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Você não me ensinou a te perder - cap. 6


As duas, de pé, se encaravam como se fossem duas desconhecidas. Para Catherine, sua filha estava mostrando um lado sombrio que ainda não tinha visto.

LW: Se quisesse ter um filho, custava arranjar um homem branco pelo menos?

Catherine não agüentou e deu um tapa no rosto da filha.

LW: Mãe!
CW: Não ensinei minha filha a ser racista! Pensa que é a garota mais bonita do mundo?! Acha que é feita de ouro?!
LW: Eu não quero essa criança negra aqui em casa! Já é o cúmulo você ficar com o Warrick, agora foi arranjar filho com ele...

A adolescente ia saindo quando a loira a segurou pelo braço:

CW: Eu ainda não terminei, mocinha!
LW: Não quero ouvir mais nada de você!

Lindsay conseguiu se desvencilhar da mãe e desceu as escadas correndo. Pegou a bolsa que estava na sala e saiu, batendo a porta. Catherine ficou arrasada. E viu que sua vida a partir dali seria bem diferente da dos amigos, que se amavam e eram felizes. Agora teria de enfrentar o desprezo e o preconceito da própria filha. No turno seguinte, as duas, Catherine e Sara, estavam no locker, se preparando para mais um dia de trabalho.

SS: E aí, como foi com a Lindsay? Falou do bebê?
CW: Sim, e foi péssimo, estou arrasada.
SS: O que aconteceu?
CW: Ah, ela se mostrou muito preconceituosa.
SS: Ela não aceita sua relação com o Warrick?
CW: A Lindsay não aceita me ver com ninguém a não ser o pai dela. Nunca mostrou simpatia por nenhum namorado meu. Com o Warrick tive de ser muito diplomática para que aceitasse, e ele conversou muito com ela. Mas quando falei do bebê, ela se mostrou extremamente preconceituosa, mostrando um racismo que eu jamais poderia imaginar que ela tivesse dentro dela. Estou chocada até agora.
SS: Calma, foi uma reação inicial. Sua filha te ama, vai acabar entendendo.
CW: Estou em uma encruzilhada; de um lado a Lindsay, de outro o Warrick.
SS: Você não vai fazer essa escolha, vai?
CW: Não sei o que vai acontecer se eu tiver que fazer uma escolha entre os dois. O bebê eu não tiro.
SS: De qualquer forma, não concordo que você tenha que abrir desse amor por conta de preconceitos da Lindsay.
CW: Bom, o Gil está nos esperando.
SS: Converse com o Warrick, ok?
CW: Ok. Obrigada, Sara.

As duas foram para a sala de convivência, onde a equipe já estava reunida. Grissom e Warrick repararam que Catherine parecia triste, mas em horário de serviço ninguém iria dizer um a. E assim o dia passou, com muito trabalho a ser feito e as preocupações foram deixadas de lado. Após o turno, Grissom foi para a casa de Sara.

GG: Você sabe me dizer o que a Catherine tem?
SS: Como assim?
GG: Reparei que ela parecia triste.
SS: É por causa da Lindsay.
GG: Elas brigaram?
SS: A garota não aceita o bebê por que acha que vai nascer negro que nem o Warrick. Puro preconceito!
GG: A criança vai ser bonita, independente da cor que tenha.
Terá olhos claros, isso é fato. E se for negra, será uma criança cheia de charme.
SS: Sim.
GG: Não pensa em ter um filho também?
SS: Quer ter um filho comigo?
GG: Penso nisso.
SS: Mas não para agora, né?
GG: Quando você achar que chegou a hora... eu estou pronto!

Sara sorriu de lado, satisfeita.

SS: Quer um chá?
GG: Quero sim. Vou colocar uma música pra nós.
SS: Fique à vontade.

Grissom colocou uma música lenta em volume baixou e sentou-se no sofá, esperando pela amada. Na casa de Catherine, a loira esperava por Warrick. Estava em seu quarto, penteando os cabelos macios e sedosos. Lindsay chegou na porta.

LW: Está se arrumando para o Warrick?
CW Já conversamos sobre isso, Lindsay. Por favor, não seja irônica.
LW: Ele está lá embaixo, vai descer?
CW: O que acha? Ah, eu quero falar com você perto do Warrick. E faça o favor de não ser mal-educada!
LW: Dãh...
CW: Daqui a pouco você desce.

Catherine desceu e cumprimentou Warrick com um longo beijo.

CW: Ah, que bom que veio! Pensei que não viesse...
WB: Oras, não deixaria de vir te ver...

Os dois se sentaram no sofá, ficando abraçados, como dois namorados eternamente apaixonados.

WB: Como vocês têm passado? - Warrick passou a mão na barriguinha de Cath.
CW: Fora os enjôos, estamos bem.
WB: E como foi com Lindsay?
CW: Péssimo!
WB: O que pode ter sido tão ruim assim?
CW: Ela não aceita que o bebê possa ser negro.
WB: Ah, tem preconceito...
CW: É por tudo, War! Ela não aceita me ver com ninguém que não seja o pai dela!
WB: Mas ele já morreu...
CW: Lindsay continua apegada ao pai mesmo depois de morto.
WB: Você precisa explicar que tem direito de refazer sua vida.

Lindsay desceu naquele momento e deu de cara com o casal.

WB: Oi, Lindsay.
LW: Oi.
WB: Lindsay, sua mãe e eu queremos falar com você.
LW: Se for sobre bebê, estou fora.
CW: Lindsay Willows!
LW: Ué mãe, vocês fazem filho e querem falar o que comigo?
CW: Cale a boca, Lind!
LW: Eu já disse o que penso disso tudo!
CW: Não vou admitir que você ofenda ao Warrick e seu irmão com palavras racistas!

Naquele momento, as duas estavam frente a frente.

LW: É meu direito não gostar! Da mesma forma que não sou obrigada a ver minha mãe nessa idade com barriga esperando filho!
WB: Você não vai ofender sua mãe, Lindsay!
LW: Você não é meu pai pra falar assim comigo!
WB: Talvez você seja assim porque seu pai a tenha estragado!
LW: Nunca mais fale do meu pai, entendeu? Nunca mais!

A adolescente subiu correndo para o quarto. Warrick ia atrás, mas Catherine interveio.

CW: Deixe.
WB: Olha como ela falou com você!
CW: Eu falo com ela depois.

A loira abraçou o amado e chorou muito. Estava visivelmente decepcionada com a filha. E sua tristeza aumentou quando ela, no dia seguinte, saiu de casa para ir morar com a avó. Três meses se passaram e as duas continuaram afastadas. Mas uma novidade devolveu-lhe um pouco da alegria.

GG: Tem certeza, honey?
SS: Fiz o exame no laboratório, deu positivo mesmo.
GG: Honey!

O supervisor abraçou a amada, os dois sentados na cama, e a beijou com muito amor. Em seguida, roçou os cabelos de Sara e tocou a barriguinha sem volume dela.

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