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Por amor - cap. 5


Enquanto se trocava, Sara não conseguia pensar em outra coisa que não fosse Grissom. Como ele reagiria ao vê-la na sala de interrogatório na delegacia? Será que iria acreditar em sua inocência? Com lágrimas nos olhos, Sara pôs os braços para trás, a fim de ser algemada. Catherine e Nick observavam em silêncio a dramática prisão da amiga. Seria ela inocente ou se tornara uma criminosa? Sara foi num carro, Hank em outro, e todos seguiram para a delegacia. Lá, os dois foram levados cada um para uma cela, onde passariam a noite, já que àquela hora da noite não seriam feitos interrogatórios. Enquanto Sara, muito abatida e extremamente triste, era conduzida até sua cela, Catherine ligava para Grissom.

GG: Alguma novidade no caso?

Por alguns instantes, Catherine ficou em silêncio.

CW: Sim, Gil.
GG: O interrogatório será amanhã?
CW: Pelo horário, será só amanhã pela manhã. Você estará presente?
GG: Apareço por aí.
CW: Certo.

Assim que desligou o celular, Catherine foi até a cela onde Sara se encontrava deitada e em total silêncio, com roupas de presa, na cor laranja. Observou a cena com muita pena.

CW: Precisa de alguma coisa, Sara?

A perita levantou-se e foi até a grade, olhando fixamente nos olhos de Catherine:

SS: Preciso viver. Me ajude a sair daqui, Cath. Sou inocente, você sabe disso!
CW: Bem que eu gostaria de ajudar, Sara, mas não posso. As evidências apontam para vocês dois. Mesmo acreditando na sua inocência, preciso investigar o caso.
SS: Faça isso e você descobrirá toda a verdade. Eu nem sei o que realmente aconteceu, adormeci tão profundamente que se Vegas estivesse sendo bombardeada eu nem perceberia.
CW: Conte o que sabe amanhã no interrogatório. Grissom estará aqui.
SS: Você... contou sobre mim?
CW: Não, achei melhor não contar.
SS: Você acredita em mim, Catherine?

A loira olhou bem nos olhos da perita e respondeu, antes de sair:

CW: Vai ficar tudo bem, Sara. Durma bem.

O que ninguém poderia imaginar é que na manhã seguinte, a porta da delegacia estaria abarrotada de jornalistas, tendo em vista que uma csi estaria supostamente envolvida em um crime. A notícia vazou rapidamente. Grissom e a equipe entraram rapidamente, sem dar nenhuma declaração. Já estava sabendo que Sara era uma das pessoas suspeitas, e seu coração tremia.

GG: Onde ela está, Brass?
JB: Tem certeza de que quer vê-la?
GG: Toda a certeza!
JB: Venha comigo.

Os dois caminharam até a cela onde Sara se encontrava. Ela estava sentada no chão, com uma das pernas dobradas e segurando-a firme. Visivelmente abatida e cansada, já que não dormira quase nada, a perita olhava para o chão como se olhasse para o nada. Grissom, ao vê-la tão frágil, sentiu o coração bater tão forte a ponto de fazer doer o peito. Brass retirou-se para deixá-los a sós antes do interrogatório.

GG: Sara...

Ela olhou para o supervisor e sentiu muita vergonha por estar em um lugar para onde mandava tantos criminosos. Não sabia o que fazer nem o que dizer.

GG: Não sei o que aconteceu nem o que as evidências estão dizendo, mas...vou provar sua inocência. Acredito em você, Sara.

A perita arregalou os olhos e levantou-se, indo de encontro ao homem que amava, apesar de tudo. Ela tocou suas mãos na grade e ele fez o mesmo, encostando suas mãos fortes nas tão delicadas e suaves dela. As lágrimas rolaram do rosto de Sara, sentindo-se envergonhada por ter sido flagrada na cama com Hank, e nem ao mesmo se lembrava de ter transado com ele...

SS: Você soube de tudo?

Grissom balançou afirmativamente a cabeça.

SS: Estou tão envergonhada... Juro que não me lembro de nada!
GG: Não precisa me explicar nada, Sara. Diga tudo o que sabe ao Brass na sala de interrogatório.

Poucos minutos depois, ela foi levada para o interrogatório. Hank seria interrogado depois. Catherine e Nick acompanhariam o depoimento da colega de equipe. Sara chegou cabisbaixa, sem coragem de olhar nos olhos dos amigos.

JB: Você sabe o procedimento, não é?
SS: Claro.
JB: Nome completo, idade e profissão.
SS: Sara Sidle, 35 anos, csi.
JB: Sara, o que você fazia no apartamento do médico-policial Hank Peddigrew na noite de ontem?
SS: Bom, eu tinha saído do lab e ia para a casa quando meu carro morreu na via expressa. Meu celular tocou e era o Hank, expliquei a ele o que estava acontecendo e ele me ofereceu carona até minha casa, só que acabou me levando ao apartamento dele.
JB: E você já tinha estado lá antes?
SS: Sim.
JB: Quantas vezes?
SS: Bom, a gente estava saindo há mais de 2 meses, então, freqüentava o apartamento às vezes.
JB: E costumava passar as noites por lá?
SS: Isso é relevante, Brass?
JB: Tudo é relevante nesse caso, Sara. Um detalhe pode fazer a diferença.
SS: Sim, dormia sempre que ia lá, mas não necessariamente passava as noites.

Catherine e Nick sorriram com a confissão forçada da amiga.

JB: Você conhecia a vítima Melissa Stone?
SS: Hum, creio que de vista não. Mas recebi uma ameaça por telefone alguns dias atrás, de uma mulher que se dizia namorada do Hank. Se quebrar meu sigilo telefônico, vai ver que estou dizendo a verdade.
JB: Já fizemos isso, e descobrimos que a ligação veio da casa de um acerta Melissa Stone. Muita coincidência, não?
SS: Eu não a matei. E não sei como fui parar na cama do Hank.
JB: Sei...
SS: Me lembro apenas de ter tomado um café e depois ter apagado completamente.
JB: Acha que ele pôs algum sonífero para você dormir?
SS: Não sei... Ele queria transar comigo, mas eu não estava a fim, nós não estávamos mais juntos.
JB: E a criança que você está esperando é do Hank, certo?
SS: O que isso tem a ver com o caso?
JB: Você sabia que Hank era casado, não é?
SS: Quando comecei a sair com ele não, só descobri quando fui com Grissom na casa de uma jovem mulher que havia perdido o filho em um acidente em um parque.
JB: Quando descobriu, já estava grávida?
SS: Sim.
JB: Faz alguma idéia de quem possa ter matado Melissa Stone?
SS: Não, se eu nem a conhecia.
JB: Tem idéia do porquê de suas digitais estarem na arma?
SS: Acredito em encenação, alguém a colocou em minha mão para me incriminar. Como eu poderia, estando apagada?
JB: Precisamos investigar direito sobre esse fato.
SS: Acho que deveriam analisar o copo no qual bebi café. Assim poderão comprovar que realmente bebi alguma substância.

Sara começou a sentir fortes enjôos.

CW: Acho melhor terminar o interrogatório, Brass. Parece que Sara não está se sentindo bem.
JB: Já foi o suficiente. Você está liberada, Sara.
SS: Vou poder ir pra casa?
JB: Infelizmente ainda não. Enquanto não esclarecermos quem realmente cometeu esse crime, você deverá ficar sob custódia. Até por medida de segurança, pois se quem fez isso foi outra pessoa, está a solta e poderá vir atrás de você e do Hank também. Vocês dois permanecerão aqui até concluirmos a investigação.

Resignada e muito abatida, Sara não teve outra escolha senão voltar para a cela, onde esperaria pelas provas que comprovariam sua inocência. Grissom a olhou num misto de pena e tristeza. Como queria poder segurá-la nos braços e dizer que tudo não passou de um pesadelo... Em seguida, voltou com a equipe para o lab. E a primeira pessoa que avistou foi Ecklie.

CE: Então tínhamos uma criminosa entre nós? E você fez o quê pra evitar isso?
GG: Sara é apenas suspeita, não há nada comprovado.
CE: Oras Gil, e as evidências? Não acredita mais nelas?
GG: As evidências não mentem, Ecklie. E é nelas que me agarro para provar a inocência de Sara. Ou nunca ouviu falar de evidências plantadas?
CE: Não seja irônico!
GG: Não seja imbecil você! Tenho certeza absoluta de que alguém queria incriminar os dois, e vou descobrir a verdade.
CE: Claro, porque lhe convém que Sara seja inocentada...
GG: O que você está insinuando?
CE: É melhor você se concentrar na investigação desse caso, Sara só escapa da penitenciária por milagre. Já sei que ela está sendo indiciada por homicídio.
GG: Que não cometeu! Quer saber? Pense o que quiser, vou em busca da verdade.

Grissom foi com Catherine e Nick (que estiveram na cena) e Warrick e Greg ao apartamento de Hank, a fim de descobrir mais evidências.

GG: Precisamos encontrar algo que elimine Sara da cena do crime.
NS: Estou com um pressentimento de que foi tudo um jogo de cena.
WB: Porque diz isso?
NS: Cara, a Cath e eu estávamos no quarto onde Sara e Hank estavam – Grissom olhou para o texano com um olhar incisivo -, então nós podemos dizer com mais segurança o que realmente estava acontecendo. Tanto é que, apesar das digitais do Hank e da Sara estarem na arma, em momento algum você poderia afirmar com certeza que eles fizeram alguma coisa.

Grissom analisava o chão e foi categórico:

GG: O assassino atirou nesse local, como vocês podem ver. Mas se observarem as marcas ao redor, elas não seguem em direção ao quarto. Isto significa que ele, ou ela, não esteve no quarto, e sim a vítima.
GS: Mas Grissom, logo após o crime entrou tanta gente na casa, principalmente no quarto... como saber de quem são as pegadas.
GG: Greg, existe um aparelho que ilumina o chão no escuro, mostrando pegadas diferentes ou não, quando há. Repare bem a circunferência que se forma nessa área. O assassino deu voltas antes de atirar, ele quis olhar bem nos olhos da vítima.
WB: E o que isso nos leva à Sara e ao Hank?
GG: Quem matou conhecia a vítima e a vítima conhecia o assassino.
NS: Sherlock Holmes você, Grissom?
GG: As evidências nunca mentem, Nick. E elas estão nos dizendo que Sara é inocente.
NS: Nunca duvidei disso.

Greg, que havia ido à cozinha em busca de alguma pista, chegou à sala com um pequeno vidro contendo um líquido.

GS: Eu achei algo que pode interessar a vocês.

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