GS: Será que vai dar certo?
GG: Tem que dar, Greg! Alguém tem que ter visto
Sara, ela não evaporou como fumaça!
WB: O problema é só os trotes. Tem muita gente que
faz isso diariamente, a troco de nada.
CW: Trote é crime!
WB: Mas fazem mesmo assim. Eu espero que não façam
isso.
Mas durante o dia houve várias ligações com
informações falsas, deixando todos muito estressados.
CW: Essas pessoas não têm o que fazer não? Passar
informação falsa deveria dar prisão perpétua!
NS: Ainda bem que tivemos uma excelente notícia
hoje: a demissão do Ecklie! Sem ele aqui as coisas se tornam mais fáceis.
WB: Mas esse sumiço da Sara não faz nenhum
sentido!
CW: Porque diz isso?
WB: A quem interessaria que ela desaparecesse?
GG: O que você está sugerindo, Warrick?
WB: Andei pensando e tentando juntar as peças
desse quebra-cabeça. Sara saiu do lab aos prantos depois que esteve na sala do
Ecklie. Antes disso, ela estava bem, pelo menos aparentemente.
NS: Acha que ele pode ter a ver com o sumiço dela?
WB: Não estou afirmando nada, mas numa situação dessas,
à essa altura do campeonato, não podemos descartar nada.
GG: Embora eu acredite que Ecklie não faria isso,
não vou descartar essa hipótese. O mais importante é encontrar Sara.
O supervisor deu um suspiro e pôs a cabeça entre
as mãos, com os cotovelos na mesa. Catherine fez um sinal para que os rapazes
os deixassem a sós.
CW: Nós vamos encontrá-la, Gil.
GG: Preciso de um milagre, Catherine.
Ele virou-se para amiga e Catherine notou que o
amigo estava a um passo de chorar.
CW: Tem algo que você quer me contar?
GG: Sara está grávida.
A loira arregalou os olhos, surpresa.
CW: Então era isso que você estava lendo no quarto
de Sara?
GG: Sim.
CW: Oh Gil... Não pense no pior, vamos fazer tudo
o que pudermos. Faremos por você e por ela.
GG: Não sei mais o que pensar...
A equipe se reuniu diante da tv, na sala de
convivência.“A perita Sara Sidle, da criminalística de Las Vegas, continua
desaparecida. Informações dão conta que os documentos dela foram localizados
nas adjacências de Vegas, mas até agora, nenhum sinal do paradeiro dela. A hipótese de seqüestro não foi descartada,
apesar de nenhum contato tenha sido feito ainda. Cartazes com o retrato da
perita estão por toda a cidade, e se alguém tiver conhecimento do paradeiro
dela, entre em contato”. A foto de Sara apareceu na tela, fazendo a equipe
se emocionar. Grissom não esboçou qualquer reação, mas por dentro estava
espatifado. Sara era sua força, sua segurança, seu chão firme, seu sonho mais
bonito... seu amor! Sem ela, tudo era vazio, tudo era sombrio, triste e sem
vida. Doc Robbins, atento na tv, fez um comentário melancólico:
AR: Espero não ter que vê-la na minha mesa...
Todos olharam para ele assustados, mas deram uma
certa razão a ele: era uma possibilidade latente Sara não estar mais com vida. Ela poderia estar como não. Por isso,
todos estavam aflitos e com pressa por informações que pudessem levar a ela.
Mas nada chegava de concreto, as ligações eram vagas e/ou falsas, e a cada
minuto, diminuíam as chances de encontrar a perita. Dois dias mais tarde, alguém apareceu no lab
querendo falar com Grissom.
SS: Senhor Grissom?
GG: Sou eu. Me disseram que alguém queria falar
comigo.
SS: Sim. Prazer, meu nome é Sean Sidle – ele
esticou a mão e os dois se cumprimentaram.
GG: Sean Sidle? Então você...
SS: Sou irmão de Sara.
GG: Ela me disse que tinha um irmão com o qual não
tinha contato há muito tempo.
SS: Perdemos o contato quando fomos cada um para
uma instituição depois que nosso pai morreu. Eu saí de lá, fui para San Diego,
me formei em Engenharia e constituí minha família. Mas sempre quis
reencontrá-la, mas nunca soube de seu paradeiro, só que não estava mais em São
Francisco, quando tive a chance de ir atrás dela.
GG: Entendo. Mas por que você está aqui? Deve
saber que ela está desaparecida.
SS: Exatamente por isso que eu vim. Quero saber o
que vocês têm feito para encontrá-la e o que realmente aconteceu para que ela
sumisse.
GG: Não sabemos o que houve com ela, mas não pense
que não estamos fazendo nada. Eu, mais do que qualquer pessoa nesse mundo,
estou sofrendo pela ausência de sua irmã. Então peço que tenha paciência e
confie no trabalho da polícia e dos peritos.
Sean deixou uma lágrima rolar, sensível que era.
SS: Por favor, traga minha bonequinha viva para
mim. Ela precisa saber que será titia. Minha esposa Michaela está esperando
nossa primeira filha. Queremos que ela venha nos visitar para ajudar a escolher
um nome.
GG: Faremos o possível para encontrá-la.
SS: Obrigado. Eu mantenho contato.
Depois que Sean saiu, Grissom sentiu um vazio no
peito. Queria poder
dizer ao cunhado que a irmã dele também seria mãe, mas a circunstância na qual
os dois se conheceram era a pior possível. E os dois voltaram a ficar frente a
frente quando um mês se passou e nenhum sinal de Sara foi visto.
SS: Que espécie de profissionais são vocês que lidam
com tantos crimes, botam um monte de gente na cadeia, mas na hora em que um de
vocês desaparece feito fumaça não conseguem solucionar?!
JB: Vá com calma, meu rapaz, isso aqui é a polícia,
não um jogo de esconde-esconde. Sara é muito importante para nós também, não
pense que estamos de braços cruzados!
SS: Então onde está minha irmã? Onde está Sara?!
SS: Então onde está minha irmã? Onde está Sara?!
GG: Onde você esteve nos anos todos que ela
precisou de um ombro amigo, de um conforto e de uma companhia? Sabia que ela
estava em São Francisco, por que nunca a procurou?
SS: Isso não vem ao caso agora! Quero saber onde
está minha irmã, esteja ela viva ou morta!
CW: Ei, não adianta você ficar nervosinho, estamos
fazendo tudo o que podemos, mas infelizmente as coisas não estão fáceis. Esse
é, talvez, o caso mais complicado que já tivemos. E infelizmente envolve uma de
nós.
Sean pôs as mãos nos cabelos, mostrando desespero
com a situação.
SS: Por favor, encontrem Sara. Ela é o que restou
da minha família. Não a deixem morrer por aí...
Ele saiu apressado do lab, deixando Grissom com
mais um pepino nas mãos. Como se não bastasse a dor e a incerteza do paradeiro
da mulher que amava... Pior do que a certeza da morte era a incerteza da vida.
Se a encontrasse sem vida, pelo menos teria uma sepultura para chorar a sua
ausência física, mas... E quando não se encontra corpo, mas também não se sabe
sobre a pessoa? Sua razão dizia uma coisa, seu coração outra. Mas em todas as
situações, sua única certeza era a de que amaria Sara para sempre. Dezembro chegou e a cidade já estava toda
iluminada, à espera do natal. Os membros da equipe já tinham seus compromissos
com suas famílias. Menos Grissom, cada vez mais introspectivo e isolado dentro
de si mesmo. A falta que Sara fazia era tamanha que voltara a ser o homem
distante e sério que era antes de se entregar ao amor delicioso da perita, e
que descobrira ser sua alma gêmea. Os amigos do lab tentavam animá-lo de alguma
forma, fazer com que ele reagisse.
CW: Gil, essa situação está beirando o
insuportável. Você está cada vez mais exigente, não só com os outros, mas
consigo mesmo. Seu mau humor
está atrapalhando as coisas aqui dentro. Entendo que esteja sofrendo pelo
sumiço de Sara, todos nós estamos, mas a vida precisa continuar, os casos
continuam aparecendo, as pessoas continuam cometendo crimes e você não pode
ficar simplesmente enchendo todo mundo com patadas e achando que nada mais tem
valor só por que sua mulher não está aqui!
Grissom olhou para a loira muito sério, a ponto de
Catherine pensar que ele fosse dar um tiro nela.
GG: Ouça falar assim de Sara novamente e será
suspensa por um mês!
Catherine arregalou os olhos e saiu pianinho. Foi
até a sala de convivência, onde Warrick e Nick estavam.
NS: Pela cara levou mais uma patada do Grissom!
CW: Ele está insuportável!
WB: Ponha-se no lugar dele, Cath! Ele não sabe que
fim levou a mulher que ama, se está viva ou não, então é compreensível que
esteja muito triste. Acho que você deveria respeitar a dor dele.
CW: Mas acho que ele não precisava estar tão
intransigente conosco. Poxa, assim as coisas nunca vão dar certo!
WB: Deixe o Grissom na dele.
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