próximos passos dele. Preciso falar com ela. Posso ir à sua casa
esta noite?
SS:
Ãh... Você quer ir mesmo?
GG:
Sim. Algum problema?
SS:
Não.
GG:
Então, depois do expediente, passo na sua casa.
SS:
Está certo então.
Sara
foi embora antes, para preparar Shelley sobre a visita de Grissom.
SM:
E o que ele quer comigo?
SS:
Grissom quer saber mais sobre suas visões, ele acha que você pode até estar
correndo perigo.
SM:
Sei...
SS:
Por favor, Shelley, não se faça de difícil. Grissom e eu queremos ajudá-la.
SM:
Sara, por que você se preocupa tanto comigo?
SS:
Shelley, eu gosto de você. Tá certo, não tenho filhos nem família, mas até o
criminoso ser preso, quero protegê-la. Não sei como será depois de tudo isso,
mas quero que você não se sinta sozinha por não ter mais sua família, até
porque eu sei como é isso, já que sou uma pessoa só.
SM:
Posso te confessar uma coisa?
SS:
Claro!
SM:
No início, eu estava com medo até de você, mas agora eu te admiro e respeito.
SS:
Obrigada.
SM:
E eu gostaria muito de vê-la com o senhor grisalho da polícia.
SS:
Você se refere a Grissom?
SM:
É, eu vi nos olhos dos dois que existe muito amor.
SS:
Do que você sabe, Shelley? É muito jovem pra saber de amor.
SM:
Mas não sou cega, Sara. Aliás, aquele capitão que me interrogou sabe de vocês
dois também.
SS:
Como?! – Sara ficou surpresa com a revelação da garota.
SM:
Sou sensitiva também. Percebi que, quando falei de vocês dois, ele se segurou
para não rir ou falar “até que enfim!”
Sara
não segurou a risada.
SS:
Você está me saindo um belo de um cupido, Shelley!
SM:
Quero que seja feliz. Gosto de você.
SS:
Obrigada. Também gosto de você. Bem, vou tomar um banho rápido, se o Grissom
chegar, você o recebe pra mim?
SM:
Claro, vá sossegada.
Cerca
de cinco minutos depois, a campainha tocou. Era Grissom.
GG:
Olá, Shelley. Sara está?
SM:
Sim, ela foi tomar banho. Entre, por favor.
GG:
Com licença.
Grissom
ficou olhando a decoração da sala de Sara. Quase não fora à casa dela, e
percebeu que alguns móveis estavam em posições diferentes desde que fora lá da
última vez. Viu uma foto dela encima da mesinha do telefone e percebeu o quão
bonita ela era, com aqueles dentinhos separados dando o ar da graça naquele
sorriso tão espontâneo dela. Como uma
corrente elétrica, ele sentiu um calor percorrer seu corpo até chegar ao
coração, que acelerou no menor pensamento de desejo por Sara. Ele não percebeu
que Shelley o observava em seu desejo silencioso pela mulher que amava, mas não
conseguia deixar o coração falar mais alto e se entregar a ela. Alguns minutos
depois, Sara apareceu na sala. Grissom olhou-a admirado, sentindo o delicioso
perfume que vinha dos cabelos molhados dela.
SS:
Ei, Grissom! Veio tão rápido!
GG:
Vim direto pra cá.
SS:
Sente-se, por favor.
GG:
Obrigado.
GG:
Shelley, gostaria que você me contasse mais sobre suas visões.
A
garota olhou para Sara, que fez afirmativo com a cabeça.
SM:
Bom, eu... Eu tenho algumas visões, mas são sempre do crime em si, tipo... Eu
vejo a pessoa sendo assassinada, com golpes terríveis, mas...
GG:
Mas nunca vê o rosto do criminoso.
SM:
É, isso nunca aconteceu. Não sei quem comete esses crimes.
SS:
Não poderia ser mais de uma pessoa?
SM:
Acho que não, Sara. Eu vejo sempre a mesma luva de couro negra, não dá pra
distinguir.
GG:
O que também não dá para afirmar ser a mesma pessoa, certo?
SM:
Sim. Mas não entendo o que o senhor quer comigo.
GG:
Queria entender o que acontece com você, Shelley. Preciso mantê-la a salvo.
SM:
Do quê, senhor?
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