Era uma manhã chuvosa e fria em Las Vegas. Sara
sentou-se na cama, espreguiçou-se e levantou. Estava nua, depois de uma noite
inteira de amor com Grissom, que dormia enrolado aos lençóis. Vestiu a calcinha
e depois o robe rosa claro de seda. Foi até a janela e viu a rua molhada pela
chuva fina que caía. Olhou para seu
homem que dormia feito um menino e sorriu ao se lembrar da noite anterior. Que
noite! Aquela noite fora perfeita. Muitos beijos,
carícias, juras de amor... e um
intenso orgasmo, especialmente por parte de Grissom, que amava estar dentro de
Sara, movimentando-se com muita vontade, gozando como jamais havia feito na
vida. Tudo estava sendo um sonho. Depois que ele descobriu
não podia mais negar a si mesmo o amor que sentia por ela, a vida se tornou
mais leve. Após turnos tão estressantes, Grissom reencontrava o equilíbrio de
que precisava, a paz que buscava nos braços de Sara... No lab, somente a equipe sabia do romance. Não
queriam que Ecklie tomasse conhecimento, pois ele poderia se utilizar disso
como pretexto para demitir Sara, já que ele tinha grande aversão a ela e
procurava qualquer deslize dela para que isso acontecesse.
GG: Já acordada, querida?
SS: Estava te vendo dormir. Parece um menino...
GG: E eu sou, quando estou nos seus braços...
Sara sorriu e deixou à mostra os dentinhos
separados e charmosos. Grissom olhava para ela sentindo uma onda de felicidade
invadir seu corpo. Como a amava! Arrependia-se de cada dia que perdeu deixando-a
ficar longe dele, deixando outros se aproximarem dela. Pensando nisso, sentia um certo ciúme que não
podia evitar. E pensando em toda a alegria que ela trouxera para
sua vida, todo o amor que ela lhe dava, Grissom chegava a sentir medo de perder
aquilo tudo. Mas que bobagem, Sara jamais o deixaria! Ela o amava, então podia
deixar o coração em paz...
SS: Está sentindo frio como eu?
GG: Nua desse jeito, é claro que iria sentir.
Hum... Você fica extremamente sexy com seus seios à mostra...
SS: Deixa de ser bobo, Griss! Até parece que nunca
os viu antes...
GG: E eu não me canso de revê-los, querida... Mas
precisamos nos arrumar para ir ao lab. Temos um interrogatório a fazer.
SS: Sim, nem me lembre!
Os dois tomaram banho, se arrumaram e seguiram
para o lab. Ao chegar lá, Brass
os esperava.
GG: Algum caso pra hoje, Brass?
JB: E dos grandes. O filho do governador de Nevada
foi encontrado morto no hotel Trump.
SS: O que ele fazia por aqui?
JB: Provavelmente férias. A namorada dele disse
que foi fazer compras e ele ficara no quarto descansando.
GG: O álibi dela bate?
JB: Parece que sim, a vendedora da loja confirmou
a hora em que a jovem esteve por lá. Foi entre duas e duas e meia que o jovem
Michel Burns morreu.
Catherine e Nick chegaram naquela hora.
JB: A gente se encontra na cena do crime – e saiu.
CW: Acabei de falar com o xerife, ele quer alguém
experiente no caso.
GG: Eu tenho outras coisas a fazer, preciso ficar
no lab.
NS: Sara e eu podemos ir, já que precisamos de um
caso de grande repercussão para a nossa promoção.
CW: Eu posso dar conta disso sozinha, Gil. Você
sabe que eu tenho mais experiência.
SS: Mas nem eu nem o Nick somos inexperientes,
Cath. E podemos muito bem dar conta desse caso, Grissom!
O supervisor olhou para Sara e Nick, que ansiavam
pela oportunidade de pegar um grande caso, o que, se obtivessem êxito, subiriam
de nível na hierarquia dos csi’s.
GG: Assuma o caso, Catherine.
A loira sorriu triunfante e se retirou. Nick e
Sara olharam sérios para Grissom.
NS: Valeu, Grissom! - disse ironicamente, e saiu.
Grissom pôde ver no olhar de Sara como ela ficara
visivelmente aborrecida com a situação. E da raiva, a tristeza tomou conta da
expressão facial da perita. As lágrimas surgiam rapidamente.
GG: Não vai dizer nada?
SS: Você já disse tudo. Você prefere a Catherine
em tudo.
GG: Sara...
SS: Aliás, eu nem sei por que você gostou de mim
ao invés dela. Ela é mais
experiente, mais elegante, mais sábia... Se quiser, fique com ela!
Sara foi andando com passos apertados até o
estacionamento. Estava com muita raiva,
queria ficar sozinha para chorar. Grissom foi atrás dela, tentando remendar o
estrago. Amava Sara, mas entendia que naquele momento precisava de alguém com
mais experiência para lidar com um grande e complicado caso. Tinha de ser
racional, mas ao não usar o coração corria o risco de perder a mulher que
amava.
GG: Sara, espera!
SS: O que foi, Griss? O que você ainda quer
comigo?
GG: Você precisa entender que eu tive de escolher
alguém mais experiente. Não podia usar o coração, escolhendo você. Outros casos
irão aparecer, e você terá sua oportunidade.
SS: A decisão é sua. Vou pra casa.
GG: Não vai pra minha, como sempre faz?
SS: Hoje não. Quero ficar sozinha.
Sara entrou no carro e seguiu para uma direção
desconhecida. Não queria ir
para a casa de Grissom, certamente ele iria provocá-la para fazerem amor, e ela
estava muito aborrecida. Mais uma vez Catherine atravessou seu desejo de obter
uma promoção. Fora cinco vezes que ela agira assim. Estava ficando farta com
aquilo tudo. Parecia que fazia de
propósito, não permitindo que mais ninguém subisse de nível e a alcançasse. Antes de chegar em casa, parou num bar e bebeu
algumas latas de cerveja. Depois de duas horas, estava um pouco embriagada, e
decidiu ir pra casa. Saiu meio cambaleante do bar, ainda com o dia
raiando. Dentro do carro sentiu que o
vício do álcool voltara a correr nas veias. Andou pelo menos cem metros até ser
parada por uma viatura de polícia que fazia a ronda naquela área e a viu
dirigir de forma estranha, o que levou o policial a crer que a motorista
estivesse embriagada.
##: Saia do carro e encoste no capô.
Sara, apesar de alcoolizada, ainda tinha reflexos
o suficiente para saber que fizera coisa errada. Fez o que o policial ordenara.
##: Me dê seus documentos.
Ela retirou o crachá da criminalista e o entregou.
##: Hum... Você trabalha na criminalística?
SS: Sim.
##: Deveria saber que não se pode dirigir bêbada
do jeito que você está.
SS: Foi um deslize. Bebi algumas latas de cerveja
e me esqueci que estava de carro.
##: E por que não o trancou e pegou um táxi?
Sara estava com as idéias meio embaraçadas devido
aos problemas e também ao álcool, que mexera nas suas coordenadas.
SS: Eu... Eu... Sinceramente não sei.
##: Gostaria de falar com o seu supervisor. Qual o
nome dele?
SS: Grissom, Gilbert Grissom.
##: Ótimo.
Grissom estava em sua sala quando recebeu um
telefonema. Era do policial, informando que Sara estava sendo conduzida à
delegacia por dirigir embriagada. Ficou atônito e sem ação, mas largou seus
afazeres pra ir atrás dela. No corredor, deu de cara com Catherine, feliz por
ter se saído bem na condução do caso.
CW: Nem te conto, me saí muito bem no caso. O
xerife sugeriu que eu deveria supervisionar outros casos para que eu possa
ficar de igual pra igual com você. Claro que não é uma competição, mas você sabe
que ninguém aqui no lab é mais preparado do que eu pra te substituir ou te
auxiliar adequadamente.
GG: Meus parabéns, Catherine, mas se me der
licença, preciso resolver um assunto.
CW: Refere-se a Sara?
GG: Porque?
CW: Bem, eu não pude deixar de ouvir sua conversa
no telefone, a porta estava entreaberta...
Grissom fechou o semblante. Não admitia ter suas
conversas sendo vigiadas, ainda mais vindo de uma subordinada.
GG: Preciso ir.
CW: Sara não é nenhuma criança! Seja lá o que ela
tenha feito, pode se virar sozinha. Ela é adulta ou não?
GG: Ela precisa de mim neste momento, Catherine, e
vou atrás dela, queira você ou não.
Grissom saiu apressado, deixando a loira com cara
de tacho. Na delegacia, foi falar direto com o policial que
efetuou a prisão de Sara.
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