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Um deslize inconsequente - cap. 2


SS: Tudo bem, Cath. Vou aguardá-lo aqui.

Sara desligou o telefone e foi dormir, cansada de esperar por alguém que, tinha certeza, não viria mais. Na casa de Heather, Grissom continuava sentindo tonturas.

LH: Deite-se, você está exausto.

A ruiva tocou os ombros do supervisor com as mãos suaves que tinha. Ele deu uma olhada no robe preto de seda que ela vestia, mostrando um decote com os seios firmes dela. Heather percebeu e começou o jogo.

LH: Lembra-se deles?
GG: Do que você está falando?
 LH: Sei que você olhou para meus seios.
GG: Passei os olhos, é diferente.

Num ato ousado, Heather retirou o robe e deixou sua lingerie preta à mostra, fazendo com que Grissom tivesse uma ereção involuntária com a cena.

GG: O que você pretende, Heather? Preciso descansar.
LH: Tem certeza de que é o que quer neste momento? – ela sussurrou ao pé do ouvido dele, causando-lhe um arrepio pelo corpo.

Sentindo-se intimado a entrar no jogo, Grissom segurou a cintura da ruiva, levantou-se e a jogou na cama, para em seguida começar a tirar peças de roupa que vestia. Completamente nu, retirou a parte de baixo da lingerie e encostou seu membro ereto na entrada da vagina dela, roçando e ameaçando entrar. Heather, com as pernas abertas, começou a gemer, completamente excitada. Grissom a beijou com vontade e em seguida a penetrou profundamente. O sexo rolou como nos velhos tempos, quando ele não estava com Sara... Quando ainda não tinha ao seu lado uma mulher que o amava e que, àquela hora, dormia sentindo a antiga solidão respirar ao seu lado na cama. Em outra cama, Grissom fazia sexo com outra mulher, e naquele momento, pôs dentro dessa mulher o que era para ser em Sara. Após o orgasmo, os dois relaxaram. Heather estava realizada. Desejava Grissom, e estar nos braços dele era sentir-se no céu. Não o amava, mas o sexo com ele era sempre prazeroso. Cansado, Grissom adormeceu, vindo a acordar na manhã seguinte. Abriu os olhos e viu a claridade do sol que entrava no quarto.

GG: Sara? Você está aí?
LH: Sara?!

O supervisor levou um enorme susto ao dar de cara com Heather. Olhou ao redor e percebeu que não estava na casa de Sara.

GG: O que estou fazendo aqui, Heather?
LH: Você dormiu aqui, não se lembra?
GG: Eu devia estar com Sara, na casa dela. Como vim parar aqui?
LH: Você bebeu, Grissom? Ontem você veio aqui, e como estava chovendo, ficou esperando.
GG: Nós... transamos?
LH: Parece-lhe óbvio?
GG: Céus!
LH: O que foi?
GG: Como o que foi? Sara! Ela está me esperando. Acho que agora, não está mais. Não apareci em sua casa.

Grissom vestiu-se rapidamente e saiu do quarto. Heather o seguiu.

LH: Vai embora?
GG: O que você acha, Heather?
LH: Depois de passar a noite comigo, vai me deixar falando sozinha?! – ela aumentou o tom da voz.
GG: Escute aqui! O que aconteceu foi um erro, minha vinda aqui já foi um desastre, e eu não sei como vou ficar depois de hoje!
Não complique as coisas, Heather!
LH: Está doido pra ir vê-la, não é?
GG: Porque a objeção? Sara é minha noiva, eu a amo, sabe disso.
LH: Não pretende voltar, Grissom?
GG: Heather, eu nem sei como fui parar na sua cama. Mas sei que tenho alguém esperando por mim. O que tivemos no passado pertence ao passado. Siga seu caminho e, por favor, me deixa seguir o meu com Sara.

Grissom saiu da casa de Heather, deixando-a arrasada com o fora. No caminho pra casa, o supervisor não conseguia tirar Sara da cabeça. Imaginava o quão magoada ela deveria estar, e qual seria a reação dela ao se verem no lab. Em casa, tomou um banho gelado pra esfriar um pouco a  cabeça e se lembrar como foi parar na cama de Heather. Enquanto se ensaboava, a imagem de Sara apareceu. Automaticamente as mãos desceram para o órgão sexual, e começou uma masturbação incontrolável, para ver se tirava todo o estresse passado. A voz rouca da perita estava permanente em sua mente, como uma tatuagem na pele. Depois que se vestiu, seguiu para o lab. Não comera nada, nem tinha fome.

CW: Nossa, pensei que não vinha mais!
GG: Porque? Estava me esperando?
CW: Ué, não deveríamos? Gil, aconteceu alguma coisa? Está tão sério!
GG: Não houve nada, Catherine. Onde estão todos?
CW: Como sempre, na sala de convivência. Menos Sara.
GG: Sara não veio ao lab?
CW: Veio, mas não está lá.
GG: Onde ela está então?
CW: Acho que no lock. Mas...

Grissom nem esperou Catherine terminar e foi diretamente ao lock. Sara estava por lá, arrumando suas coisas no armário.

GG: Sara.

A perita olhou para o supervisor com o olhar bem frio. Vê-lo era algo que não desejava fazer tão cedo, estava magoada, ferida, sentindo-se deixada para trás. Voltou-se para o armário.

GG: Preciso falar com você.
SS: Tem certeza disso, Grissom?
GG: Entendo que você esteja chateada comigo, mas preciso falar com você. É importante.
SS: Se quisesse realmente falar comigo, teria ido à minha casa ontem.
GG: Não deu, Sara; estou sendo honesto.
SS: E por que não ligou? Fiquei te esperando um tempão!
GG: Eu apaguei, Sara. Literalmente!
SS: Sei...

Ele se aproximou dela e a tocou com carinho. Estava, de fato, arrependido por ter ido à casa de Heather. Só que ainda não sabia como contar a ela da visita até lá. Mas Sara estava arredia, fria, com mágoa no olhar e no coração; uma desculpa ou um perdão vindos da parte dela à essa altura seria quase impossível. 

GG: Honey... Eu te amo! Quero sentar e conversar com você, explicar as coisas...
SS: Me larga, Grissom! Não me toque, por favor!
GG: Sara!

Ela saiu do lock quase em prantos. Grissom foi atrás, e a discussão continuou pelo corredor do lab, fazendo com que as pessoas, mesmo sem querer, ouvissem toda a briga entre os dois amantes.

GG: Quer me escutar um minuto?!
SS: Não temos nada pra conversar, Grissom! Não mais! Você me deixou falando sozinha, plantada, te esperando!
GG: Por favor, vamos conversar na minha sala, as pessoas estão nos ouvindo discutir.
SS: Quero que todos se danem!

Catherine e os outros foram ver que discussão era aquela que estava acontecendo no corredor.

CW: Ei, mas que escândalo é essa no corredor? Sara, porque esse tom de voz?
SS: Não se meta, Cath!
CW: Me meto sim! Todo mundo está vendo o escândalo que vocês estão fazendo!
GG: Warrick, leve Catherine daqui.
CW: Não precisa, Warrick, eu saio por mim mesma!

Catherine se afastou, com uma expressão nada boa.

GG: Vocês também, podem ir trabalhar!

Antes que as pessoas começassem a se dispersar, Sara olhou para Grissom e depois saiu. Estava envergonhada pelo papelão que ambos causaram por conta de uma discussão de amantes. Ligou o carro e seguiu para casa, precisava esfriar a cabeça. Enquanto dirigia, algumas lágrimas teimosas insistiam em querer rolar em sua face, mas como uma mulher forte que era (pelo menos aparentemente), engoliu firme a vontade de chorar e sentir carência. Enquanto isso, no lab, Grissom estava recluso em sua sala, não queria sentir olhares alheios pra cima de sua pessoa. Minutos mais tarde, Catherine bateu na porta.

GG: Entre.
CW: Gil, o Ecklie mandou te dizer uma coisa.
GG (suspirando): O que ele quer?
CW: Pediu pra dizer que você e Sara estão suspensos.
GG: Como?!
CW: É isso aí. Ele não gostou de saber que você e ela andaram discutindo aos berros pelo corredor. Disse que isso estraga a imagem do lab.
GG: Oras, nem ele e nem ninguém sabe o que realmente aconteceu pra ficar especulando! Vou falar com ele sobre a suspensão. Como o lab vai ficar?
CW: Me colocou em seu lugar enquanto estiver suspenso.
GG: Bastante conveniente.
CW: Como?
GG: Catherine, sei melhor do que qualquer um que você tem o sonho de chegar a supervisora. Que momento seria mais propício do que esse?
CW: O que você está querendo dizer com isso, Gil? Acha que eu fiz fofoca de vocês ao Ecklie pra que fossem suspensos?
GG: Sei que não faria isso. Bem, estou indo. Você vai pra casa?
CW: Sim, preciso ficar com a Lindsay, ela está meio febril.
GG: Melhoras a ela.
CW: Obrigada. Vai pra casa?
GG: Só há um lugar no mundo onde quero e preciso estar agora!
CW: Hum?

Sara saiu do banho e foi até o quarto. Vestiu uma camiseta, uma calcinha de renda preta e um shortinho curto, mas largo, que a deixava sensual sem ser vulgar. Ia saindo para a sala quando a campainha tocou. Olhou no olho mágico, não viu ninguém, a não ser um matagal verde. Curiosa, abriu a porta. Viu um enorme buquê de flores à sua frente, e um Grissom com expressão de menino que pede colo.

GG: É sábio dos sábios dar uma segunda chance a alguém. Ainda mais sendo a quem se ama...

Sara o olhou incrédula. Depois de toda a discussão que tiveram, ele ainda teve a coragem da dar as caras?

GG: Sara...
SS: Grissom, acho melhor não...
GG: Não me ama mais, honey?
SS: Ãh, eu...
GG: Ok, estou indo.

Ele virou-se e ia se aproximando da calçada, quando Sara correu até ele e o beijou intensamente.

GG: Sara... Tem certeza de que...
SS: Shii!! – ela passou o dedo nos lábios de Grissom – Não diga nada, venha comigo.

Sorridente, ele aceitou ser levado pelas mãos de Sara, que o guiou até o quarto, onde fizeram as pazes da maneira mais gostosa que o amor poderia proporcionar: na cama! Os dois se amaram como nunca, em clima de total paixão, esquecendo-se que tiveram uma briga séria. Após gozar deliciosamente em Sara, Grissom encostou a cabeça no peito dela e adormeceu, sentindo o coração bater no mesmo compasso que o da amada. Na manhã seguinte, os dois acordaram bem dispostos.

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