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Eu não estou pronto para te perder - cap. 10


JB: Idade?
BG: 36.
JB: De onde você conhece a senhorita Sidle? 
BG: Conheci em Berkeley, em São Francisco. Eu cursava economia e ela fazia mestrado em Física.  
JB: Qual sua relação com ela?
BG: Nunca tivemos nada; primeiro porque ela era meio que uma nerd, só vivia pros livros, e depois, quando apareceu esse cara aí – olhou para Grissom -, aí que nunca me daria bola.
GG: E você se achava muito bom pra não aceitar perder uma mulher?
BG: Eu sempre quis Sara, desde que a vi. E depois disso, virou uma obsessão, precisava tê-la.
JB: O que você sentiu quando ela encontrou Grissom?

Bill tornou a olhar para o supervisor e fez uma cara de desprezo.

BG: Senti muita raiva, um ódio enorme. Precisava tirar esse cara do meu caminho, mas precisei esperar anos para poder me vingar de Sara. E pensar nas vezes em que a vi de pernas abertas pra esse cara aí...

Grissom ficou vermelho, e Brass ficou sem graça. O sujeito estava falando das transas dos dois!

GG: Do que você está falando?
BG: Oras... Vai me dizer que não pegou a gatinha da Física? Que não transou com a Sara no quarto dela na república?
GG: O q...
BG: Eu sabia onde era o quarto de Sara, e a cortina era clara, dava pra notar alguma coisa. Além do quê, os gemidos de vocês eram bem audíveis.
GG: Desgraçado! Quer dizer que você nos espiava?!
JB: Calma, Grissom! – depois, virou-se para o suspeito – Escute aqui, cara, isso aqui é um interrogatório, não um lugar de intrigas! Responda somente o que for lhe perguntado, ok?
BG: Ok, não se estresse...
JB: Você ainda não disse o porquê de ter feito o que fez com Sara.
BG: Já disse, eu a queria. Soube que ela veio pra Las Vegas e comecei a arquitetar tudo. Depois que vim pra cá, descobri que ela estava de namorico com esse professorzinho e quis tirá-la dele.
JB: Só que pro seu azar ela sobreviveu. E tentativa de homicídio dá pelo menos uns vinte anos de cadeia. Quem sabe você refresque a cabeça na cela e melhore de comportamento?

Bill foi algemado e levado para a cadeia, para aguardar julgamento. Grissom respirou aliviado.

JB: Parece que acabou, né?
GG: Ainda não acabou.
JB: Como não?!
GG: Sara ainda está no hospital, e nem sei quando ela irá acordar.
JB: Vá vê-la, Grissom.
GG: É o que vou fazer.

Grissom saiu da sala, não parando para responder às perguntas da equipe que estava do lado de fora.

CW: Onde ele vai com tanta pressa?
JB: Onde você acha?
CW: É claro, Sara...

Grissom chegou ao hospital e perguntou por Sara. O médico que estava de plantão veio e disse:

DR: O senhor é o responsável pela senhorita Sidle?
GG: Sim.
DR: Venha comigo, tenho algo pra você.

Ele abriu a porta do quarto e viu Sara acordada, olhando para ele, sorridente. O coração do supervisor deu um pulo de felicidade. Sua amada estava sã e salva! Estava viva! Então, se aproximou dela e tocou levemente as mãos dela, agora quentes.

SS: Olá, Griss...
GG: Como você está, minha querida?
SS: Estou bem, acho... Ei, está chorando?
GG: Não, é felicidade. Não podia perder esse sorriso que é só seu.
SS: Griss...
GG: Sim?
SS: Me responde uma coisa?
GG: O que você quiser.
SS: O que você sente por mim?

Grissom sorriu e deixou que seu coração falasse, não iria mais impedi-lo de sentir o que sempre sentiu por Sara, desde São Francisco.

GG: Quer mesmo saber?
SS: Sim... Por favor...
GG: Amor, Sara, amor...

A perita sorriu e Grissom ficou com o coração em paz. Alguns dias mais tarde, ela teve alta e foi para a casa do supervisor.

SS: Mas porque não posso ir pra minha casa?
GG: Ela ainda está interditada para análise, foi palco de uma tentativa de assassinato. Além do mais, quero você perto de mim...
SS: Griss... Não precisa se incomodar comigo, definitivamente não gosto de dar trabalho.
GG: A mim você nunca deu. Agora você sabe o quanto eu te amo, vai se sentir segura aqui em minha casa. Vou protegê-la de todas as formas que um homem pode proteger sua mulher.

Sara sorriu feliz, e os olhos azuis de Grissom brilhavam de paixão. Então, finalmente os dois se beijaram, depois de tanto tempo e tantos transtornos. Agora não haveria nada que pudessem separá-los, nem mesmo a temporária deficiência da perita faria Grissom deixar de querê-la.

SS: Acho que você sabe que não poderemos ter relações sexuais comigo, estando eu assim, sem pernas, por assim dizer.
GG: Não importa. Fiquei tanto tempo sem sexo, posso muito bem esperar até que você fique boa por completo.
SS: Ando muito mal-humorada.
GG: Nada do que você me disser ou fizer vai me fazer amá-la menos do que eu amo.
SS: Até mesmo minhas alternâncias de humor?
GG: Qualquer coisa que você fizer. Até mesmo se você não me quiser. Ainda assim vou te achar linda. Queria que você ouvisse uma música, eu pensei tanto em você nesses dias torturantes de hospital, mas essa canção eu comecei a apreciar quando comecei a pensar em você como uma mulher maravilhosa e que eu sabia que tinha de ter em minha vida novamente.

“Eu insisto em cantar
Diferente do que ouvi
Seja como for recomeçar
Nada há, mais há de vir
Me disseram que sonhar
Era ingênuo, e daí?
Nossa geração não quer sonhar
Pois que sonhe a que há de vir
Eu preciso é te provar
Que ainda sou o mesmo menino
Que não dorme a planejar travessuras
E fez do som da tua risada um hino...”

Maravilhada, Sara sorriu com paixão nos lábios.

SS: É linda, Griss...
GG: Eu me sinto assim com relação a você: um menino!
SS: Que menino mais lindo esse!

Os dois se beijaram e a campainha tocou. Era toda a equipe, com presentes para Sara.

NS: Pensou que havíamos nos esquecido de você?
SS: Nick!
NS: Puxa, que tremendo susto você nos deu! Quando o Grissom falou que você havia morr...

Grissom, discretamente, fez um sinal para que Nick ficasse de boca fechada.

SS: Quando o Griss o quê, Nick?
NS: Nada. Mas é ótimo vê-la sorrindo, feliz...
CW: Como vai, Sara?
SS: Agora estou bem. Já estive pior, mas em casa as coisas ficam melhores.
CW: Ainda não liberaram a casa de Sara, Gil?
GG: Não, está em reforma. Ela precisa de adaptações para Sara se adequar até que fique recuperada por completo.
GS: Trouxe um presentinho pra você, Sarinha.
SS: Muito obrigada, Greg. Vou amar, com certeza!

Ela abriu e ficou muito contente: era um livro de poesias.

SS: Amo poesias! Vou ler cada uma delas.
CW: E quando você começa a fisioterapia?
SS: Em dois dias.
GG: Levarei Sara a todas as sessões.

Catherine sorriu, como se dissesse: “a coisa finalmente foi, hein?” A campainha tocou mais uma vez. Era Brass.

JB: Reunião de equipe fora do lab? Perdi alguma coisa?
GG: Vieram todos ver Sara.
JB: Oras, eu também – e, dirigindo-se a ela: Então, como vai nossa guerreira?
SS: Mais forte que uma rocha, Brass.
JB: É, vida de uma perita criminal é cheia de emoções, às vezes nem tão boas assim. Mas você está acostumada, sei que não está abalada com nada disso...
SS: E não mesmo. Só temi morrer e não realizar os meus sonhos... – olhou para Grissom, que retribuiu o olhar com um olhar doce e enigmático. 
JB: Então, vocês dois se acertaram de vez?

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