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Uma doce rotina - cap. 6


BG: Gilbert te ama realmente, Sara. Eu nunca o vi tão apaixonado assim por ninguém, e olha que conheci algumas namoradas dele, apesar de sempre ter morado longe um do outro.

Sara apenas sorriu, e a matriarca Grissom continuou:

BG: Ele poderia ter sido pai há mais tempo, mas as mulheres que apareceram no caminho do meu filho não eram dignas de ser a mãe de um filho dele. Até você aparecer, meu Gilbert não teve sorte com as mulheres e nem com o amor...
SS: Não sou tudo isso, Betty. Tenho meus defeitos e Griss os conhece muito bem.
BG: Mas os ama como ama a você. Só quem ama de verdade ama nossos defeitos, sejam eles quais forem. Releva-se tudo, dá mais importância às qualidades. O que são os defeitos diante das qualidades, não é mesmo?
SS: É.
BG: E isso você parece ter em grande quantidade, para meu filho ser tão feliz e apaixonado. Obrigada por cuidar do meu menino!
SS: Eu amo seu filho desde que o conheci, e agora que estamos juntos, tenho certeza de que esse amor não se acabará.
BG: Tenho plena certeza também.

Grissom chegou ao lab e Catherine logo veio perguntando por Sara:

CW: Sara não vem?
GG: Acordou com muito enjôo, chegou até a vomitar.
CW: Normal para o tempo de gestação dela. Quero passar lá para vê-la.
GG: Agora ela está na companhia de minha mãe.
CW: E como as duas estão se saindo?
GG: Muito bem, minha mãe adorou Sara e vice-versa.
CW: As duas são mesmo adoráveis!

Sara chegou ao lab algumas horas depois. Ao passar pelo corredor, deu de cara com Ecklie.

CE: Era você mesma quem eu estava procurando.
SS: Era você mesmo quem eu não queria ver agora!
CE: Venha comigo, Sidle. Nada de insubordinações!

Sara deu um longo suspiro e acompanhou o chefe.

SS: Diga, Ecklie. Qual é o assunto?
CE: Quero saber se é verdade que está grávida.
SS: Que eu saiba, minha vida particular não lhe diz respeito.
CE: Não me interessa o que você faz da sua vida fora do lab, mas o que acontece aqui dentro me diz todo o respeito.
SS: Cuide da sua vida, está bem?
CE: Não venha com malcriação, Sidle!
SS: Vai fazer o que?
CE: Olha, mocinha, posso te dar uma suspensão pro resto do ano!
GG: Você já foi menos canalha, Conrad! – disse Grissom, entrando na sala.
CE: Quem lhe chamou para a festa?
GG: O som da sua voz estava tão alto que não resisti. E outra: cuide da sua vida, que já não é fácil, e deixe a de Sara em paz. Que mania a sua de se meter na vida nos subordinados!
CE: Não quero funcionária grávida por aqui, o prejuízo será enorme!
GG: Pra quem, Ecklie? Pro governo ou pro seu bolso?
CE: Olha aqui, Gil...
GG: Olha aqui você! Quem te contou que Sara está grávida?
CE: Isso não importa. É verdade, não é?
SS: E se for? Onde você entra nisso?
GG: Sara, volte para a sala de convivência. Daqui a pouco eu apareço por lá.
SS: Mas...
GG: Vá, por favor.
SS: Tudo bem.

Assim que a perita saiu, Grissom se aproximou de Ecklie e disse, em tom de voz mais baixa:

GG: Acho bom você parar de pegar no pé de Sara. Senão, eu vou entender essa sua implicância como uma paixão não-correspondida. E vou logo avisando: de Sara você nem pense em chegar perto porque eu não vou admitir!

O careca deu uma risada debochada.

CE: Tem certeza de que você não andou bebendo nada, Gil? De onde tirou essa idéia esdrúxula?
GG: Não é esdrúxula, é perfeitamente plausível. Não é possível alguém ser tão implicante sem fundamento. A menos que seja ódio gratuito mesmo.
CE: Você está louco mesmo!
GG: Está avisado!
CE: O que você fará com Sara? Sabe que ela estando desse jeito não poderá ir a campo, o que reduz nossos homens.
GG: Já cuidei de todos os detalhes. Sara ficará apenas no lab, cuidando de partes que não coloquem a vida dela e do bebê em risco. Como sempre, cheguei à sua frente, Conrad.
CE: Nem sempre haverá essas oportunidades, Gil.
GG: O que você quer dizer com isso?
CE: Nada.

Assim que o supervisor saiu, Ecklie ficou andando de um lado para o outro em sua sala. Grissom encontrou Sara na sala de digitais com Mandy.

GG: Pensei que estivesse em outra sala.
SS: Não, Mandy me chamou para ver as digitais. Veja, elas batem com a de Harrison Gregoulos, um traficante grego que mora no sul de Vegas. Não era este o sujeito que apareceu na fita do incêndio naquele bar?
GG: Parece que sim, a imagem não está muito nítida. De qualquer forma, este homem continua à solta e precisa ser detido. Ele tem crimes demais nas costas.
SS: Exato.

Os dois saíram juntos da sala e seguiram para a sala de reuniões, que àquele momento estava vazio.

SS: Então, amanhã teremos nosso jantar a três?
GG: Infelizmente teremos de adiar nosso jantar, querida.
SS: O que foi?
GG: Minha mãe vai embora amanhã e terei de ir a Jackpot investigar um crime que está mal-resolvido.
SS: Como?
GG: Acabei de receber um chamado de uma cabeça que apareceu perto do deserto.
SS: E o que Jackpot tem a ver com isso?
GG: O carro perto da cabeça tem placa de lá. Liguei para o chefe de polícia de lá e as características do corpo sem cabeça que apareceu por lá batem com a cabeça daqui.

Sara deu um suspiro, resignada.

SS: Tudo bem...
GG: É só um ou dois dias. Voltarei o mais rápido possível.
SS: Está tudo bem, Griss.

Naquela noite, Grissom foi para seu apartamento. Iria dormir por lá, depois de fazer sua mala com poucas coisas. Sara teve de conformar-se a ficar sozinha. A cama de casal, que já era grande, tornou-se imensa. As mãos finas e delicadas da apaixonada mulher tocavam a parte vazia buscando o corpo de seu homem. Parecia que o bebê dos dois sentia que o pai estava ausente, porque naquela noite Sara nem enjôo sentira. Tudo estava bem fisicamente.

SS: Esta noite seremos só você e eu, bebê – disse a futura mãe, tocando a barriga ainda sem volume, tentando transmitir ao filho todo seu carinho.

A gravidez parecia estar fazendo muito bem à Sara; sua pele estava mais macia, os cabelos mais sedosos, um brilho diferente havia no olhar... a felicidade estava maior! Mas passar a noite sem Grissom a seu lado na cama era como se voltasse a um passo de solidão. A manhã estava fria e chuvosa. Sara levantou-se com um pouco de preguiça; sozinha, preferia continuar dormindo para o dia passar logo. Mas o trabalho a chamava e tinha mais o que fazer.
Depois de um banho delicioso, o qual teve a impressão de que o bebê agradecera, ficou frente ao espelho no quarto e tocou a barriga onde trazia o fruto do grande amor que ela e Grissom compartilhavam; um amor que era só deles, os sonhos que habitavam apenas na mente dos dois. Grissom ligara para dizer que chegara bem à cidade de Jackpot; disse que tentaria voltar o mais rápido possível. Sara foi para o lab saudosa do amado mas com energia para mais um dia de trabalho; chegou com um lindo sorriso nos lábios, chamando a atenção de todos.

NS: Bom dia, Sara! Está feliz porque?
GS: Acho que ela viu passarinho verde...
SS: Bom dia a todos. Não, não vi passarinho verde, apenas estou me sentindo feliz.
CW: Gil ligou?
SS: Ele disse que chegou bem.
CW: Espero que nos dê notícias do caso logo, senão fica difícil encaixar as peças.
SS: Preciso ver uns relatórios, vou para a sala de reuniões.
CW: Nós estamos indo a campo. Você ficará bem?
SS: Claro, porque não?
CW: Qualquer coisa estou no celular. Tchau.
SS: Tchau.


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