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Vou te amar para sempre - cap. 10


CW: Aconteceu alguma coisa? Sua voz está embargada...
GG: Por favor, venham pra cá o mais rápido que puderem...

Grissom desligou o telefone e continuou a olhar a cova onde Sara estava enterrada. Como podia ser possível? Quem teria tamanha maldade para tirar a vida de uma mulher que só trabalhava para o bem, em busca de justiça, sem jamais ferir alguém? E como ele, Gil Grissom, ficaria dali em diante sem a presença física e tão cheia de alegria da mulher a quem amava com loucura?
“Estou aqui, Griss”. De novo Grissom ouviu a voz que estava ouvindo há alguns dias. Mas, por causa da emoção, julgava ser apenas uma ilusão de sua cabeça tão confusa e sem rumo. Levantou-se e permaneceu olhando para a cova quando uma voz masculina surgiu às suas costas.

##: Eu sabia que você viria!

Grissom virou-se e deu de cara com...

GG: Sean Sidle? Então foi você quem me ligou?
SS: Surpreso, cunhado?
GG: Eu deveria saber que um homem que não procura a irmã seria capaz de fazer algum mal a ela.
SS: E porque eu deveria me importar com ela? Sara sempre foi uma garota esquisita, estranho que você tenha se apaixonado por ela.
GG: Pelo visto você nunca conheceu sua irmã realmente. Sara é uma mulher de uma generosidade sem fim, responsável e bastante segura de si.
SS: Agora é era... Eis minha querida irmãzinha aí nesta cova.
GG: Desgraçado! Como pôde fazer isso com ela?!
Grissom ia avançando em direção a Sean quando ele apontou uma arma.

SS: Não esperava sair daqui com vida, esperava?
GG: Você está blefando, não vai atirar em mim.
SS: Me dê um motivo pelo qual eu não faria isso...

Grissom desviou o olhar ao avistar Brass.

JB: Gil, saia da frente!
SS: O que?

Grissom se jogou no chão e Sean levou uma saraivada de tiros, de Brass, Catherine e Nick. Morreu na hora.

JB: Você está bem, Grissom?
GG: Sim.
CW: O que aconteceu pra você vir parar aqui?
GG: Olhe você mesma, Catherine.

Todos olharam para a cova e ficaram chocados. Catherine deu um berro e pôs as mãos na boca, incrédula.

NS: Sara! Sara!

Warrick segurava o amigo, que tentava chegar mais perto pra desenterrar a amiga.

NS: Me solta, cara, me solta!

Nick chorava de dor e revolta por ver que sua amiga tão querida estava morta e enterrada feito um indigente. Nem Catherine nem Brass conseguiram ficar imunes à tragédia. Grissom olhava mais uma vez para a cova, completamente atordoado e desolado. Ninguém deu atenção ao cadáver do irmão de Sara.

CW: Agora que caiu a ficha. Esse sujeito não é o Sean, irmão de Sara?
GG: Ele mesmo.
CW: Oh meu Deus, por que ele fez isso?
GG: Só temos perguntas e nenhuma resposta, Catherine.

A equipe chegou ao lab completamente abatida e abalada com o que presenciara. Grissom foi até Al.

GG: Temos alguém pra você.
AR: Não é quem estou pensando, é?
GG: Sim, ela mesma.
AR: Deus do céu! E onde ela está?
GG: Está chegando.

Dois funcionários da defesa civil entraram com a maca contendo a ossada.

AR: Bem, vou cuidar dela com muito carinho. Será minha forma de me despedir de Sara.

Os noticiários da noite davam as informações sobre a localização do corpo de Sara. “E foi encontrado hoje na divisa de Vegas o corpo da perita da criminalística Sara Sidle. Ela estava desaparecida há quatro meses, e a ossada foi localizada pelo chefe do laboratório de criminalística, Gilbert Grissom. O sepultamento deverá ser feito nos próximos dois dias”. A equipe assistia com lágrimas e Nick e Greg eram os mais emocionados. Grissom parecia não ter mais lágrimas para chorar. E, sozinho em casa, Grissom tentava se manter de pé, para suportar tudo o que viria a seguir: a despedida de seu amor. A casa estava silenciosa, até mesmo Hank estava triste, ele também sentia a falta de Sara e sabia que o dono estava sofrendo. No dia seguinte, o cartaz para o funeral foi divulgado na tv e nas paredes. O dia do funeral chegou e o coração do supervisor estava a mil. No horário marcado, estavam todos na igreja. Grissom, de terno preto e extremamente abatido, sentou-se na primeira fila, ao lado de Catherine e dos demais companheiros de equipe. A igreja estava enfeitada com flores de diversos tipos, e perto do altar, o caixão de Sara com a bandeira americana cobrindo-o, e por cima, um porta-retrato com uma foto dela. O padre deu início à missa fúnebre e a emoção correu solta. Pouco depois, Grissom fez menção de ir até a bancada.

CW: Tem certeza disso, Gil? – disse baixinho.
GG: Eu preciso fazer isso.

Grissom foi até a bancada da igreja, visivelmente emocionado. Tentava segurar a emoção que consumia seu coração. Não seria nada fácil falar sobre Sara, ainda mais naquele momento terrivelmente triste e desolador para ele em especial. Olhou para o lugar repleto de gente e tentou segurar o choro que teimava em querer cair com força.

GG: Sara Sidle foi uma grande mulher. Cheia de força, coragem, atitude, responsável e marcante. Essas são apenas algumas das muitas qualidades que ela possuía, e das quais jamais vou me esquecer. Eu a trouxe para Las Vegas para se juntar à minha equipe e sei que fiz a coisa certa. Uma das mais importantes decisões que já tomei. Ela se mostrou muito mais do que eu imaginava quando veio pra cá, e rapidamente se tornou uma grande CSI”.

(Ele tremia e chorava discretamente)

GG: Sara pegou meu coração aos poucos e soube, com maestria, me fazer ficar aos seus pés. Eu tenho sorte de ter tido essa mulher nos meus braços, como minha namorada, como parte de um sonho que sempre tive de ser feliz ao lado de alguém. Ela era a realização dos meus projetos de vida. Apenas com o olhar me dizia tudo, inclusive o quanto me amava. Nossa relação no lab era estritamente profissional, mas em casa, éramos um homem e uma mulher que se amavam e se permitiam ser felizes”.

(A equipe chorava nas primeiras filas).

GG: Dizem que um homem não é feliz enquanto não encontra um amor de verdade. Eu encontrei o meu. E fui muito feliz cada minuto, cada segundo ao lado de Sara. Mas me tiraram essa felicidade. Tiraram Sara de mim. Não perdi somente a mulher da minha vida, mas a amante, a parceira, a cúmplice, a subordinada preferida. Me dói não somente a perda em si, mas a ausência e a saudade. E saber que quem tirou a vida da mulher que eu amo foi parte da família só me faz pensar que nem sempre a família é a base dos valores morais, do amor ao próximo, da segurança. Sara foi destruída pela própria família, cujo membro deveria tê-la protegido e amado por toda sua vida. Não sei o que farei de agora em diante, nem como vou continuar minha vida sem ela. Sara levou uma parte de mim. Literalmente.  Não levou apenas o meu amor, os meus ideais, minha força e minha vida consigo: levou nosso filho também. Me tranqüiliza saber que esse monstro não está mais vivo pra que eu não tenha de vê-lo e me lembrar de tudo o que ele fez. Ele pagou com a vida pelo crime bárbaro que cometeu, mas isso não tira a minha dor. Ele jamais me trará de volta minha querida, nem o que restava em mim de esperança de qualquer coisa. Sara se foi, e até o fim dos meus dias eu sentirei sua falta. Sempre amarei Sara... minha Sara...”

Grissom não agüentou e caiu em prantos no palco mesmo, chegando a tremer, e sendo amparado pelo pároco. Ele ainda olhou mais uma vez para o caixão coberto pela bandeira americana e para o retrato em cima da caixa fúnebre, não conseguindo se controlar, sendo levado por Catherine e Nick até o banco da primeira fileira, escutando o que o padre disse até o fim. Na saída da igreja, Grissom foi amparado por Catherine, sendo seguido pelos demais. Uma pessoa conhecida surgiu em sua frente de repente.

CE: Eu sinto pelo que aconteceu com Sidle, Gil.

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