SS: Grissom...
GG: Hum...
SS: Tive um sonho estranho esta noite.
GG: Que tipo de sonho, honey?
SS: Meio estranho. Havia lágrimas e dor,
tristeza, algo assim.
GG: Querida, não se preocupe com coisas
desse tipo. Nos amamos e em breve você se tornará a senhora Grissom. Controle
sua ansiedade.
SS: Mas eu preciso de um beijo para pensar
mais positivamente.
Grissom, que abraçava Sara por trás, ambos
nus na enorme cama de casal dele, ficou por cima dela e, antes de levar seus
lábios até os dela, brincou com os seios pequenos e firmes, cheio de sardas
charmosas naquela pele tão alva e tão suave. Depois, foi subindo devagar,
passando pelo pescoço, até chegar aos lábios quentes e molhados à espera de um
beijo caloroso. Com um dos braços envolvendo Sara, Grissom beijou-a e rapidamente
seu membro ficou ereto. Não teve jeito: abriu as pernas da amada e a penetrou
profundamente, fazendo com que ela gemesse de prazer. E no dia que se iniciava, o casal se amava
na cama tendo o canto dos pássaros como melodia matinal e o sol como testemunha
do que os dois estavam vivenciando. Pouco tempo depois, os dois chegaram ao
lab. Sara era só sorrisos. Sempre depois de fazer amor ela ficava com um humor
contagiante, e passava essa energia para todos.
SS: Bom dia a todos!
CW: Nossa, que alegria é essa? Viu
passarinho verde, foi?
SS: Algo muito melhor que isso...
Warrick, Nick e Greg deram uma risadinha
discreta. Sabiam do que ela falava, afinal, não era segredo que Sara e Grissom
eram namorados.
CW: Onde está o Gil?
SS: Na sala dele, mas daqui a pouco ele
vem.
GS: Pensei que vocês tivessem vindo juntos.
SS: Sim, viemos, mas ele precisava pegar
algumas coisas por lá.
NS: Falta bem pouco, né Sara?
SS: Para...
NS: Oras, o grande dia: seu casamento com
Grissom!
Sara abriu um enorme sorriso. Saber que em
dois meses iria se casar com o homem pelo qual esperou durante muito tempo era
saber que se realizaria por completo. Afinal, tinha um belo emprego, amava o
que fazia, possuía poucos, mas leais amigos e tinha o amor do único homem que
amou na vida. Nisso, era claro que a idéia de filhos lhe passava pela cabeça,
coisa que anos atrás jamais sonhara.
SS: É verdade, está chegando. Mas procuro
me conter para não ficar ansiosa.
Naquele momento, Grissom entrou na sala.
GG: Bom dia a todos. Hoje temos alguns
casos e o grupo será dividido em três: Sara e eu estaremos num caso, Catherine
e Warrick, num outro, e Nick e Greg, num terceiro.
Fazia um calor àquela hora da manhã.
Grissom e Sara utilizavam seus óculos escuros. Se o supervisor já sabia o quão
linda sua noiva era, usando óculos Ray Ban ficava muito mais charmosa. Na suv,
o casal, mesmo concentrado no trabalho, demonstrava cada vez mais a sua paixão.
GG: Sabe, Sara, tem certos momentos em que
eu pareço não me reconhecer. Muitas vezes, no meio de um relatório, me peço
pensando em você. Não que isso seja algo abominável, mas sempre fui um homem
concentrado. E depois que os reencontramos, após São Francisco, mudei por
dentro. Por mais que eu tente, não consigo mais ser um homem frio e calculista.
Sara deu um sorrisinho de lado. Ouvir
certas coisas de Grissom inflava seu ego. Afinal, qualquer mulher adoraria ser
acariciada com palavras meigas e surpreendentes. Pouco tempo depois, chegaram ao local.
GG: O que temos, Brass?
JB: Uma mulher esfaqueada na cozinha. Pelo
que parece, ela morava só.
GG: Alguma testemunha?
JB: O vizinho da frente ouviu gritos e viu
um homem saindo da casa logo em seguida.
SS: E isso tem muito tempo?
JB: Não, algumas horas. Creio que a morte
ocorreu há cinco ou seis horas.
GG: Isso vamos confirmar com o Robbins.
Grissom e Sara entraram na casa, enquanto
Brass tomava depoimento dos vizinhos. A casa estava em ordem, a não ser pela
bagunça na cozinha, repleta de sangue. A mulher estava caída no chão, com os
olhos verdes entreabertos. Sara olhou-a fixamente e não percebeu que Grissom
ficou chocado com a cena; a mulher lhe lembrava muito uma pessoa – Heather. Tal
como ela, a vítima era ruiva e tinha os olhos verdes.
SS: Ela está cheia de hematomas pelo corpo.
Possivelmente houve luta corporal.
GG: Retire o DNA das unhas dela; se houve
luta, tem algo do criminoso nas unhas.
Sara analisou o corpo e cuidadosamente
retirou partículas de pele das unhas da mulher, enquanto Grissom colhia sangue
encontrado no chão. Na volta para o lab, Sara ficou com a imagem da mulher na
cabeça.
GG: O que você tem, honey?
SS: Ãh?
GG: Parece pensativa.
SS: Fiquei impressionada com aquela mulher;
ela me lembra alguém, só não sei dizer quem.
Grissom não respondeu, mas imediatamente
pensou em Heather; as duas eram idênticas, era óbvio. No fim
do expediente, a equipe estava exausta.
CW: Quero relaxar numa banheira com sais
para retirar a inhaca do corpo. Estou super cansada, e nem poderei ficar
conversando até tarde com a Lindsay.
SS: Vocês ficam até altas horas?
CW: Ela gosta de me contar o que aconteceu
em seu dia. É natural essa cumplicidade entre mãe e filha. Um dia, quando você
tiver seus filhos, saberá do que estou falando.
SS: Será mesmo?
CW: Oras, se você vai se casar com Gil,
penso que filhos devam estar nos planos do casal, não?
SS: Sei lá se o Grissom deseja ter filho,
Cath. Ele pensa muito em seus próprios insetos, não sei se um bebê teria
tamanha importância.
CW: Pelo visto, você não o conhece bem. Gil
gosta de crianças. Talvez ele não tenha muito jeito pra lidar com elas, mas se
você o ensinar, certamente ele será um ótimo pai.
Sara sorriu e seguiu rumo ao lock pegar a
bolsa. Em seguida, encontrou Grissom.
SS: Não vem comigo? Vou preparar alguma
coisa para nós, e depois poderemos assistir a algum filme no DVD.
GG: Vá na frente, Sara. Preciso passar no
mercado para comprar algumas coisas, irei em seguida.
SS: Está bem. Vejo você em minha casa. mas
por favor, não demore muito, ok?
GG: Não se preocupe.
Eles se despediram com um longo beijo de
amor e em seguida, cada um foi para um lado. Sara chegou em casa e foi direto
para o banho refrescar-se. Grissom saiu do mercado e, antes de ir para a casa
de Sara, tomou outro rumo. Parou o carro na calça, em frente a uma casa, e
ficou observando bem o local. Num impulso, saiu do carro e se dirigiu até a
casa.
LH: Grissom?
GG: Heather!
Os dois ficaram se olhando por um longo
instante. A ruiva, bela como sempre, estava surpresa com a visita inesperada
dele, mas não se conteve:
LH: Quer entrar?
GG: Hein?
LH: Entre e tome um chá comigo.
“Eu devo fazer isso?”, pensou.
LH: Você apareceu, então vou fazer as
honras da casa. Entre e poderemos conversar.
De repente, uma forte chuva começou a cair
em Las Vegas. Grissom olhou para a rua sem entender como
aquilo pudera ocorrer repentinamente.
LH: Vai querer ficar aí e se molhar?
GG: Não.
Ele entrou na casa, esquecendo-se que em
outro lugar havia uma mulher que o aguardava para o jantar e uma noite de amor.
LH: Sente-se!
GG: Heather, não vim para me demorar.
LH: Mas acho que essa chuva não irá passar
tão cedo. Relaxa! Gostaria de um chazinho quente?
GG: Sim, por favor.
Heather entregou uma xícara de chá ao
supervisor, que estava sentado no sofá, sentindo-se um pouco desconfortável por
estar na casa da ruiva que mexia com seus desejos.
LH: E como vocês estão?
GG: Quem?
LH: Oras, você e Sara. Sei que estão
juntos.
GG: Estamos bem.
LH: Ouvi dizer que vão se casar, é verdade?
GG: Como soube? Apenas os mais próximos
sabem.
LH: Sabe como é, essas notícias correm...
GG: Essa chuva não passa...
LH: Preocupado com algo?
GG: Preciso ir pra casa.
LH: Acho que você terá de esperar um pouco.
Veja, está aumentando.
Grissom foi até a janela e viu a força da
chuva. Um pouco desolado, lembrou que Sara o esperava, e devia estar chateada
com sua demora. De repente, começou a ficar bambo.
LH: O que foi?
GG: Estou sentindo uma tontura.
LH: Labirintite?
GG: Não, acho que é cansaço. Preciso sentar
no sofá.
LH: Venha comigo, você precisa se deitar um
pouco.
A ruiva levou o supervisor até seu quarto,
onde o deitou em sua cama. Enquanto isso, Sara andava inquieta pela casa. Olhou
o relógio, já passava das dez, e nada de Grissom. Ligou para o celular dele,
chamava, mas ele não atendia – estava no carro. Resolveu ligar para Catherine
em busca de alguma resposta.
CW: Willows.
SS: Sou eu, Cath.
CW: Sara? O que deseja? Aconteceu alguma
coisa?
SS: Queria saber se o Grissom está ou
passou por aí.
CW: Não, ele não esteve aqui. Porque?
SS: Combinamos um jantar, mas ele não
chegou até agora.
CW: Que chato! Mas Gil deve ter tido algum
problema. Você vai ver que logo ele estará aí.
Sara percebeu que seria inútil falar de
duas angústias com Catherine, tendo em vista que ela nunca acreditaria que
Grissom pudesse aprontar algo.
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