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Eu não estou pronto para te perder - cap. 9


Grissom sentiu uma dor forte no peito, não física, mas emocional. Não podia perder Sara, não seria justo com ele, nem com ela. Tinha tantos planos para os dois, viajar, mostrar novas espécies de borboletas a ela, quem sabe formar uma família... De repente cessou-se o entra-e-sai, não viu mais ninguém por ali. Um dos médicos foi até Grissom.

DR: O senhor é...
GG: Grissom.
DR: Senhor Grissom, o que o senhor é da senhorita Sidle?
GG: Ela é minha namorada.
DR: Lamento informar, mas a paciente teve uma parada cardíaca e não resistiu.

Grissom não quis acreditar no que acabara de ouvir. Sara, sua Sara, morta?! Não, não era possível, seu amor de toda uma vida... sem vida? O supervisor passou as mãos na cabeça, tentando absorver o impacto de uma brusca e terrível notícia. Sem se importar com quem estava perto, deixou o choro consumir todo o seu peito, parecia que nunca havia chorado antes.

DR: Gostaria de vê-la?
GG: Vê-la? Eu... poderia?
DR: Certamente.

Os dois entraram no quarto. Grissom soluçou ainda mais ao ver a amada deitada na cama, imóvel, gelada. Ela parecia tão serena, como um anjo quando dorme, mas estava pálida. Num gesto de homem apaixonado, Grissom segurou uma das mãos de Sara e acariciou-as com carinho e paixão.

GG: Será que eu poderia ficar um instante a sós com ela?
DR: Tudo bem. Vamos, pessoal.

Depois que os médicos saíram do quarto...

GG: Sara... Não querida, não posso acreditar nisso...

As lágrimas caíam feito gotas de chuva, uma atrás da outra, molhando o peito coberto da amada. Então pegou um papel que estava no bolso da calça e começou a ler um poema como se ela pudesse ouvi-lo.

“De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente”.

E num último gesto de amor, Grissom encostou seus lábios quentes nos lábios frios de Sara, dizendo que a amaria para sempre. E uma lágrima caiu de seu rosto e molhou a boca tão bem desenhada da bela mulher, a qual amaria por toda a vida. Então ficou de pé e ia saindo. Mas algo o fez olhar para trás. Como um milagre de amor, o aparelho começou a marcar as batidas do coração novamente. Grissom olhou e não acreditou. Ele chegou perto de Sara e a sentiu respirar. Ela estava viva! Apertou o botão vermelho e logo o médico entrou no quarto.

DR: O que houve?
GG: A máquina está marcando as batidas do coração, e posso jurar que a senti respirar.
DR: Deixe-me ver isso.

O médico averiguou os batimentos e levou um enorme susto ao constar que Sara respirava e tinha o coração batendo normalmente.

DR: Não sei explicar o que está acontecendo. Senhor Grissom, por favor, aguarde do lado de fora, sim?
GG: Ok.

O supervisor foi para a sala de espera, enquanto os médicos verificavam o que estava acontecendo com Sara. Constatada a não-morte da paciente, eles a estabilizaram e continuaram com o medicamento.

DR: Senhor Grissom.
GG: Então, doutor, o que o senhor me diz sobre o que aconteceu?
DR: De fato, é algo inexplicável. Parece que tivemos um milagre aqui, já que a paciente era dada como morta.
GG: Foi milagre do amor. Sara não podia ir embora assim. E como ela está?
DR: Parece outra! A pressão está normal, os batimentos também, e ela está sedada, mas se o quadro evoluir bem, ela irá para o quarto amanhã mesmo. Por isso aconselho o senhor a ir pra casa, descansar, e retornar amanhã, a menos que aconteça alguma coisa. Mas, depois do milagre de hoje, creio que não haverá mais nada de anormal.

Grissom saiu do hospital ainda com o coração acelerado. Depois da notícia de que Sara havia morrido, o alívio com a ressuscitação inesperada e incrível da amada. Sinal de que ela não queria deixá-lo, pelo menos não tão cedo. Voltou ao lab e foi logo cercado por Nick e Catherine, que queriam saber como Sara se encontrava.

GG: Vamos até a sala de convivência, lá eu explico tudo.

Eles entraram na sala e em seguida, Warrick e Greg chegaram.

CW: Então, Gil, como Sara está?
GG: Acho que testemunhei um milagre hoje.
NS: Como assim?
GG: Cheguei lá, Sara estava tendo parada respiratória e em seguida o médico veio me dizer que ela não havia resistido.
CW: Oh céus, Sara morreu?
GS: Sara morreu? Como isso foi acontecer, Grissom?!
NS: Vocês querem deixar o Grissom terminar de contar?
GG: Eu fui vê-la no quarto, ela estava pálida, gelada e imóvel. Quando estava saindo do quarto, a máquina que monitorava os batimentos cardíacos começou a monitorar novamente, mostrando que havia batimento no coração dela. Cheguei mais perto e senti a respiração dela.
WB: Então ela está viva?
GG: Chamei o médico e ele ficou assustado, mas afirmou que sim, que por algum motivo Sara ressuscitou.
CW: Não seria amor?

Todos olharam para o supervisor, que tratou de mudar de assunto.

GG: O importante é que ela está melhorando, e deve ir para o quarto se o quadro clínico dela evoluir positivamente.
NS: Pelo menos nossa amiga está viva. Se foi um milagre, eu não sei, mas que é muito bom saber que a teremos em nosso convívio por muito tempo.
CW: E quando poderemos vê-la no hospital?
GG: Eu irei amanhã. Vou ver com o médico e passo a vocês. Mas quero saber se têm alguma novidade do caso.
JB: Sim, temos – Brass entrou naquele momento.
GG: Pois então nos diga.
JB: Localizamos o cúmplice de Melinda Wickinson na casa de Sara.
CW: Como, Brass?
JB: A sujeitinha nos disse enquanto era posta no carro da polícia. E parece que teremos surpresa nesse interrogatório.
GG: Porque?
JB: Não só pegamos o cúmplice, mas também o mentor desse plano macabro. O tal de Bill Grisb, que pelo visto era apaixonado por Sara na época do mestrado dela. Foi mais ou menos quando vocês se conheceram, não é Grissom?
GG: É... – não queria estender esse assunto, que era só dele e de Sara.
JB: Eu vou interrogá-los, alguém mais vem comigo?
GG: Eu vou.
CW: Gil... Sabe que não pode.
GG: Eu vou, Catherine. Sara quase morreu, quero ficar frente a frente com os dois.
JB: Bem, você é quem sabe. Vamos então.

Grissom e Brass entraram na sala de interrogatório. Primeiro só estava o cúmplice de Melinda.

JB: Seu nome completo, meu caro.
##: Madson Cruise.
JB: Idade?
MC: 32.
JB: O que você pretendia com Melinda Wickinson na casa de Sara Sidle?
MC: Eu fui a mando do Bill. Ele queria que a gente desse um fim nela.
JB: E você levou alguma grana nisso?
MC: É claro, eu não ia fazer nada de graça!
GG: Mas não passou nenhum momento pela sua cabeça que não existe crime perfeito, e que vocês poderiam muito bem ser pegos? – Grissom estava com um olhar fuzilante.
MC: Pensei na grana que eu ia receber depois. Isso tudo foi idéia do Bill, ele é o cabeça de tudo.
JB: Mas você vai ter muito tempo pra pensar na grana que você ganhou desonestamente. Atrás das grades.
MC: Eu exijo um advogado!
JB: Sua situação é mais preta que graxa. Nenhum advogado vai livrar sua barra, rapaz! Pode levá-lo! – disse Brass ao guarda que tomava conta da sala.

Quando Bill Grisby entrou na sala, Grissom sentiu sua veia jugular saltar, tamanha a raiva que estava sentindo ao ficar cara a cara com o homem que quis matar sua mulher. Olhando bem, acabou se lembrando do sujeito, que vivia importunando Sara na época.

BG: Então acabamos nos reencontrando. Que mundo pequeno esse!
GG: Qual foi a sua intenção, depois de tantos anos, em tentar matar Sara, seu canalha?
JB: Pega leve, Grissom, estamos num interrogatório.
GG: Eu sei que estamos em um interrogatório, Brass. Mas quero ouvir o que esse sujeito tem a dizer.
JB: Muito bem, cara, seu nome completo.
BG: William Grisby.

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