RSS

A intrusa - cap. 8


SS: Esta casa é tão minha quanto dele. Eu moro aqui, você não! Portanto, me obedeça senão vai se ver comigo!

A menina se assustou com os berros de Sara e correu para o quarto. A perita, furiosa, bebeu um copo d’água para se acalmar. Ela via na menina a imagem de Hannah West, a pestinha que conseguiu tirá-la de si e confundi-la no passado, fazendo-a ir embora de Vegas e de Grissom, e estar de frente com uma nova capetinha fazia o sangue ferver. Teria de fazer Grissom acreditar que aquela menina era muito diferente dele, como poderia ter herdado alguma coisa dele?  Sara, muito hábil em lidar com situações difíceis e pessoas diversas, sabia que teria de se esticar para lidar com aquela pestinha. Só que Emilen, apesar da pouca idade, era muito esperta também, e percebeu que não conseguiria muita coisa sendo muito agressiva com a namorada do pai. Resolveu agir diferente. Durante o resto do dia, as duas conseguiriam ficar sem agressividade, cada uma em seu canto. Quando Grissom chegou à noite, Sara estava na sala, enquanto a menina brincava no quarto.

GG: Como foram as coisas?
SS: Diria que regulares.
GG: Aconteceu alguma coisa?
SS: Nada, apenas levei um copo d’água na cara.
GG: Emilen fez isto?
SS: Duvida?
GG: Ela é uma criança, Sara. Porque motivos ela faria isso?
SS: Não acredita em mim? Escuta o que estou dizendo, essa menina é uma peste! É malcriada, não tem limites! Por mais quanto tempo terei que aturá-la aqui?
GG: Daqui a alguns dias eu a levarei de volta. Não quero que fique se martirizando com isso, é bom que as duas saibam conviver em harmonia.
SS: Vai dizer isso a mim?
GG: Vou ver como ela está.

Sara subiu para o quarto. Estava aborrecida pela falta de percepção do amado.
Achava que a menina conseguiria levá-lo no bico, logo ele, um homem difícil de ser enrolado. Quando Grissom subiu para o quarto, Sara estava deitada.

GG: Ei querida, não vai descer para jantar?
SS: Estou sem fome.
GG: Sem fome?!
SS: Foi o que eu disse.

Grissom sentou-se na cama e tocou no quadril da amada.

GG: Está chateada pelo que aconteceu?
SS: A que se refere?
GG: Sobre esse episódio da água na cara?
SS: Eu te disse isso, mas parece que você não acreditou.
GG: Não é isso, mas fico achando uma história meio fantasiosa.
SS: E porque eu inventaria um absurdo desses? Pensa que estou com ciúme de vocês dois e por isso inventaria um jeito de chamar sua atenção?
GG: Não foi o que eu disse...
SS: Mas parece, Griss! Olha, eu não quero discutir com você, estou meio enjoada e prefiro ficar aqui no meu canto, está bem?
GG: Você comeu alguma coisa que fez mal?

“É essa pestinha que me faz mal, Griss!”, pensou a perita.

SS: Não, não comi nada que me fizesse mal. Acho que é o estomago. Quando fico nervosa ele dói e me causa náuseas. Acho que vou ter uma gastrite se continuar assim.
GG: Já te falei que não existem motivos para ficar nervosa. Anda, descanse um pouco e logo mais eu faço alguma coisa gostosa para você comer.

Durante a madrugada, no silêncio da casa, todos dormiam tranquilamente. 
Sara parecia agitada, mexia muito as pernas e murmurava também. No sonho ela estava no quarto, com as luzes do corredor acesas. Estava sozinha na casa com a menina, que surgiu na porta do quarto com um olhar assustador. Elas se encaravam e Emilen apontou uma faca para ela, no estilo “brinquedo assassino”. No que ela ia se aproximando da perita, Sara acordou e deu um grito. Grissom acordou assustado também.

GG: O que foi, querida? Teve um pesadelo?
SS: Sim! Horrível!
GG: Com o que você sonhou?

Sara olhou bem para o amado, mas não se atreveu a dizer que o motivo de seu pesadelo era uma menina de sete anos! No mínimo ele a chamaria de louca ou que estivesse vendo chifre em cabeça de cavalo. Iria se abrir com Catherine, que iria compreendê-la. Mas Grissom não iria entender, como já não estava entendendo, a gravidade da situação.

SS: Não sonhei com nada, foi apenas um susto.
GG: Venha, eu te protejo, deite-se em meus braços.

Acolhida pelo amor do supervisor, a perita conseguiu dormir mais tranqüila.
Mas as coisas não melhoraram com o passar dos dias. Emilen continuava a aprontar com Sara: primeiro, colocou sal em seu café, depois passou uma tesourada nas plantas que Grissom havia lhe dado. Enquanto Sara tentava abrir os olhos do amado para a agressividade anormal da menina, ele, talvez começando a gostar dessa história de paternidade, fechava os olhos para as atitudes dela. E isso deixava a perita irritada e magoada ao mesmo tempo.  Com isso, Sara não teve nem tempo de perceber as mudanças que estavam acontecendo em seu corpo. Certo dia, em que Grissom teve de ir a outra cidade com Brass, Sara ficou no apartamento com a menina.. Catherine, de folga, foi visitar a amiga, que estava muito gripada.

CW: Como você tem passado, Sara?
SS: Tirando essa gripe essa menina, estou bem.
CW: Você não gosta mesmo dela, né?
SS: Já te contei os motivos. Atchim!
CW: E o Gil não percebe nada?
SS: Ela inverte a situação, diz que eu sou a implicante, que não gosto dela, enfim...
CW: Se fosse comigo, eu já a tinha mandado por fedex para o lugar de onde ela veio.
SS: Olhando por esse prisma, entendo que não nasci pra ser mãe.
CW: Você não tem vontade de ter um filho com o Gil não?
SS: Já pensei nisso, mas vendo essa menina, qualquer vontade passa...
CW: Não pode nem deve generalizar, Sara. A Lindsay nunca foi uma menina encapetada. É criação, a mãe dela deve deixá-la muito à vontade, não deve impor limites e fazer todas as vontades dela. Típica garota mimada!
SS: Além dessa gripe chata, estou enjoada há alguns dias.
CW: Será que vem um bebê por aí?
SS: Bebê? Não, eu disse ao Grissom que era gastrite. Essa menina tem me tirado do sério, Cath!
CW: Acho bom você fazer um exame. Quem sabe a vinda de um irmão não faça essa garota se comportar melhor?

Emilen, que escutava toda a conversa, fez cara feia quando Catherine falou em bebê.

EB: Essa chata não pode ter um filho do meu pai. Não pode!

Assim que Catherine foi embora, cerca de meia-hora depois, Sara foi até o quarto onde a menina estava hospedada para chamá-la para fazer um lanche.

SS: Emilen! Cadê você? Anda, venha comer um lanche!

Sara olhou por todo o quarto e não a encontrou. Andou pela sala, cozinha e nada. Resolveu subir para ver se ela estava em seu quarto. Também nada.

SS: Cadê essa menina? – Sara estava na beira da escada, pronta para descer. 

Ela não percebeu que Emilen apareceu no corredor e a empurrou escada abaixo. Sara caiu no chão sentindo muitas dores pelo corpo. Apesar da queda feia, ela estava consciente, e visualizou a pequena descendo a escada e ir até onde ela estava.

SS: Emilen... por favor... ligue para o Grissom.
EB: Você vai ficar aí, para aprender a não tomar o meu lugar!

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

0 comentários:

Postar um comentário