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Você não me ensinou a te perder - cap. 8


Greg e Brass não souberam responder e permaneceram calados, consternados. Enquanto Warrick era levado para a autópsia, Grissom e a equipe se concentraram nas buscas por Sara. Perderam um grande amigo e excelente profissional, não poderiam perder a perita. Ele não poderia perder o amor de sua vida. Catherine permanecia deitada na cama, ainda estava chateada com as palavras duras da filha e tentava falar com Warrick, mas o celular dele não atendia. Lilly Flynn, a mãe da perita, estava com ela. Quando o telefone tocou, a senhora estava na parte de baixo da casa. E ao saber do ocorrido, sentiu a voz embargar. Como iria contar à filha que o grande amor dela havia morrido? Como Catherine reagiria? Ela se sentou no sofá pensando em uma maneira de contar a verdade a ela, mesmo que a deixasse arrasada. As buscas e a perícia no local duraram a tarde toda. Quando a noite caiu e a escuridão já predominava, Grissom estava mais angustiado e a equipe estava exausta. Mas ninguém parou de vasculhar os escombros. Cada evidência encontrada foi catalogada e levada para análise no lab. Apesar de ter um probleminha auditivo, Grissom conseguiu ouvir batidas, ainda que com eco fraco, vindo de um ponto do local da explosão.

NS: O que foi?
GG: Não está ouvindo?
GS: O que?
GG: Fique em silêncio e ouça.

Os rapazes conseguiram ouvir as batidas que Grissom havia ouvido há minutos atrás.

GS: Será que é Sara?
GG: Tem que ser ela!
NS: Vamos lá, pessoal!

Todos se reuniram ao redor da área e começaram a escavar. Pouco depois, uma espécie de galpão de madeira foi sentida.

GG: Acho que tem algo aqui. Vamos retirar as pedras!

Em poucos minutos as pedras e entulhos haviam sido retirados, deixando à mostra a porta que dava para o porão. Por sorte, estava intacto. Ao abrir, a surpresa: Sara estava viva!

SS: Dá pra tirar a lanterna do meu rosto? – a perita espremeu os olhos por causa da luz do aparelho.
GG: Como você está, Sara?
SS: Tirem-me daqui, Griss...
GG: É pra já!

A equipe retirou a perita com cuidado, pois ela poderia estar ferida ou com alguma fratura. Por sorte, Sara tinha apenas alguns ferimentos na cabeça, mas nada que a comprometesse. Estava completamente empoeirada. Assim que ela saiu do “esconderijo”, foi aplaudida pelos amigos e pela equipe de policiais. Os paramédicos a colocaram na maca e colocaram soro em sua veia para evitar a desidratação. Em seguida, levaram-na para o hospital. Grissom foi junto. O restante continuou no local para periciar.

GG: Como minha mulher está, doutor?
DR: Ela está bem. Apenas um ferimento na cabeça, mas levando-se em conta que ela ficou soterrada, está ótima. A propósito, o bebê também está muito bem!
GG: Ainda bem, pensei que...
DR: A paciente está em repouso agora. Você poderá vê-la pela manhã. Sugiro que vá para casa e descanse.
GG: Voltarei amanhã.

Grissom deixou o hospital pensando em ir até a casa de Catherine. Precisava contar sobre Warrick, mas não sabia nem por onde começar. Ainda mais que a amiga estava grávida e sensível pelo que ocorrera entre ela e a filha.

GG: Catherine está, senhora Flynn?
CW: Está descansando. Entre, Grissom.
GG: Ela já sabe?
LF: Não, não tive coragem. É verdade mesmo?
GG: Infelizmente sim. E não podemos esconder isso dela.
CW: Esconder o que de quem, Gil?

Grissom e Lilly levaram um susto com a presença de Catherine na sacada do andar de cima, olhando para os dois.

CW: Ei, não precisam fazer essas caras. Vocês disfarçam muito mal!
LF: Vou deixá-los a sós para que conversem. Qualquer coisa estarei na cozinha.
GG: Obrigado.

Depois que a mãe da loira saiu, Catherine desceu.

CW: O que foi, Gil? Porque está aqui a essa hora? Não deveria estar em campo?

O supervisor e amigo não sabia nem por onde começar. Estava consternado e visivelmente constrangido. Falar de um assunto que seria muito doloroso era muito difícil.

CW: Assim que voltar ao lab Warrick irá me ligar. Combinamos de sair para jantar, já que amanhã é dia de folga. Estou muito feliz, Gil! E pretendo me casar com ele, mesmo que Lindsay não aprove. Eu o amo! – suspirou a loira quem nem imaginava o que estava por vir.

Como falar para ela que o homem com quem teria uma filha e fazia planos de se casar estava morto? Como dizer à amiga que os sonhos do casal foram soterrados juntos com Warrick no desabamento do teatro?

CW: O que você tem?
GG: Catherine, preciso que você seja forte. Sente-se aqui no sofá.
CW: Dá pra ser mais direto?!

Grissom, completamente embaraçado, segurou as mãos da amiga.

GG: Houve uma explosão no teatro em que Sara e Warrick estavam investigando um crime, Catherine.
CW: Meu Deus! – ela arregalou os lindos olhos azuis.
GG: Sara foi encontrada viva, com apenas alguns ferimentos, mas passa bem.
CW: E o War?
GG: Nós o perdemos. Não pudemos fazer nada.

Imediatamente Catherine começou a chorar desesperadamente. E, segurando na camisa de Grissom com as duas mãos, implorou:

CW: Diga pra mim que é uma brincadeira! Diga que isso não aconteceu! Diga!
GG: Eu sinto muito, Catherine.
CW: Não!

A loira levantou-se e ficou dando voltas na sala, desorientada e transtornada.

CW: Ele não podia ter feito isso comigo! Não podia!
GG: Estamos investigando o que aconteceu, Catherine. Existe a possibilidade de ter sido um atentado contra os dois.
CW: Quem faria mal ao Warrick? Ele não tinha inimigos!
GG: Acalme-se.

Desesperada, a loira subiu correndo para o quarto, onde se jogou na cama. As lágrimas vinham feito cachoeira. Em seu ventre trazia o fruto de um doce amor. Uma menininha que traria muita luz para os dois. E Warrick estava tão feliz por ser pai! Primeiro porque estava com uma mulher de fibra, forte e que não tinha nenhum tipo de preconceito. Juntos, eles eram mais forte que tudo. Mas agora era apenas ela. Ele se foi. E como seria a vida agora para Catherine sem o seu grande amor? Como traria ao mundo sua filha sem ter o pai para vê-la? Catherine era muito feliz ao lado de Warrick. Ele lhe dera de tudo amor, carinho, amizade, segurança. Ensinara-lhe muitas coisas. Mas não a ensinou a perdê-lo para a morte. Naquela noite, a loira dormiu à base de calmantes. No dia seguinte, foi ao lab; queria ver o corpo de Warrick pela última vez. Grissom a recepcionou:

GG: Porque veio, Catherine? Você não está em condições nenhuma.
CW: Preciso vê-lo pela última vez...
GG: Tem certeza de que é isto o que quer?
CW: Tenho.

A loira foi até a sala de autópsia onde doc Robbins, em silêncio, abriu a gaveta onde jazia Warrick. Catherine não resistiu e chorou ao olhar para ele, deixando as lágrimas caírem sobre o corpo do amado. Grissom, preocupado com a amiga e com o bebê, tratou de tirá-la de lá.

GG: Vamos, Catherine.

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