O
funeral ocorreu dois dias depois. Todo o lab estava consternado com a dor da
loira, inclusive Sara, que recebera alta e estava ao lado da amiga. Grissom
tomou a palavra e discursou por alguns minutos, voltando para a primeira fila
tomado pela emoção. Em seguida, um coroinha leu uma mensagem de homenagem ao
CSI, mas que também era um recado para Catherine:
“Quando
eu não mais existir
E
vocês sentir o vento tocar a sua pele,
Serão
minhas mãos lhe fazendo carinho...
Quando
eu não mais existir
E
você sentir uma lágrima rolar de seus olhos,
Serão
minhas palavras de amor a tocar seu coração...
Quando
eu não mais existir
E
você sentir os raios de sol tocarem o seu rosto,
Sentirá,
nesse momento, o calor dos meus lábios nos teus...
Quando
eu não mais existir
E
você sentir uma gota de chuva cair em seu rosto,
Serão
minhas lágrimas de saudades...
Quando
eu não mais existir
E
você olhar para o céu,
Lembre-se
que eu estarei lá a te olhar
E
a cada noite solitária, irei zelar por seu sono
Vou
te encontrar em seus sonhos
E
poder dizer mais uma vez o quanto te amei,
O
quanto te amo e amarei por toda a eternidade”.
Todos
choraram emocionados com a mensagem. Catherine chegou a soluçar e sentiu o bebê
mexendo-se sem parar, sentindo a dor da mãe. Da última fila na igreja, alguém
acompanhava toda a cerimônia fúnebre: Lindsay Willows. Ela estava escondida
para que ninguém a visse, de óculos escuros e chapéu. Viu quando a mãe saiu
amparada pelos amigos, numa tristeza sem fim. Depois do enterro...
SS:
Vamos para minha casa, Cath. Você não está legal.
CW:
Obrigada, Sara, mas prefiro ir pra minha casa. Minha mãe está lá, vai me ajudar
a passar por isso. Não vai ser fácil, mas preciso ser forte por causa da minha
filha.
GG:
Tem certeza de que quer ficar sozinha?
CW:
Neste momento é só o que eu quero.
SS:
Se precisar, ligue para nós.
CW:
Tudo bem.
Catherine
preferiu seguir dirigindo para casa, para aliviar o estresse. Sara e Grissom
seguiram para o apartamento dela.
SS:
Estou com o coração corroído de tristeza.
GG:
Foi muito triste, toda essa situação me deixou arrasado.
SS:
A pobre Cath terá sua filha sem a presença do pai. Isso é realmente triste, a
menina não conhecerá a pessoa maravilhosa que Warrick foi.
O
casal seguiu para casa, unidos pelo amor e amparando-se em um momento tão
triste para ambos. Catherine chegou em casa e foi direto para a ducha. Limpa,
com a alma lavada, foi para o quarto e deitou-se, olhando para uma foto dos
dois juntos, e as lágrimas desceram feito cascata. O bebê estava quieto dentro
de sua barriga. Parecia dormir para não sentir a tristeza da mãe.
Naquele
momento bateram na porta.
CW:
Entre.
LW:
Mãe?
Catherine
virou-se e olhou espantada para a filha, que tinha um olhar triste.
CW:
Lindsay?
LW:
Eu... eu...
CW:
Está satisfeita, Lindsay?
LW:
Não. Eu... sinto muito, mãe.
Catherine,
nervosa, triste pela perda do amado, levantou-se da cama e começou a soltar o
verbo com a filha.
CW:
Se você tivesse tido o mínimo de consideração por mim, o mínimo de respeito,
talvez eu não estivesse me sentindo assim tão mal! Acabei de enterrar o homem
que me fez tão feliz enquanto esteve comigo, mas que você menosprezou. Porque,
Lindsay?
Porque
ele era negro? Porque não era seu pai? Porque?
LW:
Me desculpa, mãe.
CW:
Desculpas agora não adiantam, Lindsay. Warrick está morto.
LW:
Fiquei com ciúmes de vocês dois. Sempre pensei que você e papai ficariam juntos
para sempre.
CW:
Nada é para sempre, Lindsay. Nada. Não vê? Nem mesmo meu relacionamento com
Warrick durou para sempre. Só me restaram a dor e a solidão. Penso que não fui
boa mãe para você. Não a ensinei a ser racista, e você lançou toda a sua ira em
cima de alguém que não deveria, de um homem que me amou muito mais do que seu
pai nos anos que fomos casados. Olha no que você se transformou!
LW:
Para, mãe! Não sou o que você pensa! Trouxe um presente para a minha irmã.
Tome!
Catherine
pegou a pequena caixa e sentou-se na cama. Abriu e viu um lindo par de
sapatinhos vermelhos com florzinha. Deu um sorriso entre as lágrimas e seu
coração já se fazia mais aliviado. Olhou para Lindsay e a chamou para um
abraço. Havia perdoado a filha.
Nos
dias que se seguiram, a equipe trabalhava em cima do caso do teatro, em busca
dos culpados pela explosão que acarretou na morte do companheiro de trabalho. Acabaram
chegando a um suspeito, que durante o interrogatório, confessou ter feito a
explosão a mando de alguém.
JB:
Nome completo e idade.
IS:
Isaac Sheldon, 38 anos.
JB:
Foi você mesmo que colocou os explosivos no teatro?
IS:
Sim.
JB:
O que pretendia com isso?
IS:
Fui pago para matar o sujeito que trabalhava lá, mas no fim o csi também
morreu.
JB:
Como soube que um dos csi’s presentes na investigação havia morrido?
IS:
Fiquei sabendo, claro. E a morte desse csi foi uma retaliação.
JB:
Que retaliação? Do que você está falando?
IS:
Na verdade, era para a perita que estava com o rapaz que morreu por engano ter
morrido.
JB:
Você se refere a Sara Sidle?
IS:
Ela mesmo.
JB:
E quem queria a morte dela?
IS:
Elisie Schneider, advogada de Harry McPerson. Soube que essa csi esteve no
tribunal e ferrou com os planos dela. Vingança, penso.
JB:
Ela é a mentora então?
IS:
Sem dúvidas.
Brass
saiu da sala de interrogatório mandando alerta para seus homens, e avisou
Grissom:
JB:
Se ela é a mandante, vamos atrás dela!
Brass
foi com os policiais até a casa da advogada. Bateram mas ninguém atendeu. Houve
invasão mas ela não foi encontrada.
Um
vizinho, vendo a movimentação, acabou entregando o paradeiro de Elisie:
##:
A madame disse que ia fazer uma viagem às pressas e foi para o aeroporto.
JB:
Isso tem muito tempo?
##:
Faz uns 10 minutos.
JB:
Obrigado pela ajuda. Certo, vamos todos para o aeroporto. Precisamos pegar essa
mulher de qualquer forma.
O
capitão da polícia avisou ao aeroporto e a segurança foi reforçada. O retrato
da advogada foi divulgado e os policiais a procuravam em todos os cantos,
vasculhando cada área do local. Brass observava a área do check-inn e notou que
uma mulher parecia nervosa. Ao olhar mais de perto, reconheceu-a como sendo
Elisie Schneider, que estava disfarçada com peruca negra e boina francesa.
JB:
Ei! Você!
A
mulher saiu correndo, mas foi alcançada pelos policiais, que a algemaram
imediatamente.
JB:
Então você pretendia deixar Vegas depois de ter arquitetado um plano tão
macabro como a explosão do teatro que vitimou um csi amigo meu?
ES:
Meu plano era matar Sidle, mas o idiota do csi foi aonde não devia!
JB:
Agora você vai tentar se explicar comigo na delegacia. Podem levá-la.
Depois
do ocorrido, Brass avisou a Grissom, que foi a delegacia com Sara e Catherine,
que insistiu para ver a mulher que matou seu amado. Através do vidro, o qual
ela não podia ver quem a observava, Sara e Catherine sentiram repúdio e
indignação. A loira, muito mais, porque Warrick foi uma vítima inocente de uma
perversidade sem sentido. Assim que ela saiu algemada da sala de interrogatório,
Catherine se aproximou dela e deu-lhe um forte tapa.
SS:
Ei Cath, acalme-se! – Sara segurou os braços da amiga.
CW:
Me solta, Sara! Me solta!
GG:
Acalme-se, Catherine! Não vai adiantar você bater nela!
JB:
Ela já confessou que ordenou a explosão ao teatro porque tinha a intenção de
atrair Sara para lá. Mas não contava que Warrick fosse junto.
CW:
Maldita! Sua maldita! Você deixou minha filha órfã! Maldita!
Até
mesmo Elisie, sempre fria, assustou-se com o ódio nos olhos de Catherine, que
tinha reais intenções de acabar com a vida dela. Sara
deixou as lágrimas rolarem vendo o sofrimento da amiga. As
duas se abraçaram e seguiram para o lab. Lá, enquanto conversava com Sara na
sala de convivência, Catherine sentiu um forte chute na barriga.
SS:
O que foi? – Sara olhou-a com a sobrancelha levantada.
CW:
O bebê deu um chute.
SS:
Posso sentir também?
CW:
Claro! Ponha sua mão aqui.
Sara
pôs a mão delicadamente sobre a barriga da amiga e sentiu as mexidas da menina,
órfã antes mesmo de vir ao mundo. Catherine
não segurou as lágrimas e chorou por Warrick. Dias depois, Sara descobriu que
esperava uma menina, assim como Catherine. Grissom não coube em si de
felicidade:
GG:
Duas mulheres em minha vida, além de minha mãe, é maravilhoso! Aliás, ela me
ligou e disse que vem a Vegas, quer estar aqui quando o bebê nascer.
SS:
Será ótimo, honey. Sua mãe é sempre bem-vinda! Só fico triste por que a filha
de Cath vai nascer sem ter conhecido o pai.
GG:
Infelizmente sim. Mas estaremos ao lado dela pro que der e vier.
SS:
Amo sua maneira generosa de ser...
GG:
Ser amigo é estar ao lado sempre, mesmo que às vezes não possamos estar
presentes de corpo, mas estaremos presentes no coração e no pensamento.
Os
meses se passaram e Catherine deu à luz Isabelle Brown. A
menina era muito fofa, moreninha de olhos claros, bem cabeludinha. Até Lindsay
se apaixonou pela irmã. Quando a mãe teve alta, não saiu do lado dela.
LW:
Ela é linda, mãe!
CW:
Gostou, Lind?
LW:
Isabelle é o bebê mais lindo do mundo!
CW:
Queria que Warrick estivesse aqui para vê-la...
LW:
Ele é o anjo dela, mãe. Pode ter certeza de que já conhece a Belle.
Catherine
sorriu tristemente e segurou a filha para amamentar. Quatro meses mais tarde,
Sara deu à luz Julie e a alegria voltou para todos. A tristeza pela morte de
Warrick deu lugar à saudade. Quando
Isabelle completou 1 ano, Catherine fez uma grande festa para a menina. Sentiu
que era a hora de virar a página e trazer a alegria de volta para sua vida. E
assim a vida seguiu em frente. Sara
e Grissom cuidando de sua princesinha e Catherine, junto com a mãe e a filha
Lindsay, criando a pequena Isabelle Brown, que a cada dia se parecia mais com o
pai.
“A
morte não nos ensina a perder quem mais amamos, mas nos ensina a levantar a
cabeça e seguir em frente, porque a vida continua e a morte é uma viagem”.
Fim
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