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Razão do meu afeto – cap. 5



SS: Eu o amo e sempre amarei. Mas chega uma hora que a gente não tem mais força pra lutar ou ser chutada feito cachorro. Já passei por tantas coisas na minha vida que não tenho mais espírito para suportar tamanho sofrimento.
CW: Mas não é justo com o Gil! Vocês deveriam conversar e se unir contra essas duas. Ou o amor de vocês não é tão grande como eu pensava?
SS: Não é questão de amar, Cath. É questão de hombridade. Não quero mais falar disso. Eu te ligo assim que chegar à cidade para onde estou indo.
CW: E pra onde você está indo?
SS: Por enquanto é sigiloso!

As duas amigas se abraçaram. Em seguida, a perita se despediu de Nick, o único que estava no lab com Catherine e seguiu seu caminho. Enquanto dirigia até o aeroporto, Sara chorava inconsolavelmente. Chorava porque estava indo para longe de seu amor. Chorava porque a pessoa que Grissom deveria amar e respeitar, a mãe, queria destruí-lo sem dó nem piedade. Chorava porque sabia que ele também iria sofrer e estaria no meio de duas mulheres absolutamente sem coração. Grissom retornou ao lab depois de ter passado um bom tempo na prefeitura.

CW: Finalmente, hein? Pensei que só voltaria à noite!
GG: Não exagera, Cath. Como foram as coisas por aqui?
CW: Ãh... tudo bem. Warrick e Greg chegaram agora da cena do crime. 
Nick está na sala de evidências.
GG: E Sara? Onde ela está?
CW: Gil... não sei se devo te contar...
GG: Aconteceu alguma coisa, Catherine?
CW: Bom, você vai ficar sabendo de qualquer jeito... Ela foi embora.

O supervisor arregalou os olhos, surpreso.

GG: Ela foi... embora?
CW: Sim. Mas pela expressão dela, tenho certeza de que foi contra a própria vontade.
GG: Não entendi.
CW: Sara chorava e estava extremamente triste. Mas me mandou dizer que sempre irá te amar, e que você é o único na vida dela.

Sem saber o que dizer, Grissom apenas disse:

GG: Obrigado por me informar, Catherine. Vou para a minha sala e não quero ser incomodado.
CW: Claro.

A loira ficou penalizada ao ver a tristeza no olhar do amigo. A notícia deixou Grissom baqueado e iria mexer profundamente no interior dele. Assim que entrou na sala, trancou-a e sentou-se em sua cadeira. Tirou os óculos e apertou os olhos com os dedos. Depois recolocou-os e pegou uma foto de Sara que estava em sua mesa e sentiu o coração acelerar. A tristeza veio com força, e imaginar que sua mãe pode ter sido a responsável pela separação do casal lhe doía a alma. Como iria olhar nos olhos dela assim que chegasse em casa?
Como seria sua vida sem seu grande amor? E a pergunta que se fazia e que mais machucava: o que fizera para sua mãe querer fazê-lo sofrer assim? Com tantas coisas na cabeça, Grissom olhou para seus insetos na parede de sua sala e as lágrimas rolaram. Era muita dor para um homem só. Decidiu ir pra casa, estava completamente sem chão.

CW: Vai embora?
GG: Vou. Assuma a supervisão, estarei de volta amanhã.
CW: Gil...
GG: Sim? – virou-se.
CW: Faça a coisa certa. E vá atrás do seu coração.

Ele apenas sorriu e foi embora. Ao chegar em casa, sua mãe lhe sorriu como se nada tivesse acontecido.

MG: Chegou mais cedo, filho?
GG: Estou com dor de cabeça. Vou para o meu quarto.
MG: Quer um remédio para melhorar?
GG: Agradeço.
MG: Já te levo.

Grissom tomou um banho e, após vestir-se, foi para a cama. Tudo o que queria era dormir para não pensar na partida de Sara e ficar mais melancólico do que já estava. Mary trouxe um comprimido para tirar a dor de cabeça.

GG: Obrigado, mãe.

Grissom virou-se para o lado e dormiu. Em seguida, Mary Grissom fez uma ligação na sala:

MG: Ele já está dormindo, pode vir pra cá. Não, ele não irá acordar tão cedo, dei-lhe um forte tranqüilizante no lugar de remédio para dor de cabeça. Gilbert está dormindo feito um anjo. Estou te esperando.

Cerca de meia hora depois, Tilly chegou ao apartamento de Grissom.

TM: Onde ele está?
MG: No quarto.
TM: Tem certeza de que ele não irá acordar?
MG: Absoluta. Dei um anti-psicótico bem forte a Gilbert. Ele não acordará nas próximas oito horas. Portanto... aproveite bem!

Tilly sorriu e foi para o quarto, trancando-o. Observava como Grissom dormia de forma tranqüila e em seus olhos o ódio tomava conta. “Você vai ver do que sou capaz, Gilbert!”. A morena tirou as roupas e em seguida tirou as de Grissom, que não despertou em momento algum. O dia amanheceu e o supervisor levou um baita susto ao virar para o lado e ver Tilly dormindo nua. Olhou para si e viu que também estava nu. “Não é possível que eu esteja ficando maluco! O que essa mulher está fazendo aqui?”. Antes de falar com ela, saiu da cama e vestiu suas roupas.

GG: Tilly, acorde!
TM: Não me acorde agora... hum...
GG: Me diga o que está fazendo na minha cama!
TM: O que foi?
GG: Levante-se agora!
TM: Deixa de ser ridículo, Gilbert! Não se lembra? A gente transou ontem à noite.
GG: Eu me lembraria de ir para a cama com uma mulher. E essa mulher não seria você.
TM: Gilbert! Como pode dizer isso?!
GG: Quero saber o que você e minha mãe estão planejando.
TM: Não tem nenhum plano, eu vim te visitar e ela disse que você estava dormindo, mas que poderia dar uma espiada.
GG: Aprenda a mentir melhor, Tilly. Você daria uma péssima atriz!
TM: Eu te amo, Gilbert! – ela gritou.
GG: Primeiro, não venha gritar comigo na minha casa. Segundo, vista-se, pois não gosto de ver outra mulher nua em minha frente. Terceiro, a visita acabou, pode ir pra casa.
TM: Eu te amo!
GG: Saia daqui, Tilly! Senão não respondo por mim!

A morena, furiosa, pegou suas coisas e saiu sem ao menos falar com a mãe de Grissom. O supervisor foi até a sala e olhou para a mãe com muita raiva.
Mas por ela ser a mãe, não conseguiu dizer nada. Apenas seguiu para a cozinha, onde, silencioso, acariciava a cabeça do único amigo que tinha, o cão Hank.
Discretamente as lágrimas desciam. Mary observava ao longe o sofrimento do filho e notava que ele tentava esconder dela sua dor, secando com discrição a tristeza em forma de lágrimas. Em silêncio chamava por Sara e se perguntava onde ela poderia estar, pois era lá onde ele queria estar naquele momento.
Os dias foram passando e Grissom estava cada vez mais deprimido internamente. Por fora, continuava o mesmo homem que sempre fora, seguro e frio. Num dia de folga, Catherine e Vartann estavam na casa dele. Chovia e era início de noite. Os dois haviam acabado de transar e estavam na cama conversando quando o telefone tocou.

CW: Willows.
SS: Cath, sou eu, Sara.
CW: Sara?!

A loira arregalou os olhos como se não falasse com a amiga há séculos.

CW: Onde você está, Sara?
SS: Estou em Chicago.

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1 comentários:

Unknown disse...

I can't believe Grissom's mom could be so mean. I'm glad Grissom kicked out Tilly. I hope his mom could see all the hurt she is inflicting in her son.

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