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O passado bate à porta - cap. 3


GG: Não posso afirmar isso porque foi apenas hoje e na highway que percebi isso. De qualquer forma, quando sair de carro, preste atenção ao seu redor. Isto caso você note alguma coisa suspeita, porque temos vivido em paz há anos.

Naquela noite, Sara ficou com o que a filha contara na cabeça. Grissom dormia profundamente, até roncava, mas ela estava com dificuldade em pegar no sono. Na manhã seguinte, Sara resolveu levar as filhas à escola. Depois que as deixou, resolveu dar uma volta pelo quarteirão, afim de ganhar tempo. Queria saber se suas desconfianças tinham fundamento. No horário do intervalo, as crianças foram para o pátio. Sara permaneceu escondida, e, do esconderijo, viu um homem que era muito familiar observando as crianças. Ao perceber quem era, levou um susto.

SS: Hank?!

Ela ficou assustada ao revê-lo, mas não iria deixá-lo vê-la antes de qualquer outra coisa. Iria esperar, naquele momento, se ele aprontaria alguma coisa. Quando o intervalo terminou e as crianças voltaram para as salas, ele se retirou, entrou no carro e partiu. Sara foi pra casa sentindo o coração acelerar. Estava tensa.

GG: O que foi, querida?
SS: O quê?
GG: Sua expressão é de alguém que levou susto. Aconteceu alguma coisa para deixá-la sobressaltada?
SS: Eu vi o Hank!
GG: Como é? Onde?
SS: Era ele o homem que Ellen disse ter visto observando-a durante o intervalo.
GG: Você foi até a escola?
SS: Sim. Esta noite fiquei com isso na minha cabeça, precisava ver se minhas suspeitas se confirmavam.
GG: E confirmaram?
SS: Sim. Mas não entendo como ele está solto, sendo que foi condenado a 10 anos!
GG: Provavelmente manobras de advogados, querida.
SS: Com a volta dele, estou apreensiva. Não sei o que ele quer com a minha filha.
GG: Não vou deixá-lo se aproximar dela. Amanhã vou ficar por perto na hora do intervalo e ver se ele aparece.
SS: Por favor, Gil, não vá bater nele!
GG: Porque essa preocupação?
SS: Já tivemos problemas demais por causa do Hank, não quero mais um!
GG: E eu não quero que comecemos uma discussão por causa desse 
sujeito. Não vale a pena!

Os dois se beijaram e tudo ficou mais calmo. No dia seguinte, tal como Grissom previra, Hank reapareceu e ficou mais uma vez observando a filha. O supervisor chegou perto.

GG: Não sabia que iria sair tão facilmente da prisão, Hank!
HP: Estava me espionando, senhor sabe-tudo?
GG: Pelo visto, era você quem estava espiando alguém.
HP: Vim ver minha filha. Caso você não se recorde, eu sou o pai da Ellen.
GG: Você não precisa me lembrar disso. Mas é a mim quem ela chama de pai, caso você não saiba.

Hank não conseguiu disfarçar a decepção ao ouvir aquilo.

HP: Mas eu quero revê-la. É um direito que me assiste como pai. E eu espero que nem você nem Sara me impeçam de ter contato com ela.
GG: Já procurou seus direitos com um advogado?
HP: Já, e é por isso que estou aqui. Quero que Ellen saiba quem é o pai dela.
GG: Eu não vou impedir você de se aproximar dela. Mas desde que não se aproxime de Sara.
HP: Do que você tem medo, Grissom?
GG: Eu não tenho medo de você. Mas por tudo o que você já causou à Sara, não quero que ela sofra novamente.
HP: A cadeia me fez virar um novo home, Grissom. É uma coisa que nunca mais quero sentir. E quero recomeçar do zero, mas pra isso quero que minha filha saiba a verdade.
GG: Eu preciso conversar com Sara primeiro. Ela tem de saber sobre suas intenções.
HP: Já disse que não haverá problema algum.
GG: Me passe seu número que eu entro em contato.

Depois que Hank foi embora, Grissom ficou por perto à espera de Ellen e Anne. Já em casa, depois que as meninas foram brincar no quarto, o casal se reuniu na biblioteca. Grissom trancou a porta, para que ninguém os incomodasse.

SS: E então, ele estava lá?
GG: De fato. Mas tem uma coisa que está me preocupando.
SS: Sim?
GG: Ele quer rever Ellen e quer que ela saiba que ele é seu verdadeiro pai.
SS: Mas ela te chama de pai, tem sido tudo tão perfeito, o que ele pretende? Estragar nossa vida? Confundir a cabecinha da Ellen?
GG: Calma, infelizmente ele tem direitos como pai biológico, mas precisamos ver até onde isso pode ser positivo.
SS: Depois de tudo o que ele me fez, ainda quer consertar alguma coisa?!

Sara estava nervosa, não queria esse reencontro com Hank, não queria que ele se aproximasse da família novamente. Até porque o aniversário de Ellen, filha dos dois, estava se aproximando. E ela tinha seus temores. Mas Hank realmente aprendera uma lição durante os anos na prisão, e tudo o que ele queria era apenas estar com a filha novamente. Mas o maior obstáculo encontrava-se em sua própria casa. Ao chegar em casa, Hank encontrou a esposa extremamente nervosa.

HP: Ei, o que foi?
PC: Pode me explicar isso, senhor Peddigrew? – ela estava com uma foto de Ellen na mão.
HP: Posso.
PC: Quem é essa menina? Anda, quem é?!
HP: Pare de berrar primeiro. Essa é Ellen, minha filha.
PC: Você tem uma filha?! Quem é a vagabunda? Fale, seu cretino!

A mulher estava tão furiosa que batia forte no peitoral do marido. O loiro, irritado, teve de segurar os pulsos dela.

HP: Você está louca, Paula, está louca!
PC: Quero saber quem foi a vagabunda que foi pra cama com você! Eu sou a única mulher na sua vida, não admito nenhuma outra, está me entendendo?!
HP: Minha filha é assunto meu! E não admito que você fale qualquer coisa dela e da mãe dela!
PC: Está defendendo essa pilantra? Por acaso ainda está a fim dela?
HP: Não seja ridícula, eu estou com você há pouco tempo, minha filha já tem sete anos! Como eu poderia trair você?
PC: Mas essa menina existe. E isso eu não posso agüentar!
HP: Se quiser continuar comigo, vai ter que aceitar, porque eu vou conviver com minha filha. E com a mãe dela também.

Ao falar da mãe da menina, Paula quase teve uma síncope e foi para o quarto. Estava bufando, tremendo, com o coração acelerado. O ódio subiu à cabeça.

PC: Ele não sabe com quem está brincando. Não sabe...

Os dias se passaram e Hank não voltara a visitar a filha na escola. Ele parou de ir à escola temendo alguma retaliação por parte da esposa, que era extremamente possessiva e ciumenta. Mas Paula já havia pensado em algumas coisas, e poria seu plano em prática. Certo dia, sozinha em casa, vasculhando as coisas do marido, acabou descobrindo uma foto da mãe da filha dele. Hank mantinha uma fotografia de Sara entre suas coisas, junto com fotos de Ellen, para sempre se lembrar que ela lhe dera uma linda filha. Investigando por conta própria, acabou descobrindo onde a família morava. Soube que a mãe da filha de Hank era casada e tinha mais uma filha. Que ela fosse casada não lhe era problema; o que Paula não conseguia suportar é que essa mulher, bela e madura, dera uma filha a seu marido, quando ele não queria ter filhos com ela, que era a esposa! Em seu íntimo, Paula Campbell via Sara e Ellen como sendo suas inimigas, dois obstáculos em seu caminho e que deveriam ser liquidadas, nem que isso custasse seu próprio casamento. Deu um jeito de atrair a atenção de Sara para uma emboscada. Para isso, depois que Grissom saiu para levar as meninas à escola, bateu à porta da família, vestida de maneira humilde, afim de não levantar suspeitas. Sara abriu a porta e viu a mulher a sua frente.

SS: Pois não.
PC: Você é a senhora Grissom?
SS: Sara Sidle. O que você deseja?
PC: Por acaso você tem uma filha de nome Ellen?
SS: Sim, tenho. Aconteceu alguma coisa com ela? E de onde você a conhece?
PC: É que eu sou mãe de uma amiguinha dela na escola, e uma amiga minha mora aqui perto. Foi quando soube que sua menina foi atropelada na escola.
SS: Minha filha?!
PC: É, uma outra mãe estava na escola e viu quando aconteceu.

Sara se desesperou e ia entrar para pegar o celular, afim de localizar Grissom, mas Paula, agindo feito uma atriz, a convidou para levá-la até a menina.


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