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Razão do meu afeto – cap. 4


CW: O que está havendo entre você e Gil? Quero dizer, não estou querendo me meter em sua vida, mas é notório o clima entre vocês dois.
SS: Quando eu estiver pronta, vou falar disso com você, Cath.
CW: Tudo bem, não está mais aqui quem falou...
SS: Bom, vou até a sala do Hodges ver se ele conseguiu analisar o material que deixei com ele.

No corredor, Sara deu de cara com Grissom.

GG: Sara...
SS: Olha, estou muito ocupada, preciso falar com o Hodges. A gente se fala depois.
GG: Posso passar na sua casa?
SS: Eu te ligo, é melhor assim.

E assim, a perita seguiu seu caminho, deixando o supervisor atônito.
Naquela noite, em casa, Sara pensava em algumas decisões que tomaria a partir dali. Foi quando a campainha tocou.

SS: Pois não.
TM: Sara Sidle?
SS: Sim. Quem é você?
TM: Meu nome é Tilly Menderson.
SS: Ah... – respondeu com desânimo.
TM: Posso entrar?
SS: Claro.

A morena observava o apartamento simples da perita e olhava com desdém.

SS: O que você quer?
TM: Vim pra dizer que Gilbert e eu reatamos – mentiu.
SS: Como é?!
TM: É isso aí! Ontem mesmo nós transamos, e foi ótimo recordar nosso passado. Você já pode concluir que seu relacionamento com ele não tem pé nem cabeça, né?
SS: É claro, sou uma pedra no sapato de vocês...
TM: Então vim aqui para dizer a você: fique longe do Gilbert, ok?
SS: Quem você pensa que é para me mandar alguma coisa?
TM: Vagabunda!

Tilly deu um super tapa no rosto de Sara, que caiu sentada no chão.

TM: Já está avisada!

Assim que a morena saiu, Sara, humilhada e com o rosto ardendo pelo forte tapa, arrastou-se até o sofá. Sentindo o coração doer, em meio a lágrimas, tomou uma decisão:

SS: Não quero mais sofrer nem ser humilhada por ninguém. Chega!

Em seguida, foi até o quarto, secando as lágrimas com as mãos e começou a tirar roupas do guarda-roupa. Ligou o aparelho de cd e colocou uma música romântica, mas que trazia uma certa tristeza:

“Melhor assim
A gente já não se entendia muito bem
E a discussão já era a coisa mais comum
E havia tanta indiferença em teu olhar      
Melhor assim
Pra que fingir se você já não tem amor 
Se teus desejos já não me procuram mais 
Se na verdade pra você eu já não sou ninguém  
De coração eu só queria que você fosse feliz 
Que outra consiga te fazer o que eu não fiz   
Que você tenha tudo aquilo que sonhou
Mas vá embora antes que a dor machuque mais meu coração
Antes que eu morra me humilhando de paixão 
E me ajoelhe te implorando pra ficar comigo      
Não diz mais nada 
A dor é minha eu me agüento, pode crer 
Mesmo que eu tenha que chorar 
Pra aprender como esquecer você...”

As malas já estavam prontas. Só faltava passar no lab e falar com Ecklie sobre sua demissão. Iria para longe de Grissom e sua família caótica e estressante. Longe do homem que amava, mas já não tinha paciência para esperar uma atitude. Iria tentar ser feliz longe do amor e dos amigos. Era a melhor coisa a ser feita. Com isso, Mary Grissom poderia suspirar aliviada, pois a pedra em seu sapato já estaria longe. Iria chorar sozinha a falta de Grissom. Mas o que Sara não sabia é que ela não iria embora sozinha. Um pedaço do homem amado iria junto, e seria a maior das surpresas em sua vida! No dia seguinte, com as malas prontas, Sara foi até o lab falar com Ecklie. Estava de óculos escuros pois havia chorado e seus olhos poderiam entregá-la. Encontrou com os amigos na sala de convivência.

NS: Ei, pensamos que não viria hoje!
SS: É, eu vim falar com o Ecklie.
CW: Com Ecklie? Aconteceu alguma coisa?
SS: O Grissom está?
NS: Não, ele está na prefeitura, o prefeito o chamou até lá.
CW: Tem certeza de que está tudo bem? E porque esses óculos?
Não tem sol aqui dentro, Sara!
SS: Sim, Cath. Só preciso falar com o Ecklie. Com licença.

Catherine percebeu que havia alguma coisa no ar, mas não quis perguntar nada perto do Nick.

NS: Está acontecendo alguma coisa que ela não quis nos contar?
CW: Creio que sim, mas precisamos deixar que Sara resolva abrir a boca. Vamos voltar ao trabalho!

Ecklie estava em sua sala quando Sara bateu.

CE: Entre.
SS: Ecklie, preciso falar com você.
CE: Sidle, que surpresa vê-la aqui! O que você aprontou desta vez?
SS: Bom, vou ignorar sua ironia e vou direto ao assunto. Quero que você assine minha carta de demissão.
CE: Como é?!
SS: Você está realizando seu sonho, estou deixando o lab.
CE: Peraí, quando você decidiu isso?
SS: Olha, minhas razões pessoais não dizem respeito a ninguém. Por favor, queira assinar para que eu possa ir embora o mais rápido possível, ok?
CE: E quem irei colocar em seu lugar para repor a equipe?
SS: Isso é com você!
CE: Bom, aqui está seu pedido. Passe no departamento e acerte suas contas. Adeus, Sidle!
SS: Até nunca mais, Ecklie!

Depois de acertar e receber o pagamento, Sara foi se despedir dos amigos.

NS: Então você está indo embora?
SS: Estou, Nick.
NS: O que aconteceu?
SS: Muitas coisas, mas cheguei ao meu limite. Não posso mais ficar aqui.
CW: Nick, pode nos deixar a sós um instante?
NS: Claro.

Depois que ele saiu...

CW: Tem a ver com o Gil e a mãe dele, não tem?
SS: Acabei conhecendo a tal ex dele.
CW: E como foi?
SS: Péssimo! Não quero me lembrar disso. Mas também não quero continuar sendo ofendida e maltratada pela mãe dele.
CW: A coisa está tão feia assim?

Sara fez beicinho e não conseguiu segurar as lágrimas. Porém, manteve-se firme para não demonstrar fraqueza, mesmo para os amigos.

SS: Estou indo embora. Acabei de pedir contas.
CW: Mas que idéia mais absurda é essa, Sara?! Porque vai deixar o Gil sozinho com esse abacaxi nas mãos?

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