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Uma doce rotina - cap. 5


BG: Gilbert! Gilbert!

O supervisor virou-se e viu a mãe a uma certa distância, segurando o carrinho com sua mala. Deu um sorriso e foi até ela.

GG: Achei que chegaria daqui a meia-hora apenas.
BG: O vôo chegou mais cedo.
GG: Está me esperando há quanto tempo?
BG: Cheguei há cerca de dez, quinze minutos...
GG: Cá estou.
BG: E onde está sua namorada, filho?
GG: Sara está nos aguardando em minha casa. É para onde iremos agora.

Os dois foram andando até o carro.

BG: Confesso que estou ansiosa para conhecê-la. As suas outras namoradas não me agradaram nem um pouco!
GG: Mas dessa você irá gostar e muito. Sara é uma mulher muito especial.
BG: Vocês trabalham juntos?
GG: Sim.
BG: Isso não causa nenhum problema?
GG: Não, mãe, sabemos nos portar dentro do lab. Separamos nossa vida pessoal da profissional.
BG: Seu supervisor sabe?
GG: Não, apenas minha equipe, que são nossos amigos. Ninguém mais no lab sabe do nosso relacionamento.

Os dois iam conversando enquanto Grissom dirigia até chegar em casa.

BG: Escuta, essa Sara não é aquela que você conheceu em São Francisco?
GG: Ela mesma.
BG: Mas se vocês se conhecem há tanto tempo, porque somente agora estão juntos?

Grissom deu um longo suspiro antes de responder à pergunta da mãe:

GG: Porque aconteceram muitas coisas que nos afastaram. Mas eu sempre a tive dentro de mim, mesmo sem ter consciência desse sentimento.
BG: E quando vocês se reencontraram?
GG: Uma csi foi baleada em uma cena de crime e morreu. Então pensei em Sara para vir compor a equipe.
BG: E o que você sentiu quando a viu novamente?
GG: A princípio, nada. Somente com o passar do tempo, e principalmente, depois de um caso, é que prestei mais atenção nela.
BG: Você é igualzinho ao seu pai: reservado e completamente distraído com relação ao sentimento dos outros. Só que nunca pensei que você fosse tão...
GG: O que, mãe?
BG: Acovardado em seus sentimentos, acho que é a palavra certa.
GG: Nunca fui um covarde, mãe. Bem, estamos chegando. Sara nos espera.

Grissom subiu até seu apartamento segurando a mala da mãe.

GG: Sara, chegamos!
BG: Meu filho, que apartamento mais arrumadinho! O que aconteceu? Você nunca foi um homem exatamente organizado.
GG: Sara me ajudou nisso. Aliás, ela torna minha vida muito melhor. Por isso que digo que você irá gostar muito dela.

Sara chegou na porta do quarto, que ficava no andar de cima do apartamento, e olhou para a futura sogra. Betty Grissom virou-se para a namorada do filho e também a estudou de cima a baixo. Por alguns instantes, as duas permaneceram em silêncio, como se estivessem meio receosas, mas a futura avó abriu um sorriso, mostrando que havia aprovado a futura nora. Sara retribuiu o sorriso e foi até ela.

BG: Então é você a mulher que conquistou o cabeça-dura do meu filho?

Sara sorriu de biquinho, como costumava fazer.

GG: Mãe!
BG: Mas é verdade, Gilbert, você sempre foi um cabeça-dura!
SS: Eu amo esse cabeça-dura, senhora Grissom.
BG: Pode me chamar de Betty apenas, querida. E você é Sara, estou certa?
SS: Sim.
BG: Pois bem, Sara, você está aprovada no meu conceito. Não apenas pelas coisas que meu filho disse a seu respeito, mas pelo que vejo em você. Sinto dentro de mim que você é uma mulher muito especial e que tem bons valores e sentimentos dentro de si. Não poderia querer nada melhor para Gilbert. Vocês têm a minha benção!
GG: Não poderia esperar menos de você, querida mãe! – ele deu um beijo no rosto da mãe e a abraçou.

Depois que passou para o lado de Sara, abraçando-a, Grissom resolveu contar a novidade:

GG: Mas Sara e eu temos algo a lhe contar, mãe.
BG: Não me diga que vão se casar?
GG: Isso também irá acontecer, em breve, penso.
BG: Então, o que foi?

Sara suava frio. Estava receosa da reação da sogra ao saber do bebê.

GG: Mãe, a senhora enfim vai ser avó!

Betty Grissom arregalou os já grandes olhos escondidos por trás dos óculos e abriu um sorriso sincero.

BG: Que notícia maravilhosa, filho! Honestamente, já tinha perdido as esperanças de você me dar um neto algum dia. Mas acho que valeu a pena essa demora, porque a mulher pela qual você se apaixonou é a ideal para ser sua mulher e a mãe do seu filho.

Grissom deu um abraço na mãe, feliz da vida pelo carinho dela.

GG: Obrigado, mãe.

Sara também abraçou a sogra e depois os três se sentaram no sofá.

SS: Obrigada pelo carinho, Betty. Acho que estaremos mais fortes daqui pra frente.
BG: Como assim?
SS: Tanto Grissom como eu não temos a menor experiência com crianças, e devo confessar que esse novo mundo me assusta um pouco.
BG: Vou contar uma coisa: tive apenas um filho, mas com ele aprendi a ser mãe e amiga. Me virei sozinha porque minha mãe já era falecida, e contar com os outros nem sempre é possível. Não tem mistério, a experiência você adquire na prática, isso é inevitável. Cada mulher vive sua própria experiência, seus desafios, medos e conquistas, e não funciona tentar pegar a vivência dos outros. Gilbert é meio estabanado, sei disso, mas tenho total certeza de que ele será um excelente pai. E os dois, se ajudando mutuamente, se sairão muito bem. Só posso agradecer a oportunidade de saber que meu único filho gerou uma vida. Se estarei viva para ver meu neto, é outra questão. Mas terá valido a pena por esse momento.
SS: Não diga, isso, Betty. É claro que você verá seu neto. E vai abraçá-lo muito.
       
Os três riram felizes. A família estava aumentando e a criança que iria nascer viria cercada de muito amor.  Grissom ofereceu a cama para a mãe dormir junto de Sara, mas a idosa preferiu o sofá, agradecendo a oferta. Pela manhã, Sara acordou muito enjoada, chegando ao vômito. Grissom a acudiu e a levou de volta para a cama.

GG: Como se sente, querida?
SS: Terrível! Esses enjôos me deixam péssima.
BG: Tenha paciência, minha filha, é uma fase de adaptação do feto em seu organismo. Normalmente os enjôos duram até o terceiro mês, depois eles passam. Por enquanto você precisa adaptar sua dieta ao que seu corpo precisa, para evitar mal-estares como esse. Coragem! – a sogra segurava a mão da nora com carinho.
SS: Obrigada, Betty. Mas não sei se suportarei tantos enjôos assim. Me sinto tão ruim!
BG: Como eu disse, é passageiro.
GG: Logo isso vai terminar, querida. Você precisa se alimentar de maneira equilibrada para não se sentir mal. Lembre-se que agora você terá de comer por dois.
SS: Será que vou ficar muito gorda?

Betty Grissom deu uma risada divertida.

BG: Minha querida, você tem estrutura magra, portanto não se preocupe com isso. Seu corpo provavelmente não sofrerá muitas transformações. Ao que parece, sua barriga será bem pontudinha, realçando sua cintura fina. Você ficará linda barriguda! Gravidez não é doença!
SS: E eu preciso ir para o lab...
GG: Vá mais tarde. Se for enjoada desse jeito, vai passar mal novamente, ainda mais porque trabalhamos num ambiente com sangue, cadáveres e cheiros fortes.
SS: O que você vai dizer ao pessoal?
GG: Eu cuido disso. Agora, cuide-se. Quero que fique bem.

Grissom deu um beijo na testa da amada e outro na boca e em seguida despediu-se da mãe, saindo em seguida.

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