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O passado bate à porta - cap. 5


HP: Essa não! Eu estava certo!
GG: Você está por trás disso, Hank?
HP: Já disse que não! Jamais faria mal à minha filha nem a Sara. Como já disse, sou um novo homem. Precisamos interceptar o aeroporto, ela me disse que iria fazer uma viagem por conta da irmã.

Grissom ligou para Brass avisando e ele foi com seus homens para o aeroporto.
Fizeram uma busca, patrulharam em todos os cantos, revistaram todos os aviões, mas não tiveram nenhum resultado positivo.

JB: Deve ter se mandado de carro. Precisamos espalhar fotografias dela pela cidade, e mandar para outros lugares, caso ela tenha saído de Vegas.

A equipe agiu com rapidez, e logo o rosto de Paula Campbell estampava as páginas de jornais e tevês. Agora era considerada uma foragida, sendo a principal suspeita de ter mandado atropelar Sara. Mas ainda havia o comparsa por aí. No lab, Archie analisou as fitas das câmeras da rua onde Grissom morava e conseguiu, utilizando um recurso avançado de aproximação de imagens, o número e as letras da placa do automóvel preto que pegou Sara em cheio. Com isso, conseguiram chegar ao sujeito que ajudou Paula em seu maquiavélico plano.

JB: Nome completo e idade.
JH: John Howard, 34 anos.
JB: Senhor Howard, quem o contratou para atropelar a senhorita Sidle?
JH: Paula Campbell.
JB: Ela seria...?
JH: Esposa de Hank Peddigrew.
JB: Ela lhe contou o motivo para fazer isso?
JH: Ela queria se livrar da mulher que teve uma filha com o esposo dela, já que ele não pretende ter mais filhos, e é uma mulher louca por ele.
JB: Ela falou só da mãe da menina? Não chegou a mencionar o nome de Ellen Peddigrew?
JH: Se pretende fazer alguma coisa, pode ser que talvez tente, já que ela sumiu.
JG: Você não teve mais contato depois que a ajudou a fugir da cena do crime?
JH: Apenas a deixei mais distante dali, depois fui embora.
JB: Então não saberia me dizer onde ela está?
JH: Não, eu realmente não sei onde ela está. Mas pode ser que volte.

Grissom, que acompanhava o interrogatório da outra sala com Catherine, sentiu o sangue ferver. A amiga apenas o observava lamentando tudo. De repente o celular do supervisor tocou. E Grissom ficou pálido. E agitado, num misto de horror e desespero.

CW: O que foi, Gil? Aconteceu alguma coisa?
GG: Era o médico de Sara. Estou indo para o hospital agora.
CW: O que aconteceu com ela?
GG: Sara acabou de entrar em coma!
CW: Traga notícias!

Grissom acelerou com o carro até o hospital.

DR: Que bom que veio, senhor Grissom.
GG: Como está minha mulher, doutor. Você disse que ela entrou em coma!
DR: Coma induzido, na verdade. Ela ainda está em quadro de moderado para grave, a sedação foi introduzida para termos uma noção de como ela irá reagir.
GG: Entendo...
DR: O senhor não pode nem deve perder as esperanças. Sua esposa teve uma queda muito feia e fraturou a perna direita, mas está medicada e, se depois de 72 horas ela reagir bem, será retirada do coma.
GG: Eu poderia vê-la?
DR: Claro. Apenas siga o protocolo e pode entrar em seguida.

Grissom entrou na unidade intensiva devidamente vestido, para não passar bactérias da rua para a mulher. Ao vê-la inconsciente, recordou-se de quando ela fora vítima de uma maluca feito Natalie Davis; recordou-se do momento em que a encontraram sob o sol escaldante do deserto de Vegas. Aquela imagem jamais saíra de sua cabeça. Desolado ao ver a mulher que tanto amava naquela situação, Grissom sentou-se na cadeira ao lado da cama e ficou fitando-a, como se velasse seu sono. Em pensamento, fez novas promessas de amor:
 
“Nunca pensei que tornaria a vê-la em uma situação tão ruim, minha querida. Prometi cuidar de você e nunca deixar que nada lhe acontecesse. Mas aconteceu, e eu não estava lá pra impedir isso. Nunca deixei de amar Ellen como sendo uma filha minha, porque o amor de pai não difere de filho biológico do não-biológico. Eu encontrei Hank e o senti mudado. Pode ser que eu me engane mais para frente, mas do que eu vi agora gostei. Sei que ele não vai tirar a menina de você, de nós, o problema é a mulher dele. Enfim, minha querida, quando você sair daqui, vou enchê-la de beijos, que vai protegê-la com meu amor. Eu sempre vou te amar, nunca duvide disso”.

Enquanto Grissom fazia promessas em silêncio, na casa do casal, o terror retornara. Paula aparecera e espancou a babá, que caiu desacordada. Aproveitando a situação, foi ao quarto das meninas e arrancou Ellen de lá à força. Depois trancou Anne no quarto e sumiu com a chave. Enquanto a caçula do casal chorava no quarto, batendo na porta, a ciumenta mulher amordaçou e amarrou a pequena filha de seu marido – apesar de não ter culpa alguma das frustrações de Paula, Ellen seria muito castigada pelo simples fato de existir. Colocou-a no banco de trás e a cobriu com cobertor, saindo dali cantando pneus. Disfarçada com uma peruca loira e um chapéu, Paula não fora reconhecida por onde passou com o carro. Assim, conseguiu chegar ao destino sem ser perturbada. Sozinha, sem comparsas, já que ele fora preso. Agora era apenas Paula e Ellen frente a frente. Nem mesmo a inocência da criança tirava o ódio de seu coração duro. As lágrimas que caíam do par de olhos azuis da menina não comoveu em nenhum minuto a perversa mulher, que aproveitou estar sozinha com a criança e a espancou muito, batendo com pedaços de pau, chinelada e até mesmo um chicote que havia por ali. Sem saber por que apanhava e sem conseguir gritar, já que estava com uma fita calando sua boquinha, Ellen desmaiou com o corpo completamente machucado e sangrando. A última coisa que a menina pensou antes de desacordar foi “eu te amo, mamãe”. E caiu. E Paula soltou uma sonora gargalhada ao ver que a filha de seu marido poderia morrer a qualquer momento. Na casa do casal, a babá recobrou a consciência. A cabeça doía, a pancada fora forte. Mas, antes que pudesse reclamar qualquer dor, escutou os gritos de Anne e foi socorrê-la. Ela tentava abrir a porta, mas sem a chave, e fraca como era, não conseguiria arrombar a porta para tirar a menina de lá, que chorava sem parar. Então ligou para a polícia. Brass apareceu com os seus homens.

JB: O que aconteceu aqui?
RG: Aquela mulher apareceu aqui de novo! Me deu uma pancada e trancou a Anne no quarto.
JB: Você estava sozinha?
RG: Eu e as meninas. Mas não escutei ainda a voz da Ellen, só a da Anne.
JB: Muito bem. – Brass virou-se para os policiais – arrombem a porta e tirem as crianças de lá. Vou passar comando para pegar essa mulher. ela não deve estar longe. Vou avisar ao Gil também.

Rochelle acompanhou os policiais até o quarto. No que a porta foi arrombada, a menina correu para os braços da babá, e as duas choraram juntas.

RG: Onde está a Ellen, Anne?
AG: A bruxa levou a minha imã!
RG: Ela levou Ellen?
AG: É.
##¹: Ela foi seqüestrada então. Vou avisar ao capitão Brass.

Grissom foi avisado do ocorrido e foi “voando” para casa. Sara ficaria bem no hospital.

GG: Cadê Ellen, Jim?
JB: Parece que a tal mulher reapareceu e levou a menina. Trancou Anne no quarto, mas a porta foi arrombada e ela está sã.

O supervisor correu até a filha e a abraçou carinhosamente.

GG: Não chore mais, querida, o papai está aqui.
AG: A bluxa levou a minha imã, papai! – a menina chorava.
GG: Vamos encontrar sua irmã, eu te prometo.
AG: Eu quelo a mamãe.
GG: Mamãe teve de fazer uma viagem mas logo estará de volta.

Com a filha no colo, Grissom orientou a babá:

GG: Você precisa fazer curativo no hospital, Rochelle. Como ainda existe o perigo dela reaparecer, vou mandá-las para a casa da Catherine, ok?

Rochelle e Anne foram para a casa da loira. Grissom e Brass confabulavam onde a menina poderia estar.

GG: Essa mulher ter vindo me preocupa. Se ela levou Ellen, é um claro sinal de que pretende comentar algum atentado contra ela.
JB: Com o retrato dela divulgado, duvido que vá muito longe.
GG: Ainda tem o Hank nessa história toda.
JB: Porque?
















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