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O passado bate à porta - cap. 6


GG: Ele é o pai dela, vai vir atrás querendo respostas.
JB: Isso se não estiver envolvido nisso tudo.
GG: Você acredita nisso?
JB: Ela não é mulher dele?
GG: Mas desta vez não acredito que ele esteja nessa.

Paula era uma mulher cruel, mas também era um tanto quanto burra. Ela resolveu ligar para Hank para falar que estava com a menina:

PC: Como está meu ex-maridinho?
HP: Onde você está, Paula? Estão à sua procura. O que você andou fazendo:
PC: Não soube que eu mandei atropelar sua queridinha?
HP: Do que está falando?
PC: Da tal Sara Sidle. Soube que ela está bem ruim no hospital...
HP: Porque fez isso? Já não lhe disse que não tenho nada com ela?
PC: Mas queria que ela morresse! Aliás, não só ela, mas também a pessoinha que está em meu poder.
HP: Paula... – ele gelou.
PC: É uma menina loirinha até bonita, sabe? Mas cometeu o erro de ter nascido! E isso eu não admito!

Hank se desesperou:

HP: Não ouse encostar o dedo na minha filha, tá entendendo?!
PC: Chegou tarde. Ela já teve o castigo que mereceu.
HP: PAULA!!!! – ele berrou.

A mulher soltou uma sonora e covarde gargalhada enquanto observava a menina ferida no chão, inconsciente.

HP: Quero falar com minha filha! Ponha Ellen na linha!
PC: Acho que não vai dar. Ela está dormindo...
HP: Dormindo?
PC: Depois de apanhar tanto, acabou caindo de sono...
HP: Desgraçada! Eu vou te pegar!

Hank não avisou a ela que o número seria rastreado.  Assim, pegou o carro e correu até o lab.

HP: O Grissom está?
J: O Grissom está aposentado.
HP: Alguém aqui pode me ajudar?
NS: O que foi, Hank?
HP: Preciso que rastreiem um número que está no meu celular. É da mulher que está com a minha filha.
NS: A Ellen?
HP: Isso!

Nick levou o aparelho para Archie rastrear.

A: A ligação vem desta área aqui de Vegas. Vejam no mapa: divisa da cidade.
HP: Avisem o Grissom!

Hank foi ao encontro de Grissom e Brass.

GG: O que você faz aqui?
HP: Não é hora para discussões. Paula está com minha filha e o tempo está correndo.
JB: Certo! Vamos até o local onde ela está. Já bolei uma estratégia.

Os homens foram para o local onde a mulher estava com a menina. Paula olhou por uma fresta e soltou um palavrão.

PC: Mas que droga! Se eles pensam que vão me pegar assim tão fácil, estão muito enganados. Vou usar a pestinha para me livrar deles.

Do lado de fora, Brass utilizou um auto-falante para se comunicar com a maluca.

JB: Paula Campbell, aqui é Jim Brass da polícia de Las Vegas. Entregue a menina Ellen Sidle Peddigrew e nada irá lhe acontecer.

Não houve resposta. Hank tremia de nervoso, suava frio e sentia o coração acelerar. Grissom estava perdendo a paciência. Sabia que ela estava tentando ganhar tempo.

JB: Não vai soltar a menina? Prefere que invadamos a casa?

Grissom fez um sinal de “espere” para Brass ao ver que a porta ia se abrir. Paula apareceu na porta segurando a menina com uma gravata no pescocinho dela. Grisom e Hank ficaram espantados ao ver a menina toda machucada.

HP: Desgraçada! Eu vou te matar!
PC: Faça isso e ela morre agora! – ela fez menção de socar a menina.
GG: Solte Ellen e você não irá para o corredor da morte, Paula. Eu prometo.

Ela deu uma risada debochada.

PC: Tem certeza disso?
GG: Tem minha palavra. Mas solte a menina, ela não tem nada a ver com suas frustrações.
PC: Tem sim! Tem sim! Ela é a culpada por eu não poder ter meus filhos! Se ela não existisse, Hank iria querer ter filhos comigo!
HP: Agora eu vejo que fiz muito bem em não querer ter filhos com você. Uma maluca, é o que você é!
GG: Hank, não piore as coisas!

A mulher parecia estar sob efeito de alguma droga alucinógena, por que começou a falar coisas sem sentido. Como conhecedor da menina, Grissom olhou para Ellen e, através do olhar, lhe ordenou algo. A menina compreendeu e obedeceu. Deu um pisão no pé de Paula, que deu um enorme berro. No que ela fez menção de ir atrás da menina, os policiais, mais Brass, descarregaram suas armas nela. Paula nem teve tempo de dar uma última olhada em Hank, tombou morta com mais de 20 tiros que lhe atravessaram todo o corpo. Fim de linha para a perversa mulher. Ellen, que correra para os braços de Grissom, chorava assustada com tudo aquilo – evidentemente o supervisor não deixara a menina assistir àquela cena de horror, dos disparos contra Paula, mas Ellen ficou assustada com o barulho. Hank observou invejoso a cumplicidade que havia entre sua filha e o padrasto. Mas Grissom sabia que a menina tinha de saber a verdade sobre sue verdadeiro pai. E, antes de sair com ela dali, disse a Hank:

GG: Não se preocupe, eu nunca vou querer tomar seu lugar de pai da Ellen. Espere Sara sair do hospital e as coisas se ajeitarem que você dirá toda a verdade a ela, tudo bem?
HP: Tudo bem. Mas será que eu poderia dar um abraço nela antes de levá-la?
GG: Está bem.

Mesmo ferida, a menina conseguiu sorrir para o pai que ela desconhecia. Como era uma menina muito carinhosa, o abraçou e Hank deixou as lágrimas caírem. Abraçou a filha forte, sentindo o coraçãozinho dela bater forte. Com a morte de Paula, as coisas voltaram ao normal. Sara saiu do coma e teve uma rápida recuperação. Iria usar muletas por alguns dias, até começar a fisioterapia. Estava recebendo altas doses de carinho das filhas e do apaixonado marido, que fazia tudo o que ela pedia. Inclusive contar a verdade sobre o pai à filha. Hank foi até a casa deles, num dia de domingo. Estava sem jeito por tudo que ocorrera na vida deles nos últimos tempos.

HP: Eu não sei como agradecer a vocês pela oportunidade.
SS: Você é o pai dela, tem todo o direito de conviver com a sua filha, Hank.
HP: E se ela não me aceitar?
GG: Vai aceitar sim. Já conversei com ela e tenho certeza de que Ellen irá gostar muito de você. Vou chamá-la.

Enquanto Grissom ia chamar a menina, Hank aproveitou para pedir desculpas á Sara.

HP: Sei que errei muito, Sara, mas quero te dizer que sou um novo homem.
SS: Eu sei, Hank, você não preciso ficar me explicando...
HP: Mas acho que devia. Afinal, nós tivemos uma filha juntos, tivemos uma coisa bonita... uma pena que não demos certo.
SS: Você sabe que nunca daria certo. Meu coração sempre foi do Grissom.

Hank ia fazer menção de responder, mas a imagem da filha fez com que ele perdesse a fala. Ele não sabia o que dizer, e também não podia adivinhar como sua própria filha reagiria á verdade.

HP: Você está linda, Ellen!
EP: Obrigada!
HP: ÃH...
EP: É verdade que você é o meu pai?
HP: Ficou desapontada, não foi?
EP: Não. Eu “sempre sabia” que o tio Grissom não era o meu pai. Achei que meu pai estava no céu.
HP: O que achou de mim? Muito feio?
EP: Você parece ser legal. E se parece comigo.

Hank sorriu emocionado.

HP: E... será que eu posso te dar um abraço?

Ellen sorriu tímida e olhou para a mãe, como se perguntasse: “eu posso, mãe?”. Sara assentiu com a cabeça e ela o abraçou. Grissom abraçou a mulher e ficaram observando aquela cena felizes. Ellen aceitou o pai, e na festinha de aniversário dos oito anos dela, ele estava junto dela perto do bolo, na hora de cantar os parabéns. E assim, aquela grande família viveu dias de paz e felicidade. O passado havia ficado definitivamente para trás. Agora era tempo de esquecer tudo de ruim e desfrutar as coisas boas que o futuro iria trazer.

Fim



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O passado bate à porta - cap. 5


HP: Essa não! Eu estava certo!
GG: Você está por trás disso, Hank?
HP: Já disse que não! Jamais faria mal à minha filha nem a Sara. Como já disse, sou um novo homem. Precisamos interceptar o aeroporto, ela me disse que iria fazer uma viagem por conta da irmã.

Grissom ligou para Brass avisando e ele foi com seus homens para o aeroporto.
Fizeram uma busca, patrulharam em todos os cantos, revistaram todos os aviões, mas não tiveram nenhum resultado positivo.

JB: Deve ter se mandado de carro. Precisamos espalhar fotografias dela pela cidade, e mandar para outros lugares, caso ela tenha saído de Vegas.

A equipe agiu com rapidez, e logo o rosto de Paula Campbell estampava as páginas de jornais e tevês. Agora era considerada uma foragida, sendo a principal suspeita de ter mandado atropelar Sara. Mas ainda havia o comparsa por aí. No lab, Archie analisou as fitas das câmeras da rua onde Grissom morava e conseguiu, utilizando um recurso avançado de aproximação de imagens, o número e as letras da placa do automóvel preto que pegou Sara em cheio. Com isso, conseguiram chegar ao sujeito que ajudou Paula em seu maquiavélico plano.

JB: Nome completo e idade.
JH: John Howard, 34 anos.
JB: Senhor Howard, quem o contratou para atropelar a senhorita Sidle?
JH: Paula Campbell.
JB: Ela seria...?
JH: Esposa de Hank Peddigrew.
JB: Ela lhe contou o motivo para fazer isso?
JH: Ela queria se livrar da mulher que teve uma filha com o esposo dela, já que ele não pretende ter mais filhos, e é uma mulher louca por ele.
JB: Ela falou só da mãe da menina? Não chegou a mencionar o nome de Ellen Peddigrew?
JH: Se pretende fazer alguma coisa, pode ser que talvez tente, já que ela sumiu.
JG: Você não teve mais contato depois que a ajudou a fugir da cena do crime?
JH: Apenas a deixei mais distante dali, depois fui embora.
JB: Então não saberia me dizer onde ela está?
JH: Não, eu realmente não sei onde ela está. Mas pode ser que volte.

Grissom, que acompanhava o interrogatório da outra sala com Catherine, sentiu o sangue ferver. A amiga apenas o observava lamentando tudo. De repente o celular do supervisor tocou. E Grissom ficou pálido. E agitado, num misto de horror e desespero.

CW: O que foi, Gil? Aconteceu alguma coisa?
GG: Era o médico de Sara. Estou indo para o hospital agora.
CW: O que aconteceu com ela?
GG: Sara acabou de entrar em coma!
CW: Traga notícias!

Grissom acelerou com o carro até o hospital.

DR: Que bom que veio, senhor Grissom.
GG: Como está minha mulher, doutor. Você disse que ela entrou em coma!
DR: Coma induzido, na verdade. Ela ainda está em quadro de moderado para grave, a sedação foi introduzida para termos uma noção de como ela irá reagir.
GG: Entendo...
DR: O senhor não pode nem deve perder as esperanças. Sua esposa teve uma queda muito feia e fraturou a perna direita, mas está medicada e, se depois de 72 horas ela reagir bem, será retirada do coma.
GG: Eu poderia vê-la?
DR: Claro. Apenas siga o protocolo e pode entrar em seguida.

Grissom entrou na unidade intensiva devidamente vestido, para não passar bactérias da rua para a mulher. Ao vê-la inconsciente, recordou-se de quando ela fora vítima de uma maluca feito Natalie Davis; recordou-se do momento em que a encontraram sob o sol escaldante do deserto de Vegas. Aquela imagem jamais saíra de sua cabeça. Desolado ao ver a mulher que tanto amava naquela situação, Grissom sentou-se na cadeira ao lado da cama e ficou fitando-a, como se velasse seu sono. Em pensamento, fez novas promessas de amor:
 
“Nunca pensei que tornaria a vê-la em uma situação tão ruim, minha querida. Prometi cuidar de você e nunca deixar que nada lhe acontecesse. Mas aconteceu, e eu não estava lá pra impedir isso. Nunca deixei de amar Ellen como sendo uma filha minha, porque o amor de pai não difere de filho biológico do não-biológico. Eu encontrei Hank e o senti mudado. Pode ser que eu me engane mais para frente, mas do que eu vi agora gostei. Sei que ele não vai tirar a menina de você, de nós, o problema é a mulher dele. Enfim, minha querida, quando você sair daqui, vou enchê-la de beijos, que vai protegê-la com meu amor. Eu sempre vou te amar, nunca duvide disso”.

Enquanto Grissom fazia promessas em silêncio, na casa do casal, o terror retornara. Paula aparecera e espancou a babá, que caiu desacordada. Aproveitando a situação, foi ao quarto das meninas e arrancou Ellen de lá à força. Depois trancou Anne no quarto e sumiu com a chave. Enquanto a caçula do casal chorava no quarto, batendo na porta, a ciumenta mulher amordaçou e amarrou a pequena filha de seu marido – apesar de não ter culpa alguma das frustrações de Paula, Ellen seria muito castigada pelo simples fato de existir. Colocou-a no banco de trás e a cobriu com cobertor, saindo dali cantando pneus. Disfarçada com uma peruca loira e um chapéu, Paula não fora reconhecida por onde passou com o carro. Assim, conseguiu chegar ao destino sem ser perturbada. Sozinha, sem comparsas, já que ele fora preso. Agora era apenas Paula e Ellen frente a frente. Nem mesmo a inocência da criança tirava o ódio de seu coração duro. As lágrimas que caíam do par de olhos azuis da menina não comoveu em nenhum minuto a perversa mulher, que aproveitou estar sozinha com a criança e a espancou muito, batendo com pedaços de pau, chinelada e até mesmo um chicote que havia por ali. Sem saber por que apanhava e sem conseguir gritar, já que estava com uma fita calando sua boquinha, Ellen desmaiou com o corpo completamente machucado e sangrando. A última coisa que a menina pensou antes de desacordar foi “eu te amo, mamãe”. E caiu. E Paula soltou uma sonora gargalhada ao ver que a filha de seu marido poderia morrer a qualquer momento. Na casa do casal, a babá recobrou a consciência. A cabeça doía, a pancada fora forte. Mas, antes que pudesse reclamar qualquer dor, escutou os gritos de Anne e foi socorrê-la. Ela tentava abrir a porta, mas sem a chave, e fraca como era, não conseguiria arrombar a porta para tirar a menina de lá, que chorava sem parar. Então ligou para a polícia. Brass apareceu com os seus homens.

JB: O que aconteceu aqui?
RG: Aquela mulher apareceu aqui de novo! Me deu uma pancada e trancou a Anne no quarto.
JB: Você estava sozinha?
RG: Eu e as meninas. Mas não escutei ainda a voz da Ellen, só a da Anne.
JB: Muito bem. – Brass virou-se para os policiais – arrombem a porta e tirem as crianças de lá. Vou passar comando para pegar essa mulher. ela não deve estar longe. Vou avisar ao Gil também.

Rochelle acompanhou os policiais até o quarto. No que a porta foi arrombada, a menina correu para os braços da babá, e as duas choraram juntas.

RG: Onde está a Ellen, Anne?
AG: A bruxa levou a minha imã!
RG: Ela levou Ellen?
AG: É.
##¹: Ela foi seqüestrada então. Vou avisar ao capitão Brass.

Grissom foi avisado do ocorrido e foi “voando” para casa. Sara ficaria bem no hospital.

GG: Cadê Ellen, Jim?
JB: Parece que a tal mulher reapareceu e levou a menina. Trancou Anne no quarto, mas a porta foi arrombada e ela está sã.

O supervisor correu até a filha e a abraçou carinhosamente.

GG: Não chore mais, querida, o papai está aqui.
AG: A bluxa levou a minha imã, papai! – a menina chorava.
GG: Vamos encontrar sua irmã, eu te prometo.
AG: Eu quelo a mamãe.
GG: Mamãe teve de fazer uma viagem mas logo estará de volta.

Com a filha no colo, Grissom orientou a babá:

GG: Você precisa fazer curativo no hospital, Rochelle. Como ainda existe o perigo dela reaparecer, vou mandá-las para a casa da Catherine, ok?

Rochelle e Anne foram para a casa da loira. Grissom e Brass confabulavam onde a menina poderia estar.

GG: Essa mulher ter vindo me preocupa. Se ela levou Ellen, é um claro sinal de que pretende comentar algum atentado contra ela.
JB: Com o retrato dela divulgado, duvido que vá muito longe.
GG: Ainda tem o Hank nessa história toda.
JB: Porque?
















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O passado bate à porta - cap. 4


PC: Vamos, eu levo você. Não está em condições nenhuma de dirigir. Meu carro está no outro lado da calçada, vamos!
SS: Sim!

Paula atravessou a rua primeiro e, assim que Sara chegou no meio da rua, um carro preto veio em alta velocidade e a atingiu em cheio. A perita foi lançada a vários metros de distância, batendo a cabeça no meio-fio e perdendo muito sangue. O carro parou na esquina e Paula correu para entrar nele. Fugiu em alta velocidade com o comparsa.  Rochelle, a babá das meninas, viu a patroa sendo atropelada e, desesperada, ligou para o patrão. Grissom havia acabado de deixar as meninas quando foi avisado.

GG: Fez bem em me avisar, Rochelle. Estou indo praí agora.

O supervisor avisou Brass e os paramédicos, e ao chegar na rua, se desesperou ao ver a mulher com uma poça de sangue atrás da cabeça. Estava sendo socorrida por alguns paramédicos que haviam sido avisados.

GG: Como ela está?
##¹: O que o senhor é dela?
GG: Ela é minha mulher, seu nome é Sara Sidle.
##²: Ela está em estado grave. Precisa ser levada agora para o hospital.
GG: Para onde a estão levando?
##¹: Desert Palm.
GG: Daqui a pouco eu chego lá.

Ao ver a mulher sendo levada para o hospital, Grissom sentiu o coração se despedaçar e a alma chorar. Não podia perder a mulher que tanto amava, isso ele não suportaria! Assim que Brass chegou, tentou permanecer o mais calmo possível.

JB: O que aconteceu, amigo?
GG: Sara foi atropelada.
JB: Alguma testemunha?
GG: A babá das meninas disse que viu uma mulher conversando com Sara na porta.
JB: Pode ser que tenha ligação.
GG: Pensa em atropelamento proposital?
JB: Não podemos descartar nada. Vou tomar o depoimento dela. Agora, meu amigo, te digo uma coisa: fique calmo. Sara vai precisar muito da sua força.

Brass foi falar com a jovem babá.

JB: Minha jovem, sou Jim Brass da polícia. O que você sabe sobre o atropelamento da sua patroa?
RG: Eu vi a senhorita Sidle conversando com uma mulher na porta, ela parecia um pouco nervosa...
JB: Quem parecia nervosa?
RG: A mulher que bateu aqui.
JB: Você conseguiu escutar a conversa?
RG: Bom, elas falaram em tom de voz baixa, mas deu para entender que se tratava da menina Ellen. Então a senhorita Sidle ficou alterada e foi com ela até o carro dela, mas quando estava no meio da rua, apareceu um carro em alta velocidade e a pegou.
JB: Visualizou o modelo do carro?
RG: Fiquei tão nervosa que só percebi que era preto. Ela foi jogada longe e bateu a cabeça.
JB: Você será chamada a depor, ok?
RG: Tudo bem.

Brass se voltou para Grissom, olhando fixamente para o local onde Sara foi encontrada.

JB: Sua babá é uma testemunha importante para a investigação.

Ele não respondeu.

JB: Ei, tudo vai ficar bem, você vai ver!
GG: Vou pegar as meninas, deixar em casa e vou para o hospital. Preciso saber como Sara está.
JB: Vou deixar um policial tomando conta da sua casa. Nunca se sabe as razões de quem fez o que fez.
GG: O que você está achando?
JB: Tudo é possível, e como você sabe, Hank Peddigrew foi solto... vai que ele tenha resolvido se vingar de vocês, nunca se sabe...

Grissom pensou naquela possibilidade e, assim que pegou as meninas e as deixou em casa, foi direto para o hospital.

GG: Por favor, preciso falar com o médico que atendeu minha mulher.
RH: O nome da paciente, por favor?
GG: É Sara Sidle.
RH: Hum... ah sim, ela deu entrada há pouco tempo. O doutor está no segundo andar, lá o senhor poderá falar com ele.
GG: Obrigado.

Grissom pegou o elevador e foi para o andar onde a mulher estava. Lá, conseguiu encontrar o médico que atendeu Sara.

DR: O senhor é...?
GG: Esposo dela.
DR: Pois bem, senhor Grissom, não vou mentir para você. O estado dela é crítico,
tendo em vista a pancada forte na cabeça. Ela foi operada para retirar o coágulo em excesso que havia na região do córtex, e precisamos esperar 72 horas para ver o que faremos a seguir.
GG: Entendo. Por favor, me mantenha informado a respeito do quadro clínico dela, doutor.
DR: Não se preocupe, vamos fazer todo o possível para salvar sua esposa.
GG: Obrigado.

Desolado, Grissom foi para casa e disse às meninas que a mãe havia feito uma viagem. A babá fora instruída a não falar sobre o acidente para as crianças, o que ela, em sua amabilidade e compreensão, concordou. Afinal, também amava as meninas e não queria vê-las sofrendo. Naquela noite, foi difícil para Grissom dormir. Sozinho naquele quarto, naquela cama enorme, com o cheiro de Sara nos lençóis e travesseiros, a saudade doeu no coração e ele chorou um pouco antes de pegar no sono. O dia amanheceu chuvoso. Grissom despertou com preguiça de se levantar. Na verdade, nem queria sair da cama. Mas precisava ter notícias da mulher. Enquanto isso, na casa de Hank, ele estranhava o comportamento da mulher.

HP: O que está acontecendo que você está tão estranha?
PC: Querido, vou ter de fazer uma viagem. Vou ficar fora por uns dias.
HP: Qual a razão pra isso?
PC: Recebi uma ligação de minha irmã, ela está doente. Eu ligo assim que chegar, ok?

Até aquele momento, o loiro não tinha a menor idéia do que estava por trás daquele nervosismo da mulher. Mas resolveu ir falar com Grissom a respeito da menina.

GG: O que você quer aqui? Veio conferir se Sara já morreu?
HP: Ei! Do que você está falando? Vim aqui para tratar do assunto da Ellen com Sara. O que aconteceu a ela?
GG: Não me diga que não está sabendo?
HP: Sabendo do que?
GG: Sara foi atropelada ontem e está em estado grave no hospital.
HP: Céus! E conseguiram localizar o carro?
GG: Porque está interessado?
HP: Porque posso ajudar. Tenho uma suspeita, caso o atropelamento tenha sido intencional.
GG: A babá das crianças viu uma mulher conversando com Sara na porta de casa. Talvez tenha sido uma emboscada, para que ela atravessasse a rua.
HP: E como era essa mulher?
GG: Eu não a vi, foi a Rochelle quem viu. Vou chamá-la.

Pouco depois, Grissom retornou com a babá.

HP: Foi você quem viu uma mulher na porta com Sara?
RG: S-sim.
HP: E conseguiu notar como ela era fisicamente?
RG: Bem, ela era alta, magra, cabelos negros e compridos.

Hank sentiu a espinha gelar ao pensar que pudesse ser a esposa. Para testar, mostrou uma foto dela à babá.

HP: Ela seria mais ou menos assim?

A jovem babá se assustou ao ver o retrato.

RG: Sim! É ela! A mulher que esteve aqui!

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