RSS

Grissom, meu amor, meu coração - cap. 3


Me senti suja por transar com o homem de outra mulher, que o teria depois que saísse do meu apartamento. Como me odiei por ter me deixado seduzir por este sujeito! Ele ainda me pediu desculpas, no que eu simplesmente ignorei e toquei minha vida. Mais uma vez, a única companhia que eu teria na vida seria minha velha garrafa de whisky. E me entreguei à bebida, na esperança de que pudesse esquecer todos os homens que passaram pela minha vida – até mesmo Grissom. Se tem alguém a quem declaro publicamente não gostar nem um pouco é Conrad Ecklie. Nunca fui com a cara dele, e ele tampouco com a minha. Como se diz, nunca nos bicamos. E ele fez algo que, tenho certeza, foi proposital, já que ele também não suportava o Griss.                 
Devido a mudanças em um caso, onde a digital encontrada em uma caixa de fósforo não era a mesma do suspeito preso há cinco anos, ele abriu um inquérito contra Grissom e simplesmente decidiu dividir a equipe. Nick e Warrick responderiam à Catherine e eu e Greg, a Grissom. Aquilo foi péssimo para nós, que sempre confiamos na liderança e na integridade de Grissom, mas como a Cath almejava ser supervisora, pra ela foi bom, creio. Com isso, as relações foram estremecidas.  Nick e Warrick começaram a se estressar com Catherine e a coisa sobrou pra mim também. Nós duas acabamos discutindo por conta de um caso de violência doméstica. Ela não entendia porque eu me envolvia em casos assim, achava que eu devia permanecer imparcial. Mas como eu poderia, se vivi um drama em meu próprio seio familiar? O que ela sabia da minha vida pra dizer que eu não podia me envolver emocionalmente com casos dramático? Ecklie nos viu discutindo e por culpa dela, acabei sendo suspensa. 
Fiquei péssima, com muita raiva dos dois, mas acatei. Fiquei surpresa quando Grissom apareceu em meu apartamento. Ele queria entender o porquê da minha atitude e achei que seria a hora de contar sobre minha vida pra ele.  Falei da minha infância, da minha vida com meus pais e da morte de meu pai pelas mãos de minha mãe. Chorei muito, me lembrar daquilo tudo me fazia muito, muito mal. E ele me ouvia atenciosamente, com os olhos fixos nos meus. Enquanto eu chorava, ele segurou firme a minha mão, me mostrando que me entendia e que estava do meu lado. Sei que Grissom ficou muito bravo com Ecklie e Catherine. O primeiro queria que ele me demitisse e a segunda, que ele não se envolvesse com meus problemas. Mas Grissom não ouviu a nenhum deles e eu continuei no lab, sempre tendo mais atenção por parte dele. E como a equipe estava dividida, acabamos estando sempre no mesmo caso, e acredito que isso tenha nos aproximado cada vez mais.  Numa certa noite, ele apareceu de novo em meu apartamento. Mas percebi que não estava ali pra saber sobre meu passado. Grissom veio com um papo de se abrir, de tentar dizer o que sentia, e começou a me tocar de uma maneira diferente, fazendo minha pele se arrepiar. Ele me olhou como nos conhecemos, em São Francisco mesmo – jamais me esqueci da forma como ele olhava, e quando ele fez novamente, senti que havia algo no ar. E eu estava certa. Grissom me abraçou e o beijo acabou acontecendo.  Sem pressa, sem vontade de acabar... Eu não resisti e mais uma vez me vi nos braços dele, provando do beijo molhado e sentindo que ele me queria – literalmente, pois estava excitado. Durante os beijos, ele dizia que me desejava, e isso eu sabia que significava cama também. Mas como eu era apaixonada por Grissom e me sentia no céu com os beijos dele, acabei me entregando e nós fizemos amor naquela noite, durante toda a madrugada. 
Este seria mais um segredo nosso. Nosso relacionamento foi se fortalecendo a cada dia, mas nunca demonstrávamos aos outros nossa verdadeira ligação, embora algumas trocas de olhares, frases complementadas e sorrisinhos involuntários demonstrassem algo mais. Porém, no lab, nunca passava disso. Não nos permitíamos qualquer carinho, pois sabíamos que, além de ser anti-profissional ficar de agarramentos, tinha ainda a questão do Ecklie, rival confesso do Griss. Um dos piores momentos que passei como csi foi quando fui seqüestrada pela filha adotiva de um sujeito que estávamos investigando. 
Não se sabe como ela veio trabalhar no lab e por isso passou a estudar minhas rotinas. Nisso, creio que ela deva ter captado algum momento carinhoso entre Grissom e eu, deduzindo que éramos um casal. Natalie Davis aparentemente era uma moça normal. Muito calada, mas não parecia ter qualquer distúrbio, e que logo escolheria uma vítima para sua loucura. Eu acabei sendo a vítima... Estava no estacionamento no meu edifício, indo para o carro. Falava com Grissom naquele momento, e depois que desliguei o aparelho, escutei alguém me chamar. Ao me virar, Natalie me atingiu com um fio de paralisar o bandido a pouca distância. Comecei a tremer, pelo choque, e acabei caindo desacordada. Acordei quando estava no carro, amarrada. Fui perguntando algumas coisas a ela, tentando entender o que se passava naquela cabecinha, mas sem obter respostas conclusivas. Foi quando ela me embebedou com alguma coisa. 
Eu bebi e poucos instantes depois já não agüentava falar. Fui perdendo a noção das coisas até ficar inconsciente. Me lembro que acordei debaixo do carro, estava apertado e chovia.   Não sabia onde estava, só que aquilo estava muito desagradável e sufocante. 
Cada minuto que passava eu sentia que o carro ia me esmagar, de tão apertado. E com a chuva que começou a cair, a situação ficou pior, pois começou a inundar e eu, sinceramente, me vi afogando por ali. Mas não houve chuva, lobo, sol escaldante que me fizeram desistir de viver.  Para facilitar quem fosse me procurar no deserto imenso, fui fazendo trilhas com pedras. E para me manter de pé, fui fazendo tabuada. Mas as forças foram cessando e eu acabei me jogando debaixo de um arbusto, na sombra. E apaguei. O que aconteceu depois não me lembro. Só sei porque Griss, no hospital comigo, me disse tudo. Foi tão importante tê-lo ao meu lado naquele momento, eu estava machucada em vários aspectos, não só na parte física. E a presença dele ao meu lado me mostrou que, apesar de qualquer obstáculo, ele sempre estaria ao meu lado. Quando a equipe foi me visitar, ele revelou sobre nossa relação perante todos. Confesso que fiquei vermelha, e ver Gilbert Grissom falando tão abertamente de sua intimidade era mesmo algo para se espantar. Mas todos ficaram muito felizes por nós e pela coragem do Grissom de admitir pela primeira o quanto amava uma mulher.  
Ficamos nesses momentos de amor e felicidade por pouco tempo, até que novamente, meu caminho se cruzou com o de Hannah.  Junto com ela, os fantasmas do meu passado vieram à tona e me fizeram questionar uma série de coisas. Dei um longo e apaixonado beijo em Grissom e parti de volta para São Francisco. De volta para o passado. Imagino que ele deva ter sofrido, afinal, ele estava me amando intensamente, tanto que dormíamos juntos quase todas as noites, e quando isso não ocorria, ficávamos no telefone por vários e vários minutos. Tínhamos a necessidade de estar perto um do outro, mesmo quando estávamos ausentes de corpo. Quando algum tempo depois ele veio me encontrar na Costa Rica, percebi que nunca mais iríamos nos separar, que estaríamos juntos para sempre. E assim foi. De lá fomos para Paris, onde começamos um projeto nosso o qual tínhamos em mente havia algum tempo. Mas um chamado da equipe da criminalística fez com que Griss tocasse o projeto sozinho por um tempo. Ficávamos na ponte Vegas-Paris, o que era bem cansativo. Numa dessas idas e vindas, acabei engravidando e resolvi deixar de vez o csi. Meus enjôos acabaram me denunciando. Eu, que jamais pensei nessa possibilidade, de repente me vi barriguda e comprando enxoval, indo a consultas médicas, na mesa de cirurgia...                
Quando dei a noticia a Grissom, ele não coube em si de tanta felicidade. 
Estava tão apaixonado pela idéia de ter um filho que fizemos amor naquela noite sem muitas pausas. Ele precisava descarregar toda sua emoção, e com isso daria para encher uma garrafa com todo o seu esperma...  Somos muito felizes. Tivemos uma linda filha e já estamos planejando um segundo filho, quem sabe, um menino. Grissom está um homem mais tranqüilo, mais relaxado, aproveitando mais a vida. E eu, Sara Sidle, aprendi que ser mãe é estar realizada como mulher. É maravilhoso quando Emma olha pra mim e abre seu sorriso infantil e inocente.  É assim que a vida deveria ser: pura e inocente como o sorriso de uma criança; mas enquanto o mundo não se transforma por completo, Grissom e eu vamos tornando o mundo da nossa filha o mais colorido possível. Porque sabemos que só o amor é capaz de transformar esse mundo!
Fim

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

1 comentários:

Unknown disse...

Loved the story! It's nice to see Sara's point of view in her love for Grissom and the struggles she has to through to get the man of her dreams.

Postar um comentário