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A intrusa - cap. 11



CW: É uma possibilidade. Mas não ser sua filha é uma probabilidade bem maior.
GG: Estou confuso.
CW: Calma. Vá para casa e pense no assunto. Por enquanto não diga nada à Sara. E mantenha essa menina longe dela.

Grissom se despediu da amiga e entrou no carro. Naquele momento recebeu uma mensagem de texto no celular, vinda da mãe de Emilen. Ela viria buscar a menina em alguns dias. Ele bufou e seguiu para casa. A menina estava no quarto e Sara estava na cozinha. O supervisor chegou e ela levou um susto.

GG: Que foi?
SS: Você me deu um susto!
GG: Estou tão feio assim?
SS: Não é isso. É que eu tenho me assustado com freqüência, aí fico de sobreaviso.
GG: Não precisa mais se preocupar. As coisas vão se acertar.
SS: O que foi?
GG: No quarto eu te falo.

Os dois subiram para o quarto e lá Grissom revelou a verdade à Sara:

GG: Descobri a verdade sobre essa menina.
SS: Ah, finalmente a venda caiu dos seus olhos...
GG: Eu escutei a discussão de vocês e eu peço desculpas por ter duvidado da sua palavra. Essa menina é um demônio!
SS: Nunca mais duvide de mim, viu?
GG: Eu te amo!

Os dois se beijaram longamente e começaram a se despir. Nada melhor para fazer as pazes do que se entregar ao amado, trocar carícias, beijar, entrar no corpo e na alma do outro... Emilen subiu as escadas e ouviu, atrás da porta, os dois se amando na cama. Agora ela percebera o que significava aqueles gemidos e o barulho de cama. Desceu e foi até a cozinha. Enquanto isso, o casal, depois do orgasmo, estava abraçado na cama.

SS: Essa é a melhor maneira de fazer as pazes...
GG: A qualquer momento, ter você em meus braços, é sempre maravilhoso!
SS: Agora que você descobriu que essa menina não presta, me sinto melhor.
GG: Quer tomar uma ducha quentinha juntos?
SS: Quero, claro!

Os dois se levantaram e vestiram suas roupas. Grissom destrancou a porta e, ao abri-la, ele levou um susto e Sara deu um grito. Emilen encarava os dois com olhar demoníaco e segurava uma grande faca na mão.

GG: Largue essa faca, Emilen!
EB: Não!
SS: Cuidado,Griss...
GG: Você pode se machucar ou ferir alguém com isso. Me dê essa faca!

Numa fúria assustadora, a menina avançou para cima do perito, que, habilidoso, conseguiu segurá-la e tirar-lhe a faca.

GG: Você não vai mais aprontar aqui, mocinha! Sara, guarde a faca.
SS: Claro.

A perita guardou a faca no alto do móvel enquanto Grissom segurava a menina pelos finos braços. Depois, desceu com ela e a sentou no sofá.

GG: O que deu em você, Emilen, para fazer isto?
EB: Você me traiu, papai!
GG: Do que você está falando?
EB: Você prefere esta idiota do que eu! Prefere acreditar nela!
GG: Eu apenas descobri que você é uma menina muito má, cruel, egoísta. Agora está tudo muito claro na minha cabeça, você pretendia realmente acabar com a vida de Sara, mas você não vai conseguir! E penso que nem sua mãe vai querer você de volta quando descobrir que você não passa de um pequeno monstro!

A menina chorava, mas Grissom não se abalava.

GG: Não vou acreditar nas suas lágrimas por que sei que não são verdadeiras. Você fez mal a mim e à Sara, por isso não ficará mais aqui até que sua mãe venha te buscar.
EB: Não, por favor!
GG: Já está decidido. Vamos, vou levá-la a um lugar. Sara, você pode dirigir para mim?
SS: Deixa comigo.

Eles levaram Emilen para um abrigo, onde ela ficaria enquanto Lauren vinha buscá-la. Na volta para casa, Grissom ficou pensando no que Catherine dissera sobre um exame de DNA. Durante a madrugada, enquanto Sara dormia tranquilamente, ele pensava nesse assunto. Até que resolveu fazê-lo, antes que Lauren aparecesse para buscar a menina. Saiu cedo e foi até o abrigo onde Emilen se encontrava. Levou a maleta de trabalho consigo.

GG: Bom dia, sou Gil Grissom da criminalística. Ontem trouxe uma menina pra cá, seu nome é Emilen Bakes.
##: Ah sim, uma linda garotinha. O senhor gostaria de falar com ela?
GG: Eu preciso.
##: Venha comigo, vou chamá-la.

Grissom ficou esperando na sala de visitas enquanto a diretora ia buscá-la. Alguns minutos depois, a garota apareceu, completamente tímida.

EB: Você veio me bater?
GG: Não, vim fazer o que deve ser feito.
EB: O que?

Grissom abriu a maleta e retirou um kit com palito com algodão.

BB: Abra a boca, por favor.
EB: Isso vai doer?
GG: Nem um pouco.

A menina abriu a boca e Grissom esfregou o objeto no canto da boca da menina, depois guardou o kit na maleta e se despediu dela, secamente.

GG: Muito obrigado! – disse à diretora.

Grissom seguiu para o lab e lá pediu para Mandy fazer a comparação.

GG: A máxima discrição possível, ok?
M: Pode deixar.

Em seguida, ele foi até a sala de reuniões, onde Catherine fazia uns relatórios.

GG: Onde estão todos?
CW: Boa tarde pra você também, Gil! Estão em campo. Aconteceu alguma coisa?

Grissom abaixou o tom de voz:

GG: Trouxe o material genético para fazer o DNA.
CW: Ah, resolveu usar a cabeça?

Grissom ignorou o comentário.

CW: E onde está a menina?
GG: Ela está em um abrigo até Lauren vir a Vegas. Não poderia mais deixá-la perto de Sara.
CW: E você fez muito bem.
GG: Eu vou conversar com Sara hoje. Preciso que ela tenha conhecimento disso.
CW: Eu sei que você fará a coisa certa.
GG: Depois que Lauren levar essa menina embora, vou tirar algumas semanas de férias e viajar com Sara. Estou estressado com tudo isso.

Naquela noite, depois do amor, Grissom, nos braços da amada, contou a verdade sobre o exame de DNA.

GG: Hoje eu mandei analisar o material genético da Emilen lá no lab.
SS: Você está achando que ela não é sua filha?
GG: Catherine havia me alertado sobre essa possibilidade, fiquei pensando nisso e decidi fazer antes que Lauren apareça aqui em Vegas.
SS: Não vejo a hora desse pesadelo todo terminar. Essa menina endemoniada me fez muito mal, fez até perder nosso bebê.
GG: Nós teremos outro, querida. Quantos você quiser.
SS: Sabe o que eu mais quero? Ser feliz para sempre.
GG: Você será. Eu prometo.

Dois dias se passaram e Lauren foi bater na porta de Grissom.

LB: Vim buscar Emilen. Onde ela está?
GG: Ela está em um abrigo. Está bem.
LB: Como em um abrigo? Eu a deixei sob sua responsabilidade!
GG: Emilen passou dos limites. Ela tentou matar minha mulher, que perdeu o filho que estava esperando.
LB: Não acredito! Minha filha não faria isso! Aliás, nossa filha!
GG: Sua filha, você quer dizer.
LB: Ela é nossa, Gilbert!
GG: Não é não. Fiz o exame de DNA no laboratório daqui e os materiais genéticos não bateram. Por que você inventou essa história, Lauren?
LB: Eu tenho o resultado comigo! Emilen é sua filha?
SS: Se fosse, o resultado bateria. E como você fez o exame em sua cidade e não quis fazer aqui, com certeza você forjou o resultado. Grissom não é pai dessa menina que quase acabou com a nossa vida.
LB: Cale a sua boca!
GG: Cale você a sua boca! Sabe que poderá ser presa por adulteração de documentos, e isso é um crime que dá alguns anos de cadeia. Eu nunca poderia mesmo ser pai de uma menina que mais parece o diabo de saias. Emilen fez Sara perder nosso filho, e quase a matou. Sem contar que a tratou feito cachorro. Vocês duas perderam.

Ficou comprovado que o resultado do exame feito em New Jersey fora fraudado e Lauren foi presa, sendo transferida para sua cidade de origem. Emilen também voltou para Jersey, ficando sob custódia do Estado. Grissom e Sara não tiveram mais notícias dela. Mas, alguns meses depois, tiveram a melhor de todas as notícias: teriam um bebê!Radiante, Grissom imediatamente pediu Sara em casamento, que aceitou. Os amigos, felizes, ajudaram em tudo. A perita estava linda com sua barriga pontudinha e Grissom passara a cuidar mais da aparência. A felicidade ficou completa quando souberam que teriam uma menina. Agora sim, ele seria pai de uma filha. Filha esta que estava sendo muito amada, desde a concepção. No outono americano Sara deu à luz a pequena Jully, de pele rosada e poucos cabelos. Ela era como o entardecer róseo na vida do apaixonado casal, e, com os genes que trazia, seria um anjo na vida de todos. 


Fim

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A intrusa - cap. 10


SS: Estou bem agora. E você?
GG: O quarto está enorme sem você. A cama, muito vazia...
SS: Não se preocupe, eu volto em dois dias. E vou tentar me dar melhor com a Emilen, mas ela precisa melhorar também.
GG: Já conversei sobre isso com ela.
SS: Até daqui a dois dias, Griss!
GG: Até. Durma bem, querida.

Sara sorriu e dormiu. Dormiu muito bem porque estava longe daquela pestinha. Mas não estava com Grissom ali, então sentiu um pouco de vazio na casa. E, pobre Sara, mal sabia o que a esperava... Quando retornou ao apartamento de Grissom, Sara foi recebida mais uma vez pelo olhar cruel da pequena, mas o supervisor não percebeu nada.

GG: Eu preciso ir ao lab, vocês vão ficar bem?
EB: Vamos, papai! – sorriu a menina, fingindo bem.
SS: Espero que sim – disse Sara, meio desanimada.
GG: Eu volto logo.

Grissom deu um selinho na mulher e um beijo na testa de Emilen e saiu.
Alguns minutos depois, a menina começou a destilar seu veneno:

EB: Então você voltou... mas não vai ficar muito tempo, entendeu? Você não vai ficar com o meu pai!
SS: Sua maldita! Por sua culpa eu perdi o meu filho!
EB: Eu sou a única filha do meu pai, não quero irmão nenhum!
SS: O que você pretende com suas crueldades, Emilen? Acha que agindo assim vai ganhar o amor do seu pai? Não se compra carinho, sabia?
EB: Eu só quero que você saia da vida do meu pai!
SS: Mas você é burra ou o quê? Não entende que o Grissom tem o direito de ser feliz e que nós dois somos felizes juntos? Por que você não consegue ver que se seu pai está feliz você deveria estar também?!
EB: Eu quero ele com a minha mãe! – berrou a menina.
SS: Olha menina, vá para o seu quarto! Não quero te ver na minha frente até seu pai chegar!
EB: Sua bruxa! Vou contar pra ele que você brigou comigo!

Sara estava a ponto de dar uns tapas na menina, mas se controlou o suficiente e foi até a cozinha beber um copo d’água. O dia custou a passar. Quando Grissom chegou, mesmo sendo tarde, a menina ainda não havia ido dormir. Estava na sala, brincando com sua boneca.

GG: Como foi o seu dia?

A garota começou a chorar, dando início à sua encenação.

EB: A Sara foi muito má comigo, brigou muito comigo!
GG: O que ela fez?
SS: Ela está inventando as coisas, Griss! – Sara surgiu da porta do quarto e desceu as escadas.
EB: Você brigou comigo! Eu sou uma criança!
SS: Você é mentirosa e sabe disso, Emilen!
EB: Você é uma bruxa!
SS: Essa menina é o um demônio, Grissom! Não tem como conviver com ela!
EB: Ela brigou comigo!

Com as duas berrando em seu ouvido, Grissom explodiu:

GG: Parem de gritar! Não estou suportando esse clima de guerra entre vocês duas!
SS: Ela é o problema, você não consegue enxergar isso?
GG: Emilen, vá para o quarto!

Percebendo que haveria discussão entre os dois, a menina saiu imediatamente da sala e ficou ouvindo colada na parede.

GG: Qual é o seu problema, Sara?
SS: O problema é você, que não enxerga o que está a um palmo do seu nariz! Essa menina é um demônio, me trata feito cachorro e ainda consegue inverter a situação, fazendo com que eu passe por má e faça papel de idiota perante você.
GG: É só uma menina, Sara! Não entende?
SS: Eu já vi muitas crianças e nenhuma era tão cruel quanto essa sua filha. Pelo amor de Deus, tire a venda que está em seus olhos e veja a realidade. Essa garotinha é má, é cruel, é cínica!

Emilen sorria satisfeita. Imaginava que a “madrasta” não agüentaria aquilo tudo e iria embora de vez. Quando ouviu a perita reclamar aos prantos, deu uma risadinha debochada, sentindo-se vitoriosa. Sara chorava àquela altura, estava magoada e revoltada por Grissom não acordar para a realidade.

GG: Olha, nos falamos depois, eu preciso resolver um assunto.
SS: Você sempre fugindo quando o problema aperta! Está com medo de encarar a realidade dos fatos?
GG: Você está nervosa, Sara. Acalme-se e então conversaremos.
SS: Estou cheia do “deixa disso”. Ainda vai acontecer uma desgraça e você não vai se dar conta!

Grissom saiu e Sara sentou-se no sofá, chorando copiosamente. Emilen saiu do quarto e ficou perto dela, observando-a em sua dor.

SS: Está satisfeita, Emilen? Você faz o que bem quer do Grissom e ele cai feito patinho nas suas mentiras. E eu não consigo provar que você é a mentirosa, a malvada. Você é um caso perdido, nem exorcismo tira esse demônio de dentro de você.
EB: É, ele é um idiota e você uma palhaça. Ele sabe que eu sou uma criança e não pode fazer nada comigo.
SS: Ah, pode sim!
EB: Ele não vai fazer nada comigo, porque eu sempre vou dizer que você é quem fez! Eu odeio você, sua imbecil!
SS: O que eu te fiz pra você me odiar tanto, menina?
EB: Você está roubando o lugar da minha mãe!
SS: Deixa de ser estúpida! Ninguém é obrigado a ficar com ninguém só porque teve um filho com a pessoa!
EB: Eu vou infernizar a sua vida até você ir embora! Meu pai vai sempre acreditar em mim!

Emilen tentava humilhar Sara e rebaixá-la mais do que ela já se sentia. O que ela não contava é que Grissom, que havia ficado do lado de fora da casa tomando um ar, estava ouvindo toda a conversa. Estarrecido. “Céus, Sara tinha razão o tempo todo! Essa menina é um demônio! Minha querida tem sido vítima desse pequeno monstro e eu não acreditei nela!”. Antes que alguém o visse, ele entrou no carro e seguiu para a casa de Catherine. Além de amiga, ela sempre tinha um bom conselho a dar.

CW: Ei! O que o traz aqui tão cedo?
GG: Posso entrar?
CW: Claro.

Grissom adentrou-se e Catherine pediu que se sentasse.

CW: Estou vendo que você está com algum problema. O que foi, brigou com Sara? Não vá me dizer que é isso!
GG: Eu descobri que Emilen é uma criança monstruosa.
CW: Até que enfim, hein?
GG: Você já sabia disso?
CW: Só você não via, Gil.
GG: Agora consigo ver tudo claramente. Sara caída no chão não foi um tombo qualquer. Ela foi empurrada.
CW: Exatamente.
GG: Onde é que nasceu um monstro desses? Eu não tenho esse tipo de genes, Catherine. Aliás, não vejo nada de mim nessa menina!
CW: Já pensou na possibilidade de ela não ser sua filha?
GG: Como é?
CW: Pensa comigo: ela não se parece em nada com você. Eu não conheço a mãe, mas não acredito que ela seja cruel como esta menina.
GG: Não, Lauren nunca foi assim.
CW: E digo mais: ela pode nem ser filha dessa mulher!
GG: Você acha?

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