GG: Não precisava se dar ao trabalho de vir até
aqui pra ficar satisfeito.
CE: Por que eu faria isso?
GG: Sei que a morte de Sara o deixa mais feliz. E
por favor, suma daqui, não quero ficar pior do que já estou.
Ecklie, vendo que todos olhavam de cara feia pra
ele, não teve outro remédio senão ir embora.
CW: Esse cara não respeita a dor dos outros?
Grissom permaneceu calado e assim seguiu para o
cemitério. No enterro, executaram o hino americano. Estavam
todos sérios e cabisbaixos, especialmente Grissom, cuja dor escondia atrás dos
óculos escuros. O entardecer estava lindo, com um sol já enfraquecido, mas o
céu estava meio róseo. Grissom saiu do carro de Catherine e viu as flores que
ficavam na entrada do apartamento. Lembrou-se das vezes que Sara as tocava com
as mãos macias e sensíveis que tinha.
CW: Quer conversar?
GG: Não, Catherine, preciso ficar sozinho. Preciso
me acostumar com essa nova realidade. Mas obrigado pela consideração.
CW: Bom, qualquer coisa, me chame, estarei pronta
para ajudá-lo.
GG: Não se preocupe, ficarei bem.
Grissom tirou os sapatos e os levou para a área de
serviço – sabia que ao chegar de cemitério deveria tirar as roupas e sapatos
por conta dos micróbios. Estava apenas de cueca samba-canção, camiseta e meias.
No quarto, enquanto separava as roupas para usar depois do banho, observava a
expressão triste de Hank.
GG: Você também sente falta dela, não é amigo?
O cão deu um ganido de tristeza, confirmando.
GG: É, eu sinto muita falta de Sara... Muita
mesmo. Nem sei como vai ser daqui pra frente, Hank. Você vai ter de se
acostumar a só me ver pela manhã. A patroa não está mais neste mundo.
Hank deu mais ganidos, como se estivesse chorando.
GG: Sara foi a única mulher que amei de verdade,
companheiro. E sei que você gostou demais dela. Foi a única que souber lidar
com você... – Grissom esboçou um sorriso, nostálgico.
Depois de acariciar o cão, Grissom foi para o
banheiro, onde ficou por dez minutos debaixo de uma água morna, pra tentar
esquecer o dia tão pesado e difícil. Pôs uma blusa e uma bermuda e penteava o
cabelo quando ouviu a campainha tocar.“Eu disse à Catherine que ficaria
bem...”Grissom abriu a porta e... Seus olhos azuis quase não acreditaram no que
viam. Não podia ser possível... Grissom só podia estar delirando. Aquele
sorriso, os dentinhos separados, o mesmo olhar doce... Sara! Ele ficou por vários segundos de boca aberta,
incrédulo, pensando se não estava vendo nenhuma assombração. Até que o silêncio
foi quebrado, fazendo-o voltar à realidade.
SS: Posso entrar, Griss?
GG: Devo estar sonhando... Você morreu, Sara!
SS: Fiquei sabendo.
GG: Por favor, entre.
A perita entrou e Grissom a olhava de cima a
baixo. Custava a crer que a mulher amada estava à sua frente, viva, sã e salva.
Quer dizer, fora os arranhões e machucados no rosto, braços e pernas, ela
parecia estar muito bem.
SS: Senti tanto a sua falta, você nem imagina...
GG: Eu... Ãh... Eu... Sinto sua falta todos os
dias da minha vida... Mas, como você chegou até aqui? Pensei que estivesse
morta!
SS: Eu quase morri mesmo, Griss! Foi tudo tão
horrível!
Grissom se aproximou de Sara e não resistiu, abraçou-a.
Sentir o corpo dela próximo ao dele novamente fizera o coração acelerar de
felicidade e trazer de novo a paz e a calma de que tanto precisava. Os dois,
abraçados, choraram de saudade e amor. O beijo, quente como sempre, mostrou que
os meses afastados um do outro não fizeram o amor dos dois morrer.
GG: Oh querida... Tudo parece ser tão irreal... Eu
vi seus ossos, fui ao seu enterro, como pode ser? – as lágrimas já escorriam no
rosto.
SS: Eu consegui fugir do cativeiro, nem sei como
estou aqui. Preciso falar sobre a pessoa que
mandou me pegar.
GG: Shiii! – pôs o dedo nos lábios dela – Não
agora. Não nesse momento. Me deixe contemplar sua beleza, amor.
SS: Você não reparou nada?
GG: Como?! – Grissom levantou a sobrancelha.
Sara apertou a blusa larga e deixou. A barriguinha
de quase cinco meses em evidência. O filho dos dois estava vivo no ventre dela,
mais uma prova de que o amor resiste a todo tipo de sofrimento. Grissom olhou
maravilhado para a barriga dela.
GG: Sara...
Os dois se abraçaram e se beijaram intensamente,
como se fizesse muitos anos que não se viam. Hank chegou na sala e latiu de
contentamento. Ele gostava muito de Sara e imediatamente a reconheceu.
SS: Ei Hank! Sentiu minha falta, garoto? – ela
fazia um carinho nele.
GG: Sofreu junto comigo.
SS: Agora estaremos juntos para sempre. Mas tenho
medo de que a pessoa que me torturou esse tempo todo venha atrás de mim ou de
você.
GG: Não vai fazer nada. Vou te proteger, e ao
nosso filho também. Oh
Sara... Como eu te amo, querida!
SS: Eu também, Griss... Eu também...
GG: Queria tanto poder fazer amor com você, mas
sei que posso esperar pelo momento certo. Esperei meses para vê-la de novo....
SS: Estou bem, só uns arranhõezinhos mas nada
grave. Só preciso de roupa para tomar um
banho.
GG: Tem roupas suas aqui, guardei cada peça que
você deixou.
Sara sorriu e seguiu para o banheiro, com Grissom
abraçando-a por trás e com as mãos na linda e pontudinha barriga que estava em
evidência. Ele já havia tomado banho mas resolveu ir de novo, para ajudar a
amada a lavar o corpo e ficar mais perto dela. Grissom reparou que Sara tinha alguns hematomas
nas costas, provavelmente ela deve ter levado alguns socos recentemente.
GG: Que hematomas são esses, Sara?
SS: Eu... levei alguns socos antes de conseguir
escapar.
GG: Vou levá-la ao IML pra fazer um exame de corpo
de delito. Sabe que tenho
de fazer isso.
SS: Sei.
Os dois conversavam enquanto se lavavam. E de
repente, Sara sentiu o bebê chutar mais uma vez.
SS: Griss, sente só.
Ela pôs a mão dele sobre a barriga e Grissom pôde
sentir o filho chutar, mostrando que estava bem vivo. Ele sorriu de felicidade.
GG: Isso é maravilhoso, honey! E nós fizemos
juntos essa criança, que é o milagre da vida... Nunca mais pense em me deixar
sozinho, Sara... Nunca mais!
Ele segurou com carinho os cabelos molhados da
amada e a beijou com todo o amor que tinha por ela. Que estava ferido, mas com
o reaparecimento dela, renascera feito uma fênix. Os dois foram para o quarto,
já secos e quentes, vestidos por robes felpudos. Grissom beijava o pescoço de
Sara, que sentia desejos.
SS: Você quer, honey?
GG: Só se você quiser também, querida...
SS: Eu quero... Eu quero... – sussurrou.
Grissom virou Sara para si e, beijando-a, foi
tirando o robe dela. Em seguida, deitou-a na cama e tirou o próprio
robe, mostrando o quanto estava excitado. Cuidadoso com a barriga da amada, ele
abriu as pernas dela com cuidado e a penetrou devagar, fazendo movimentos menos
intensos inicialmente, porém não com menos paixão. Entre beijos, toques e
sussurros, os dois de amaram na cama onde estiveram tantas vezes juntos, onde
sempre aliviavam o estresse da rotina no lab com noites de sexo e paixão. Não importa como a felicidade retornara, ela
estava de volta, isto era fato. E Grissom não permitiria que ela lhe fosse
tirada uma segunda vez. Depois do
intenso orgasmo, os dois se abraçaram e trocaram muitos beijos apaixonados. O
coração de ambos estava tranqüilo; de Grissom, por ter a amada viva e em seus
braços novamente; de Sara, por ter conseguido se livrar de um terrível pesadelo
e conseguir chegar até o homem que amava, pois sabia que com ele estaria
segura.
GG: Amanhã não vou ao lab.
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