Grissom e Sara se amassavam no sofá, com as
mãos perdidas nos corpos um do outro.
GG: Escuta, eu volto à noite... Quero
dormir com você.
SS: Sam dorme comigo na cama.
GG: Bom, eu posso dormir aqui na sala. Aí,
de madrugada, você pode vir me visitar...
SS: Griss... E se o Sam nos flagrar?
GG: Honey... Primeiro, nosso garoto estará
dormindo. Não acredito que às duas da manhã ele estará acordado, e isso não pode
acontecer. Segundo, ele é muito inteligente e já tem maturidade para entender
certas coisas. Acredito que ele já saiba o que seja sexo, embora não iremos
estimulá-lo a ver e prestar atenção nessas coisas. Não viu a conversa que tive
com ele falando de como ele foi gerado?
SS: Ele absorveu bem a conversa.
GG: E tenho outra questão a resolver.
SS: Sim?
GG: Quero meu sobrenome na certidão de Sam.
Como você o registrou?
SS: Sam James Sidle.
GG: A partir de agora será Sam James Sidle
Grissom.
SS: Vamos consertar isso em breve.
GG: Daqui a pouco temos trabalho. Com quem
você vai deixar Sam?
SS: Tenho deixado com a Anne, minha vizinha
do lado. Ela é muito boa, e dou um dinheirinho a ela quando o busco.
GG: Certo!
Grissom se despediu do filho, de Sara e
depois saiu. Mais tarde, antes de levá-lo para a casa da vizinha (que já estava
sabendo), Sara o aconselhou:
SS: Comporte-se e obedeça à Anne, ok?
SS: Sim, mamãe.
SS: Seu pai e eu te amamos muito, nunca se
esqueça disso.
SS: Eu amo vocês!
Sara abraçou o filho como se nunca mais
fosse vê-lo. Em seguida, deixou-o com a boa vizinha e seguiu para o trabalho. No
lab, Catherine a puxou para uma conversa. Estavam apenas as duas na sala de
convivência, já que Grissom estava separando os casos do dia.
CW: Ei, me responda uma coisa.
SS: Sim.
CW: Outro dia vi você com um homem e um
menino. Quem eram?
SS: Está pensando mal de mim? Não sabe da
minha relação com Grissom?
CW: Por isso mesma fiquei cabreira.
SS: É uma longa história que depois te
conto. Mas não é nada de grave.
CW: Se você me diz, então acredito...
Enquanto Sara e Grissom iam a campo para
mais um dia de cena de crime, mais violência, Sam brincava no parque que ficava
perto de casa, acompanhado por Anne.
A: Ei Sam, preciso correr em casa, estou
muito apertada. Você me promete não sair daí?
SS: Sim.
Anne foi até o apartamento, E Sam ficou
sozinho na pracinha, brincando no escorregador. Alguém que o observava se
aproximou.
##: Você gosta de brincar no escorregador?
SS: Sim.
##: Quando eu era criança também gostava. Qual
o seu nome, menino?
##: Sam.
##: Que nome bonito! Você gosta de sorvete?
SS: Adoro!
##: Posso lhe pagar um?
SS: Hum... Pode!
##: Ótimo! Então venha comigo, vou te levar
na melhor sorveteria que tem na cidade. Onde sua mãe está?
SS: Ela e papai estão trabalhando.
##: Bem, vou te pagar o sorvete e já te
trago aqui.
SS: Tá bom.
Sam acompanhou a pessoa até o carro e
entrou. Em seguida, o motorista acelerou com o carro e seguiu em rumo
desconhecido. Poucos minutos depois, Anne voltou à
pracinha e não viu Sam. O lugar não era grande, então era possível
visualizar a área toda com um simples olhar. Havia algumas pessoas chegando,
mães com seus filhos, e começou a perguntar sobre o paradeiro do menino. Nenhuma vira. A mulher começou a chorar e
ligou para a polícia. Brass recebeu o telefonema quando estava no local do
crime com Grissom e Sara. Ele olhou para a perita e ficou gelado.
GG: O que foi, Brass?
JB: Me ligaram da delegacia. Uma mulher
desesperada ligou dizendo que o menino que ela tomava conta sumiu.
SS: Nossa!
JB: Foi sua vizinha quem ligou, Sara.
SS: Como é?! – o desespero foi imediato.
GG: Explique melhor, Brass.
JB: Ela estava nervosa, não entendi bem o
recado. Só disse que deixou o menino na praça um instante e quando voltou não o
encontrou mais.
SS: Sam!!! – berrou Sara.
GG: Calma, Sara! – tentou contê-la Grissom,
não menos assustado.
SS: Como calma, Griss?! Meu filho foi
seqüestrado e você me pede pra ficar calma?!
GG: Sam também é meu filho, e estou tão
assustado quanto você. Vamos encontrá-lo, te prometo.
SS: Quero olhar bem na cara da Anne, aquela
maldita em quem confiei deixar Sam!
Sara estava tão furiosa que parecia que
iria cometer um homicídio.
JB: Nós vamos até a casa da sua vizinha,
mas não aconselho que você vá também, Sara. Não está em condição nenhuma!
SS: Vá para o inferno você também, Brass! É
o meu filho que está em perigo e ninguém vai me impedir de ir até lá!
GG: Escute, Sara! Você não vai e ponto
final! Vou deixá-la com Catherine. Prometo resolver isso logo, tá?
A loira apareceu imediatamente.
CW: Oi. Vim assim que soube. Que coisa
horrível!
GG: Catherine, fique com Sara, leve-a pra
sua casa. Ela não está em condições nenhuma de se envolver. Vou com Brass até a
casa dessa vizinha dela.
CW: Certo!
Sara viu Grissom e Brass partindo e sentiu
o coração doer. Onde estaria seu menino?
CW: Venha, Sara, vamos comer alguma coisa.
SS: Não quero, Cath. Mas obrigada assim
mesmo.
CW: Então vamos para a minha casa, lá você
descansa um pouco e recupera suas forças.
Grissom e Brass bateram na porta da vizinha
de Sara.
JB: Senhorita Anne?
A: Sim.
JB: Sou Jim Brass da polícia de Las Vegas e
este é Gil Grissom, da criminalística. Podemos fazer algumas perguntas?
A: Vocês vieram me prender? – assustou-se.
JB: Fez algo que não devia?
A: Não foi culpa minha... Eu... Eu precisava
ir ao banheiro.
GG: E por que não o trouxe com você? Não
sabe que não se pode deixar uma criança sozinha em lugar algum?
A: Sam é um menino tão esperto, pensei que
ele não sairia de lá.
JB: E não sairia mesmo. Acontece que alguém
já o observava, estava perto de vocês. Se você não o tivesse deixado só, quem o
levou talvez não tentasse nada.
A: Mas senhor...
GG: Você será interrogada.
A: Vou ser presa por causa daquele peste?
GG: Ele é meu filho! – disse com muita
frieza e raiva no olhar.
A: Oh...
JB: Vamos, a delegacia te espera.
Eles iam saindo quando o celular de Brass
tocou.
JB: Ei, acompanhe a senhorita até o carro –
disse a um policial que os acompanhava.
Brass atendeu ao celular e no final da
conversa ficou espantado.
JB: Parece que encontraram Sam.
GG: Onde ele está, Brass?!
JB: Vamos até ele.
Ao chegar ao lugar onde o menino foi
encontrado, Grissom ficou chocado ao vê-lo na maca da ambulância, amarrado e
desacordado.
GG: O que aconteceu com Sam?
##: Ele foi encontrado por um homem que passava
por aqui com seu filho. Ele estava desacordado, com as calças arreadas.
GG: Deus do céu! – passou a mão na testa,
querendo não pensar no que estava pensando.
JB: Está pensando o mesmo que eu?
GG: Estou tentando não pensar que algo de
terrível aconteceu ao meu filho...
JB: Vamos pegar quem fez qualquer coisa ao
Sam...
Grissom olhou bem para o gramado onde o
filho fora encontrado e viu um preservativo com esperma dentro, provavelmente
utilizado pelo maníaco que atacou Sam. Com um lenço, recolheu a evidência e segurou
com cuidado.
JB: O que é isso?
GG: Evidência que me levará ao desgraçado
que fez isto com Sam.
JB: Certo.
GG: Vou com ele para o hospital.
Grissom entrou na ambulância e acompanhou o
menino. Durante o trajeto, o médico fez uma confissão que o deixou ainda mais chocado
e raivoso.
##: O menino sofreu abuso sexual, senhor...
GG: Grissom.
##: Senhor Grissom.
GG: Meu Deus...
##: As calças estavam arreadas e
encontramos preservativo perto.
GG: Eu já recolhi e vou mandar analisá-lo.
##: Ele está aparentemente bem, acho que as
seqüelas serão de dano psicológico. Você e sua esposa terão de fazer o máximo
que puderem para que o menino volte a ter uma vida normal.
GG: Farei até o impossível, doutor.
Enquanto a ambulância seguia o curso em
direção ao hospital, Grissom ficou pensando em como dar a notícia terrível para
Sara. Seria mais um sofrimento para a mulher que amava. Naquele momento, ele percebeu que teria de
ser muito mais do que o supervisor sério do laboratório de criminalística:
teria de ser o pai, o amante, o homem que deveria proteger os dois amores de
sua vida. E, a qualquer custo, pegar e punir quem fez tamanha crueldade com seu
filho. Catherine chegou com Sara em sua casa. Estava em silêncio, já que
Lindsay estava viajando com a avó.
SS: Lindsay está?
CW: Não, ela foi para Malibu com minha mãe.
Sente-se e descanse um pouco.
SS: Não estou cansada, só um pouco
enjoada...
A loira olhou para a companheira de equipe
intrigada.
CW: Sara, não quis te perguntar nada na
hora, mas depois que a vi com um homem e um menino, e agora esse sumiço desse
mesmo menino, fiquei com a pulga atrás da orelha. O que esse menino é seu,
afinal?
1 comentários:
Chocada! Coitado do menino!
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