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A intrusa - cap. 7


GG: Querida!

Grissom foi até Sara e deu um longo beijo molhado. A perita ficou sem jeito de beijá-lo perto da menina.

SS: A menina está olhando, Griss!
GG: Quero que conheça a Emilen.
SS: Olá, Emilen!

A menina, encarando a perita, levou cerca de cinco segundo até responder:

EM: Quem é você?
SS: Meu nome é Sara Sidle. Quantos anos você tem?
EB: Sete. E você?
SS: Bom, eu tenho muito mais que isso... – ela tentou ser agradável com a menina – Tenho 35.
EB: Você é mais nova que a minha mãe!
SS: Ah é? E quantos anos ela tem?
EB: 38.
GG: Você deve estar cansada. Como foi seu dia?
SS: A mesma coisa: crimes, bandidos, investigações...
EB: Onde é que eu vou dormir? – a menina interrompeu a conversa.
GG: Ãh... bem... Tem um quarto de hóspedes, você ficará lá.
EB: Sozinha?
SS: Não tem perigo algum. Qualquer coisa, você pode ficar com o Hank.
EB: Porque não posso dormir com você?
SS: Porque não é correto você dormir com seu pai, Emilen.
EB: Mas ele é meu pai, e você não é minha mãe!
SS: Não precisa vir com quatro pedras!
GG: Emilen, Sara é minha mulher e dorme comigo. Você irá dormir no quarto de hóspedes.
EB: Eu sempre dormi com a minha mãe! – ela fazia birra.
SS: Mas ela não está aqui e esta não é a sua casa. Portanto, é bom que se comporte enquanto estiver aqui!

A menina, com muita raiva, correu para o quarto de hóspedes.

GG: Acho que você pegou um pouco pesado, querida.
SS: Não viu como ela veio com agressividade? Apenas a coloquei no devido lugar. Vai por mim, essa menina de boba não tem nada.
GG: Preparei um jantar muito gostoso, quer comer?
SS: Vou tomar um banho e já desço.

Enquanto Sara ia tomar seu banho, Grissom foi até o quarto de hóspedes, onde a pequena Emilen estava, abraçada ao ursinho.

GG: Preparei um jantar muito gostoso, venha comer com a gente.
EB: Não quero comer perto daquela mulher! Ela não gosta de mim!
GG: A Sara é uma mulher encantadora, você vai gostar muito dela. Ela só quis que você se comportasse melhor, já que está em outra cidade e longe da sua mãe. Promete que vai fazer um esforço para se dar bem com ela?
EB: Mas porque você não fica com a mamãe? – perguntou com voz chorosa.
GG: Entenda uma coisa, Emilen: um homem e uma mulher ter um filho juntos não significa que ficarão juntos para sempre.
EB: Não?!
GG: Não.
EB: E porque eu nasci?
GG: Ãh... bem... olha, depois eu te explico melhor. Você ainda é muito menina, ainda vai entender certas coisas. Vamos jantar?
EB: Está bem.

Durante o jantar, Sara notava que a menina a observava como se ela fosse uma intrusa, uma inimiga, alguém que não devia estar ali. Grissom não percebeu nada, ou fingiu não perceber nada. Mas a perita sentia que o relacionamento com a pequerrucha não seria nada fácil, ou nada agradável. Depois do jantar, Sara se ofereceu para pegar uma sobremesa.

SS: Você gosta de pudim, Emilen?
EB: Não quero!
GG: Sua mãe disse que você gosta de pudim, Emilen.
EB: Mas eu não quero esse pudim! Pega um pra mim você? – disse olhando para Grissom.
GG: Claro.

Sara bufou e resolveu comer a sobremesa. A menina tinha alguma coisa contra ela, estava evidente. Mas não a deixaria tornar esses dias em que estivesse em Vegas insuportáveis. Do contrário, a colocaria no primeiro avião para New Jersey. Sem reclamar, Emilen seguiu para o quarto de hóspedes na hora de dormir. Mas ela estava sem sono, e quando caiu a madrugada, ela resolveu andar pelo apartamento. Estava tudo muito silencioso, e Emilen olhou para a porta do quarto de Grissom, curiosa. Ela subiu as escadas e pôs o ouvido na porta. Escutou barulho de cama mexendo e gemidos. Não sabia bem o que estava se passando, mas só de saber que seu pai estava com outra mulher que não a sua mãe a deixava irritada. E iria deixar bem claro àquela “intrusa” quem mandava! No dia seguinte, Grissom iria trabalhar e Sara ficaria com a menina.
 
SS: Acha que é uma boa idéia?
GG: Relaxa, querida, logo mais eu estou de volta. Eu te ligo durante o dia, tá?

O supervisor terminou de se vestir e foi até o quarto onde Emilen estava.

GG: Emilen, preciso falar com você.
EB: O que foi?
GG: Eu preciso trabalhar, tenho um caso para resolver, mas eu volto à noite.
EB: Eu vou ficar sozinha?
GG: Não, você vai ficar com a Sara.
EB: Porque com ela?
GG: Sara é uma ótima pessoa, ela vai cuidar bem de você.
EB: Mas porque não você?
GG: Porque eu preciso ir trabalhar.
EB: E não posso ir com você?
GG: Não. Onde eu trabalho crianças não podem entrar. Vocês vão se dar bem, tenho certeza.

Ele deu um beijo na testa da menina, um no boca de Sara e saiu. A menina permaneceu sentada na cama. Sara foi até o quarto.

SS: Ei! Não quer comer alguma coisa?
EB: Comer o que? – respondeu secamente.
SS: Bem, temos panquecas com mel, donuts, suco de laranja...
EB: Eu vou ver na geladeira.

A menina, independente, caminhou até a cozinha e abriu a geladeira à procura de comida.

EB: Não tem nada nessa geladeira?
SS: Como não tem nada, menina? Olha direito! Repleto de coisas gostosas e nutritivas.
EB: Só tem mato verde nessa porcaria. Quem gosta de mato?
SS: Isso não é mato, é verdura. E é muito nutritivo. Eu adoro!
EB: Tinha que ser uma pessoa retardada que nem você pra comer mato!
SS: Eu não admito que você me chame assim, está entendendo? Você não me conhece!
EB: Estou com sede, me dá um copo d’água?
SS: Sim.

Sara encheu o copo e deu a menina. Emilen olhou bem para o líquido e, num impulso, jogou a água no rosto de Sara.

SS: Cof, cof, cof!

A perita se engasgou com a água que entrara em suas narinas. Em seguida, recomposta, Sara olhou para Emilen com olhar fuzilador, da mesma forma que olhava para um criminoso.

SS: Eu vou contar para o Grissom que tipo de criatura é você e ele vai te mandar de volta!
EB: Ele não vai acreditar em você, sua bobona! Eu sou uma criança, você é uma mulher velha e feia... – ela desdenhou sorridente.
SS: Vai já para o seu quarto! Não quero vê-la na minha frente!
EB: Essa casa é do meu pai, não sua!

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