A loira e Nick se olharam, já sabendo da
notícia, já que Grissom havia dito a eles.
SS: Vocês já sabiam?
NS: Grissom nos disse. Mais tarde o
Warrick, o Greg e o Brass virão te visitar.
SS: Porque Grissom tinha que contar?
CW: Porque eu o vi a ponto de chorar, e
quando perguntei o porquê, ele não conseguiu esconder de mim. Gil está
arrasado!
NS: Mas tenho certeza de que isso é apenas
temporário, Sara. Sei que você voltará a andar.
CW: Você já pensou que poderia ter sido
pior? Quer dizer, você ter morrido ou ter ficado tetraplégica, que é mil vezes
pior?
SS: Não estou chateada por ter ficado
assim, seja temporariamente ou até mesmo para sempre. O fato de ter que
depender de alguém para alguma coisa é que me irrita. Sempre fui independente,
agora estou presa a uma cadeira de rodas.
NS: Ei! Não pense assim! Somos seus amigos
e vamos te dar aquela força.
CW: Quando você tem alta, Sara?
SS: Segundo o médico, no fim de semana.
CW: Então faltam apenas dois dias. Tenha
paciência e você logo estará em casa.
Os amigos tentaram animar Sara, mas ela
continuava amargurada. Porém, para não decepcioná-los, fingiu estar tudo bem.
De volta ao lab, Catherine encontrou Hank.
CW: Ei, Sara está no hospital. Você ainda
não foi vê-la?
HP: Soube que ela ficou paraplégica, é
verdade?
CW: Não de fato. Ela perdeu os movimentos
das pernas, mas o médico garantiu que não é permanente. De qualquer forma,
você, como namorado dela, deveria estar ao lado dela, Sara tem se queixado de
solidão.
HP: Ela perguntou por mim?
CW: Não diretamente, mas ficou esperando
que eu dissesse que você perguntou por ela ao menos.
HP: Qualquer hora eu apareço por lá.
CW: Então vá logo, ela terá alta em dois
dias.
HP: Certo!
Catherine se afastou dele morrendo de pena
da companheira de trabalho. Sabia que ela amava Grissom, mas se deixara
envolver novamente por Hank por pura carência. E ele, pelo visto, não estava
nem um pouco se importando com Sara, tendo em vista a maneira fria com que
falou do assunto sobre ela. Precisava fazer com que Grissom largasse os medos
idiotas e mostrasse à Sara que ele a amava. Agora, ela precisaria muito dele.
Muito mais do que ambos pensavam. Resolveu falar com o amigo, que se encontrava
em sua sala.
CW: Tem um minutinho?
GG: Sim, o que foi?
A
loira foi se adentrando a sala, iniciando o assunto:
CW: Grissom, gostaria que me dissesse o que
você sente de verdade por Sara.
GG: Como é?!
CW: Sei que Sara o ama, mas... E você? O
que sente por ela?
GG: Catherine, isso é assunto meu e dela.
CW: Estou perguntando isso porque ela se
envolveu novamente com o Hank por pura carência, esperando que você fizesse
alguma coisa por ela. Falei dela para Hank e ele não se importou nem um pouco,
fez pouco caso do fato de Sara estar entrevada numa cama no hospital, correndo
o risco de ficar paraplégica. Sem ninguém com ela para confortar, dizer que vai
ficar tudo bem, que ela vai voltar a andar.
Grissom olhava Catherine sem querer
acreditar no que ela disse: Sara o amava... Ela o amava, desde sempre! E ele, o
que fazia? Nada! Absolutamente nada!
CW: Você pretende fazer alguma coisa?
GG: Quando ela terá alta?
CW: Possivelmente em dois dias.
GG: Ok.
No dia da alta, Grissom estava no hospital
para levá-la para casa. Ao entrar no quarto, encontrou Sara sentada
em uma cadeira de rodas, pronta para deixar o hospital.
SS: Grissom? O que você faz aqui?
GG: Vim buscá-la.
SS: Ah, então foi você quem veio me buscar.
Catherine havia me dito que alguém viria, mas não disse nada sobre você.
GG: Quis fazer surpresa.
SS: E de fato, foi.
O médico entrou e fez algumas
recomendações:
DR: Paciente Sara Sidle?
SS: Sou eu mesma.
DR: Você está tendo alta, mas deverá
retornar em alguns dias para novos exames, radiografias, enfim. Quero fazer uma
análise comparativa entre os dois exames, de você no hospital e depois de ter
alta. Vou recomendar uma boa enfermeira para cuidar de você.
SS: Sei cuidar de mim, não será necessário,
doutor.
GG: Sara!
DR: Mesmo que não queira, você precisa de
uma. Ela irá ainda hoje para a sua casa.
SS: Ok – disse, a contragosto.
Grissom começou a empurrar a cadeira com
cuidado, para que Sara não ficasse enjoada com o movimento. Ao chegar no carro,
ele abriu a porta do carona e tirou Sara com cuidado, sentando-a na poltrona.
Depois, colocou a cadeira no porta-malas e partiu, levando a mulher amada para
casa. No trajeto, Grissom quis quebrar o gelo.
GG: Não prefere ir para a minha casa?
SS: E por que eu deveria, Griss?
GG: Quero cuidar de você.
SS: Obrigada, mas sei cuidar de mim mesma.
GG: Acho que não...
Sara fechou a cara. Ele dissera isso por
que estava numa cadeira de rodas? Será que não sabia que ela era uma pessoa
independente desde sempre, que a vida a tornara uma mulher forte e que sabia
cuidar de si mesma?
SS: Você diz isso porque estou numa cadeira
de rodas?
GG: Não foi essa a minha intenção...
SS: E qual foi então?
GG: Queria que você aceitasse minha ajuda.
Não quero que fique sozinha.
SS: Bem, tenho um namorado que pode me
ajudar...
Grissom ficou calado, pensando no que
Catherine dissera sobre ele. Se não ia com a cara dele, depois de saber que ele
fizera pouco caso de Sara o deixou mais indignado ainda. Preferiu não dizer
nada, deixaria que ela descobrisse por si só. Já em casa, Sara sentiu uma
pontada. Era muito estranho estar em casa sentada em uma cadeira de rodas, sem
poder correr pela casa, sentar-se no sofá, fazer as coisas de que tanto gostava.
GG: Tem certeza de que não quer ir para a
minha casa?
SS: Vou ficar bem.
GG: Será que a enfermeira virá ainda hoje?
SS: Acho que sim, o médico disse, não
ouviu?
GG: Posso ficar com você até ela aparecer?
SS: Sim... (como queria que ele ficasse,
mas não nessa circunstância!).
Grissom sentou-se no sofá e fixou seus
olhos azuis no rosto de Sara, que tinha certa tristeza; os olhos dela pareciam
pedir carinho e proteção, as mãos queriam tocar e receber toque de mãos
masculinas. Em silêncio, ele se aproximou e tocou as mãos dela, conforme pôde
ler nos gestos que ela fazia.
SS: Griss, o que você... Está fazendo?
GG: Deixe-me tocá-la, Sara...
SS: E por que isso agora?
Antes que Grissom pudesse dizer algo, a
campainha tocou.
GG: Vou atender a porta.
Grissom abriu a porta e deu de cara com uma
jovem mulher loira, sorridente.
KM: Aqui é a casa da senhorita Sara Sidle?
GG: Sim. Suponho que você seja a
enfermeira.
KM: Sim, o hospital me mandou para tomar
conta dela.
GG: Deixe-me ver suas referências, por favor.
Antes, como você se chama?
KM: Me chamo Kendra Martin. Aqui está o
papel.
Grissom olhou o papel de cima a baixo,
vendo cada palavra.
GG: Ok. Venha, Sara está te esperando.
A jovem entrou e encontrou Sara na cadeira
de rodas.
SS: Então você é a minha enfermeira?
KM: Sim, senhora.
SS: Tire o senhora. Pode me chamar de
senhorita Sidle.
KM: Tudo bem...
SS: E qual o seu nome?
KM:
Kendra Martin.
SS:
Ok, Kendra. Bem, como pode ver, estou temporariamente nesta cadeira
de rodas. Segundo o médico, eu poderei voltar a andar tão logo eu inicie a
fisioterapia. Vou precisar de sua ajuda para algumas coisas, como me colocar na
cama, tirar, me levar ao banheiro, enfim, coisas que eu sempre fiz e estou
impossibilitada de fazer agora. Você pode pernoitar ou tem algum
compromisso em casa?
KM: Não, eu sou solteira, não tenho nenhum
problema em ficar aqui.
SS: Suas folgas serão aos domingos, certo?
KM: Ok.
SS: E você vem na segunda pela manhã.
O primeiro dia de Sara em casa na condição
de cadeirante não foi nada fácil. Seu quarto ficava no andar superior, então
precisava de ajuda para subir e descer. Depois que Grissom foi embora, ela
sentiu-se cansada de ficar entrevada na cadeira e quis ir para o quarto. Kendra
a ajudou com muita dificuldade, pois Sara, mesmo sendo magra, era um corpo
pesado para uma outra mulher carregar sozinha. Depois de algum tempo, conseguiu
colocar a perita em sua cama.
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