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O retrato mortal - cap. 1


Prólogo

Numa mansão luxuosa de Vegas, um importante milionário, em sua sala de estar, tocando no piano, contemplava o retrato da esposa no belo quadro de moldura vitoriana.

OR(Oliver de Rossi): Ah Madeleine, minha querida... Tua beleza é o maior dos meus tesouros... teu sorriso, o néctar de paixão... teus olhos, dois diamantes lapidados... tua alma... minha vida”.

Suspirando, o homem de cerca de 40 anos voltou-se para o piano e continuou a tocar “noturno”, de Chopin.

Enquanto isso, na sempre agitada Las Vegas, com seus cassinos e turistas do mundo inteiro, os crimes continuavam a serem cometidos todos os dias. A competentíssima equipe liderada por Gil Grissom lutava para combater a violência e solucionar os casos mais diversos possíveis. Mas será que eles realmente já se viram às voltas com todos os tipos de casos? Será que algum dia, haveria alguém que teria a ousadia suficiente para driblar a inteligência de todos eles? Chovia fino e fazia frio em Vegas. Ainda não chegara a época das nevascas, mas a temperatura já declinava um pouco mais a cada dia.
Sara estava em casa, bebendo um café, pronta para ir ao lab. Não havia um dia sequer sem que ela pensasse em seu amor platônico, o chefe Grissom. Ela o amava, e esse amor viera com ela de São Francisco para Vegas, quando ele a chamou para juntar-se à equipe. E naquela manhã fria, ela sonhara que ele a beijava, em meio a um roseiral, em um jardim qualquer. Não um beijo qualquer, um beijo molhado, intenso, repleto de sentimentos e paixão. Ele estava lindo em sua camisa azul escuro e calça social preta. Já Sara vestia um fino vestido rosa claro, esvoaçante, transformando-a em uma princesa que estava sendo feliz nos braços de seu príncipe. Enquanto seguia com seu carro em direção ao lab, Sara ria de si mesma, dos pensamentos quentes que tinha com Grissom... e dos sonhos também. Mas ralhava consigo mesma, para deixar os pés no chão quanto ao amor que nutria por ele. “Deixa de pensar bobagens, Sara Sidle... Ele é seu chefe, e além do mais, não a quer... Vê se entende isso!" Assim que chegou ao lab, a perita foi direto para o lock, onde deixou suas coisas.

CW: Ei Sara!
SS: Olá, Cath! O Grissom já chegou?
CW: Sim. Está na sala dele com Teri Miller.
SS: Teri Miller?  - arqueou a sobrancelha.
CW: Também não entendi, mas acho que ele pediu pra que ela viesse.
SS: Algum caso em especial? Que eu saiba, ela é antropóloga. Só se for pra isso...
CW: Quer saber minha opinião? Acho que eles retomaram o caso que tiveram tempos atrás.
SS: Como você pode deduzir algo assim, Cath? É só uma conversa entre profissionais...
CW: Preste mais atenção no Gil que você verá.
SS: Prefiro não ver isso.

Sara ficou desapontada com o que a colega dissera. Mas Catherine não sabia do amor platônico da perita por Grissom. Se soubesse, não teria dito aquilo, mesmo que estivesse sabendo de algo.

CW: Te espero na sala de convivência.
SS: Certo, a gente se vê por lá.

Na porta da sala de Grissom...

TM: Bom, já estou indo.
GG: Nos vemos mais tarde?
TM: Se você quiser...

A loira deu um sorrisinho e saiu. Assim que se virou, Grissom deu de cara com Sara, que olhava com uma certa tristeza no olhar. Ela foi para a sala de convivência e ele ficou estático, sem saber o que dizer, mas também sem compreender a dor que causara no coração da perita. Talvez seja porque ele não conseguia enxergar o que estava a meio palmo de sua vista, e que, a qualquer momento, poderia perder. Naquele dia, a equipe iria discutir juntamente com Ecklie sobre a necessidade de alguns equipamentos novos para o lab.

CE: Nem vem, Gil, já tive gastos demais com esse laboratório e não tenho tido resultados mais eficientes!
GG: Sabe que isso não é verdade! Somos o segundo melhor laboratório de criminalística dos Estados Unidos e temos a melhor equipe.
CE: Já disse, Gil, o prefeito não vai liberar mais verbas pra gastos desnecessários!

Grissom saiu irado da sala de Ecklie. Foi direto para sua sala, e pediu a todos que o deixassem sozinho.

CW: O Gil está muito estressado. Por qualquer coisa pede pra ficar sozinho, etc. Em compensação, fica muito bem humorado ao lado da Teri Miller.
NS: Vai ver ela dá jeito nele...

Greg e Warrick riram junto com Nick.

CW: Vocês homens... Porque têm sempre que colocar uma mulher no meio?
GS: E tem coisa melhor do que mulher, Cath?
SS: Trabalho! – Sara estava mal-humorada.
NS: Algum bicho te mordeu, Sara?
SS: Nenhum, porque?

A perita se afastou, temendo que seu ciúme pudesse ser descoberto. Foi até a sala de Grissom.

SS: Está melhor?
GG: Estou.
SS: Ãh... Estava pensando se... depois do turno a gente poderia sair pra jantar. Sei que você iria ficar melhor.
GG: Olha Sara, eu não... saberia lidar com isso.
SS: Isso o que?
GG: Nós dois.
SS: Não estou pedindo que você vá para a cama comigo. Só queria conversar com você, talvez a gente pudesse se entender – os olhos dela marejaram.
GG: Eu não sou o homem que você merece e precisa, Sara... – “idiota, porque você disse isso a ela?”

Sara sentia o choro vir, mas antes que deixasse Grissom ver suas lágrimas, Teri Miller apareceu na porta:

TM: Tem um minutinho?
GG: Claro, entre. Sara, nossa conversa acabou.
SS: Não vou atrapalhá-los. Com licença.

Assim que a perita saiu, a antropóloga comentou:

TM: Atrapalhei a conversa de vocês?
GG: Não, não estávamos conversando. Que bom vê-la de novo!

Sara estava tão triste que não quis esperar o turno terminar. Pegou a bolsa e foi embora sem falar com ninguém. Pegou o carro e seguiu para algum rumo que sabia que não seria procurada. Parou num bar e bebeu uma garrafa de cerveja, e depois um copo de vodka. Ao sair, estava completamente alterada, bêbada. Estava vendo duas imagens, e tropeçava na calçada. Demonstrando sua decadência emocional, Sara caiu no chão, desorientada e sem falar coisa com coisa. Mas foi amparada por alguém que havia estacionado o carro ali perto. O homem, ao olhar para Sara, ficou extasiado, como se tivesse diante de uma rainha.

OR: Venha, vou ajudá-la. Você não está nada bem. Venha comigo!

O charmoso e elegante homem colocou Sara em seu carro luxuoso e a levou para a sua mansão. Poucos minutos depois, o celular da perita, que ficara no carro dela, tocou. Era Grissom.

GG: Atende, Sara, atende!
TM: Não consegue falar com ela?
GG: Não. E eu precisava muito falar com ela!

A loira tentava uma aproximação, mas o supervisor era mais escorregadio que peixe. Grissom acabou sendo salvo pelo gongo. Ou melhor, pelo celular.

GG: Grissom.
JB: Está ocupado, Grissom?
GG: Não. Aconteceu alguma coisa?
JB: Encontramos o carro de Sara a cerca de 20 quilômetros do centro de Vegas.
GG: O que ela fazia por lá?
JB: Parece que esteve em um bar, como contou uma testemunha. Você se junta a nós?
GG: Já estou indo praí agora!
TM: O que foi?
GG: Preciso trabalhar, o dever me chama.

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