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Eu não estou pronto para te perder - cap. 8


CW: Vocês viram Sara, Nick?
NS: Não, mas procuramos notícias dela. E ela não está nada bem, ainda corre risco de morte.
CW: Céus...

Grissom não disse nada, mas sentiu seu coração se apertar com o estado de saúde de Sara. Naquele momento, se arrependeu das bobagens que estava cometendo pura e simplesmente por não conseguir mostrar seu amor por inteiro à mulher amada. Tinha vontade de se isolar como sempre fizera, mas para chorar e dizer o quanto era um idiota. Distraído em seus pensamentos, levou um susto com o toque do celular. Catherine e Nick ficaram parados, observando o chefe falar no celular, e viram a expressão dele mudar. Assim que Grissom desligou, a curiosidade foi inevitável.

CW: Então, Gil, o que aconteceu?

Grissom não conseguiu segurar a lágrima que havia nascido e, engolindo o choro, disse:

GG: Sara acabou de entrar em coma.

Catherine e Nick ficaram chocados com a notícia.

CW: Não é possível!
NS: O que houve, Grissom?
GG: Ao que parece, Sara voltou a ter uma parada respiratória, não me explicaram com mais detalhes.

Grissom sentou-se na cadeira, desolado. Catherine já chorava e Nick também não conseguiu se segurar.

GG: Vou até o hospital.
CW: Não acho que seja uma boa idéia. Não vai adiantar você ir até lá.
NS: Até porque precisamos correr atrás do que achamos. Só assim vamos conseguir colocar os bandidos atrás das grades.

Brass e Warrick foram até o endereço que constava no sistema do hospital. Uma senhora atendeu os dois.

##: Pois não.
JB: Jim Brass da polícia de Las Vegas e Warrick Brown, da criminalística. Precisamos fazer algumas perguntas, pode ser?
##: Tudo bem. O que querem?
JB: A senhora conhece esta mulher?

Brass mostrou a foto de Kendra e a mulher respondeu, positivamente:

##: É minha filha.
WB: Como ela se chama?
##: Melinda Wickinson. Mas o que está acontecendo?
JB: Sua filha se encontra?
##: Não, ela viajou ontem.

Brass e Warrick se entreolharam.

JB: Que coincidência, não? Uma viagem repentina!
WB: A senhora sabe pra onde ela foi?
##: Não, ela não quis me dizer. Só disse que precisava resolver uns assuntos urgentes. Mas eu a escutei dizendo no telefone com alguém que estava indo para Idaho. O que ia fazer lá, ela não disse.
JB: Muito obrigado pelas informações, a senhora ajudou muito.
##: Ainda não estou entendendo o que vocês querem com a minha filha...
JB: Digamos que sua filha não se comportou muito bem...

Brass foi para a delegacia e avisou ao departamento de polícia do Estado de Idaho, já que não sabia qual a cidade onde ela estaria. Enviou uma foto da suspeita por fax e avisou Grissom.

CW: O que houve?
GG: Brass descobriu que a tal Kendra, ou Melinda, sei lá, viajou urgentemente para alguma cidade no Idaho. Enviou uma foto dela para as autoridades aquele Estado e informações. Creio que em breve teremos novidades no caso.
NS: Quero ficar cara a cara com essa bandida no interrogatório...
GG: Pessoal, o turno terminou. Acho que devemos ir embora.
CW: É tudo o que mais quero. Senão, só vou ver a Lindsay depois do verão.
NS: É, eu tô mesmo precisando dar uma dormida.

Grissom foi pra casa extremamente exausto. Ao chegar, ligou para o hospital para saber de Sara. Ela continuava em coma, sem alteração no quadro. Desolado, foi tomar um banho e imediatamente dormiu. Pela manhã, Brass teve a notícia de que Kendra fora localizada em Castleford, em Idaho. Estava usando a identidade de Emma Parkinson.

JB: Mas essa garota é das mil faces mesmo! – riu.

Grissom recebeu o telefonema enquanto comia suas panquecas com mel e suco de laranja no café.

GG: Grissom.
JB: Conseguimos localizara a tal enfermeira, Grissom!
GG: Quando foi isso?
JB: Agora há pouco, o xerife da cidade de Castleford me ligou dizendo que uma moça com esse rosto estava na cidade. Ela está sendo trazida e vai direto para o lab, para interrogatório.
GG: Certo! Estou indo pra lá agora!
JB: Ok. Até.

Grissom terminou de comer, arrumou-se (já havia tomado banho, como fazia toda manhã) e foi para o lab. A equipe, avisada, também estava por lá.

CW: Acho que você não deve interrogá-lo, Gil. Você tem ligação com a vítima, no caso Sara, e sabe que não é correto.
JB: Sou eu quem irá interrogá-la.
NS: Eu vou também, Grissom.
GG: Certo, Nick.

Grissom, Catherine e Warrick ficaram na outra sala, olhando pelo vidro, que a moça não poderia saber que estava sendo observada.

JB: Muito bem, moça, qual o seu verdadeiro nome?
MW: Melinda Wickinson.
JB: Idade?
MW: 24 anos.
JB: Como foi que você chegou ao hospital com identidade falsa?
MW: Meu amigo médico me chamou para trabalhar lá.
NS: Eu andei pesquisando suas referências e em nenhuma é verdadeira. Você não é enfermeira coisa nenhuma e não existem seus ex-empregos.
JB: Como você explica isso? Qual a sua intenção ao entrar naquele hospital? A quem você queria matar?   
MW: Fui paga pra ficar de olho em algumas pessoas. A senhorita Sidle era uma delas.
JB: E o que Sara tem a ver com isso? Quem desejava vê-la morta?
MW: Eu... Eu não sei te dizer.
NS: Sabe sim! Anda, quem queria matar Sara?
MW: Um panaca chamado Bill Grisb. Era um antigo colega dela na faculdade, disse que era apaixonado por essa Sara, mas que jamais teve chance com ela por causa de um sujeito chamado Grissom, que ao que parece, era professor dela, sei lá!

Do outro lado do vidro, Grissom sentiu o sangue ferver. Catherine pôs a mão no ombro do amigo, tentando acalmá-lo.

NS: Garota, você fez tudo errado! É bonita e jovem, poderia muito bem ter um emprego bom, sucesso, dinheiro. Me diga: valeu a pena ter feito tudo isso? Tentar matar uma mulher com um punhal não lhe parece cruel, não?
MW: Fiz por dinheiro e faria tudo de novo! – ela lançou um olhar de ambição repleto de crueldade.
JB: Você terá muitos anos pra pensar no que fez! Atrás das grades! Guardas, podem levá-la.

Dois seguranças algemaram a jovem e a levaram para fora. No caminho, a mãe de Melanie olhou para a filha com lágrimas nos olhos. Depois, uma reação inesperada: um tapa no rosto dela.

##: Não criei minha filha para ser uma assassina, ou uma cúmplice! Você merece apodrecer na cadeia, Melanie! Seu pai morreria de desgosto se fosse vivo!

Grissom e os outros ficaram observando a cena com uma certa satisfação. A maldita estava presa, e não poderia mais fazer mal a ninguém. 

GG: Obrigado por tê-la encontrado, Brass.
JB: Era meu dever, amigo. Não suporto a idéia de ver alguém tão cruel solto por aí, seja homem ou mulher. Uma pena, essa garota poderia ter seguido um caminho melhor – pensou em Ellie na mesma hora – Bem, vou nessa. Preciso saber se encontraram o sujeito que estava com ela quando Sara foi apunhalada. Até.

Mal Brass saiu, a figura de uma mulher elegante, de franja e de cabelos avermelhados surgiu. Catherine, Nick e Warrick se retiraram.

GG: O que você faz aqui, Heather?
LH: Lamento que tenho ocorrido algo tão grave com Sara. Sinceramente, não desejo nenhum mal a ela. E torço para que se recupere logo.
GG: Ok. Por favor, vá embora. Já estou com problemas demais, Sara está entre a vida e a morte...
LH: Você realmente a ama, não é?
GG: Sim. E nós dois juntos foi um erro, nunca deveria ter estado lá.
LH: Não se arrependa da nada. Eu te entendo. Sara é o seu verdadeiro amor, e você teme perdê-la. Pois então vá até o hospital ficar com ela. Adeus, Grissom.

Catherine apareceu naquele instante. Grissom olhou como se dissesse: “não venha dizer nada!”, e se retirou. Sentiu que Sara o estava chamando e foi ao hospital. Chegando perto do quarto onde ela se encontrava, notou uma movimentação maior por parte dos médicos, que entravam e saiam do quarto.

GG: O que está acontecendo aqui? – perguntou a um dos médicos.
##: A paciente está perdendo movimentos cardíacos, o pulso está extremamente fraco. Com licença!

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