SS: Por favor, retire-se da
minha casa!
##: Não, eu não vou sair...
SS: Kendra, chame o Brass!
A enfermeira, que estava perto,
aproximou-se de Sara e sussurrou ao pé do ouvido dela:
KM: Acho que você é quem vai
precisar de ajuda...
Nisso, ela pegou o pequeno
punhal que estava escondido no bolso da blusa e o enfiou no peito de Sara, no
lado direito. A perita gemeu de dor e olhou para a enfermeira, que sorria
maldosamente.
SS: Por...que... porque... você
fez... isso?
O sangue começou a escorrer da
boca de Sara, e o sujeito a empurrou da cadeira, fazendo-a cair no chão.
##: Vamos sair daqui. Ela não
vai sobreviver, vamos deixá-la agonizando!
KM: Certo! Espero que não nos
peguem, não vou para a cadeia por sua causa!
Os dois saíram depressa, deixando
Sara a um passo da morte, agonizando e sangrando no chão. A equipe continuava no lab, analisando
as evidências encontradas na casa de Carl Bruce.
CW: Nenhuma digital na foto de
Sara?
GS: Não, mas encontrei
epitélios na folha com o endereço.
WB: É claro, a pessoa pôs a
mão...
Grissom analisava tudo em
silêncio, quando Brass entrou na sala esbaforido:
NS: Ei Brass, o que foi?
JB: Trago notícias nada boas.
Um vizinho de Sara viu quando duas pessoas saíram da casa dela, e ao ver o que
havia acontecido, encontraram-na caída no chão com uma espécie de facada no
peito.
CW: Oh meu Deus! – Catherine
pôs a mão na boca.
GG: Como ela está, Brass? –
Grissom alterou a voz.
JB: Meus homens já foram para a
casa dela e a ambulância também já foi chamada. Ela ainda está viva, mas seu
estado é grave.
NS: O que estamos esperando pra
ir, gente?
GG: Vamos imediatamente.
CW: Não acho uma boa você ir.
Você tem envolvimento emocional com a vítima, pode atrapalhar.
GG: Catherine, eu ainda sou o
supervisor. E eu vou, nem que seja a última coisa que eu faça nessa vida!
WB: Então vamos agora, antes
que seja tarde demais.
A equipe chegou rapidamente à
casa de Sara, que não se encontrava mais porque havia sido levada às pressas
para o hospital. Mas um policial que presenciou a agonia da perita relatou o
que vira.
GG: Como você encontrou Sara?
##: Ela estava caída nesse
canto, sangrando e com aceleração cardíaca. Liguei imediatamente para a
emergência, senti que ela poderia morrer se não fizesse nada.
Nick, que pincelava a maçaneta
pra verificar presença de digitais, deu um sorriso:
NS: Opa! Encontrei algo aqui!
CW: O que, Nick?
NS: Parece que um dos
criminosos deixou sua marca, vou recolher a digital e assim poderemos seguir o
rastro dele.
Grissom estranhou o sumiço da
enfermeira que tomava conta de Sara. Olhou para os lados tentando visualizar
algo.
CW: Encontrou algo?
GG: Não, mas reparei que a
enfermeira de Sara não se encontra por aqui.
CW: Acha que ela é uma
suspeita?
GG: A não ser que ela tenha
sido levada pelo criminoso, as evidências apontam para uma cumplicidade no
crime.
WB: Como assim?
Grissom observou a marca do
salto de Kendra indo em direção à porta.
GG: Ela provavelmente estava
nessa direção, do corredor. Alguém deve ter tocado a
campainha e ela veio atender.
JB: E segundo a testemunha,
saíram da casa um homem e uma mulher, o que significa que a tal enfermeira
devia estar esperando o tal sujeito.
GG: Nick e Warrick, vão até o
hospital onde Sara foi atendida, quero que consigam a ficha dessa mulher. Se
ela tem um cúmplice, não passa de uma criminosa, e quero saber como foi que ela
conseguiu se passar por enfermeira sem levantar suspeitas.
NS: Pode deixar com a gente!
GG: Aproveite e veja com Sara
está.
Nick e Warrick seguiram para o
hospital. Estavam claramente chateados com o ocorrido à companheira de
trabalho.
NS: Boa tarde, somos Nick
Stokes e Warrick Brown da criminalística. Gostaríamos de obter uma informação sobre
uma enfermeira, que ao que parece foi admitida recentemente pelo hospital.
##: Qual o nome dela?
WB: Acho que Kendra Martin.
##: Só um instante. Hum...
Sinto muito, não consta nenhuma Kendra Martin no sistema.
NS: Como não?! Ela foi indicada
pelo hospital pelo médico para cuidar de uma amiga nossa.
##: Mas com certeza não foi
nesse hospital. A enfermeira que foi contratada recentemente se chama Melanie
Wickinson. Veja os dados dela na tela.
A recepcionista abriu o arquivo
e a foto na tela era a de Kendra, mas com outra identidade.
WB: Peraí, essa é a Kendra!
NS: Garota, essa aí é a
enfermeira da qual te falei! Como é possível que esteja com outro nome se ela
se apresentou como Kendra Martin?!
##: Ela mostrou os documentos e
as referências quando veio pedir emprego.
WB: E vocês checaram pra ver se
era isso mesmo?
##: Não teria porque duvidar.
Além do quê, ela tem um amigo que trabalha aqui como médico ortopedista e a
indicou.
NS: Só pode ser brincadeira! –
Nick deu um sorriso irônico – Escuta, quero o endereço da moça, deve ter aí no
sistema.
##: São informações
confidenciais, senhor.
WB: Escuta, estamos
investigando um crime e essa mulher pode estar envolvida. Se não colaborar,
você poderá responder por obstrução à justiça.
##: Tu-tudo bem, não precisa
ficar nervoso...
NS: Imagina se ficasse...
##: Aqui está.
WB: Muito bem.
NS: Cadê a administração do
hospital?
##: Um momento, preciso
anunciar vocês.
A recepcionista ligou para a
administração, que autorizou a entrada dos dois peritos.
AC: Albert Carter, o que
desejam?
NS: Nick Stokes e Warrick
Brown, da criminalística. Senhor Carter, precisamos saber se você faz os
contratos de funcionários daqui do hospital.
AC: Sim, sou eu quem autoriza a
contratação de funcionários. Mas não estou entendendo,
aconteceu alguma coisa?
NS: Uma mulher atuou como
enfermeira com outra identidade e achamos que ela pode estar envolvida em um
atentado contra uma das nossas peritas.
AC: Mas isso não é possível!
WB: É possível sim, tanto que
descobrimos que a enfermeira que se chamava Kendra Martin na verdade se chama
Melanie Wickinson.
NS: E foi indicada por um
“amigo” que trabalha como médico, na área de ortopedia. Gostaríamos de falar
com o especialista de plantão.
AC: Fiquem à vontade, a parte
de ortopedia fica no segundo andar à direita.
Os dois foram até o local
indicado pelo diretor do hospital. Conseguiram falar com o médico que atendeu
Sara quando esta foi baleada.
WB: Mas como você indica uma
mulher que diz um nome quando na verdade tem outro nome?
DR: Ela me mostrou os
documentos e referências e aí...
NS: Não teria porque duvidar.
Já ouvimos esse papo antes e não cola. Você será chamado para depor, não saia
da cidade.
Depois que saíram dali...
WB: Vamos ver como Sara está?
NS: É uma boa.
Os dois encontraram um médico
que explicou onde ela se encontrava.
WB: Então, como ela está,
doutor?
DR: A paciente Sara Sidle deu
entrada em estado muito grave, com o corpo frio e parada respiratória. Perdeu
muito sangue, e com o trauma provocado pela perfuração, surgiu o pneumotórax
traumático. Ele surge espontaneamente ou provocado, no caso dela, de forma
traumática. Como a paciente estava em situação de extrema emergência, não
tivemos outra coisa a fazer senão a cirurgia para consertar o dano causado pela
perfuração de arma branca. Durante a cirurgia, fizemos a
drenagem para retirar o ar da caixa torácica, e conseguimos reverter o
processo, não há mais ar no tórax dela.
NS: E como ela se encontra
neste momento?
DR: Permanece em estado grave
devido à parada respiratória.
WB: Ela está temporariamente
sem os movimentos das pernas.
Isso pode contribuir para o
agravamento do quadro?
DR: Não, uma coisa não está
relacionada com a outra. As 72 horas seguintes serão fundamentais para a recuperação dela, que ainda corre risco de
morte.
Nick e Warrick voltaram ao lab
e contaram o que descobriram a Grissom.
GG: Bom, pelo menos temos um
endereço. Warrick, vá com o Brass até
lá.
WB: Ok – e se retirou da sala.
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