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Um deslize inconsequente - cap. 6


CW: Escuta Sara, você tem alguma idéia do porquê o Gil estar daquele jeito?
SS: Que jeito, Cath?
CW: Oras como?! Triste, cabisbaixo, querendo o isolamento total... Ele chegou assim e me deixou muito preocupada. Sou amiga dele há muitos anos, e confesso que nunca o tinha visto assim.
SS: Bom, se você é amiga dele, deve conhecê-lo melhor do que eu. Porque não tenta descobrir?
CW: Esquece!

As duas chegaram ao local do crime. Uma casa luxuosa... A vítima, uma jovem, filha única do casal. A mulher, uma joalheira renomada e o homem, um importante político.

CW: Onde está a vítima, Brass?
JB: Se encontra no local do crime, seu próprio quarto.
SS: Quem a encontrou?
JB: O pai, preocupado com o silêncio da filha, chamou várias vezes, até arrombar a porta e encontrar o corpo.

Ela e Sara foram até o quarto, o qual estava revirado.

SS: Nossa, um furacão passou por aqui?
CW: Vai saber...

Sara observou o corpo imóvel da jovem. Aparentemente não havia sinal de sangue, o que significava não haver algum tipo de ferida.

CW: Encontrou algum ferimento?
SS: Não, aparentemente ela não foi morta com qualquer tipo de arma letal.
CW: Estrangulamento, talvez?
SS: Não vejo marcas de mãos no pescoço.
CW: Estranho isso. Algum vestígio de sêmen?
SS: Estou vendo alguma coisa aqui.

Sara recolheu os materiais encontrados e os colocou na maleta. Catherine observava marcas pelo local.

CW: A chave na parte de dentro da porta indica que estava trancada. Obviamente havia alguém no quarto com a garota.
SS: Mas os pais garantiram que não havia ninguém com Jennie.
CW: A janela está aberta. Alguém poderia ter entrado.
SS: Mas veja, Catherine.

Sara chegou no peito da janela, mostrando a inclinação da parede...

SS: Alguém que quisesse entrar na casa sem ser visto, o que duvido que acontecesse, por causa das câmeras e dos cães, deveria ser um homem-aranha. A parede tem uma inclinação de quase 90 graus, feita exatamente pra esse tipo de situação. Ele não passaria despercebido, a menos que tenha tido acesso livre à residência.
CW: O que você quer dizer?
SS: Quem entrou no quarto de Jennie era alguém, vamos dizer assim, de casa. Alguém que tinha liberdade de vir à esta casa..
CW: Você acha que poderia ter sido algum amigo dela?
SS: Não só os amigos dela, Catherine.
CW: Não estou entendendo.
SS: A casa é grande, Catherine, tem muita gente trabalhando para o andamento dela.
CW: Entendi... Os empregados então poderiam entrar na lista de suspeitos?
SS: Não podemos descartar nada.
CW: Certo! Vamos concluir nosso trabalho e voltar para o lab. Sinto que este caso será longo.

As duas recolheram as evidências e voltaram ao lab. Ao entrar na sala de convivência, Sara deu de cara com Grissom bebendo café. O clima de tensão ficou evidente. Catherine, que nunca perdia nenhum detalhe, percebeu.

CW: Com licença, crianças, vou pegar meu cafezinho.

Assim que ela saiu, os dois continuaram a se fitar; ele, com frieza e dor; ela, com tristeza e amor.

GG: Como foi o caso?
SS: Bem, o quebra-cabeça tem muitas peças a serem encaixadas. Por enquanto não dá pra tirar qualquer conclusão.
GG: Ótimo! Quando tiver os resultados, me avise.
SS: Bom, acho que é isso.

Sara sentiu seu estômago embrulhar e revirar-se feito uma bola de nove. A sensação de que iria vomitar ia aumentando, mas como estava cara-a-cara com Grissom e não queria que ele se preocupasse, segurou profundamente a vontade de tirar as coisas do estômago. Mas ele percebeu que ela não estava bem.

GG: Sara, vejo que não está bem. Sente-se mal?
SS: Não, estou bem. É só cansaço. Acho que vou tirar umas férias.
GG: Deveria ver um médico. Não é de hoje que a vejo pálida e com excesso de cansaço. Me preocupo com você.
SS: Sabe que não deveria.
GG: Honey!
SS: Por favor, Grissom, não me chame mais de honey! Não somos mais um casal... Nem sei se um dia fomos...
GG: Está certo, Sara. Não vou mais insistir.

Grissom saiu da sala, deixando Sara atordoada com mais uma tentativa de reconciliação vinda do homem a quem estava renunciando após tantas decepções. Naquela noite, Catherine foi até a casa de Grissom visitá-lo, já que ele estava meio febril, sentindo-se mal.

CW: E aí, como você está?
GG: Sobrevivendo. Estou acostumado a essas mudanças bruscas de temperatura.
CW: Tem certeza de que não tem algo a mais nisso tudo?
GG: Não entendi.
CW: Me refiro à Sara. Não é preciso ser investigador pra saber que vocês estão em crise. E pelo visto, bem séria.
GG: Catherine, não falo da minha pessoal, sabe muito bem disso.
CW: Ei, calma! Não precisa me dizer o que já sei. Só quis ajudar.
GG: Estou bem, obrigado. Estou sabendo que vai ser promovida pelo Ecklie à condição de supervisora sênior. Como se sente?
CW: Bem, se levarmos em conta que parte do sujeito mais asqueroso que conhecemos, é um avanço e tanto. Mas pelo menos ele reconheceu que sou boa no que faço. E você também sabe disso.
GG: Eu sei, e espero que não se utilize disso para passar por cima de ninguém.
CW: Oras Gil, que acha que sou?
GG: É só uma dica, para que você não leve um tombo depois. A humildade é uma grande amiga, e a qual não devemos nunca deixar de lado.
CW: Certo!

Mas parece que Catherine se esquecera das palavras de Grissom alguns dias mais tarde. Ela discutia com Sara na sala de convivência (os rapazes ainda não haviam voltado de seus casos, e Grissom estava em sua sala, ao telefone).

CW: Sara! Já disse que suas evidências não valem de nada! Ficou comprovado que o tal rapazinho é mesmo o assassino da garota, não adianta dizer que algum funcionário .
SS: Ao que me consta, Cath, haviam mais pegadas no quarto. Mais pessoas tiveram acesso, poderia muito bem ser qualquer pessoa. Além do quê, o DNA dos espermas encontrados no lençol sugeriam a presença de mais de um homem  por ali. O que confirma minhas teorias.
CW: Teorias! Teorias! É só o que você acha?! Acha que um caso se resolve baseado em teorias?

Àquela altura os rapazes escutavam a conversa "animada" pela porta entreaberta, e até mesmo Grissom chegou a escutar as piores frases.

SS: Sabe o que penso, Cath? Sua promoção à supervisora subiu à sua cabeça. Você está realmente se achando a melhor de todas, até mesmo do que Grissom.
CW: Não venha se dirigir à mim desse modo, Sara, ou eu mando suspendê-la.
SS: Meu superior ainda é o Griss, você não tem esse poder todo.
CW: Mas eu posso falar com ele.
SS: Acha que ele vai acatar seu pedido?
CW: Você duvida que não? Sou amiga dele há muitos anos, conheço-o muito melhor do que você.
SS: Até mesmo na cama?

Catherine, num ataque de fúria, lascou um grande tapa no rosto de Sara, que, zonza, caiu no chão. Grissom e os demais tiveram que intervir.

GG: Vocês estão malucas?! Onde pensam que estão pra ficar de briguinhas?
CW: Ela me irritou! Ela me irritou! - Catherine gritava e se sacudia, sendo fortemente segura por Grissom.
NS: Não foi o que vimos, Cath. O que vimos foi uma cena patética.
GG: Calma você também, Nick.

Nick e Greg seguravam Sara, ainda zonza, mas com muita raiva no olhar.

SS: Eu confirmo aqui o que disse. Sua promoção subiu à sua cabeça, Cath! Eu merecia ter algum crédito na investigação do caso da filha do político, já que eu tenho certeza de quem a matou.
CW: Você não sabe de nada, Sara! Nunca será promovida a cargo nenhum. Sabe porque? Porque você é muito burra!
GG: Catherine! Já chega!
NS: Você passou dos limites, Cath!
SS: Isso não vai ficar assim, Cath! Me larga, Nick!
NS: Olha o seu estado!
SS: Eu estou bem, me deixa.
GG: Você não está bem, Sara. Muito menos Catherine.
CE: Eu sabia que vocês não tinham nada na cabeça!


A equipe olhou espantada para a porta, onde se encontrava Ecklie.

GG: Veio botar mais lenha na fogueira, Ecklie?
CE: Que coisa patética, duas mulheres se engalfinhando!
SS: Não venha você também, Ecklie!
CE: Sidle, você sabe que nunca fui com sua cara, nunca a achei uma profissional brilhante, embora reconheça que é esforçada. No entanto, o que houve aqui foi uma clara atitude anti-profissional. Catherine foi promovida a supervisora, e como tal, deve ser respeitada. Você é apenas uma subordinada, nada além disso, por isso não poderia sair batendo boca com ela.
SS: Você não sabe de nada, Ecklie! Nada!
GG: Ecklie, onde você está querendo chegar com isso tudo?
CE: Estou querendo dizer que Sara Sidle não faz mais parte do laboratório de criminalística a partir de agora. Está demitida!
SS: Ótimo, Ecklie! - Sara deu um sorriso irônico.

A equipe se entreolhou estarrecida.

GG: Você não pode demitir Sara! Ela é minha subordinada, e faz falta à equipe.
CE: Subordinadas se acham em qualquer lugar. Sidle causa muitos problemas aqui, é teimosa, indisciplinada e não acata ordens.
GG: Eu me entendo com ela. Você não pode ficar vindo aqui e se metendo nos problemas da minha equipe, seu papel é puxar saco do prefeito!
CE: O que está feito, está feito. Sidle, vá ao lock buscar suas coisas. Depois vá até minha sala para assinar sua demissão.
GS: Não vá, Sara!
NS: É isso aí!
SS: Como Ecklie disse, o que está feito, está feito. E depois, me recuso a continuar em um lugar onde minha opinião não vale nada - ela lançou um olhar profundo para Catherine, que desviou os olhos.

Sem mais a dizer, Sara retirou-se e seguiu para o lock. Nick e Greg estavam profundamente chateados com ela, a culpavam pela demissão da amiga, por isso a olhavam de cara fechada.

CW: Não adianta vocês ficarem me olhando assim. O Ecklie é quem demitiu Sara.

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