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Vou te amar para sempre - cap. 8


Na volta para casa, extremamente cansado, Grissom olhava para o trânsito com cuidado, estava quase adormecendo e precisava manter-se acordado. Ao olhar para o outro lado da rua, viu uma mulher andando, a qual podia jurar que fosse... Sara! Parou o carro e gritou:

GG: Sara! Sara!

Saiu feito um louco para confirmar que não estava louco. Ele conhecia cada detalhe daquela mulher, só podia ser ela. Mas não adiantou todo o esforço: a mulher desapareceu no meio dos arbustos das casas! Não, não estava ficando louco! O celular tocou e era Catherine.

CW: Como está, melhorou o astral?
GG: Eu vi, Catherine, tenho certeza de que é verdade!
CW: Viu o que ou quem?
GG: Sara!
CW: Você a encontrou?
GG: Passou por mim aqui na rua, mas quando fui atrás dela, havia sumido. Era ela, Catherine, era ela!
CW: Ei, calma aí, então porque ela não iria falar com você?
GG: Deve ter perdido a memória, alguma coisa assim. Mas era Sara, e estava tão bonita...

Catherine não estava entendendo nada, achava que o chefe e amigo estava ficando perturbado da cabeça, de tanta saudade que tinha da namorada, então não o contestou. Em casa, Grissom não agüentou. Já que estava sozinho, ninguém ouviria seu pranto desolado. Sentia tanta falta de Sara! Precisava tanto dela... Como se sentia só sem ela por perto... Sentou-se na beirada da cama e, segurando uma fotografia dela, chorou até não ter mais forças. Soluçava sem consolo nenhum. Estava só, sem saber se a única mulher que amou na vida ainda estava viva, se a mulher que vira na rua não fora apenas a visão do desespero de seu coração, ansiando por ela. Adormeceu e acabou sonhando com sua mãe, já falecida e velhinha, que lhe abraçou ternamente e disse: 
“Meu filho, pra tudo há uma razão de ser. Está tudo chegando ao fim. Seja forte, meu querido! Mamãe te ama e sempre estará com você nas batalhas da vida”. Foi apenas um sonho, mas foi o suficiente para que Grissom sentisse seu coração mais leve. O amor de sua mãe e o que sentia por Sara o manteria de pé para enfrentar o que estava por vir. No turno seguinte, Grissom estava em sua sala enquanto a equipe estava na sala de convivência, comentando sobre o novo caso em andamento.

NS: Eu sabia que o cara tinha alguma coisa a ver, ele tinha um seguro feito em nome da esposa em caso de morte dela. Com isso ele receberia uma bolada, nada menos do que 30 milhões de dólares!
GS: Uma bela grana. Eu faria um bom uso dela!
WB: Ei cara, se liga!
CW: O Gil está indo de mal a pior, vocês não acham?
WB: Foi o que eu te falei, ele está curtindo a dor dele. Melhor deixá-lo no canto dele.
CW: Não me conformo! Como a gente vê nosso chefe e amigo assim e não fazemos nada?!
NS: Por que você insiste nisso, Cath?
CW: Acho que já era hora de ele virar a página. Não acredito mais em encontrarmos Sara com vida.
WB: Mas também não temos um corpo, por isso eu acho que o caso não está fechado. Não podemos desistir de encontrá-la.
NS: Concordo com você, Warrick! O que me deixa louco nisso tudo é a falta de qualquer pista, por menor que seja. Caramba, será que todo mundo nessa cidade é tão cego a ponto de não ver uma mulher que foi seqüestrada?
GS: Acredita mesmo em seqüestro? Não tivemos nenhum contato de quem possa estar com Sara...
NS: Eu acredito que sim, Sara foi seqüestrada e está em algum canto por aí. Viva!
  
Só que os dias foram passando e nenhuma pista de Sara. Se ela estava nas mãos de criminosos, eles continuavam em silêncio, o que angustiava a todos. O natal chegou e Grissom estava se sentindo o homem mais infeliz do mundo. Pra compensar a solidão da casa, mergulhou no trabalho, permanecendo no lab por dois dias seguidos. Após o natal, a equipe se reuniu novamente, e todos prometeram trabalhar na virada do ano. E no dia 31, faltando poucos minutos para a meia-noite, Grissom recebeu uma ligação no mínimo suspeita:

GG: Grissom.
##: Boa noite, senhor Grissom.
GG: Quem fala?
##: Alguém que tem o que você quer...
GG: Não estou entendendo, dá pra ser mais específico?
##: Conhece alguma mulher chamada Sara Sidle?

O coração do supervisor quase pulou na boca. Depois de muitas semanas de falta de notícias, enfim alguma pista de Sara.

GG: O que você quer?
##: Só pra dizer que estamos com sua mulher. Em breve você receberá uma prova de que ela está viva.
GG: Seu canalha, se eu te pegar...
##: Você não vai fazer nada! Estamos com ela aqui, e qualquer passo em falso pode significar a morte dela. Acho que seria bom se você escutasse o que temos a dizer.

Grissom respirou fundo e depois falou:

GG: Ok, o que você quer?
##: Eu entrarei em contato novamente. Tenha um feliz ano novo!
GG: Espere! Deixe-me ouvir a voz de Sara pelo menos!

Tu tu tu...- o sujeito desligara o telefone. Deu meia-noite e os fogos eram ouvidos por todo o lab, onde havia poucas pessoas, já que a maioria absoluta estava em ceia familiar. A equipe foi até a sala do supervisor cumprimentá-lo.

CW: Feliz ano novo, Gil!
GG: Sinto dizer, Catherine, mas não tenho o que comemorar. Se quiserem ir embora, fiquem à vontade.
NS: De qualquer forma, espero que no ano novo você tenha uma sorte melhor.
GG: Recebi uma ligação de alguém que diz estar com Sara.
Todos: Como é?!
CW: Como foi isso, Gil?
GG: Me ligou agora há pouco me dizendo que estava com Sara. E ainda me disse que tornaria a me ligar dando provas de que ela está viva.  Mas quando fui pedir pra ouvir a voz dela, ele desligou.
NS: Então temos uma chance!
CW: Como?
NS: Vamos pedir para o Archie rastrear o telefonema e avisar o Brass.
CW: Como, se ele está de folga?
WB: Eu posso fazer isso. Sei mexer com áudio e nesses aparelhos de rastreamento.
GG: Ótimo!

Foram todos para a sala de Archie. Warrick fez a ligação do celular com o aparelho e começou a fazer o rastreamento.

WB: Só temos um problema aqui.
GG: Que problema?
WB: A ligação veio de um telefone público. Vai ser difícil localizar a pessoa.
NS: Mas podemos rastrear pessoalmente o local em um raio de alguns quilômetros. Pode ser que até encontremos impressões digitais no aparelho.
CW: Tudo bem que é uma ótima chance, mas penso que deveríamos descansar senão não conseguiremos raciocinar durante as investigações.
NS: É, eu tô a fim de ir pra casa.
GG: Podem ir se quiser.
CW: Gil, você é o que mais precisa descansar. Está muito abatido e visivelmente magro. Por que não vai dormir?
GG: Eu durmo na minha sala mesmo. Quero estar bem cedo quando o Brass aparecer por aqui cedo. Vão!
WB: Eu vou nessa também, estou parecendo zumbi! Boa noite a todos!

Depois que a equipe foi embora, Grissom foi para sua sala e deitou-se no sofá. Tirou os sapatos com os pés mesmo e adormeceu. Imediatamente Sara aparecera, como um anjo que vinha consolar um coração despedaçado. E ela estava tão bonita! Os cabelos soltos, o olhar apaixonado, a camisolinha de renda branca que costumava usar nas muitas noites de amor... e o mesmo sorrisinho de lado que dava quando ficava tímida...O que aquilo queria dizer? Por que, inconscientemente, seus pensamentos foram de encontro a ela, se ela nem mesmo sabia o que ele estava sofrendo? Grissom olhava para ela como se não a visse há anos, e Sara o olhava com ternura e amor nos olhos. E quando ia tocá-la, uma parede de vidro surgiu entre eles, deixando as mãos presas a ela, ansiosas de querer tocar um no outro. Nenhuma palavra foi dita, mas lágrimas caíram dos olhos de ambos. Sara fez a mesma expressão de dor e tristeza quando se confrontara com Hannah mais uma vez, depois que disse a ela que seu irmão havia cometido suicídio na prisão. Em seguida, ela foi se afastando e foi sumindo ao longe. Grissom acordou assustado, suando frio e com o coração acelerado. Mais uma tortura para aumentar seu sofrimento. Sara viera até ele através do sonho, e estava tão bonita como sempre. Mas ele a queria ali, ao lado dele, para abraçá-lo e dizer que estava tudo bem. Mas não estava nada bem. Onde sua amada estaria? Se seu amor por ela foi capaz de trazê-la através dos sonhos, não seria suficientemente grande para encontrá-la, mesmo que fosse sozinho? Era o que decidira fazer, iria atrás de Sara nem que fosse a última coisa que faria na vida. 












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