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Razão do meu afeto – cap. 3


Catherine saiu da sala e encontrou Vartann na sala de convivência, ele havia acabado de chegar de uma cena de crime.

V: Falou com Grissom?
CW: Infelizmente hoje não será possível. A mãe dele está aí e senti que tem coisa pegando.
V: Não entendi.
CW: Acho que ele está tendo problemas em lidar com as duas, mãe e Sara juntas. Pelo que vejo, minha previsão se confirmou, a velha não gostou de Sara.
V: Isso é um problema! Mas acho que Grissom não deveria abrir mão da mulher amada por conta de uma mãe superprotetora.
CW: É o que eu pensou também, querido.

No fim do turno, Grissom não resistiu e foi para o apartamento de Sara, que havia ido na frente. Os dois transaram e depois ele disse que precisava ir embora.

SS: Não vai dormir aqui, Griss?
GG: Disse à minha mãe que estaria com ela hoje. Nós teremos uma conversa.
SS: Quer saber? Enquanto ela estiver em Vegas, não precisa vir até aqui! – disse Sara, irritada e levantando-se da cama.
GG: Como é?!
SS: É isso mesmo! Poxa, a gente se ama, gosta de ficar juntos, de transar, de contar como foi o dia do outro... e com sua mãe presente, a coisa não rola. Primeiro porque ela claramente não foi com a minha cara. E segundo, porque você não pode deixá-la sozinha!

Grissom levantou-se da cama, ficando irritado.

GG: Você está sendo egoísta, Sara! É minha mãe, ela vai ficar apenas duas semanas aqui.
SS: Você estar com ela não é o problema. É que ela não gosta de mim e vai fazer sua cabeça para que volte para essa sua ex.
GG: Você sabe que eu não me guio pelos outros. Se eu não te amasse, jamais teria perdido meus medos e me entregado a você. Custa entender que preciso agradá-la?
SS: Ok, Griss, não precisa dizer mais nada!

Era uma cena meio patética: os dois amantes tendo uma discussão, nus, depois de se amarem na cama. A causa: uma velhinha de cabelos de algodão e olhos da cor turquesa. O resultado: dois emburrados, sofrendo cada um em seu canto. E onde ficaria o amor nessa história?
Grissom foi para casa extremamente chateado e triste. Sua querida mãe estava causando transtornos em sua vida, principalmente na área amorosa. Ao chegar em casa, teve uma surpresa um tanto inesperada:

TM: Olá, meu querido! Quanto tempo!
GG: Tilly Menderson?

O supervisor ficou extático ao rever uma ex-namorada da qual nem se lembrava mais. Ou preferia não se lembrar.

MG: Não faça essa cara, filho. Cumprimente Tilly com educação!
GG: Sinto muito mãe, mas não vou fingir uma coisa que não estou sentindo!
TM: Não gostou da minha presença aqui?
GG: Sua presença aqui é no mínimo muito suspeita. Mas seja lá o que vocês estejam planejando, aviso que não vão conseguir nada!
MG: Já disse que, como sua mãe, só quero o seu bem. E tenho certeza que Tilly é a mulher certa pra você.
GG: Me dê uma razão para eu acreditar nisso.
TM: Oras, meu querido. Somos parecidos, temos personalidades parecidas, já tivemos uma história juntos e sua mãe me adora! O que mais precisamos?
GG: Tilly, você sabe tão bem quanto eu porque eu terminei nosso relacionamento. Além disso, amo Sara como jamais amei outra mulher na vida.
TM: Está dizendo que jamais me amou?
GG: Gostei de você, mas amor de verdade só encontrei com ela.
MG: Não admito que você troque a Tilly por essa franguinha!
TM: Ela é uma franguinha?!
MG: Gilbert perdeu completamente o senso das coisas e o bom gosto que sempre o caracterizou!
GG: Eu não admito que vocês falem assim de Sara! Tilly, se quer ficar em Vegas, vá para um hotel. Não a quero em minha casa!
TM: Não esperaria outra coisa de você, Gilbert!

A morena saiu e Mary Grissom ficou bufando. O supervisor, frio em suas reações, fingiu não ver o aborrecimento da mãe e foi tomar um banho. O que ele não sabia é que ela tinha planos em mente e que iria lhe trazer muita dor de cabeça e tristeza. Assim que Grissom foi para o lab, Mary ficou inquieta, matutando alguma coisa. Passando os olhos nos móveis do filho, encontrou uma foto do casal e balançou a cabeça negativamente. Mexendo em uma gaveta, encontrou uma carta de Sara para Grissom, então descobriu o endereço da “inimiga”. Então o plano estava feito. Depois do turno, Sara chegou em casa extremamente cansada. Antes que pudesse pensar em tomar um banho, a campainha tocou.

SS: O que a senhora veio fazer aqui?
MG: Será que posso ter uma conversa com você?
SS: Sobre o Griss?
MG: Evidentemente, ele é meu filho.

Mesmo desconfiada, a perita deixou a idosa entrar.

MG: Então você é a mulher que roubou Gilbert de Tilly...
SS: Eu não o roubei de ninguém! Quando conheci Grissom ele era solteiro.
MG: E quando foi isso?
SS: Há nove anos atrás.
MG: Pois bem, há nove anos atrás ele tinha um relacionamento com Tilly Menderson. Sei que, quando ele voltou para Vegas, depois de alguns dias em São Francisco, e nos encontramos, o senti diferente. Só podia ter mulher na jogada, homem nenhum fica feito bocó à toa.
SS: Se ele tinha alguém na época, jamais mencionou nada a respeito.
MG: É claro que ele não te diria nada, sua burrinha! Senão, como ele te levaria para a cama?!
SS: Não admito que você me trate assim na minha casa!
MG: E eu não admito que você estrague a minha família! Quero que saia da vida do Gilbert já!
SS: Pelo visto a senhora não sabe o que é amor...
MG: Eu sei bem o que é amor! Mas não entendo nada de sem-vergonhice!
SS: A senhora não me conhece pra ficar me ofendendo assim!
MG: Mulheres iguais a você se nota a quilômetros!
SS: Saia da minha casa, por favor!
MG: Espero que você saia da vida do meu Gilbert para sempre! Caso contrário, sua vida se tornará um inferno!

Mary Grissom saiu e Sara ficou trêmula, chorando. O que fizera para que aquela mulher resolvesse infernizar sua vida com seu amor? Se por um lado amava Grissom com todas as forças, por outro havia uma grande pedra em seu sapato – justamente a mãe de seu amor. Como a relação do casal ficaria de agora em diante sabendo que havia duas pessoas tentando separá-los? Como ficaria Grissom no meio disso tudo, entre duas mulheres que amava?
Quando chegou em casa, Grissom encontrou a mãe dormindo um sono tranqüilo. Ele nem poderia fazer idéia do que ela fizera durante o dia. Depois de um gostoso banho, no qual ficara pensando em Sara e no sorriso que ela lhe dera mais cedo, o supervisor foi até a cozinha preparar um café forte.               

GG: Acordei a senhora? Me desculpe, estava apenas preparando um café.
MG: Não, já ia levantar mesmo. Como você está?
GG: Como acha que eu estou?
MG: Continua se encontrando com a tal Sara?
GG: Mãe, não vamos falar sobre isso. A senhora sabe o que eu penso e sinto.
MG: Só quero seu bem.
GG: Sei que sim. Mas pode deixar que eu sei me cuidar, ok? Boa noite.

Grissom seguiu para o quarto e sonhou com Sara. No sonho, ela estava triste, com olhos chorosos, os cabelos soltos, olhando para o horizonte azul em um quarto. Quando se aproximava, ela o repelia. Ele não entendia porque aquilo acontecia. Via a mulher amada claramente, mas ela não parecia a mesma. Estava distante, fria, triste... O supervisor, ainda que não tivesse certeza de nada, começou a perceber uma clara e notória mudança no comportamento de Sara para com ele nos dias seguintes. Ela o evitava, e quando tinha de falar com ele, eram assuntos estritamente profissionais. Catherine, percebendo que havia algo de errado, tocou no assunto quando as duas estavam sozinhas na sala de análises.

CW: Me permite fazer uma observação?
SS: Diga.

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