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A intrusa - cap. 5

LB: Boa viagem então. Você sabe voltar ao hotel?
GG: Não se preocupe, eu pego um táxi. Cuide da menina.

Lauren levou a filha para casa e Grissom retornou ao hotel, onde sua mala já estava arrumada. Para não chegar atrasado, resolveu ir mais cedo para o aeroporto. Não deixava de pensar em Sara e em tudo o que vivera com ela até aquele momento. Durante o vôo de volta para Vegas, ele se lembrava de tudo que ele e Sara passaram até ficar juntos, de todos os obstáculos, de todas as dificuldades, de todas as alegrias... Quando Grissom desembarcou em Vegas, caía um temporal. Ainda era de tarde, tendo em vista o fuso horário. Pegou um táxi e foi para casa. Ligou para a amada e eles combinaram de ser ver aquela noite. Ele foi até o apartamento dela, onde a beijou com saudade e amor. 
  
SS: Tudo isso é saudade?
GG: Saudade, amor, desejo...
SS: Me conta: onde você esteve e o que foi fazer?
GG: Sara, sente-se. A conversa será longa e não será nada fácil.
SS: O que está havendo?
GG: Não está sendo nada fácil para mim, imagine para você, que está de fora...
SS: Tá, mas é algo tão grave assim?

Grissom deu um longo suspiro. Aquela conversa seria extremamente difícil, mas não tinha mais como ser evitada. Era a hora!

GG: Honey, você sabe que depois de te conhecer eu tive alguns rolos por aí...
SS: Sim.
GG: Antes de qualquer coisa, quero dizer que nenhuma dessas mulheres teve qualquer importância para mim. Eu nunca mais fui o mesmo homem depois de te conhecer.

“Não foi, mas também não deixou de se envolver com outras mulheres”, pensou Sara.

SS: E...?
GG: Recebi a visita de uma mulher com a qual tive um rolo, não um relacionamento sério.
SS: O que ela queria?
GG: Ela me disse que eu sou pai da filha dela, que tem sete anos.

Sara arqueou a sobrancelha.

SS: Quer dizer que você... teve uma filha com uma ex?
GG: Eu não sei, Sara! Por isso eu viajei. Fui a New Jersey fazer o exame de DNA.
SS: Peraí. Se essa mulher esteve em Vegas, porque o exame não foi realizado aqui?
GG: Bom, a menina não estava e ela me disse confiar no de lá.
SS: Sei...
GG: Eu imagino que você deva estar chateada com essa história, eu ainda não entendi muito bem tudo isso...
SS: No mínimo é esquisito.
GG: Vamos relaxar um pouco, Sara. O exame só chega em dois dias.

Sara deu um longo suspiro e disse tudo bem. Ela demonstrou ao amado que era forte e sabia fazer papel de, mas por dentro estava destroçada. A possibilidade de seu homem ser pai de uma filha com outra mulher era algo extremamente incômoda. Imaginá-lo gerando essa criança com outra que não fosse ela doía o coração, por mais que tentasse não pensar naquilo. Os dois fizeram amor enquanto a chuva caía na rua. Mas a perita não estava tão relaxada assim, tensa com a revelação que Grissom lhe fizera, e com isso sentiu dor durante todo o ato. Ele não percebeu que desta vez os gemidos não eram de prazer, mas sim de dor.Depois do orgasmo, ele ainda perguntou:

GG: Está tudo bem?
SS: Sim, porque não estaria?
GG: Tive a impressão de que você pudesse ter sentido dor, não sei...
SS: Imagine, Griss, estou tão acostumada com seus movimentos...

Ele a abraçou e, até chegar o resultado do exame, as coisas estavam bem. Antes de sair para o lab, Grissom recebeu um envelope por debaixo da porta. Abriu e olhou fixo para o resultado: positivo! Deixou o papel na mesinha central e sentou-se no sofá. Com o olhar perdido em pensamentos, o supervisor tentava imaginar sua vida dali para frente com uma filha e seu relacionamento com Sara. Olhou para uma foto dos dois, abraçados e felizes e um pequeno filme com momentos dos dois passou na cabeça. Em seguida levantou-se e foi para o lab. Ao chegar, não viu ninguém da equipe. Andando pelo corredor, viu Sara analisando uma evidência com Greg. Ela não notara que ele a observava.
Como estava linda a mulher que amava! Até analisando evidências ela era linda... Em seguida, foi para sua sala, onde precisava revisar um caso. Catherine, que parecia farejar chegadas à distância, chegou logo em seguida.

CW: Ei! Nem veio falar com a gente! Algum problema?
GG: Não, estou aqui revisando um caso. Aconteceu alguma coisa?
CW: Não, nada. Bom, estou indo à delegacia interrogar um suspeito com Brass.
A gente se vê.

Grissom apenas assentiu com a cabeça. Pouco depois, Sara apareceu.

SS: Muito ocupado?
GG: Estou revisando um caso.
SS: Vamos jantar juntos hoje?
GG: Eu passarei na sua casa. Precisamos conversar.
SS: Saiu o resultado, não foi?
GG: Falemos disso na sua casa, Sara.
SS: Não precisa me dizer... pela sua expressão, deu positivo – e saiu.

Grissom percebeu que a amada estava triste com aquela situação. Mais que compreensível. Quando ele chegou ao apartamento dela, mais tarde, Sara estava cheirosa, havia acabado de sair do banho. Ela o recebeu com uma expressão de dor nos olhos. Mas ainda assim sorriu.

GG: Mesmo triste você é irresistível!

Os dois, sentados no sofá, pareciam dois estranhos íntimos. Grissom estava completamente sem jeito de iniciar aquela conversa – como sempre ficava quando o assunto era muito sério entra os dois. Sara já havia entendido a respeito do resultado, e mantinha uma ansiedade interna, para que ele desembuchasse logo e terminasse com aquele drama todo.

GG: Sara, eu...
SS: É melhor ir direto ao ponto, Griss. Já sei que o resultado deu positivo, estou certa?
GG: Está, está certa. Infelizmente.

A perita deu um suspiro.

SS: Apenas me diga uma coisa: essa menina foi gerada...
GG: Depois de São Francisco. Ela tem sete anos.

Sara engoliu com dificuldade o choro. Aquela resposta foi mais que um tapa no rosto, era uma espécie de prova de que a paixão intensa vivida em São Francisco era uma página que se virava facilmente.

SS: E como vai ser agora, com a entrada dessa menina em sua vida, ou melhor, nas nossas vidas?
GG: Eu preciso conversar com a mãe dela.
SS: Não no seu apartamento, espero.
GG: O que você está pensando, Sara?
SS: Não penso nada. O que não deveria ter acontecido já aconteceu mesmo...
GG: Sara!

Grissom segurou as mãos da amada e disse, firme:

GG: Eu quero ter um filho com você! Nós podemos fazer isto!
SS: Porque você está me dizendo isso agora, Griss? Vai rejeitar sua filha?
GG: Não. Mas eu quero que você espere um filho meu. Você é a mulher que eu amo. Jamais será outra mulher.
SS: Mas tem essa menina agora que vai precisar de você.
GG: Vou aprender a ser pai. Mas quero aprender com você.
SS: Comigo?
 

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2 comentários:

Unknown disse...

Vc adora matar eu de curiosidade né?!

Luciana Dias disse...

E a menina é filha de Grissom! Tô passada!

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