Assim
que os dois saíram, Robbins, que de bobo não tinha nada, disse, divertindo-se
com a situação:
AR:
Ah esses dois... Então o Gil vai ser papai...
Grissom
levou Sara até o lock, e fechou a porta.
GG:
Sara... é verdade o que o Robbins disse?
SS:
Eu não sei, Griss. Eu não sei.
GG:
Seria maravilhoso, minha querida. Ser pai de um filho seu seria incrível. E se
tiver mesmo uma criança em sua barriga, será a borboleta que se abrirá depois
de sair do casulo.
SS:
Mas que comparação é essa, Grissom?
GG:
Talvez seja por que eu sempre me lembro de você quando vejo uma borboleta,
principalmente a Morpho Aega, ou seda-azul. Acho
que é a borboleta mais linda que existe, e é a que me remete você.
SS:
Bom, eu ainda não sei. Nunca fiquei grávida, não sei como essas coisas
acontecem... Só estou sentindo enjôos, mas deve ser estômago.
GG:
De qualquer forma, não deixe de ir a um médico.
SS:
Não deixarei.
Sara
teve de sair mais cedo do lab, pois vomitara mais algumas vezes. Antes que
Ecklie percebesse algo, Grissom a liberara para ir embora. Catherine, na sala
do chefe, ainda comentou:
CW:
Você tem alguma coisa a ver com esses vômitos?
GG:
Alguma pergunta a respeito de trabalho, Catherine?
CW:
Ok, não vou mais perguntar. Sei que em breve terei a resposta.
A
loira saiu e Grissom ficou observando-a intrigado, mas ao mesmo tempo, sentiu
uma ansiedade jamais sentida invadir seu corpo. De
repente, estava com a mulher que demorou tanto para perceber que precisava
dela, e ela estaria esperando um filho seu. Eram as coisas simples do mundo,
mas ao mesmo tempo, as melhores – e era o que fazia a diferença. Era disso que
Grissom precisava para ser feliz, um amor e uma família. O resto não importava
mais.
Em
casa, depois de um delicioso banho no qual se sentiu bem melhor, Sara fez o
teste de farmácia que comprara antes de chegar em casa. Cinco minutos depois, a
descoberta: em sua barriga havia um pedaço de Grissom crescendo e vivendo. Deu
o típico sorrisinho de lado e tocou a barriga com carinho. Grissom havia dito
que naquela noite ele dormiria com ela em seu apartamento, e os dois jantariam
juntos e namorariam bastante. Sara
estava feliz. Talvez pela primeira vez na vida, estava sentindo a segurança
emocional de que precisava. Agora tinha o apoio físico e psicológico do homem
por quem esperou a vida toda, mesmo sem saber. Grissom podia não ser o mais
romântico dos homens, mas dava toda a segurança que uma mulher poderia ter. E
ele era um grande amante, tanto na cama como fora. Juntos,
os dois acabaram concebendo uma vida. Que não estava nos planos deles – Sara
jamais se imaginou com uma criança nos braços e amamentando-a, apesar de ter
sonhos românticos com Grissom -, mas agora era uma idéia muito boa e essa
criança seria muito bem vinda. Por ela, que estava sabendo, e posteriormente
por Grissom, a quem contaria à noite, nos braços dele. O
telefone tocou, despertando-a dos sonhos de mãe.
SS:
Sidle.
OR:
Olá, minha querida, como está?
SS:
Oliver?
OR:
Sim, ele mesmo. Você está muito ocupada neste momento?
SS:
Bom, acabei de tomar um banho e vou comer algo.
OR:
Venha comer em minha casa, minha cozinheira prepara cada comida mais gostosa
que a outra.
SS:
Eu não sei...
OR:
Estou te esperando. Você sabe meu endereço.
Oliver
desligou sem dar a Sara chance de inventar alguma desculpa. Bom, se ele queria
vê-la, devia ser urgência, então começou a se preparar para ir. Seria uma
rápida visita, então logo estaria de volta. Involuntariamente,
desta vez pegou a arma e colocou-a no colete, por dentro. Pegou o carro e
seguiu até a casa de Oliver.
M:
O patrão virá logo, pode esperá-lo aqui.
SS:
Obrigada.
Sara
ficou observando a sala de visitas, cuja decoração era em estilo moderno.
Mobília muito bem preservada e retratos do homem por todos os cantos.
OR:
Olá, minha querida, que bom vê-la novamente!
SS:
Vim a seu pedido. O que você queria me dizer?
“Como
vou dizer que a quero esta noite? Encontre uma solução, Oliver”, pensou o
homem.
OR:
Bom, vamos dar uma volta até o jardim, lá a gente conversa melhor. Por aqui,
Sara.
Para
chegar ao jardim deveria atravessar por um extenso corredor, cheio de portas. O
telefone de Oliver tocou e ele se afastou para atender. Sara, intrigada com
alguma coisa que a seu ver não estava batendo, notou que uma das portas estava
entreaberta e havia luz acesa. Chegou mais perto e encontrou uma luxuosa sala. Entrou,
observando cada detalhe. Mas algo chamou sua atenção. Na
parede, acima da lareira, havia um grande e belo quadro, de uma mulher. Só que
havia um detalhe: a mulher se parecia assombrosamente com ela! Assustada, foi
em direção da porta, mas deu de cara com Oliver.
OR:
O que você fazia nesta sala?
SS:
Vi uma luz acesa e...
OR:
E resolveu xeretar, não é mesmo?
SS:
Não. A luz me chamou a atenção.
OR:
Vocês investigadores pensam que me enganam! Você estava atrás de alguma coisa!
Aliás, não deveria ter visto este quadro!
SS:
Eu não estava! E se você está escondendo alguma coisa, me diga ou eu vou
embora!
Oliver,
estranhamente alterado, foi pra cima de Sara, mas ela sacou a arma.
OR:
Ah, veio armada! Muito esperta você, hein?!
SS:
Eu já estava desconfiada. O que você tem a ver com o quadro dessa mulher na
parede? – Sara apontava a arma pra ele.
OR:
Não ouse falar de Madeleine!
SS:
Quem?!
OR:
Minha amada esposa, falecida acidentalmente.
SS:
Acidentalmente? Não teria você dado uma ajudinha pra isso acontecer?
OR:
Está insinuando que eu a matei?!!! – Oliver deu um berro que a mansão inteira
poderia ouvir.
Num
impulso e ávida por sair dali, Sara deu um empurrão em Oliver, que caiu por
sobre a mesinha de centro, e saiu correndo, tentando sair da casa. De repente o
corredor se transformou em labirinto, com tantas portas. Precisava entrar em
alguma que a levasse até uma saída, já que o hall da mansão estava interditado
propositalmente. Entrou
em um quarto escuro e, pra sua sorte, o celular estava em seu bolso. Ligou para
Grissom, pedindo ajuda. Estava desligado. “Droga,
Griss!”. Mas deixou uma mensagem de voz, ele teria de ouvi-la. Assim poderia
ter uma chance de ser encontrada, já que mandariam Archie rastrear o aparelho.
Em silêncio, pôde ouvir a voz de Oliver fazendo ameaças no corredor:
OR:
Eu vou te matar. Se eu te encontrar, você vai morrer, Sara Sidle!
O
coração da perita foi à boca quando ouviu-o girar a maçaneta com força. Logo
ele entraria; ele sabia que ela estava ali.
Sara
ficou em posição de atirar, caso ele entrasse. Mas o que ela não contava é que
havia uma passagem secreta que dava acesso ao quarto onde ela estava. De
costas, a perita não viu que ele estava perto, e Oliver tentou dar uma gravata
nela. Mas experiente que era, Sara conseguiu se livrar dele e dar um chute no
órgãos dele.
SS:
Desgraçado! - e saiu correndo, em busca de uma saída.
Enquanto
isso, no lab, Grissom parecia aflito com a falta de notícias de Sara.
CW:
Não consegue falar com ela?
GG:
Sara não atende. Já liguei pra casa dela e nada.
CW:
Vai ver ela tentou falar com você no celular. Já olhou seu celular?
GG:
Ele está carregando, mas vou dar uma olhada.
Grissom
ligou o aparelho e encontrou uma mensagem de voz. Escutou e ficou aflito.
CW:
O que foi?
GG:
Era Sara. Ela está em perigo!
CW:
Você sabe onde exatamente ela está?
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