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Por amor - cap. 7


LP: Eu não a matei, mas não gostava dela. Ela era insistente. Sabia que Hank era casado e ainda assim queria manter contato com ele.
JB: Como você descobriu que os dois estavam de caso?
LP: Hank sempre foi um homem desligado, acabei lendo uma mensagem no celular dele.
CW: E não se conformou de ser traída?
LP: Hank nunca ligou pra mim nem para James, que apesar de não ser filho dele, o amava como pai.
JB: Aquele sujeito que explodiu a suv era algum cúmplice seu?
LP: Me reservo o direito de ficar em silêncio.
JB: Vou reservar o direito de colocá-la atrás das grades também.
LP: Quero um advogado.
JB: Você terá. Mas não acredito que ele irá conseguir livrá-la da condenação. Você está presa em nome da lei. Policial, pode levá-la.

Lisa saiu da sala olhando para todos com raiva e indignação, como se ela fosse a vítima na história. Em seguida, Brass foi com Catherine até a cela onde Sara se encontrava. Ela havia acabado de vomitar, estava pálida.

JB: Anime-se, garota.
SS: Estou péssima, Brass. Estou suja, precisando de um banho e acabei de vomitar...
CW: Mas que bebezinho mais danado é esse, hein?
JB: A notícia que trago vai animá-la e muito.Você está livre!
SS: Como?!
CW: Lisa Peddigrew acabou de ser presa. Ela não falou nada sobre o cúmplice, mas admitiu ser a mandante do assassinato de Melissa Stone.
SS: E Hank, sairá também?
JB: Ele terá de responder a um processo por estupro. Se você der queixa, ele permanecerá preso e logo será transferido para uma penitenciária.

Sara deu um suspiro e olhou firme para o capitão da polícia.

SS: Eu não vou dar queixa dele.
CW: Como não, Sara?! Ele fez sexo com você sem sua permissão! Isso no mínimo é uma canalhice!
SS: Eu não vou dar parte dele!
CW: É por causa do bebê?
SS: Não considero aquilo um estupro. E quero acabar com esse tormento todo. Quero sair logo daqui.
JB: Tudo bem, eu entendo. Os dois estão livres.

Sara saiu da cela e trocou de roupa no banheiro. Indo para a secretaria assinalar os papéis burocráticos, encontrou com Hank, que a olhava com certa vergonha. Tudo pronto, os dois deixaram a delegacia. Catherine ofereceu carona à colega de trabalho. Ou, pra dizer corretamente, agora ex-colega de trabalho.

CW: Você sabe que não poderá voltar a ser uma csi, não é Sara?
SS: Eu sei... - suspirou tristonha – Acabou meu sonho de ser uma csi nível 4. Vou ver o que posso fazer daqui pra frente... Ainda bem que tenho algumas reservas, senão não saberia como sustentar essa criança que vai nascer daqui a sete ou oito meses...
CW: E o Gil?
SS: O que tem ele?
CW: Não pensa em se acertar com ele?
SS: Nosso tempo acabou, Catherine. Que homem aceitaria numa boa a mulher amada esperando filho de outro? Eu não.
CW: Mas...
SS: Apenas diga a ele que eu sempre o amarei.
CW: E a carona?
SS: Não se preocupe, vou pegar um táxi.

Exausta, Sara chegou em casa e foi direto para o banho. Enquanto deixava a água fria cair em seu corpo, acariciava a barriguinha ainda discreta, na qual um ser crescia. Não era fruto do amor entre ela e Grissom, mas era uma parte sua, e que estava amando poder gerar aquela vida. Não amava Hank, mas não podia deixar de admitir que ele era um homem e tanto. Talvez nem tanto na questão da inteligência ou caráter, mas era um belo homem e fazia um sexo muito gostoso. O resultado dessas delícias estava justamente em sua barriga...
Depois do banho, vestiu uma camiseta e uma calcinha e caiu na cama. Quantas saudades de seu ninho, de sua segurança, de seu sossego... E assim, limpa e de alma lavada, Sara adormeceu. E ela precisava descansar para ter forças de suportar o que estava por vir... As semanas que se passaram foram muito agitadas. Sara recebeu uma indenização do governo por danos morais, devido à prisão injusta. Resolveu ir até o lab rever os amigos que sempre acreditaram em sua inocência. Todos a receberam com carinho, mas Grissom se manteve à distância. Na verdade, ele não fora até ela por dois motivos: estava com Teri Miller em sua sala, resolvendo algumas questões referentes ao retorno dela para o lab, e sabia que se visse Sara, talvez não conseguisse controlar seus sentimentos e a beijasse na frente de todos. Por mais que a amasse, não tinha coragem de assumir esse amor perante todos. E ela notou que ele não viera recepcioná-la:

SS: Onde está o Griss?
NS: Está na sala dele. Quer que o chame?
SS: Não, não precisa – disse, com uma certa tristeza na voz.
CW: Você não soube?
SS: Do que?
CW: Teri Miller está de volta ao lab.

Sara levou alguns segundos para responder. Precisava absorver a informação.

SS: Ah é? Que bom pra ela!
NS: O Ecklie a contratou para compensar a vaga deixada por você.
SS: É, ele é ótimo em tapar buracos e virar a página...
GS: Não ligue, nós amamos você, Sarinha!
SS: Obrigada, Greg.
NS: E como vai o garotão aí dentro? - Nick tocou a barriga da amiga.
CW: Ei, como você pode afirmar que é um menino? - interrompeu Catherine.
SS: O bebê está bem, já fiz alguns exames. Nós dois estamos bem.
GS: Seja menino ou menina, nós amaremos muito e vamos encher de presente.
CW: Meninos, vocês podem me dar licença? Gostaria de falar com a Sara em particular.
NS: Claro! Vamos, Greg.

Depois que os rapazes saíram...

CW: Não quis falar sobre isso na frente dos rapazes, mas acho que deveria te deixar a par das coisas.
SS: Diga.
CW: Gil e Teri estão saindo juntos.

Sara olhou para Catherine sentindo as pernas bambearem, mas manteve-se firme. Porém, a notícia foi como uma punhalada no coração.

SS: Como assim, saindo?
CW: Jantares, e ela tem passado as noites no apartamento dele.

A perita engoliu com dificuldade a vontade de chorar. Sentiu seu amor por Grissom acabar de ser pisoteado sem a menor piedade. Não era culpa de Catherine, ela apenas a estava informando do que estava acontecendo.

SS: Que eles sejam felizes.
CW: Não deveria ter te contado, olha a sua cara!
SS: Sou mais forte do que você pensa, Catherine! Não sou uma bonequinha de porcelana.
CW: Mudemos de assunto então. Você tem visto o Hank?
SS: Ele me ligou um dia desses. Disse que queria me ver e trazer um presente para o bebê.
CW: Então vocês estão se acertando?
SS: Como pai do bebê, acho que ele tem direito. Mas não, não temos nada.
CW: Ainda ama o Grissom, né?
SS: Ele prefere se manter à distância... Então penso que nosso amor não tem como sobreviver... E se ele está infurnado na sala dele com Teri Miller, acho que está tudo explicado. Não tenho mais o que dizer.
CW: Fico feliz que pelo menos você foi compensada pelo sofrimento de ter sido presa injustamente.
SS: Com esse dinheiro vou embora de Vegas e criar meu filho em outro lugar.
CW: Não quer mesmo ficar aqui?
SS: Não quero ficar aqui e ver toda hora Grissom e Teri Miller juntos. É pedir pra sofrer, e isso eu não aguento mais.
CW: A gente se fala antes de você partir. Quero passar na sua casa e levar presentes para o bebê.
SS: Apareça sim.

Sara saiu pelo corredor e deu de cara com Grissom e Teri saindo da sala dele. O clima de constrangimento foi total.

TM: Como vai, Sara?
SS: Estou indo. E você?
TM: Muito bem. Soube que voltei para o lab?
SS: Sim.
TM: Fiquei sabendo que você está grávida de Hank Peddigrew.

O clima não poderia ficar mais constrangedor. Sara não sabia como olhar nos olhos de Grissom e ele ficou do jeito que sempre ficava em situações do dia a dia: inerte. A perita ficou na dúvida se Teri havia dito aquilo por inocência ou propositalmente.

SS: É verdade.
TM: Parabéns ao casal! - e se retirou.
SS: Bem, preciso ir, Grissom. Adeus. - e seguiu em frente.
GG: Sara?

Sara virou-se e olhou nos olhos de Grissom, que mexia as mãos , completamente sem ação.

SS: Sim, Griss...
GG: É verdade que você está... indo embora de Vegas?
SS: Sim. Não tenho mais o que fazer aqui. Enfim, vou para outra cidade, onde eu possa ter um pouco de paz para ter meu filho.
GG: Eu não posso impedi-la de ir embora, por mais que eu a ame, por mais que meu coração sofra com sua distância. Você é uma mulher livre, e merece ser feliz, até com outra pessoa, se isso te fizer sentir melhor.

Sara sentiu as lágrimas escorrerem no rosto e Grissom continuou:

GG: Bom, não sou bom com palavras, mas escrevi uma coisa para você. Por favor, só leia quando chegar ao seu destino.

Ele entregou um envelope à perita, que guardou na bolsa. Após uma longa troca de olhares, Sara seguiu para casa. Pegaria um táxi, pois seu carro estava retido em uma revendedora. Ao chegar em casa, não resistiu e abriu o envelope. Ver algo escrito por Grissom era algo no mínimo curioso. Sentou-se no sofá e pôs-se a ler.

“Se meu amor não estivesse aí, no seu,
Não sentiria essa dor de nem ter o seu, nem o meu
Se eu não te amasse assim
Não sentiria essa dor em mim
Meu amor me dê meu coração de volta,
Mas traga o seu também,
Pois minha alma ama a sua
Como a mais ninguém
Me dê só mais um momento
De sentir esse calor
Me tire desse tormento
De te amar com fervor...

De Grissom”


Depois de chorar um pouco e aliviar a tristeza, Sara guardou o envelope  e acariciou a barriguinha que já começava a aparecer. Alguns dias depois, dezembro chegou, e a barriguinha de Sara se fazia maior, estava entrando no quarto mês. Os amigos haviam levado muitos presentes para o bebê, que era uma menina. Muitas bonecas, vestidinhos, enfeites próprios para meninas. Como já era a época do natal e no hemisfério norte é inverno, Vegas estava debaixo de nevascas. O frio era intenso. Sara estava terminando os preparativos para a mudança quando ouviu a campainha tocar.




















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