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Eu não estou pronto para te perder - cap. 2


SS: O David já os periciou?
##: Sim, os corpos esta indo para a necropsia.
SS: Vou recolher as evidências, você fique de olho lá fora, ok?
##: Sim.

Sara estava sozinha na sala, recolhendo as evidências em silêncio. Naquele momento, fazendo o seu trabalho, não podia ficar lembrando-se de Grissom, mas, vez ou outra, os olhos azuis dele apareciam em sua mente para lembrar-lhe de que ela o amava. Perdida em seus pensamentos, não escutou Hank a chamar.

HP: Sara?
SS: Ãh, oi Hank. Você estava aí ha muito tempo?
HP: Estava te vendo lá de fora. Como está indo com as evidências?
 SS: Tem muita coisa para ser coletada, está tudo bem.
HP: Vou ficar lá fora, qualquer coisa me chame, ok?
SS: Tá.

Hank saiu e Sara continuou a fazer seu trabalho. Mas começou a ouvir uns barulhos estranhos que vinham da cozinha, cujo corredor que dava acesso a ela ficava perto de onde Sara estava. Em alerta, ela sacou sua arma e pôs-se em posição de ataque.  Aproximou-se da porta, quando foi surpreendida por um homem que a atacou, empurrando-a para dentro da cozinha, jogando-a no chão.

##: Você não tinha nada que vir até aqui, nem você nem esses policiaizinhos idiotas!
SS: O que você quer aqui? Ou foi você quem matou esse pobre casal?
##: Claro que fui eu! Eu sou neto deles, vim roubar o dinheiro deles! Mas como você apareceu aqui pra se intrometer, vou ter que acabar com você...

Sara ainda tentou lutar com o bandido, que a chutou e deu um tiro bem na coluna. Em seguida, saiu em disparada, quebrando a janela, despertando a atenção de Hank e o policial que estavam de campana do lado de fora da casa. Os dois entraram correndo na casa, mas não conseguiram pegar o sujeito. Eles se assustaram ao ver Sara toda ensangüentada no chão.

HP: Peça reforços e uma ambulância, rápido!
##: Certo!

Enquanto o policial fazia a ligação, Hank tentava reanimar a perita.

HP: Sara! Fale comigo, pelo amor de Deus!

Ela abriu os olhos e balbuciava alguma coisa, com dificuldade.

HP: Fale alguma coisa, Sara, qualquer coisa!
SS: Hank... Chame... o Grissom...

E desmaiou novamente. A ambulância chegou rapidamente ao local. Sara foi posta cuidadosamente na maca, sendo levada pelos paramédicos. Hank ligou para o laboratório de criminalística, tentando falar com Grissom. Ele estava em sua sala quando Judy viera avisá-lo sobre alguém que queria falar com ele no telefone.

GG: Grissom.
HP: Senhor Grissom, aqui é Hank Pettigrew, policial.

Grissom sentiu o sangue ferver ao ouvir esse nome.

GG: Aconteceu alguma coisa?
HP: Estava salvaguardando Sara na cena do crime aqui na West Boulevard quando ela foi atacada.
GG: Sara foi atacada?!
HP: Foi baleada mas já foi socorrida pela ambulância.
GG: Em que hospital ela está?
HP: Desert Palm. Mas o que voc...

Grissom desligou na cara de Hank e saiu meio atordoado para o hospital. No caminho, ligou para Catherine, pedindo para que fosse recolher evidências no corpo de Sara, em busca de digitais que pudessem identificar o suspeito. Grissom chegou ao hospital e conseguiu encontrar o médico que atendeu Sara.

GG: Como ela está, doutor?
DR: Não muito bem. O tiro atingiu bem na coluna vertebral, tivemos de operá-la com urgência.
GG: Ela corre o risco de perder os movimentos das pernas?
DR: Ainda é cedo para afirmar isso. Vai depender dos resultados dos exames, e se a cirurgia foi bem sucedida.

Naquele momento, Catherine chegara.

GG: Doutor, esta é Catherine Willows, da criminalística. Ela precisa recolher evidências em Sara, para ver se encontramos digitais, poderia ser?
DR: Bem, ela está no cti e repouso e está sedada. Acho que não haveria nenhum problema.
GG: Obrigado. Catherine, faça o seu trabalho.
CW: Vou tentar não ficar triste.

Ao entrar no quarto, Catherine não sabia nem o que pensar, vendo a companheira de equipe sedada, naquela cama por ter sido alvejada. Recolheu o que encontrou e depois saiu.

GG: Conseguiu alguma coisa?
CW: É, acho que dá pra saber um pouquinho do que aconteceu com Sara. No lab vou pesquisar isso tudo.

Já era madrugada e todos foram para suas casas. Grissom ainda custou a dormir, sabendo que sua amada se encontrava em um leito de hospital, sedada e correndo risco de ficar paraplégica. No dia seguinte, ele recebeu um telefonema do hospital, e foi imediatamente pra lá.

DR: Senhor...
GG: Grissom. Gil Grissom.
DR: Senhor Grissom, tenho uma notícia não muito boa para lhe dar.

Grissom sentiu o coração disparar com a notícia.

GG: Pode dizer, sou forte.
DR: O senhor é o que dela?
GG: Sou o supervisor dela (porque não disse que era o homem dela, idiota?)
DR: A bala atingiu o nervo espinhal lombossacral, que faz os ligamentos na região lombar. Sem esses ligamentos, ao paciente perde a mobilidade, ou seja, perde a capacidade de se movimentar dos quadris para baixo.
GG: Com isso, ela vai ficar paraplégica?
DR: Não é definitivo. Mas neste momento, é impossível fazer uma previsão de qualquer coisa. Porém, é certo afirmar que, neste exato momento, a senhorita Sidle não sentirá os movimentos nas pernas. Até quando ela ficará assim, não posso dizer.
GG: Será que poderia vê-la?
DR: Claro. Ela já acordou, segundo a enfermeira.

Aquela notícia havia estragado os dias de Grissom, definitivamente. Sua Sara, talvez condenada a ficar presa em uma cadeira de rodas... Não podia ser possível! E os planos que estava fazendo para os dois? E a declaração que estava ensaiando para dizer a ela? E as noites de amor que estava imaginando... Abriu a porta e deu de cara com uma mulher acamada, parecendo doente. Mas ainda assim, muito charmosa, e com um olhar que ele sabia, transbordava amor... E quando os olhos se cruzaram, ele teve a certeza de que ela o queria, o amava mais que tudo.

SS: Grissom...
GG: Como você está, Sara?
SS: Sinto um pouco de dor nas costas.
GG: É normal, você levou um tiro.

Grissom percebeu que os olhos de Sara tinham um brilho diferente.

SS: Conseguiram pegar as digitais do sujeito que me atacou?
GG: Catherine recolheu epitélios em você. Mas não se preocupe com isso, estamos trabalhando para pegá-lo. Você precisa descansar para se recuperar.
SS: Sabe Gil, o efeito da anestesia passou e eu não sinto minhas pernas. Por favor, seja sincero comigo: eu estou paraplégica?
GG: Mas porque quer saber isso agora, honey?
SS: Eu preciso saber, Grissom! E, por favor, não me venha com piedade, porque não preciso disso. Só quero que me diga a verdade!

Grissom deu um longo suspiro. Não sabia como começar aquela conversa, mas viu que não daria pra esconder de Sara sua real situação.

GG: O doutor me disse que você está sem os movimentos das pernas, mas que talvez nãos seja para sempre.

Sara permaneceu olhando séria para Grissom, tentando esconder a pancada da notícia em seu coração. Não reagiu nem deixou qualquer lágrima escorrer em seu rosto, contrariando as expectativas dele, que esperava que ela se rebelasse, chorasse, gritasse.

GG: Não vai chorar, gritar?
SS: Porque pensou que eu faria isso?
GG: Porque você é emotiva, Sara.
SS: Isto não significa que eu tenha de ser escandalosa. Minha dor é só minha, ninguém precisa ficar sabendo como estou me sentindo.
GG: Você está tão arredia...
SS: Olha, Griss. Não me leve a mal, mas prefiro ficar comigo mesma nesse momento.
GG: Quer que eu vá embora?

Sara fez que sim com a cabeça e o supervisor, chateado, retirou-se do quarto. Depois que ele saiu, ela se permitiu chorar para tirar as tristezas do peito. Sua situação a deixava mais triste do que já estava; antes, apaixonada por Grissom, mas sem ele; agora, sem Grissom, sem o Hank e... sem suas pernas. O que seria agora sem poder andar? Tentou não pensar em nada e adormeceu. Mais tarde, Catherine e Nick foram visitá-la.

CW: Como você está, Sara?
SS: Sobrevivi.
CW: Não foi o que eu perguntei...
SS: Parece que fiquei paraplégica, Cath.

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