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Você não me ensinou a te perder - cap. 3


ES: Senhor Grissom, pode me dizer o que o senhor fez na cena do crime assim que chegou ao local?
GG: Sim. Coloquei as luvas de látex para evitar contato com as evidências, procurei provas pelo cômodo e analisei o corpo.
ES: O senhor sabia que meu cliente tem uma grande empresa? Como você e sua equipe podem ficar acusando-o de assassinato?!
GG: Sei que ele é dono de uma grande empresa. Mas os grandes empresários também podem se tornar grandes assassinos.
ES: Meu cliente não estava em Las Vegas na noite do crime!
GG: Isso é o que você diz. Mas o corpo diz outra coisa.
ES: Ele estava em Los Angeles!
GG: Foi bom você ter mencionado Los Angeles. Meritíssimo, me permite mostrar o que tenho comigo?
J: Pedido aceito.

Grissom abriu uma pasta contendo uma ficha psiquiátrica do acusado e mensagens impressas de celular.

GG: Isto é uma ficha de um consultório em Los Angeles. Consta que o senhor Harry McPerson faz tratamento contra drogas e faz uso de anti-psicóticos.
ES: Como vê, ele não poderia ter matado aquela jovem. Está doente.
GG: Esta ficha prova que ele tem envolvimento com drogas, o que ele negou em seu interrogatório na delegacia. E tenho em minhas mãos impressões de mensagens que ele enviou para Alice Jing.

Grissom leu algumas delas e olhou para a advogada, que estava apavorada com a possibilidade de perder a causa.

ES: Isso não prova nada.
GG: Tanto prova que o incrimina. Em um dos copos foram encontrados resquícios de cocaína, o que indica que ele estava consumindo drogas no quarto, reforçando a tese de usuário ativo de drogas. Agora, outra coisa me chamou a atenção. O senhor McPerson tem um corte no joelho, que ele disse ter cortado em uma queda. Veja na tela as manchas de sangue.

Grissom mexeu no laptop deixado à sua frente e fez a combinação da mancha encontrada no lençol que estava no chão do quarto e a marca do joelho do acusado: match found! A advogada olhou perplexa para a condenação de seu cliente na tela, e Grissom olhou satisfeito, com a certeza da justiça sendo feita.

ES: Sem mais perguntas, senhor juiz.
J: Recesso de 30 minutos e a decisão será lida.

A equipe saiu da sala e se reuniu do lado de fora.

SS: Acha que nos saímos bem?
GG: Tenho certeza de que ele será condenado.
CW: Assim espero. Aquela advogada é terrível.
NS: Estou cansado, viu?
SS: Ainda nem chegamos ao fim, Nick.
WB: Mas a decisão será na próxima etapa, então acho que não vai demorar muito.
GG: Não, não irá.

O ex-mentor de Grissom, Philip Gerard, que estava assistindo ao julgamento, veio cumprimentá-lo.

PG: Então meu ex-pupilo está se saindo muito bem!
GG: Minha equipe está se saindo muito bem.
PG: Será mesmo?
GG: O que você quer dizer com isso?
PG: Ouvi muito bem a advogada falando de um romance seu com sua subordinada...
GG: O que você sabe da minha vida, Philip?
PG: A gente tem meios para descobrir, Gil...
GG: Mas garanto que nenhuma informação é verdadeira – fez biquinho.

Catherine interrompeu.

CW: Gil, precisamos voltar.
GG: O dever me chama.

A equipe retornou para a sala, onde ouviu a sentença: condenado a 50 anos de prisão em regime fechado, sem direito a semi-aberto ou condicional. Os peritos se reuniram no estacionamento do tribunal, aliviados.

CW: Ainda bem que acabou bem. Não agüentaria ver esse sujeito livre por aí...
SS: Estou pregada. Preciso ver minha cama!
NS: Concordo com você, Sara.
GG: Vamos cada um para sua casa e nos falamos no lab amanhã.

A equipe se despediu e cada um seguiu seu caminho. Grissom pegou um atalho para que ninguém percebesse que ele estava indo para a casa de Sara. Ela chegou e jogou as chaves na mesinha. Tirou os sapatos, a calça e foi até a cozinha, onde pegou uma cerveja bem gelada. Adorava beber no bico da garrafa. Após matar a sede, caminhou para o quarto. Mas a campainha a impediu de ir para o banho. Foi atender e... deu de cara com Grissom.

SS: Você?
GG: É, sou eu – sorriu – Posso entrar?

Sara sorriu fazendo biquinho e abriu mais a porta para que ele entrasse. Já sabia onde isso iria parar.

SS: Você não foi em casa?
GG: Não. Peguei um atalho e vim direto pra cá.
SS: Nossa, o que foi?
GG: Saudades, querida... saudades.

Grissom abraçou Sara em torno da cintura e a beijou. Beijos, abraços e... quarto. O supervisor foi tirando as roupas da amada com muito desejo e, entre beijos, carícias e gemidos, os dois se amaram intensamente. Depois de um dia estafante, uma noite de amor seria muito bem vinda. Beijos molhados, toques, sussurros, gemidos, movimentos de pernas, nádegas, entra-e-sai e um delicioso orgasmo. Silêncio. Corações batendo acelerado. Um gemido vindo de Sara para em seguida Grissom gemer também. Enquanto os “soldadinhos” de Grissom marchavam até o “castelo” de Sara, o casal, abraçados, ele encima dela, se beijavam e sussurravam palavras doces ao pé do ouvido. Na casa de Catherine, ela e Warrick estavam a sós na sala, já que Lindsay estava dormindo – os dois estavam iniciando seu relacionamento, tal como Grissom e Sara. Aliás, o assunto era exatamente sobre a relação dos dois amigos, que pegou muita gente de surpresa durante a audiência, onde a advogada Elisie Schneider revelou à revelia que os dois eram amantes.

WB: Fala sério, eu ainda estou passado com a afirmação da advogada. Ela praticamente dedurou o Grissom e a Sara.
CW: Ela foi péssima!
WB: Você já sabia disso?
CW: Tinha uma quase certeza. Sou muito observadora, mas os dois nunca disseram nada a respeito.
WB: Devem ter seus motivos.
CW: Acredito que o maior motivo se chame Conrad Ecklie.
WB: E o nosso, qual é?

Catherine olhou para Warrick e sorriu. Em seguida, tocou nas mãos dele e suspirou.

CW: Tantas coisas, War... tantas coisas...
WB: Isto significa que não vamos abrir o jogo para os nossos amigos do lab?
CW: Na hora certa sim, Warrick...

Warrick foi beijando o pescoço de Catherine, que mesmo excitada, o freou.

CW: Aqui não, War! A Lindsay está no quarto.
WB: Mas ela não está dormindo?
CW: Ela pode acordar.
WB: Acho que a Lindsay é bem grandinha para entender que a mãe tem direito à uma vida íntima.
CW: Agora não é o momento, querido. Amanhã vou ao seu apartamento.
WB: Tudo bem, vou nessa, já está tarde.
CW: Acho melhor. A gente se vê amanhã.

Os dois se despediram com um beijo e Catherine fechou a porta. É claro que estava doida para transar com Warrick em sua cama, mas a presença da filha na casa a intimidava, coisa que odiava, ser intimidada por algo ou alguém. O dia amanheceu frio em Vegas. Era dia de folga coletiva, então cada um curtiria o dia à sua maneira. Grissom aproveitaria a companhia da namorada estando no apartamento dela. Os dois tomavam o café da manhã na sala e planejavam o que fazer no dia de folga. Mas um telefone um tanto estranho, logo pela manhã, estragou os planos do casal.

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