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O passado bate à porta - cap. 2


Depois do prazer...

GG: Já te disse que amo fazer amor com você?
SS: Já percebi isso há muito tempo!

Grissom ajeitou os travesseiros e envolveu Sara em seus braços. E iam conversando enquanto a respiração ia desacelerando e os corações iam voltando ao normal.

GG: Não te agrada a idéia de tentar um menino?
SS: Griss...
GG: Eu sei que você sofreu quando perdeu aquele bebê, mas foi em outra época, outra circunstância. Agora estamos estabilizados, as meninas estão maiores, quase mocinhas, estamos fora do lab, enfim, agora temos tempo para tudo, até mesmo ter um novo bebê na casa.
SS: Griss... você diz que quer tentar um menino. Vai que vem uma outra menina? E aí, como fica?
GG: Iria amar do mesmo jeito. Vindo de você, todo filho é sempre muito 
amado. E você é uma excelente mãe. Ellen e Anne a amam muito. E eu sei a barra que passou quando esperava Ellen, não pense que eu me esqueço disso.
SS: Vivi dias terríveis. Por muito tempo, mesmo depois que ela nasceu e nos casamos, fiquei com aquilo na cabeça, de você olhar pra ela e enxergar o Hank.
GG: Isso foi no início. Ela prefere me chamar de pai, não percebe? Significa que em seu coraçãozinho eu sou sua referência masculina, sou sua segurança e sou seu verdadeiro pai, mesmo que apenas de coração. Mas eu amo você, porque não amaria sua filha, que é um pedaço seu?
SS: É por isso, entre outras coisas, que eu amo você. Sua sensatez me traz segurança, sabe? É uma coisa que sempre observei e admirei em você. Ainda bem que você nunca o perdeu nesses anos todos.
GG: Eu não seria eu se fosse um homem desvairado, querida. Manter os pés no chão sempre foi meu escudo protetor muitas vezes. O ser humano não pode viver com a cabeça no mundo da lua, senão a vida se torna um desastre. Vivemos de realidade, mas no amor eu me permito sonhar. E posso dizer que só aprendi a sonhar com você, Sara.
SS: Sério?
GG: Sério. Você me deu um amor que homem nenhum jamais sonharia conhecer, e esse amor me transformou em um novo homem. Ele tirou bem de dentro de mim o meu melhor. O amor é isso, penso eu: nos tornar no melhor que podemos ser. E se hoje eu sou esse Grissom que você ama tanto, devo ao amor que você sempre sentiu por mim.

Sara olhou para o marido com os olhos marejados.

GG: Hey! Disse algo errado?
SS: Não. Disse tudo certo!
GG: Por favor, não chore, querida. Não há mais motivos para chorar de tristeza, agora tudo é felicidade.
SS: Eu sei...

Grissom a envolveu em seu abraço e a beijou com intensidade, loucura e paixão. Ele tinha certeza total de que os dois foram feitos um para o outro e estariam juntos para toda a vida e eternidade. Depois de mais alguns minutos de beijos e palavras ao pé do ouvido, o casal foi tomar banho, em seguida se arrumou e foi para a sala de jantar. Antes, passaram pelo quarto das meninas, mas elas não estavam. Ao chegar na sala, Sara e Grissom se depararam com as filhas arrumadas, prontas para ir à escola.

SS: Minhas princesas estão lindas!

As duas abraçaram a mãe e, em seguida, o pai.

GG: Vamos comer?
EP: Vamos!
SS: Como você conseguiu fazer as duas acordar tão cedo, Rochelle?
RG: Tenho um jeitinho todo especial para lidar com elas, senhorita Sidle.
SS: Gosto como você as trata. Obrigada por ser tão gentil com elas.
RG: Tratar criança bem é obrigação de qualquer ser humano. E eu adoro suas filhas, nos damos muito bem!

A perita sorriu e seguiu para a sala de jantar, onde havia uma farta variedade de bolachas, pães, frutas, sucos, entre outras coisas. A família, sempre reunida, se alimentou e em seguida Grissom foi tirar o carro para levar as filhas à escola. Durante o trajeto, ele olhou pelo retrovisor, na highway, e reparou que um carro fazia exatamente seu trajeto. Não que qualquer um não pudesse ir para onde ele estava indo, mas o que o deixou intrigado é que não era a primeira vez que via esse automóvel, cujo modelo era raro nos Estados Unidos, na cola de seu carro. Assim que ele parou o veículo na calçada da escola das meninas, o outro automóvel seguiu em frente. Grissom pensou ter se livrado dele, mas ele apenas dobrara a esquina. E, como ele seguiu reto assim que deixou as duas aos cuidados da professora, não percebeu que o carro estava a poucos metros da escola das meninas. Alguns minutos depois que Grissom passara pela rua, um sujeito desceu do veículo. Vestido elegantemente e de óculos escuros, ele parou em frente à escola. Como o pátio ficava ao ar livre e havia apenas grades que protegia as crianças da rua, quem estivesse por ali poderia ver as crianças na hora da recreação. E no intervalo, por volta das nove da manhã, o observador ficou espreitando a alegria infantil. Foi quando uma criança lhe chamou a atenção. Uma menina linda, loira, com laço na cabeça e vestido vermelho brincava com as amiguinhas. Ao vê-la, ele sentiu os olhos marejarem. E quando ela notou sua presença ali, sentiu as mãos tremerem. A pequena Ellen ficou observando o homem alto e loiro, de cabelos arrepiados e barba a lhe observar e não entendeu nada. Uma amiguinha a puxou pelo braço e ela se afastou. Aqueles minutos rápidos foram o suficiente para que aquele sujeito grande caísse no choro ao sair dali. Hank saíra da prisão graças às manobras de seu advogado, e agora respondia o processo em liberdade. Tudo o que ele mais queria agora era poder ficar perto da filha, poder passear com ela, e quem sabe, se entender com a mãe dela novamente. Mas havia obstáculos em seu caminho: Grissom e sua nova mulher Paula Campbell. Ela era uma mulher extremamente possessiva e ciumenta. E ele estava cansado de tantas ceninhas. Ao chegar em casa, ela logo o encheu de perguntas:

PC: Onde você estava? Com quem estava? Anda, me diga!
HP: Quer me deixar respirar, por favor?
PC: Porque está me tratando assim? É alguma sirigaita na rua que mexeu com você, é? – ela começou a berrar.
HP: Deixa de ser neurótica que já estou farto disso!
PC: Tá procurando desculpa para pedir o divórcio? Pois escute bem: eu não dou o divórcio, está me entendendo? Não dou!

Hank já estava no quarto, deixando a mulher berrar feito louca. Sentou-se na cama e pegou a foto recente da filha, tirada por seu amigo e advogado. Como estava bonita, quase uma mocinha! Olhando para aquele rostinho tão meigo e angelical que a filha que fizera com uma mulher tão maravilhosa como Sara, Hank não percebeu que a esposa o observava da porta com olhar enfurecido.

PC: O que você está tanto vendo aí?
HP: Não lhe interessa!
PC: Cretino!

Enquanto a mulher bateu a porta furiosa, Hank continuou a admirar a beleza da filha, e ver o quanto crescera desde a última vez. A menina não sabia que o homem que a observara no recreio era seu pai biológico, mas esse fato traria problemas. Ao chegar em casa, ela, em sua inocência, acabou comentando com a mãe:

EP: Mamãe, hoje eu vi um moço me olhando na hora do recreio.
SS: Que moço, Ellen?
EP: Ele era alto, loiro, de cabelo em pé e barba.

Sara ficou por alguns segundos tentando pensar em quem poderia ser, mas não lhe veio à mente nenhum homem loiro de barba; se fosse sem barba, iria ligar a pessoa a Hank Peddigrew, mas do jeito que a filha falou, não poderia ser ele.

SS: Tome cuidado, viu? Qualquer coisa avise à professora.
EP: Está bem, mamãe. Posso ir brincar?
SS: Tome um banho, daqui a pouco o almoço estará pronto.
EP: Sim.

As meninas foram tomar banho, supervisionadas pela babá. Sara estava na cozinha, pensativa, quando Grissom adentrou.

GG: Aconteceu alguma coisa?
SS: Estava pensando no que Ellen me disse sobre um homem a lhe observar no recreio.
GG: Preciso lhe contar algo que aconteceu. Não sei, pode ser apenas impressão minha, mas de qualquer forma, quero lhe contar.
SS: O que foi?
GG: Havia um carro seguindo o meu. Percebi isso na highway, porque ele fazia o mesmo trajeto que eu há algum tempo. Só seguiu em frente quando eu parei em frente ao colégio das meninas.
SS: Acha que estamos sendo observados?

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