NS: Greg está analisando, esperamos encontrar
alguma digital que não seja a dela, pois assim chegaremos a quem está com ela. A novidade é que as digitais
encontradas no carro são todas de Sara.
CW: Então ninguém teve contato com ela?
NS: Pelo menos não chegou a tocar no veículo. Mas
as pegadas dizem que sim, alguém esteve na cena além da nossa amiga.
Grissom pôs a mão na boca, tentando não acreditar
que alguém pudesse ter parado o carro de Sara e a ameaçado, pondo sua vida em
risco.
CW: Calma, Gil, nós vamos encontrá-la.
GG: Não é possível que ninguém a tenha visto! Como
uma mulher desaparece do nada?
CW: Não sabemos o que aconteceu, Gil.
WB: Estava pensando... Sara estava bem antes do
Ecklie praticamente convocá-la pra ir até a sala dele.
GG: Ele fez isso?
WB: Fez.
NS: E segundo Greg, ela estava chorando quando foi
embora. Ele deve tê-la
ofendido muito pra deixá-la do jeito que ela ficou.
GG: Cretino! Mas ele me paga!
Grissom, com uma expressão de fúria, saiu da sala
de convivência e foi até a de Ecklie.
CE: Não bate mais na porta não?
GG: Com você não tem jeito de ser educado!
CE: Porque veio até aqui?
GG: Estou sabendo que você intimou Sara a vir até
aqui, e Greg a viu ir embora chorando. O que você fez pra que ela ficasse
assim? Que veneno você usou,
hein seu canalha?!
CE: Eu? Nunca fui falso com ninguém, Gil. Você é
que pensa mal de mim...
GG: Canalha!
Grissom, com uma só mão, derrubou o que estava
em cima da mesa do careca.
CE: Onde você pensa que está pra fazer isso?!
GG: Não tenho medo de você e seus puxa-saco, não
suporto gente dessa espécie! Exijo que me diga o que disse à Sara!
CE: Apenas disse a ela que não a suportava, porque
ela é tudo o que uma subordinada não deve ser. E que consegui demiti-la.
GG: Você o que? – os olhos brilharam de ódio.
CE: Eu a demiti. Tenho esse poder e não a
suportava mais. Porque? Não gostou de saber que sua namoradinha
não vai mais trabalhar aqui pra dar pra você quando quiser?
GG: Desgraçado!
Grissom partiu pra cima de Ecklie com uma fúria
jamais vista antes. Os gritos do careca e a voz nervosa do supervisor chamaram
a atenção de todo o lab. A equipe foi até lá para apartá-los. Mas Ecklie estava
muito machucado, devido aos socos.
WB: Parem vocês dois! Querem se matar?!
GG: Eu quero é que ele morra! Me solte, Warrick!
CW: Vocês parecem dois moleques!
GG: Ecklie demitiu Sara às escondidas!
NS: O quê?!
CW: Como é, Ecklie?!
CE: Fiz mesmo! Não a suportava mais aqui dentro.
CW: Seu desgraçado, por sua culpa Sara está
desaparecida!
CE: Como é?!
WB: Ela desapareceu assim que saiu daqui. Você foi
um perfeito imbecil, cara! Não tem noção do que fez...
CE: Não tenho nada com isso...
GG: Reze para que eu encontre Sara com vida. Por
que senão, você vai morrer numa cadeira elétrica!
Grissom estava esgotado. Precisava dormir. Mas a
imagem de sua amada vinha a todo instante, apertando ainda mais um coração que
já não tinha mais vontade de bater. Chegou em casa e o vazio parecia maior
ainda. Sentia muito a ausência de Sara, e cada minuto sem notícias dela fazia cada minuto parecer uma
eternidade. Antes de se deitar, sentou-se na escrivaninha e fez um poema para
Sara, expressando como se sentia naquele momento. Ele não era muito bom com palavras, mas naquele
instante de solidão e saudade da mulher amada, seu coração falou mais alto e as
palavras saíram em forma de uma poesia.
“Posso guardar saudades
Saudades que nunca mais vão desaguar
Posso guardar teu amor em meu peito
Mesmo que isso me deforme inteiro
Posso guardar teus carinhos
Que embora nessa imensa saudade
Me deixe na verdade um pouco triste
Me dará coragem para seguir o meu caminho
Posso guardar teu silêncio tagarela
Mesmo que isso me deixe inquieto
Posso guardar momentos
Que são somente de nós dois, de amor
Posso guardar teu pranto em meu ombro
Mesmo que não tenha havido pranto algum
E mesmo se houver isso, só me fará entristecer
Por te ver sofrer
Mas me fará ver que não sou o único a sofrer
Posso guardar a tua lembrança
Sempre presente dentro de mim
E meu coração trará sempre a imagem
De alguém que tenho a certeza de que me amou”.
Saudades que nunca mais vão desaguar
Posso guardar teu amor em meu peito
Mesmo que isso me deforme inteiro
Posso guardar teus carinhos
Que embora nessa imensa saudade
Me deixe na verdade um pouco triste
Me dará coragem para seguir o meu caminho
Posso guardar teu silêncio tagarela
Mesmo que isso me deixe inquieto
Posso guardar momentos
Que são somente de nós dois, de amor
Posso guardar teu pranto em meu ombro
Mesmo que não tenha havido pranto algum
E mesmo se houver isso, só me fará entristecer
Por te ver sofrer
Mas me fará ver que não sou o único a sofrer
Posso guardar a tua lembrança
Sempre presente dentro de mim
E meu coração trará sempre a imagem
De alguém que tenho a certeza de que me amou”.
Uma lágrima queria rolar dos olhos dele, mas
Grissom a limpou rapidamente. Já estava fragilizado demais para se permitir
chorar de saudade. Dobrou a carta com o poema, guardou na gaveta e foi dormir.
Aquela semana de buscas intensas seria estafante para todos. No dia seguinte, estava
com Brass para continuar com as investigações.
GG: Estamos indo para 48 horas de sumiço. A partir
daí a pessoa é considerada desaparecida. Vou colocar um cartaz, quem sabe
alguém possa nos ajudar.
JB: Toda ajuda é válida. Meus homens estão em
alerta para qualquer busca. Aconselho que você fique calmo, senão vai acabar
tendo um infarto.
GG: Não posso ficar calmo sabendo que Sara está
sabe-se lá onde, com quem e como está! Quem me garante que ela ainda esteja
viva? E se não foi assassinada?!
JB: Não seja tão drástico, Grissom!
GG: Sou racional, Brass. Nós sabemos que quanto
mais o tempo passa, menores são as chances de se encontrar uma pessoa
desaparecida com vida.
JB: Pois acredite em milagres. Afinal, vocês dois
juntos não são a prova disso?
O celular de Brass tocou.
JB: Brass. Como? Ok, estou indo praí.
GG: O que foi?
JB: A pessoa que encontrou os documentos de Sara
está no lab, Warrick a convenceu de dar um depoimento.
GG: Quero falar com ele. Ou é ela?
JB: É homem.
No lab, Grissom foi imediatamente falar com o
sujeito, que parecia ser bem simples, pelas roupas um pouco sujas, barba mal
feita e cabelo desgrenhado.
JB: Nome e idade, por favor.
EB: Enrique Benitez. Tenho 42 anos.
GG: Onde foi que o senhor encontrou a carteira com
os documentos da senhorita Sidle?
EB: Eu estava caminhando na estrada de chão, perto
da minha casa, quando vi uma espécie de carteira. Abri e vi que se tratava de
uma policial. Então liguei para a polícia. Não mexi em nada, tinha dinheiro
dentro, mas não peguei nem um centavo.
JB: Não viu nenhum carro circulando por lá no
momento?
EB: Ali transitam muitos carros diariamente, não
tinha como eu saber quem deixaria uma carteira com dinheiro cair.
GG: Você não viu esta mulher em lugar nenhum? –
Grissom mostrou uma foto de Sara.
EB: Não, senhor, não vi. Aconteceu alguma coisa
com ela?
GG: Está desaparecida e pensamos que, com a
carteira encontrada, você pudesse nos dizer se a viu ou não.
EB: Eu sinto muito, mas nunca a vi antes.
Depois que o sujeito foi liberado, Grissom ficou
ainda mais desolado.
GG: Mais uma pista em vão... Mais um dia sem
notícias de Sara...
CW: Nós faremos tudo o que puder para encontrar
Sara, Gil... Admito que a
situação é muito delicada, mas não devemos perder as esperanças. Deixe eu te
dar um abraço.
Catherine deu um abraço fraternal no amigo.
Grissom precisava sentir o amparo de alguém querido, seu coração estava
destroçado, seu amor jogado no chão, abandonado. Estava carente, era visível
isso, mas ele, como um homem forte que era (ou parecia ser) não deixaria que
ninguém descobrisse como era frágil por dentro, embora os amigos já tivessem
notado que sem Sara por perto, Grissom não passava de um homem perdido. O
menino Grissom sumira junto com ela. No dia seguinte, Las Vegas estava repleta de
cartazes com a foto de Sara. Grissom estava no lab, à espera de qualquer
informação sobre o paradeiro de Sara.
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