Greg
e Brass não souberam responder e permaneceram calados, consternados. Enquanto
Warrick era levado para a autópsia, Grissom e a equipe se concentraram nas
buscas por Sara. Perderam um grande amigo e excelente profissional, não
poderiam perder a perita. Ele não poderia perder o amor de sua vida. Catherine
permanecia deitada na cama, ainda estava chateada com as palavras duras da
filha e tentava falar com Warrick, mas o celular dele não atendia. Lilly Flynn,
a mãe da perita, estava com ela. Quando o telefone tocou, a senhora estava na parte
de baixo da casa. E
ao saber do ocorrido, sentiu a voz embargar. Como iria contar à filha que o
grande amor dela havia morrido? Como Catherine reagiria? Ela se sentou no sofá
pensando em uma maneira de contar a verdade a ela, mesmo que a deixasse arrasada. As
buscas e a perícia no local duraram a tarde toda. Quando a noite caiu e a
escuridão já predominava, Grissom estava mais angustiado e a equipe estava
exausta. Mas ninguém parou de vasculhar os escombros. Cada evidência encontrada
foi catalogada e levada para análise no lab. Apesar de ter um probleminha
auditivo, Grissom conseguiu ouvir batidas, ainda que com eco fraco, vindo de um
ponto do local da explosão.
NS:
O que foi?
GG:
Não está ouvindo?
GS:
O que?
GG:
Fique em silêncio e ouça.
Os
rapazes conseguiram ouvir as batidas que Grissom havia ouvido há minutos atrás.
GS:
Será que é Sara?
GG:
Tem que ser ela!
NS:
Vamos lá, pessoal!
Todos
se reuniram ao redor da área e começaram a escavar. Pouco
depois, uma espécie de galpão de madeira foi sentida.
GG:
Acho que tem algo aqui. Vamos retirar as pedras!
Em
poucos minutos as pedras e entulhos haviam sido retirados, deixando à mostra a
porta que dava para o porão. Por sorte, estava intacto. Ao abrir, a surpresa:
Sara estava viva!
SS:
Dá pra tirar a lanterna do meu rosto? – a perita espremeu os olhos por causa da
luz do aparelho.
GG:
Como você está, Sara?
SS:
Tirem-me daqui, Griss...
GG:
É pra já!
A
equipe retirou a perita com cuidado, pois ela poderia estar ferida ou com
alguma fratura. Por sorte, Sara tinha apenas alguns ferimentos na cabeça, mas
nada que a comprometesse. Estava completamente empoeirada. Assim que ela saiu
do “esconderijo”, foi aplaudida pelos amigos e pela equipe de policiais. Os
paramédicos a colocaram na maca e colocaram soro em sua veia para evitar a
desidratação. Em
seguida, levaram-na para o hospital. Grissom foi junto. O
restante continuou no local para periciar.
GG:
Como minha mulher está, doutor?
DR:
Ela está bem. Apenas um ferimento na cabeça, mas levando-se em conta que ela
ficou soterrada, está ótima. A propósito, o bebê também está muito bem!
GG:
Ainda bem, pensei que...
DR:
A paciente está em repouso agora. Você poderá vê-la pela manhã. Sugiro que vá
para casa e descanse.
GG:
Voltarei amanhã.
Grissom
deixou o hospital pensando em ir até a casa de Catherine. Precisava contar
sobre Warrick, mas não sabia nem por onde começar. Ainda mais que a amiga
estava grávida e sensível pelo que ocorrera entre ela e a filha.
GG:
Catherine está, senhora Flynn?
CW:
Está descansando. Entre, Grissom.
GG:
Ela já sabe?
LF:
Não, não tive coragem. É verdade mesmo?
GG:
Infelizmente sim. E não podemos esconder isso dela.
CW:
Esconder o que de quem, Gil?
Grissom
e Lilly levaram um susto com a presença de Catherine na sacada do andar de
cima, olhando para os dois.
CW:
Ei, não precisam fazer essas caras. Vocês disfarçam muito mal!
LF:
Vou deixá-los a sós para que conversem. Qualquer coisa estarei na cozinha.
GG:
Obrigado.
Depois
que a mãe da loira saiu, Catherine desceu.
CW:
O que foi, Gil? Porque está aqui a essa hora? Não deveria estar em campo?
O
supervisor e amigo não sabia nem por onde começar. Estava
consternado e visivelmente constrangido. Falar de um assunto que seria muito
doloroso era muito difícil.
CW:
Assim que voltar ao lab Warrick irá me ligar. Combinamos de sair para jantar,
já que amanhã é dia de folga. Estou muito feliz, Gil! E pretendo me casar com
ele, mesmo que Lindsay não aprove. Eu o amo! – suspirou a loira quem nem
imaginava o que estava por vir.
Como
falar para ela que o homem com quem teria uma filha e fazia planos de se casar
estava morto? Como dizer à amiga que os sonhos do casal foram soterrados juntos
com Warrick no desabamento do teatro?
CW:
O que você tem?
GG:
Catherine, preciso que você seja forte. Sente-se aqui no sofá.
CW:
Dá pra ser mais direto?!
Grissom,
completamente embaraçado, segurou as mãos da amiga.
GG:
Houve uma explosão no teatro em que Sara e Warrick estavam investigando um
crime, Catherine.
CW:
Meu Deus! – ela arregalou os lindos olhos azuis.
GG:
Sara foi encontrada viva, com apenas alguns ferimentos, mas passa bem.
CW:
E o War?
GG:
Nós o perdemos. Não pudemos fazer nada.
Imediatamente
Catherine começou a chorar desesperadamente. E,
segurando na camisa de Grissom com as duas mãos, implorou:
CW:
Diga pra mim que é uma brincadeira! Diga que isso não aconteceu! Diga!
GG:
Eu sinto muito, Catherine.
CW:
Não!
A
loira levantou-se e ficou dando voltas na sala, desorientada e transtornada.
CW:
Ele não podia ter feito isso comigo! Não podia!
GG:
Estamos investigando o que aconteceu, Catherine. Existe a possibilidade de ter
sido um atentado contra os dois.
CW:
Quem faria mal ao Warrick? Ele não tinha inimigos!
GG:
Acalme-se.
Desesperada,
a loira subiu correndo para o quarto, onde se jogou na cama. As lágrimas vinham
feito cachoeira. Em seu ventre trazia o fruto de um doce amor. Uma menininha
que traria muita luz para os dois. E Warrick estava tão feliz por ser pai!
Primeiro porque estava com uma mulher de fibra, forte e que não tinha nenhum
tipo de preconceito. Juntos, eles eram mais forte que tudo. Mas agora era
apenas ela. Ele se foi. E como seria a vida agora para Catherine sem o seu
grande amor? Como traria ao mundo sua filha sem ter o pai para vê-la? Catherine era muito feliz ao lado de Warrick.
Ele lhe dera de tudo amor, carinho, amizade, segurança. Ensinara-lhe muitas
coisas. Mas não a ensinou a perdê-lo para a morte. Naquela
noite, a loira dormiu à base de calmantes. No dia seguinte, foi ao lab; queria
ver o corpo de Warrick pela última vez. Grissom a recepcionou:
GG:
Porque veio, Catherine? Você não está em condições nenhuma.
CW:
Preciso vê-lo pela última vez...
GG:
Tem certeza de que é isto o que quer?
CW:
Tenho.
A
loira foi até a sala de autópsia onde doc Robbins, em silêncio, abriu a gaveta onde
jazia Warrick. Catherine não resistiu e chorou ao olhar para ele, deixando as
lágrimas caírem sobre o corpo do amado. Grissom,
preocupado com a amiga e com o bebê, tratou de tirá-la de lá.
GG:
Vamos, Catherine.
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