Enquanto a suave música
tocava, Grissom despia Sara e beijava o corpo nu dela, enquanto, na ânsia do
amor e do desejo, tirava a cueca samba-canção, exibindo o órgão excitado. Com a
bela música de fundo, os dois mataram a saudade num amor profundo na enorme
cama que aninhava o casal apaixonado. Um gemido profundo e Sara chegou ao
orgasmo. Grissom também chegara e os dois se abraçaram, sentindo a respiração
acelerada e os corpos suados. Pouco depois, uma grande explosão foi ouvida do
lado de fora do prédio. O casal se assustou com o barulho e foi olhar na janela
o que havia acontecido. Uma imensa labareda saía de seu carro.
SS: Aquele é seu carro?
GG: Sim, e estou indo ver o
que aconteceu.
Grissom vestiu-se
rapidamente e correu até o local onde estava seu carro. Os curiosos se
aproximavam, mas ele, como um perito forense, os impedia:
GG: Por favor, não se
aproximem!
Sara chegou logo em
seguida, vestida com um camisão e short.
SS: Encontrou alguma
evidência?
GG: Sim, veja!
Grissom apontou a lateral
do carro e Sara olhou horrorizada para o corpo carbonizado.
SS: As perguntas que não
querem calar: quem era ele e o que queria com seu carro?
GG: Quem fez isso, é a
pergunta.
Brass chegou com seus
homens em instantes.
JB: Vejo que o churrasco
não deu muito certo! O incêndio foi no seu carro, Gil?
GG: Foi. Está tudo muito
esquisito!
JB: Alguma idéia de quem
poderia querer te atingir?
GG: Nenhuma. Da mesma forma
que não sei quem era o cadáver que foi encontrado perto do carro.
JB: Vamos averiguar isso.
Só que você deverá ficar de fora, porque tem parte envolvida nisso.
GG: Pediu o impossível à
pessoa errada, Jim!
O cadáver foi levado para o
laboratório de Robbins, enquanto Nick e Warrick analisavam a cena do crime.
NS: Veja, há cacos de vidro
por todos os lados, e acabei de encontrar o que seria uma espécie de pano. Está
parecendo que a pessoa detonou o carro com coquetel Molotov.
WB: Seria mesmo capaz de
uma devastação como essa?
NS: Claro, cara! O coquetel
Molotov é composto de petróleo, gasolina, ácido sulfúrico, clorato de potássio, açúcar e éter etílico. A combinação desses
elementos é altamente perigosa, resultando em uma tremenda explosão. E sim, é
capaz de matar pessoas que estejam próximas à área afetada.
WB: Quem era a pessoa que
estava perto do carro do Grissom?
NS: São duas as perguntas:
quem era essa pessoa e quem fez tudo isso?
WB: E porque né?
Grissom pediu que Sara
retornasse ao apartamento. Ele iria acompanhar as investigações mais de perto.
Algumas horas mais tarde, no lab, veio a surpresa.
GG: Mandou me chamar,
Wendy?
WS: Sim, Grissom.
Analisando as digitais parciais que conseguiram coletar, no banco de dados e
não consta ninguém com esse perfil.
GG: O que significa que ele
não é um criminoso.
WS: Não, mas outra coisa me
chamou a atenção.
GG: O que?
WS: Ele tem sete alelos em
comum com alguém daqui do lab.
GG: O morto é irmão de
alguém daqui?! – Grissom ficou surpreso.
WS: Sim. Não faz idéia de
quem?
Grissom ficou pensativo por
alguns instantes. De repente, teve um clique:
GG: Sara!
WS: Exatamente!
GG: Mas como é possível?
Eles... eles não se viam há anos! – e saiu apressado da sala de DNA, deixando
Wendy sem entender absolutamente nada.
Grissom foi até a sala de
reuniões, onde Catherine e Nick debatiam o caso.
CW: Ei, aconteceu alguma
coisa? Que expressão de espanto é essa, Gil?
GG: Vocês não têm idéia de
quem seja a vítima.
NS: Estamos verificando nos
bancos de dados.
GG: Esqueça isso. Já sei
quem ele é.
CW: E quem ele é?
GG: Wendy descobriu sete
alelos em comum entre ele e uma pessoa daqui do lab.
CW e NS: Daqui do lab?
GG: Exatamente. Vocês não
fazem idéia?
CW: Bom...
NS: Eu e Greg somos filhos
únicos, Warrick não tem mais familiares vivos...
CW: E eu sé tenho minha mãe
e Lindsay. E até onde eu sei, você também é filho único, Gil. O que nos leva...
NS: À Sara!
GG: Exatamente!
CW: Mas ela nunca falou de
um irmão para nós! E ele aparece assim, de repente, e morre mexendo em seu
carro? Muito estranho isso, não?
GG: E você não faz idéia de
quem andou visitando Sara...
CW: Quem?
GG: Laura Sidle, a mãe
dela.
NS: A mãe de Sara? Mas ela
não estava presa?
GG: A história é longa,
Nick. Como ela encontrou Sara e o irmão dela foi assassinado são peças que não
estão se encaixando.
CW: Acha que alguém daqui
de dentro passou informações sobre Sara para a mãe dela?
GG: É o mais perto da
verdade. Mas nada está descartado.
NS: Mas quem daria endereço
da Sara para a última pessoa no mundo que ela gostaria de ver? E porque
matariam o irmão dela?
GG: Somos pagos para
descobrir isso, Nick. Peço a vocês que não comentem nada com Sara por enquanto.
Se ela souber do irmão, pode se sentir mal, e eu não quero que nem ela nem o
bebê corram algum risco por conta de fortes emoções.
NS: Pode contar com a
gente, Grissom!
CW: Sem problemas.
GG: Ótimo! Agora temos que
nos concentrar em uma coisa: encontrar Laura Sidle! Ela pode ser a chave de
todo esse mistério.
Enquanto um mistério
pairava no ar, Sara, no aconchego do apartamento de Grissom, sentia pequenos
enjôos. Nada que tirasse seu bom humor, afinal, o amado estava de volta e
tiveram uma linda noite de amor, com direito a juras de amor eterno e muitas
carícias. O bebezinho em seu ventre, por algum motivo, estava inquieto,
agitado, e liberava hormônios que causavam os enjôos. A barriguinha já começava
a despontar e o sentimento materno também crescia a cada dia. A idéia de ser
mãe estava sendo muito boa, e Catherine havia lhe dito que ela iria adorar a
experiência, por mais trabalhosa que fosse.
No momento, a amiga estava certa. Sara estava sendo uma nova
mulher. Sim, não só pela gravidez inesperada e já muito desejada, mas através
dos anos. De São Francisco a Vegas muita coisa aconteceu, e do primeiro
encontro com Grissom até o reencontro, anos depois, o corpo e a mente haviam
mudado – mas não o coração. A perita caminhou até a
cozinha para buscar algo que aliviasse os enjôos. Alguém lhe dissera sobre
chupar gelo. Que alívio sentiu ao chupar a pedrinha congelada! Sentada no sofá,
Sara ouviu a campainha tocar e levou um susto ao ver que era sua mãe... mais
uma vez à sua frente!
SS: O que você quer aqui de
novo? Já não lhe disse para sumir da minha frente?!
LS: Preciso de sua ajuda,
Sara. Estou correndo perigo!
SS: Perigo? – ela arqueou a
sobrancelha.
LS: É. Estão tentando me
matar.
SS: O que aconteceu para
você vir até mim? Em que rolo foi se envolver?
LS: Seu irmão estava em
Vegas, Sara.
SS: Sam? Como você soube
disso?
LS: Ele estava à sua
procura.
SS: E onde ele está agora?
Gostaria de vê-lo.
LS: Eu não sei. Ele
conseguiu me localizar e sumiu depois disso.
Sara, mais uma vez, arqueou
a sobrancelha. Fazia isso quando ficava desconfiada de alguma coisa, ou quando
alguma informação não se encaixava.
SS: E porque você diz que
querem matá-la?
LS: Porque eu recebi a
ameaça pessoalmente.
SS: Mas se você nem mora em
Vegas, como poderia ser, Laura?
LS: Os inimigos sempre nos
encontram, de uma forma ou de outra...
A
forma como Laura disse aquelas palavras fizeram Sara sentir um frio na espinha.
Ela estava diante de uma mulher fria e criminosa, mesmo depois de tantos anos.
E não sabia o que poderia vir dela. As
duas, mãe e filha, com assombrosa semelhança física, frente a frente, com
sentimentos distintos.
SS:
O que você quer que eu faça? Como quer que eu a ajude?
LS:
Me tire daqui, rápido!
SS:
O aeroporto não fica muito longe...
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