As
duas amigas se olharam. Sara ficou desconcertada com a presença daquela mulher
no lab, e Catherine, sabendo do romance dos dois, ficou sem jeito depois de dar
o recado.
GG:
Bom, vou lá falar com ela. Vocês duas podem ir para a sala de convivência, já
apareço por lá.
CW:
Certo.
Enquanto
as duas iam para um lado, Grissom foi até a recepção. Heather o olhou com
tristeza no olhar.
GG:
O que você faz aqui, Heather?
LH:
Podemos conversar em particular?
GG:
Ãh, claro, vamos até minha sala.
Na
sala...
GG:
Então, o que você tem a me dizer? E por que está com esse olhar triste?
LH:
Sinto-me tão só desde a morte da Zoe... então pensei em você, achei que
poderíamos estreitar mais nossos laços de amizade...
GG:
Aonde você quer chegar, Heather?
A
ruiva se aproximou do supervisor, sem saber que ele estava envolvido com Sara.
GG:
Heather...
LH:
Sinto saudades das noites que passamos juntos... Gostaria que esses momentos
voltassem...
GG:
Heather... – Grissom dava passos para trás, na tentativa de se livrar dela.
LH:
Porque está me evitando?
GG:
Não podemos nos envolver...
Heather
não se deu por vencida e deu um beijo em Grissom, que ficou espantado com o
atrevimento dela.
GG:
Por favor, entenda.
LH:
Vou te esperar em minha casa para tomarmos um chá. Tchau!
Assim
que Heather saiu, Grissom ficou pensativo, espantado com o atrevimento da
dominatrix. E não iria se deixar seduzir pela ruiva estando tão bem ao lado de
Sara, depois de tantos anos com um muro entre eles... Não, estava feliz e iria
continuar assim. Foi
para a sala de convivência onde, além de Sara, Catherine e Nick, Warrick e Greg
estavam. A namorada o olhava com um misto de curiosidade e tensão. Sara nunca
disse a Grissom, mas tinha ciúme dele com Heather, sabendo que eles foram
amantes no passado. Ainda mais por que a dominatrix não escondia que tinha uma
queda pelo supervisor. A perita sentia uma certa insegurança sim, pois Heather
era uma bela mulher, com olhos verdes penetrantes e convidativos. Mas não
deixaria que ele tomasse conhecimento disso, tinham se acertado e estavam
felizes. O
dia passou e Sara não tocou no assunto Heather com Grissom, até porque estava
concentrada na audiência do dia seguinte. Naquela noite, o supervisor preferiu
ficar sozinho em casa, e os dois passaram a noite separados. Na manhã seguinte,
Grissom, Sara e Nick se encontraram no tribunal.
GG:
Estão prontos para dar seus depoimentos?
SS:
Sim.
NS:
Sim.
SS:
Griss, o advogado de Harry McPerson já chegou?
GG:
Na verdade é a advogada. O nome dela é Elisie Schneider. Dizem que é muito boa.
NS:
Espero que não seja que nem a tal de Marjorie Westcott.
SS:
Nem me fale dela. Me arrepio só de lembrar as coisas absurdas que ela me
perguntou...
Naquele
momento, Catherine e Warrick chegaram.
GG:
O que estão fazendo aqui? Não deveriam estar em campo?
CW:
Viemos assistir ao julgamento. Todos nós participamos de alguma forma, sendo na
análise das evidências, DNA, enfim...
WB:
E também viemos dar uma força.
NS:
Valeu, cara.
A
audiência começou e Nick foi o primeiro a ser chamado para depor. A advogada
era tão ardilosa quanto a de Tom Haviland, e o perito sentiu que poderia se
sair mal. A equipe na platéia estava penalizada com a situação de Nick, que
parecia nervoso e trêmulo com tantas perguntas que chegavam a ser irrelevantes.
O interrogatório durou cerca de 10 minutos. Em seguida, Sara foi chamada.
J
(juiz): Levante sua mão direita, senhorita Sidle.
PJ
(promotor de justiça): Jura dizer a verdade, somente a verdade, nada mais que a
verdade?
SS:
Juro.
J:
Pode sentar-se a testemunha.
PJ:
Senhorita Sidle, conte como foi que você encontrou o corpo de Alice Jing no
quarto de hotel.
SS:
Bem, fomos até o Mandalay investigar um crime que havia ocorrido lá. Fomos até
o quarto e o corpo dela estava estirado no chão.
PJ:
Havia mais alguém com você na investigação?
SS:
Havia.
PJ:
Quem?
SS:
Meu supervisor, Gilbert Grissom, o outro perito do lab, Nick Stokes e Jim
Brass, capitão de policia. Foi ele quem nos avisou sobre o crime.
PJ:
Notou alguma coisa de diferente ou estranha na cena do crime?
SS:
Bem, a jovem foi morta com requintes de crueldade. Embora
estejamos acostumados a ver tantas pessoas mortas, essa jovem foi assassinada
sob tortura e muito ódio por parte do criminoso.
ES:
Protesto, meritíssimo! O promotor está induzindo a testemunha a incriminar meu
cliente.
J:
Protesto negado. Pode continuar, promotor.
PJ:
Obrigado, meritíssimo. Senhorita Sidle, as evidências todas apontam para o
senhor Harry McPerson como sendo o autor do crime. Acredita ser ele de fato o
culpado?
SS:
Como meu supervisor costuma dizer, as evidências nunca mentem. E segundo o
médico legista do lab, Albert Robbins, a vítima fala com a gente, nos mostra
como e quando foi assassinada. Além
do quê, as digitais encontradas na cena do crime batem com as do senhor
McPerson. Sendo assim, temos razões suficientes para acusá-lo.
Sara
ainda falou por mais alguns minutos até chegar a hora de confrontar a advogada
de defesa do acusado. Pela expressão, Elisie Schneider estava ansiosa para
fritar a perita.
ES:
A senhorita jurou dizer a verdade, mas não é o que está acontecendo aqui!
Sara
olhou para a mulher com a sobrancelha levantada, sem entender aonde ela queria
chegar.
J:
Pode ser mais especifica, senhorita Schneider?
ES:
Claro, meritíssimo – e voltou-se para Sara novamente – Fica fácil achar um
culpado quando se trabalha junto com o amante, não é?
Sara
olhou espantada para a advogada e houve um murmurinho na platéia. Grissom olhou
para Elisie intrigado.
SS:
Como é?
J:
Responda à advogada, testemunha.
SS:
Não entendi a insinuação, meritíssimo.
ES:
Uma fonte me informou que você tem um caso, um romance, ou como queira chamar,
com seu supervisor-chefe Gil Grissom.
Sara
e todos da platéia ficaram espantados. A perita não sabia onde enfiar a cara e
nem como sair daquela cilada que a advogada preparara.
ES:
Não tem o que dizer né?
SS:
Isso não faz parte das investigações.
ES
(virando-se para o público): Ah, vocês vêem só, meus amigos, ela admite ser
amante do próprio chefe!
PJ:
Protesto, meritíssimo! A vida pessoal da testemunha não é relevante no
processo! Não consta dos autos processuais a vida afetiva das testemunhas.
J:
Protesto aceito. Abstenha-se de fazer perguntas pertinentes ao caso, senhorita
Schneider.
Com
cara de tacho mas mantendo a pose, a advogada loira voltou-se para Sara e
continuou a fazer perguntas sobre o caso, no que ela se saiu muito bem, para
desgosto da defensora. Depois que ela foi dispensada, houve um recesso de 30
minutos. Sara sentou-se entre Nick e Catherine, que sussurrou em seu ouvido:
CW:
Você se saiu muito bem.
Após
o recesso, Grissom foi chamado a depor. Primeiro o promotor e em seguida a
advogada Elisie, que tentava disfarçar a raiva por Sara ter se saído bem no
depoimento. Ela pensava que com o supervisor, que era “amante” da perita, seria
mais fácil persuadir.
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