SS: O David já os periciou?
##: Sim, os corpos esta indo para a
necropsia.
SS: Vou recolher as evidências, você fique
de olho lá fora, ok?
##: Sim.
Sara estava sozinha na sala, recolhendo as
evidências em silêncio. Naquele momento, fazendo o seu trabalho, não podia
ficar lembrando-se de Grissom, mas, vez ou outra, os olhos azuis dele apareciam
em sua mente para lembrar-lhe de que ela o amava. Perdida em seus pensamentos,
não escutou Hank a chamar.
HP: Sara?
SS: Ãh, oi Hank. Você estava aí ha muito
tempo?
HP: Estava te vendo lá de fora. Como está
indo com as evidências?
SS:
Tem muita coisa para ser coletada, está tudo bem.
HP: Vou ficar lá fora, qualquer coisa me
chame, ok?
SS: Tá.
Hank saiu e Sara continuou a fazer seu
trabalho. Mas começou a ouvir uns barulhos estranhos que vinham da cozinha,
cujo corredor que dava acesso a ela ficava perto de onde Sara estava. Em
alerta, ela sacou sua arma e pôs-se em posição de ataque. Aproximou-se da porta, quando foi
surpreendida por um homem que a atacou, empurrando-a para dentro da cozinha,
jogando-a no chão.
##: Você não tinha nada que vir até aqui,
nem você nem esses policiaizinhos idiotas!
SS: O que você quer aqui? Ou foi você quem
matou esse pobre casal?
##: Claro que fui eu! Eu sou neto deles,
vim roubar o dinheiro deles! Mas como você apareceu aqui pra se intrometer, vou
ter que acabar com você...
Sara ainda tentou lutar com o bandido, que
a chutou e deu um tiro bem na coluna. Em seguida, saiu em disparada, quebrando
a janela, despertando a atenção de Hank e o policial que estavam de campana do
lado de fora da casa. Os dois entraram correndo na casa, mas não conseguiram
pegar o sujeito. Eles se assustaram ao ver Sara toda ensangüentada no chão.
HP: Peça reforços e uma ambulância, rápido!
##: Certo!
Enquanto o policial fazia a ligação, Hank
tentava reanimar a perita.
HP: Sara! Fale comigo, pelo amor de Deus!
Ela abriu os olhos e balbuciava alguma
coisa, com dificuldade.
HP: Fale alguma coisa, Sara, qualquer
coisa!
SS: Hank... Chame... o Grissom...
E desmaiou novamente. A ambulância chegou
rapidamente ao local. Sara foi posta cuidadosamente na maca, sendo levada pelos
paramédicos. Hank ligou para o laboratório de criminalística, tentando falar
com Grissom. Ele estava em sua sala quando Judy viera avisá-lo sobre alguém que
queria falar com ele no telefone.
GG: Grissom.
HP: Senhor Grissom, aqui é Hank Pettigrew,
policial.
Grissom sentiu o sangue ferver ao ouvir esse
nome.
GG: Aconteceu alguma coisa?
HP: Estava salvaguardando Sara na cena do
crime aqui na West Boulevard quando ela foi atacada.
GG: Sara foi atacada?!
HP: Foi baleada mas já foi socorrida pela
ambulância.
GG: Em que hospital ela está?
HP: Desert Palm. Mas o que voc...
Grissom desligou na cara de Hank e saiu
meio atordoado para o hospital. No caminho, ligou para Catherine, pedindo para
que fosse recolher evidências no corpo de Sara, em busca de digitais que
pudessem identificar o suspeito. Grissom chegou ao hospital e conseguiu
encontrar o médico que atendeu Sara.
GG: Como ela está, doutor?
DR: Não muito bem. O tiro atingiu bem na
coluna vertebral, tivemos de operá-la com urgência.
GG: Ela corre o risco de perder os
movimentos das pernas?
DR: Ainda é cedo para afirmar isso. Vai
depender dos resultados dos exames, e se a cirurgia foi bem sucedida.
Naquele momento, Catherine chegara.
GG: Doutor, esta é Catherine Willows, da
criminalística. Ela precisa recolher evidências em Sara, para ver se encontramos
digitais, poderia ser?
DR: Bem, ela está no cti e repouso e está
sedada. Acho que não haveria nenhum problema.
GG: Obrigado. Catherine, faça o seu
trabalho.
CW: Vou tentar não ficar triste.
Ao entrar no quarto, Catherine não sabia
nem o que pensar, vendo a companheira de equipe sedada, naquela cama por ter
sido alvejada. Recolheu o que encontrou e depois saiu.
GG: Conseguiu alguma coisa?
CW: É, acho que dá pra saber um pouquinho
do que aconteceu com Sara. No lab vou pesquisar isso tudo.
Já era madrugada e todos foram para suas
casas. Grissom ainda custou a dormir, sabendo que sua amada se encontrava em um
leito de hospital, sedada e correndo risco de ficar paraplégica. No dia
seguinte, ele recebeu um telefonema do hospital, e foi imediatamente pra lá.
DR: Senhor...
GG: Grissom. Gil Grissom.
DR: Senhor Grissom, tenho uma notícia não
muito boa para lhe dar.
Grissom sentiu o coração disparar com a
notícia.
GG: Pode dizer, sou forte.
DR: O senhor é o que dela?
GG: Sou o supervisor dela (porque não disse
que era o homem dela, idiota?)
DR: A bala atingiu o nervo espinhal lombossacral, que faz os
ligamentos na região lombar. Sem esses ligamentos, ao paciente perde a
mobilidade, ou seja, perde a capacidade de se movimentar dos quadris para
baixo.
GG:
Com isso, ela vai ficar paraplégica?
DR:
Não é definitivo. Mas neste momento, é impossível fazer uma previsão de
qualquer coisa. Porém, é certo afirmar que, neste exato momento, a senhorita
Sidle não sentirá os movimentos nas pernas. Até quando ela ficará assim, não
posso dizer.
GG:
Será que poderia vê-la?
DR:
Claro. Ela já acordou, segundo a enfermeira.
Aquela notícia havia estragado os dias de
Grissom, definitivamente. Sua Sara, talvez condenada a ficar presa em uma
cadeira de rodas... Não podia ser possível! E os planos que estava fazendo para
os dois? E a declaração que estava ensaiando para dizer a ela? E as noites de
amor que estava imaginando... Abriu a porta e deu de cara com uma mulher
acamada, parecendo doente. Mas ainda assim, muito charmosa, e com um olhar que
ele sabia, transbordava amor... E quando os olhos se cruzaram, ele teve a
certeza de que ela o queria, o amava mais que tudo.
SS: Grissom...
GG: Como você está, Sara?
SS: Sinto um pouco de dor nas costas.
GG: É normal, você levou um tiro.
Grissom percebeu que os olhos de Sara
tinham um brilho diferente.
SS: Conseguiram pegar as digitais do
sujeito que me atacou?
GG: Catherine recolheu epitélios em você.
Mas não se preocupe com isso, estamos trabalhando para pegá-lo. Você precisa
descansar para se recuperar.
SS: Sabe Gil, o efeito da anestesia passou
e eu não sinto minhas pernas. Por favor, seja sincero comigo: eu estou
paraplégica?
GG: Mas porque quer saber isso agora,
honey?
SS: Eu preciso saber, Grissom! E, por
favor, não me venha com piedade, porque não preciso disso. Só quero que me diga
a verdade!
Grissom deu um longo suspiro. Não sabia
como começar aquela conversa, mas viu que não daria pra esconder de Sara sua
real situação.
GG: O doutor me disse que você está sem os
movimentos das pernas, mas que talvez nãos seja para sempre.
Sara permaneceu olhando séria para Grissom,
tentando esconder a pancada da notícia em seu coração. Não reagiu nem deixou
qualquer lágrima escorrer em seu rosto, contrariando as expectativas dele, que
esperava que ela se rebelasse, chorasse, gritasse.
GG: Não vai chorar, gritar?
SS: Porque pensou que eu faria isso?
GG: Porque você é emotiva, Sara.
SS: Isto não significa que eu tenha de ser
escandalosa. Minha dor é só minha, ninguém precisa ficar sabendo como estou me
sentindo.
GG: Você está tão arredia...
SS: Olha, Griss. Não me leve a mal, mas prefiro ficar comigo mesma nesse momento.
SS: Olha, Griss. Não me leve a mal, mas prefiro ficar comigo mesma nesse momento.
GG: Quer que eu vá embora?
Sara fez que sim com a cabeça e o
supervisor, chateado, retirou-se do quarto. Depois que ele saiu, ela se
permitiu chorar para tirar as tristezas do peito. Sua situação a deixava mais
triste do que já estava; antes, apaixonada por Grissom, mas sem ele; agora, sem
Grissom, sem o Hank e... sem suas pernas. O que seria agora sem poder andar?
Tentou não pensar em nada e adormeceu. Mais tarde, Catherine e Nick foram
visitá-la.
CW: Como você está, Sara?
SS: Sobrevivi.
CW: Não foi o que eu perguntei...
SS: Parece que fiquei paraplégica, Cath.
0 comentários:
Postar um comentário